Emergência Clínica Ddo. Gladson da Silva Braz Prehospital Procedures Before Emergency Department Thoracotomy: “Scoop and Run” Saves Lives The Journal of TRAUMA - 2007 MÉTODOS: - Um estudo retrospectivo em 180 pacientes com trauma penetrante (2000-2005) que foram submetidos a toracotomia de emergência. - Os pacientes foram divididos em dois grupos por modo de transporte e comparados com base na demografia, parâmetros clínicos e fisiológicos, procedimentos préhospitalares e sobrevida. MÉTODOS: - Dados colhidos do Temple University Hospital - centro de trauma de nível I localizado no interior da cidade de Filadélfia. - Na maioria dos trauma os pacientes foram trazidos de dentro de um raio de 2 milhas do hospital pela polícia, ambulância ou veículo privado. - No Pronto Socorro, as toracotomias foram realizadas imediatamente após a chegada ao departamento de emergência pela equipe de cirurgia do trauma. MÉTODOS: - Indicações para toracotomia de emergência aderiram às diretrizes estabelecidas pela Comissão de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões. - Todos os pacientes com lesões penetrantes que perderam sinais de vida, quer em trânsito ou em hospital foram submetidos a toracotomia de emergência. - Foram definidos como sinais de vida qualquer um dos seguintes: resposta pupilar, esforço ventilatório espontâneo, pulso carotídeo palpável, pressão sangüínea mensurável, movimento de extremidade ou atividade elétrica cardíaca. MÉTODOS: - O local das lesões ou mecanismos de ferimento penetrante não foram tidos em conta na decisão para executar a toracotomia de emergência. - Não foi utilizados na análise tempos não confiáveis ou não disponível do transporte pré-hospitalar da polícia ou privado. RESULTADOS: - Oitenta e oito pacientes chegaram por serviço de emergência médica (SME), e 92 foram levados pela polícia ou veículo privado. - Os grupos tinham perfis semelhantes. - Sete dos 88 (8,0%) pacientes transportados pelo SME sobreviveram até a alta hospitalar, e 16 dos 92 (17,4%) que a polícia ou transporte particular levaram sobreviveram. RESULTADOS: - Em geral, 137 procedimentos pré-hospitalares foram realizadas em 78 de 88 (88,6%) pacientes transportados pelo SME. - Os pacientes transportados pela polícia ou transportados por particular não foram submetidos a procedimentos de campo. - Análises de regressão logística multivariada identificou os procedimentos pré-hospitalares como o único preditor independente de mortalidade. RESULTADOS: - Para cada procedimento, os pacientes tiveram 2,63 vezes mais probabilidades de morrer antes da alta hospitalar. - Os pacientes trazidos pelo SME foram estatisticamente semelhante ao transportados pela polícia ou veículos privado com relação à idade, sexo, ano de lesão, mecanismo e classe lesão (local da lesão primária). RESULTADOS: - Pacientes transportados pela SME mais frequentemente perderam sinais de vida entre o campo e a chegada ao pronto socorro (21,9% vs 7,9%), apesar das mais agressivas tentativas de RCP (68,2% vs 15,2%) e reanimação em campo por paramédicos. - No geral, 17 colares cervicais, 59 acessos intravasculares, e 61 tubos endotraqueal foram colocados por paramédicos no ambiente pré-hospitalar. RESULTADOS: - Dos 78 pacientes que foram submetidos a procedimentos de pré-hospitalar, 4 sobreviveram (5,1%) até a alta hospitalar, e dos 102 pacientes não submetidos a procedimento pré-hospitalar, 19 sobreviveram (18,6%). - A maioria dos pacientes transportados por SME sofreu procedimentos pré-hospitalar (88,6%). RESULTADOS: - Quando a sobrevivência foi plotada contra o número de procedimentos por paciente, uma relação inversa foi notada. RESULTADOS: - De todas as características clínicas medidas, o único fator de risco independente encontrado para influenciar negativamente a sobrevivência antes da alta hospitalar foi o desempenho de procedimentos pré-hospitalar. DISCUSSÃO: - O papel do paramédico tem se expandido desde a década de 1980, que incluem tanto o Suporte Básico de Vida e o Suporte Avançado de Vida. - Embora este desenvolvimento tem sido vantajoso em determinadas configurações, estes resultados sugerem que o desempenho de procedimentos pré-hospitalares em pacientes gravementes feridos com trauma penetrante, que exige toracotomia de emergência, afeta negativamente a sobrevivência. DISCUSSÃO: - Nossos dados indicam que, hoje, o pessoal do SME são mais agressivos para