• O termo quilombola vem do tupi-guarani cañybó e significa aquele que foge muito. O termo quilombola vem do tupi-guarani cañybó e significa aquele que foge muito. • Quilombolas é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de canade-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos. • A palavra "quilombo" tem origem nos termos "kilombo" (Quimbundo) e "ochilombo" (Umbundo), estando presente também em outras línguas faladas ainda hoje por diversos povos Bantus que habitam a região de Angola, na África Ocidental. Originalmente, designava apenas um lugar de pouso, utilizado por populações nômades ou em deslocamento; posteriormente passou a designar também as paragens e acampamentos das caravanas que faziam o comércio de cera,escravos e outros itens cobiçados pelos colonizadores. Significava também "acampamento guerreiro", "capital, povoação, união". Porém foi só no Brasil que o termo "quilombo" ganhou o sentido de comunidades autônomas de escravos fugitivos. As comunidades quilombolas, de acordo com certos critérios, podem pleitear ao Estado brasileiro: * O reconhecimento oficial como comunidade quilombola, pela Fundação Cultural Palmares; * O título de propriedade da terra, como consta na Constituição de 1988 (ver Terras quilombolas no Brasil); * O acesso a projeto de sustentabilidade, preservação e valorização de seus patrimônios histórico-culturais, assegurado nos Artigos 214, 215 e 216 da Constituição do Brasil. Estudos genéticos realizados em quilombos têm revelado que a ancestralidade africana predomina na maioria deles, embora seja bem significativo a presença de elementos de origem europeia e indígena nessas comunidades. Isso mostra que os quilombos não foram povoados apenas por africanos, mas também por pessoas de origem europeia e indígena que foram integradas nessas comunidades. Os estudos mostram que a ancestralidade dos quilombolas é bastante heterogênea, chegando a ser quase que exclusivamente africana em alguns, como no quilombo de Valongo, no Sul, enquanto em outros a ancestralidade europeia chega até a predominar, como no caso do quilombo do Mocambo, na Região Nordeste do Brasil, mas isso é a exceção. Ancestralidade genética de habitantes de quilombos Nome do quilombo Africana Europeia Indígena Cametá (Norte) 48% 17,9% 34,1% Cajueiro (Nordeste) 67,4% 32,6% 0% Curiaú (Norte) 73,6% 26,4% 0% Paredão (Sul) 79,2% 2,8% 18,1% Trombetas (Norte) 62% 27% 11% Valongo (Sul) 97,3% 2,7% 0% Mimbó (Nordeste) 61% 17% 22% Sítio Velho (Nordeste) 72% 12% 16% • Mais de duas mil comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêmse vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988. Existem comunidades quilombolas em pelo menos 24 estados do Brasil: Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Quilombos no Brasil Atualmente, as comunidades quilombolas passam por um processo de reconhecimento legal de sua existência por parte dos governos nacionais e das organizações internacionais. Moradores da comunidade quilombola de São Domingos, em Paracatu, em Minas Gerais, no Brasil