Daniel Amorim nº11
Ricardo Neves nº17
Ana Mafalda nº2
Catarina Pimenta nº9
O Pedro, Flávio, Arnaldo, Adelaide, Silvino,
Renato, Marlene.
Crónica dos Bons Malandros do jornalista e escritor
português Mário Zambujal, editada em 1980, atingiu um
grande êxito editorial e literário, tendo tido umas das suas
reedições mais recentes em 2004.
Relato do quotidiano dos membros de uma quadrilha fora do
comum, que recusava o uso de armas de qualquer espécie,
tendo, simbolicamente, como chefe um homem com a
alcunha de pacifista, este livro é dividido em nove capítulos
que se estruturam do geral para o particular, recorrendo a
uma "espécie" de didascálias, para apresentar as
personagens e alguns pormenores da ação.
No primeiro capítulo, intitulado "Quadrilha", são
apresentados todos os seus membros que se reúnem pela
primeira vez para preparar um assalto que "iria espantar o
mundo" - roubo de uma coleção de joias de René Lalique da
Fundação Calouste Gulbenkian.
Através de um narrador ausente, o leitor vai sendo
informado do encontro e das dificuldades criadas pelo
aparecimento repentino e pouco cauteloso de Silvino.
No segundo capítulo, é feita a apresentação da personagem Pedro,
rapazinho de aldeia, ignorante da História Pátria, mas reconhecido
lutador contra a "ditadura da Couve Lombarda" (a professora).
Conhecido como "o justiceiro" no submundo do crime, a alcunha
deve-se ao facto de ter respondido que D. Pedro mandou plantar o
pinhal de Leiria, quando a professora D. Glória lhe perguntou o que
fizera este que justificasse o cognome de "justiceiro". Esta resposta
provocou uma altercação entre ambos, que resultou na sua
expulsão da escola, lançando-o no mundo da delinquência.
O terceiro capítulo faz a apresentação de Flávio, que, embora
conhecido como "o doutor", nunca acabara o curso de Direito
porque foi preso, acusado de desfalque na empresa onde
trabalhava. Vergonha de toda a família, esta prisão constituiu um
suplício para Flávio, dado o desprezo que sua mulher Zinita lhe
devotou. Um reencontro procurado com Renato - companheiro de
cela - no bar japonês, introduziu-o no submundo do crime.
O quarto capítulo dá conta da evolução da personagem Arnaldo.
Conhecido como Arnaldo Figurante, a alcunha resulta da sua
participação como figurante numa produção cinematográfica
franco-portuguesa a rodar em Portugal. Sem emprego, vivia dos
trezentos escudos pagos por cada filmagem. Tendo sido preso por
envolvimento numa confusão com a polícia, identifica-se como
tendo a profissão de figurante, quando interpelado sobre o assunto.
Quinto Capítulo - Adelaide - Esta personagem é apresentada aquando
da sua prisão (juntamente com Lina) decorrente da sua profissão
de prostituta. Num momento posterior, Adelaide confessa a Lina a
sua participação na quadrilha e a prisão do seu companheiro
Carlos, que conhecera num baile de bairro e por quem se
apaixonou.
Sexto Capítulo - Silvino - Apresentação desta personagem através
da narração de factos da sua vida desde a infância. Personagem
vocacionada para o roubo desde criança, "Ao que constava da
memória de família, o primeiro roubo de Silvino foi a chupeta do
irmão gémeo", Silvino, depois de várias tentativas do seu padrinho
espanhol, de Málaga, Alonso Gutierrez, para o recuperar,
nomeadamente o internamento num colégio interno em Lisboa, foi
o último a entrar na quadrilha, embora com a contestação de
alguns dos outros elementos.
Sétimo Capítulo - Renato e Marlene - Filha de uma família de
Acrobatas, Marlene vai, por força do destino, encontrar Renato,
filho de um feirante. Vivendo a infância no mesmo espaço - o da
feira, Renato e Marlene vêm a encontrar-se mais tarde num futuro
que também lhes trará dificuldades.
Oitavo Capítulo - Adiamento - Desaparecimento de Adelaide
que resolve mudar de vida, saindo do país com o seu
amado Carlos, que, entretanto, for a posto em liberdade.
Este desaparecimento provocou um movimento de
solidariedade por parte de todo o mundo da marginalidade.
Nono Capítulo - Glória e Morte - Concretização do assalto
com êxito. Contudo, e porque foram traídos por Silvino, a
situação evoluiu de forma trágica, obrigando-os a usar
armas pela primeira vez.
A quadrilha foi desmantelada. Renato foi assassinado e
Marlene morreu por não resistir à morte do seu amado.
Como uma teia, estas personagens, Renato, o Pacífico
(chefe da quadrilha), Marlene, Flávio (o doutor), Arnaldo
Figurante, Pedro Justiceiro, Adelaide Magrinha, Silvino
Bitoque e o gaulês Lucieu Obelix que têm em comum uma
vivência marcada por um acontecimento que os empurra
para a marginalidade, vão urdindo uma série de ações
constituintes da unidade do texto.
Download

trabalho_de_area_de_projecto