ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL E DIREITOS SOCIAIS: CONSOLIDAÇÃO E CRISE Adriano Nascimento Do Estado abstencionista para o Estado interventor (causas) A revolução industrial e suas consequências como proletarização, urbanização, modifição das formas tradicionais de vida (campesinas), mudanças nas condições de trabalho A crise econômica de 1929, caracterizada por profunda depressão e altas taxas de desemprego, demonstra a necessidade de intervenção do Estado na economia como propiciador de ações coordenadas entre iniciativa privada e ação governamental A Segunda Guerra Mundial que impõe uma a assunção de um papel controlador dos recursos sociais, bem como uma atitude prática do ente estatal no sentido de manter a produção, a distribuição, o controle da economia, não se limitando à atitude repressora Do Estado abstencionista para o Estado interventor (causas) As crises cíclicas demonstram as fissuras do liberalismo em seu viés econômico, demonstrando tanto a ação nefastas dos monopólios como a força desagregadora da desigualdade social Os movimentos sociais, sobretudo o movimento trabalhista, questionam o dogma da livre força do mercado, como uma mão invisível, e sustentam a tese de que o interesse social é incompatível com a livre concorrência A contraposição das liberdades positivias, ou seja, as liberdades sociais, às liberdades negativas, a não intervenção como sinônimo de liberdade Marcos histórico-jurídicos A Revolta Popular de 1910 e a Constituição Mexicana de 1917 A Revolução Russa de 1917, a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado de 1918 e a Constituição da República Socialista Federativa Soviética da Rússia A efêmera República Socialista de Munique em 1918 e a Constituição da República de Weimar em 1919 O entre guerras e a crise dos anos 30 O padrão de acumulação capitalista baseado no capital monopolista A ausência de regulação econômica A natureza cíclica das crises Os Estados Unidos: a crise de 1929 e o New Deal A recuperação alemã e ascensão de Hitler O New Deal nos Estados Unidos e o Nazismo na Alemanha: respostas intervencionistas à crise Figura 1 - Taxa de desemprego nos Estados Unidos e na Alemanha, 1920-1938 30 25 20 15 10 5 EUA 1938 1937 1936 1935 1934 1933 1932 1931 1930 1929 1928 1927 1926 1925 1924 1923 1922 1921 1920 0 Alemanha Fonte: Maddison, Dynamic forces in capitalist development, pgs.260-261 O fim da II Guerra Mundial A necessidade de deter o avanço comunista O Plano Marshall A Reconstrução Européia A premente necessidade de regulação estatal para evitar crises O Estado de Bem-Estar Social O medo das instabilidades sociais O Estado como planejador e gestor da economia Os gastos públicos, o pleno emprego e os benefícios sociais Gastos públicos no Estado de Bem Estar Social Tabela 1 – Evolução da taxa de cobertura da força de trabalho pelos mecanismos de proteção social em países e anos selecionados (% em relação a PEA) Acidente de trabalho Seguridade pública Segurodesemprego 1900 1945 1970 1900 1945 1970 1900 1945 1970 Alemanha 75 90 98 44 60 97 0 45 72 França 10 55 80 9 52 120 0 — 50 Itália 5 50 65 6 60 141 0 36 48 Inglaterra 76 75 93 0 111 160 0 62 74 Suécia 7 70 74 13 84 160 0 27 55 Gastos públicos no Estado de Bem Estar Social Figura 2 - Gastos públicos totais dos Estados Unidos em relação ao PIB, 1880-1991 (%) 35 30 % do PIB 25 20 15 10 5 0 1880 1914 1924 1934 anos 1967 1980 1991 Fonte: CANO, Wilson. Introdução à Economia: uma abordagem crítica. Constitucionalismo social e direitos de segunda dimensão Os direitos econômicos, sociais e culturais – ou de segunda geração – são as garantias do indivíduo como integrante da sociedade. São eles: O Direito ao Trabalho e, relativos a este, a garantia de emprego, o direito de co-gestão das empresas, o direito à justa remuneração e o direito à greve. O direito à sindicalização O direito à seguridade social. O direito à saúde e à educação O direito de acesso aos bens das ciências e da arte. Proteção e assistência à família, à mãe e às crianças Proteção contra a fome Estado social e as liberdades positivas “Surgiu, então, uma nova formulação de liberdade, desta vez de sentido positivo (liberdade positiva), que invocava a efetiva participação do Estado nos assuntos da sociedade, para, inclusive, tornar as liberdades individuais possíveis. Subjacente a essa concepção, encontra‐se a idéia de que a liberdade, como princípio matricial, não deve ser engessada numa postura negadora da participação social do Estado e, por isso, precisa associar‐se a um outro princípio matricial: a igualdade substantiva (e não só formal), que implica equidade e justiça social. É o que Della Volpe chama de liberdade igualitária” (Potyara Pereira in Estado, Sociedade e Esfera Pública). Estado Moderno Estado Absolutista Estado Liberal Estado de Direito Estado legal Estado social de direito Questão social Prestações positivas Direitos sociais promoção Constituição Mexicana de 1917 Direitos sociais Estado social de direito Liberdade positiva e redução da desigualdade Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado de 1918 Constituição da República Socialista Federativa Soviética da Rússia (1919) Constituição da República de Weimar (1919) Constituição do Uruguai de 1934 Crise do Estado de Bem Estar Social Crise do Capital nos Anos 1970: crise clássica de superprodução Esgotamento do padrão de consumo Crise fiscal do Estado Insuficiências da medidas keynesianas anti-cíclicas Ofensiva monetarista Globalização econômica e financeira