realizar os procedimentos pré hospitalares do que eram anteriormente. - Ao avaliar o modo de transporte e atendimento com procedimentos pré-hospitalar, mostramos que a execussão de procedimentos no campo, incluindo a colocação de acesso IV, colares cervicais ou tubo endotraqueal, não proporciona benefício de sobrevivência para feridos criticos com trauma penetrante. DISCUSSÃO: - A necessidade de pessoal do SME para executar intubação endotraqueal, linhas de acesso IV e administração de medicamentos para pacientes, resultou a partir de dados extrapolados a partir primeiros vítimas de parada cardíaca. - Evidências parecem justificar a realização de procedimentos pré-hospitalar em pacientes da zona rural com lesões contusas na cabeça com o tempo de transporte prolongados. DISCUSSÃO: - A prática do SME não foi fundamentada no trauma de penetração na população urbana, com transporte acessível e rápido para os centros de trauma de Nível I. - Embora paramédicos são altamente eficientes no desempenho de procedimentos pré-hospitalares, estes procedimentos não representam o cuidado definitivo do paciente com trauma hipovolêmico com lesões penetrantes. DISCUSSÃO: - Smith et al. mostrou em um estudo que o tempo necessário para iniciar uma infusão IV no ambiente préhospitalar (8.6 -12.6 minutos) foi maior do que o tempo de transporte. - No cenário do choque hemorrágico grave, alguns cirurgiões de trauma acham que os acessos periférico IV são inadequados para reanimar pacientes. - Muitas vezes a taxa de perda de fluido é maior do que a taxa de administração através de uma acesso IV. DISCUSSÃO: - Muitos defendem que fluidoterapia deve ser adiada até o reparo definitivo. - Bickell realizou um estudo prospectivo randomizado, envolvendo 598 pacientes com ferimentos penetrantes do tronco. - O benefício de sobrevida significativa foi alcançada no grupo de atraso da reanimação (62%) quando comparado com o grupo de reanimação imediata (70%). CONCLUSÕES: - A realização de procedimentos pré-hospitalares em vítimas de trauma penetrante tiveram um impacto negativo na sobrevida após toracotomia de emergência na população de estudo. - Concluímos que a sobrevivência de pacientes gravemente ferido com trauma penetrante seria melhorada se a intervenção de campo fossem mínimos e os procedimentos forem restritos até a chegada hospital. CONCLUSÕES: - Os paramédicos devem intervir a um mínimo ou “colher e correr” nessa configuração. - Estas recomendações são sugeridas para os pacientes com trauma penetrante na proximidade de uma zona urbana. • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • REFERENCES 1. Durham LA III, Richardson RJ, Wall MJ Jr, et al. Emergency center thoracotomy: impact of prehospital resuscitation. J Trauma. 1992; 32:775–779. 2. Cayten CG, Murphy JG, Stahl WM. Basic life support versus advanced life support for injured patients with an injury severity score of 10 or more. J Trauma. 1993;35:460–466. 3. Sampalis JS, Lavoie A, Williams JI, et al. Impact of on-site care, prehospital time, and level of in-hospital care of survival in severely injured patients. J Trauma. 1993;34:252–260. 4. Kaweski SM, Sise MJ, Virgilio RW. The effect of prehospital fluids on survival in trauma patients. J Trauma. 1990;30:1215–1218. 5. Smith JP, Bodai BI. The urban paramedic’s scope of practice. JAMA. 1985;253:544 –548. 6. Stewart RD, Paris PM, Winter PM, et al. Field endotracheal intubation by paramedical personnel: success rates and complications. Chest. 1984;85:341–345. 7. Jacobs LM, Berrizbeitia LD, Bennett B, Madigan C. Endotracheal intubation in the prehospital phase of emergency medical care. JAMA. 1983;250:2175–2177. 8. Hedges JR, Feero S, Moore B, et al. Factors contributing to paramedic on-scene time during evaluation and management of blunt trauma. Am J Emerg Med. 1988;6:443– 448. 9. Winchell RJ, Hoyt DB. Endotracheal intubation in the field improves survival in patients with severe head injury. Arch Surg. 1997; 132:592–597. 10. Spaite DW, Tse DJ, Valenzuela TD, et al. The impact of injury severity and prehospital procedures on scene time in victims of major trauma. Ann Emerg Med. 1991;20:1299 –1305. 11. Stratton SJ, Brickett K, Crammer T. Prehospital pulseless, unconscious penetrating trauma victims: field assessments associated with survival. J Trauma. 1998;45:96 –100. Prehospital Procedures Before ED Thoracotomy Volume 63 • Number 1 119