O ACIDENTE DO CÉSIO 137
Desastre ou acidente?
DESASTRE
Resultado de eventos
adversos, naturais ou
provocados pelo
homem, sobre um
ecossistema
(vulnerável), causando
danos humanos,
materiais e ou
ambientais e
conseqüentes prejuízos
econômicos e sociais.
ACIDENTE.
Evento definido ou
seqüência de eventos
fortuitos e não
planejados, que dão
origem a uma
conseqüência
específica e
indesejada, em termos
de danos humanos,
materiais ou
ambientais.
DESASTRE, ACIDENTE OU
CRIME?
“Crime culposo”
(Dalmo Dallari)
Imprudência, negligência ou imperícia
O OLHAR DO ESTADO
Custo– inviabilidade de um governo
Assistência- protocolos de
acompanhamentos médico,
psicológico, serviço social e
odontológico;transporte;
medicamento
•
O OLHAR DA SVISA
• Carta de Goiânia- Carta de Vitória – CF/88
• Status –Responsabilidade-Referência
• Conhecimento Técnico
O OLHAR EXTERNO
Sofrimento social
Vítima
Preconceito
Ministério Público
C.Científica
244 níveis de
radioatividade
44 isolados
21 internados
04 mortes
O OLHAR DO SERVIDOR VISA
• Exposição = contato externo=exposição
direta
• Contaminação = interno=ingestão ou
inalação
1. A peça radioativa (um cilindro com aspecto de
alumínio dentro de uma saco de estopa) chegou à
VISA/GO, um sobradinho na Rua 16-A, Setor
Aeroporto, por volta das 10:00 hs, no dia 28 de
setembro de 1987, tendo sido trazida por um casal,
que se encaminhou à então Divisão de Cadastro
para fazer a reclamação de que “aquela peça
tinha uma pedra dentro que estava fazendo mal
para sua família, e que um médico sugeriu levar a
mesma para a VISA/GO para ser examinada".
O saco foi então levado da sala da Divisão de
Cadastro para uma mesa na Divisão de Alimentos,
no andar inferior, aí permanecendo até o outro
dia,sendo retirada da mesa e colocada em uma
cadeira, até que por ordem do então chefe de
Divisão de Alimentos, o referido saco foi levado por
dois funcionários para o pátio de entrada da
VISA/GO, pois estava atrapalhando já que emitia
reflexos na parede o que dificultava o trabalho dos
funcionários.
2. Os funcionários tiveram nestes dois
dias
expediente normal, trabalhando junto à fonte
radioativa, sendo que a mesma ainda não havia
sido identificada com tal.
3. Vários funcionários olharam a peça de perto,
abriram o saco, cheiraram, ou para verem seu
brilho quando a luz era apagada, ou na tentativa
de identificar o material.
4. Quando viam a peça, os funcionários sugeriam, na
tentativa de identifica-la, diversas soluções tais
como, encaminha-la ao setor de toxicologia. Uma
colega sugeriu que a mesma seria radioativa,
sendo a partir daí feito um contato com os técnicos
da CNEN.
5. No dia 29 de setembro de 1987, uma funcionária
atendeu telefonema de um senhor que dizia ser
físico, dizendo para evacuar o local, pois a peça
que estava naquele local era altamente radioativa.
Desesperada e sem entender a linguagem usada
pelo físico, a funcionária avisou a todos que aquele
saco com a peça que estava naquela cadeira era
altamente radioativa e que era para todos saírem
do prédio imediatamente.
6. Após o recebimento deste telefonema que
alertava para o perigo da fonte e solicitava
evacuação imediata dos funcionários do local, só
então os mesmos deixaram o local.
7. No dia 30 de setembro, alguns funcionários, por tomarem
conhecimento das notícias veiculadas na imprensa,
dirigiram-se ao Estádio Olímpico para medir a Radiação com
os técnicos da CNEN. Nem todos foram atendidos e
receberam informações diversas, inclusive a de que o
exame de contagem de corpo inteiro era só para a pessoa
que houvesse tido contato direto com o Césio.
8. Alguns funcionários receberam notificação para fazerem
exames médicos, não tendo sido esta notificação estendida
a todos.
9. Alguns funcionários solicitaram eles mesmos que seus exames
fossem feitos.
10.
Alguns funcionários realizaram exames por
conta própria em laboratórios particulares.
11. Dos que receberam notificação alguns fizeram,
na ocasião, exames de corpo inteiro, urina, fezes,
citogenético e micronúcleo, ou apenas um ou mais
dos citados, recebendo o resultado de forma
verbal, muitos meses após o acidente.
12.
Os nomes dos funcionários da VISA/GO foram
veiculados na imprensa escrita em reportagens tais
como: VEJA A LISTA DOS CONTAMINADOS”.
13.A falta de informação coerente com o ocorrido, a confusão e
aglomeração de pessoas no Estádio Olímpico, o medo
gerado pelas notícias veiculadas, a discriminação por parte
de muitos quando um funcionário da VISA/GO era
identificado, ignorância sobre os termos usados pelos
técnicos da CNEN que dificultavam saber se fora
contaminado, irradiado ou ambos, foram situações vividas
na ocasião pelos funcionários da VISA/GO.
14.
Os funcionários da VISA/GO foram diferenciados nas
ações e decisões pós-acidente, tais como encaminhamento
ou não
encaminhamento
para exames completos;
acompanhamento médico ou não; pensão vitalícia ou não;
liberação do pagamento ao Ipasgo ou não; inclusão em tal
ou qual grupo ou não.
15.
Até a presente data os funcionários continuam sendo
discriminados estando a maioria excluídos dos direitos
concedidos a outros radioacidentados, ficando inclusive
excluídos dos benefícios concedidos pela Lei 14.226/2002.
17. Mesmo estando excluídos da Lei acima mencionada, muitos
entraram com Processo na AGAMP, sendo que a maioria dos
processos foram arquivados, tendo a pensão sido oferecida a
apenas quatro servidores;
16.
Os funcionários possuem documentos que comprovam
a presença na então Coordenação de Vigilância Sanitária
nos dias em que a peça radioativa esteve no local, o que nos
autoriza inclusive a refazer parte da história do acidente.
O ESQUECIMENTO
• Superintendência Leide das Neves
TOTAL DE APARELHOS CADASTRADOS
Subatividade
Total de
Estabelecimentos
Clínica de Imagenologia
Serviço de Medicina Nuclear
Serviço de Radiodiagnóstico Médico
5
14
324
Serviço de Radiodiagnóstico Odontol.
Serviço de Radioterapia
1517
15
Fonte: SVISA/GO/2005
TOTAL DE ESTABELECIMENTOS CADASTRADOS
Subatividade
Clínica de Imagenologia
Policlínica Odontológica
Serviço de Medicina Nuclear
Serviço de Radiodiagnóstico Médico
Serviço de Radiodiagnóstico Odont.
Serviço de Radioterapia
Fonte: SVISA/GO/2005
Total de
Estabelecimentos
21
1
8
392
2077
8
TAREFA
Morder o fruto amargo e não
cuspir
Mas avisar aos outros quanto é
amargo,
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é
injusto
sofrer o esquema falso e não
ceder
Mas avisar aos outros quanto é
falso:
Dizer também que coisas são
mutáveis...
E quando em muitos a noção
pulsar- do amargo e injusto e falso
por mudar- então confiar à gente
exausta o plano
De um mundo novo e muito mais
humano.
(Geir Campos)
FELIZ NATAL !
Boas Festas!
FELIZ ANO NOVO!
Maria Cecília Martins Brito
[email protected]
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CÉSIO 137 - GOIÂNIA