TRABALHO EM SAÚDE
Interfaces entre a pesquisa qualitativa e quantitativa
CONDIÇÕES DE TRABALHO, CONDIÇÕES DE EMPREGO
E SAÚDE DOS TRABALHADORES DE SAÚDE NA BAHIA
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SUB – 3. Processo de Trabalho em Saúde
Equipe:
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Thereza Christina Bahia Coelho (Coordenadora/UEFS/NUSC)
Tatiane Santos Couto de Almeida (UEFS/SMS-SAJ)
Márcia Reis Rocha Rosa (UEFS/SMS-SAJ)
Elaine Andrade Leal Silva (UFRB)
Deisy Vital dos Santos (UFRB)
Fernanda Queiroz (CEREST-SAJ)
Andrei Teles (IC CNPq/UEFS)
Elayne (IC-Jr PIBIC/UEFS)
Paula Smith Coelho (IC Voluntária/UEFS)
Milla Pauline da Silva Ferreira (IC Voluntária/UEFS)
Izabel Vilas Boas dos Santos ((IC Voluntária/UFRB)
Diogo de Jesus Rocha ((IC Voluntária/UFRB)
Situação Atual
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A deterioração das condições de trabalho
Não intervenção adequada do estado
Desigualdades de renda crescentes;
Mobilização dos trabalhadores em torno do problema do desemprego.
As questões de saúde tendem a ocupar cada vez menos a agenda sindical;
Necessidade de reformulação dos referenciais teórico-metodológicos tradicionais,
dada a natureza complexa e conflitiva do campo e da centralidade requerida
pelo processo de trabalho;
Na Saúde observa-se um quadro de precarização semelhante a outros setores, na
contramão da política setorial do SUS que preconiza que o trabalho no SUS deve
obedecer as exigências legais de proteção dos direitos do trabalhador e
desenvolver ações que preservem os vínculos de trabalho e garantia “dos direitos
sociais e previdenciários dos trabalhadores de saúde, promovendo ações de
adequação de vínculos, onde for necessário, nas três esferas de governo, com o
apoio técnico e financeiro aos Municípios, pelos Estados e União, conforme
legislação vigente”.
Minayo-Gomez Carlos, Thedim-Costa Sonia Maria da Fonseca. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Cad. Saúde
Pública [periódico na Internet]. [citado 2010 Jan 31]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X1997000600003&lng=pt.
BRASIL (2006). PORTARIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006
Efeitos na Produção de Pesquisa
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Base de cerca de 1.500 artigos;
70 artigos sobre equipe de enfermagem;
27 sobre trabalho médico;
7 sobre ACS = 104
Incremento da Produção
Evolução da Produção Bibliográfica sobre Saúde do Trabalhor de
Enfermagem no Brasil (n=70)
14
12
Número de Publicações
10
8
6
4
2
0
Series1
1995
1
1998
2
2000
1
2001
1
2003
3
2004
3
2005
4
2006
9
2007
8
2008
9
2009
13
2010
13
2011
4
Características da Produção ENF
55 trabalhos empíricos quali ou quanti
Maior "n” foi 696
24 serviços:
14 hosp
7 AB
2 dos 6 G focais focais usam Noriega e Laurel
Baixa qualidade
Um estudo epidemiológico...
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... realizado com 4.749 trabalhadores de Saúde da atenção básica de
41 municípios encontrou que 46% dos entrevistados (43% no Sul e
48% no Nordeste) considerou o ambiente físico das UBS inadequado.
Um terço dos trabalhadores declarou-se um pouco ou muito insatisfeito
com sua saúde, sendo os problemas mais referidos as doenças do
aparelho circulatório (25% no Sul e 26% no Nordeste), as do sistema
osteomuscular e do tecido conjuntivo (13% no Sul e Nordeste) e as
doenças do aparelho digestivo (11% no Sul e 15% no Nordeste).
Daqueles que referiram problemas de saúde, 67% confessou o uso
regular de medicamentos, sendo a automedicação afirmada por 20%
de todos os trabalhadores. Os Transtornos Mentais Comuns, detectados
pelo SRQ-20, atingiram 16% dos trabalhadores e o hábito de fumar
12% dos entrevistados. Mais de metade da amostra (52%) se
consultou nos noventa dias anteriores à entrevista, sendo 56% destes,
do Nordeste.
Tomasi Elaine, Facchini Luiz Augusto, Piccini Roberto Xavier, Thumé Elaine, Silveira Denise Silva da, Siqueira
Fernando Vinholes et al . Perfil sócio-demográfico e epidemiológico dos trabalhadores da atenção básica
à saúde nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública [periódico na Internet].
[citado 2010 Jan 31]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X2008001300023&lng=pt.
Estudos sobre stress e absenteísmo
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PSF: Constatou-se a presença de estresse em 62% dos trabalhadores, sendo que
83% na fase de resistência, e 17%, na fase de quase-exaustão. Houve
predominância de sintomas psicológicos em 48% dos sujeitos, de sintomas físicos, em
39%, e igualdade de sintomas, em 13% desse grupo de trabalhadores. Silvia H. Henriques
CameloI; Emília Luigia Saporiti Angerami. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.12 no.1 Ribeirão Preto Jan./Feb. 2004
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UBS: Absenteísmo entre profissionais de enfermagem de 16 de Campinas - as
mulheres apresentaram proporção de tempo perdido e índice de gravidade de
absenteísmo maiores que os homens, aliado ainda a constatação de que “o pessoal
de enfermagem da rede básica apresentou índices de gravidade e freqüência de
absenteísmo discretamente elevados, quando comparados à maioria dos estudos
realizados em hospitais que podem estar relacionado às cargas psíquicas
enfrentadas no ambiente de trabalho, decorrentes direta ou indiretamente do
sofrimento mental, causado pelas seguintes razões: trabalho desagregado em
pequenas equipes; coordenação de unidades trabalhando isoladas dos corpos de
decisão política, administrativa e sanitária, ou trabalho solitário; trabalho assistencial
exercido com baixa resolutividade em virtude de pouco suporte diagnóstico, demora
dos resultados e meios escassos de tratamento na área básica”.
Sobre satisfação
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Rio de Janeiro: organização do trabalho de 32 enfermeiros, 68 técnicos e
71 auxiliares de enfermagem na Atenção Básica e a sua relação com a
saúde destes trabalhadores: nível de satisfação com a organização do
trabalho (83,6% de insatisfação dos profissionais com a chefia de 76,3%
com os colegas de 71,9% em relação aos horários de trabalho e de 47,3%
com o ritmo do trabalho). Também se evidenciou o desconforto em 63,5%
dos profissionais em relação ao pouco controle e oportunidade de decisão
sobre o seu próprio trabalho, além de expressarem pouco interesse pelas
suas tarefas cotidianas. Destaque também é dado à insatisfação dos
profissionais quanto à conciliação entre vida social e trabalho (69%).
Havendo outros itens com índices de insatisfação elevados, tais como:
colaboração no trabalho em geral (69,6%); oportunidade de decisão
(63,5%); e recursos matérias (61,7)³. Os autores concluíram “que a
desorganização nos processos de trabalho, na avaliação dos trabalhadores
de enfermagem, associa-se, de modo especial, às relações entre colegas,
chefias e clientes. Tais situações geram conseqüências diretas na saúde dos
trabalhadores, evidenciadas na avaliação negativa da compatibilidade
entre vida social e profissional, e pode estar intimamente ligada a níveis
crescentes de estresse e sofrimento no trabalho”³
Descuido de si
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Os problemas de saúde dos trabalhadores têm sido
entendidos por alguns autores como um descuido de si,
uma vez que o conhecimento sobre o corpo e as
doenças deveria proteger mais estes profissionais em
relação ao restante da população, o que nem sempre
acontece. Desse modo, BAGGIO (2007) considera que
o cotidiano de trabalho contribui significativamente
para o (des)cuidado e tem como fatores contributivos a
demanda elevada, exigências e tarefas a cumprir, malremuneração, condições de poder, longas jornadas de
trabalho, jornada dupla e a não contemplação das
necessidades básicas do ser humano bio-psico-sócioespiritual.
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Processo de Trabalho
Estudo com 16 enfermeiros (as) do PSF da cidade de São Paulo utilizando o referencial de “processo de
trabalho” revelou um organização e divisão do trabalho fundadas na produtividade, na cobrança
repetida, na racionalização extrema e em “metas que não se colocam em discussão (prática de gestão
autoritária)”. Presença de potenciais de desgaste e desgaste já instalados vinculados ao trabalho no
PSF refletidos no sentimento de impotência e insatisfação frente à complexidade do trabalho na
periferia do tecido social e dos problemas que encontram no objeto de atenção - os pacientes da saúde
mental, o sofrimento e as carências da população, uma população que não adere ao tratamento e critica
a atenção recebida gerando situações de estresse. À provisão insuficiente dos meios e instrumentos de
trabalho que vão da planta física inadequada à falta de formulários, de material e de equipamento, e
a incapacidade para lidar com as limitações, o que traz estresse, preocupação e dor .
Exigências trazidas pelo modelo assistencial construído em torno de uma política de resultados, como
geradoras de desgaste e desvalorização profissional, assim como a forma de organização e divisão do
trabalho que se estrutura entrecortada por incompatibilidades internas e falta de integração entre as
enfermeiras, pela exploração de sua subjetividade pela multifuncionalidade e pela pressão causada
pelas demandas da população, gerando ansiedade, angústia, uma sensação de não dar conta do
recado conflito, irritação e frustração profissional. O trabalho em si divide-se entre realizar atividades
programadas e ainda dar conta de outras demandas, exigindo uma dedicação ilimitada que ultrapassa
o horário de trabalho e que traz impotência e desgaste”. Porém, avaliou-se que também há por parte
dos enfermeiros um alto grau de envolvimento com o trabalho, que faz com que se sintam responsáveis
pela população, tomando para si essa responsabilidade, de forma acrítica - o que traz desgaste ao
trabalhador, havendo expressão concreta “do desgaste no corpo bio-psíquico muito cansaço físico e
mental, levando-as a querer apenas ir para casa e não fazer mais nada e problemas de saúde como
hipertensão, alergias, dores de estômago, além de se exporem a acidentes no trabalho e no trajeto”.
Santos Viviane Camargo, Soares Cássia Baldini, Campos Célia Maria Sivalli. A relação trabalho-saúde de enfermeiros do
PSF no município de São Paulo. Rev. esc. enferm. USP [periódico na Internet]. 2007 Dez [citado 2010 Jan 30]
; 41(spe): 777-781. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-