REVOLUÇÃO FRANCESA Introdução Foi o conjunto de eventos que, de 1789 a 1799, alterou o quadro político, econômico e social da França. Antes da revolução, a França era caracterizada pelo Antigo Regime, ou seja, o absolutismo monárquico, o mercantilismo e a sociedade estamental. AULA DADA A revolução rompeu com o antigo regime, que dominava a Europa desde o século XV. Tornou-se, assim, um importante marco histórico, iniciando a Idade Contemporânea. A Revolução Francesa inspirou reformas em outros países, além de ter influenciado na independência das colônias espanholas e na proclamação da independência do Brasil. Introdução Embora seja uma revolução burguesa, houve forte participação popular; Representa o momento em que a burguesia, já detentora do poder econômico, atinge o PODER POLÍTICO. AULA DADA Causas Dentre as principais causas da Revolução Francesa, podemos destacar o custo da monarquia, pois o rei Luís XVI e a sua corte gastavam enormes quantias para sustentar seus privilégios. AULA DADA As ideias iluministas também influenciaram o desejo por reformas políticas e econômicas. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade acabaram estampados nas cores da bandeira e também no hino da França. O gasto com guerras pesou na economia do país. A França participou da Guerra da Independência dos Estados Unidos e perdeu a Guerra dos Sete Anos, contra a Inglaterra. Causas Além disso, o quadro econômico na França era péssimo e a fome ameaçava a população. Secas prejudicavam a agricultura e acentuavam a miséria. Havia escassez de alimentos, o que aumentava ainda mais a revolta da população. A divisão da sociedade francesa também pode ser considerada causa da revolução, pois não havia mobilidade e a posição social dependia do nascimento. AULA DADA Causas No século XVIII, a burguesia se sentia prejudicada pela intervenção do Estado na economia (Mercantilismo) Politicamente, o reinado de Luís XVI caracterizava uma monarquia absolutista (poder ilimitado e de origem divina). AULA DADA Divisão da sociedade A sociedade francesa era estamental, dividida em três estados ou ordens. sem mobilidade social, que mantinha os privilégios de nascimento da nobreza. AULA DADA Primeiro estado: CLERO ALTO - Bispos, abades (origem nobre) BAIXO - Padres (origem popular) Segundo estado: NOBREZA Terceiro estado: POVO DE SANGUE (herdeiros da nobreza feudal) DE TOGA (Burgueses que compravam ou ganhavam títulos de nobreza) BURGUESIA: Alta, Média e Pequena. POBRES – Camponeses, trabalhadores urbanos e desempregados. Divisão da sociedade Obs.: O primeiro e o segundo estados tinham isenção de impostos, logo o Estado francês era sustentado pelo terceiro estado (burguesia). AULA DADA No início da década de 1780, a França se encontrava em uma grave crise econômicofinanceira . Suas principais causas foram: Guerra dos Sete Anos (1756-63), contra a Inglaterra: muitas despesas militares e perda de regiões coloniais; Guerra de Independência dos EUA: empobreceu os cofres públicos em mais de dois bilhões de libras; Tratado comercial de 1786, assinado com a Inglaterra (vinhos franceses em troca de tecidos ingleses) levou à falência de indústrias francesas e aumentou o descontentamento burguês. Fenômenos climáticos prejudicaram as colheitas e aumentaram o preço do trigo e do pão, causando fome e aumentando a insatisfação popular; Os gastos da nobreza parasitária e o luxo das festas da corte francesa no Palácio de Versalhes eram bancados pelos impostos pagos pela burguesia. A INSATISFAÇÃO da maioria esmagadora da população contra a monarquia fazia da França um terreno fértil para os ideais iluministas de “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. A Liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix Etapas da Revolução. Assembleia dos Estados Gerais (1789): Para resolver a questão dos impostos, o rei convoca a Assembleia dos Estados Gerais, com representantes dos três estados; Cada estado tinha direito a um voto, mas a burguesia queria uma votação por indivíduo, o que levou a violentas discussões; Diante da impossibilidade de resolver a questão, o terceiro estado se separou dos demais, declarando-se ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE. 1ª fase: Assembleia Nacional Constituinte (1789-91) A Constituição representaria o absolutismo monárquico na França; fim do Em Paris, o povo invadiu a antiga prisão da Bastilha, num momento que representou, simbolicamente, o fim do Antigo Regime; Na zona rural, os camponeses invadiram castelos, incendiaram plantações e massacraram membros da nobreza e do clero (o Grande Medo ). A Tomada da Bastilha, 14 de julho de 1789. Decisões da Assembleia Nacional Constituinte: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (todos têm direito à liberdade e à defesa da propriedade privada); Extinção dos privilégios feudais da nobreza; Aprovação da Constituição Civil do Clero : confisco das terras da Igreja e subordinação de seus membros ao Estado francês; Promulgação da Constituição de 1791 , que estabelecia o voto censitário e a tripartição dos poderes . Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Monarquia constitucional (1791-92) Luís XVI aceitou a Constituição, mas foi pego ao tentar fugir com sua família para a Áustria e preso no Palácio das Tulherias; As monarquias absolutistas da Europa começaram a organizar uma ofensiva contra a França e, diante da invasão prussiana, a Assembleia convocou todos os cidadãos à guerra; Às armas cidadãos! Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos! Nossa terra do sangue impuro se saciará! A multidão, enfurecida, invadiu o local onde o rei estava preso, considerando-o um traidor. Os revolucionários aboliram a monarquia e proclamaram a República . Invasão ao Palácio das Tulherias, 10 de agosto de 1792. 2ª FASE: A Convenção (1792-93) Seus membros foram escolhidos por sufrágio universal Masculino e pertenciam aos seguintes partidos políticos: Girondinos – sentavam-se à direita na Assembleia e representavam a alta burguesia; Jacobinos – sentavam-se à esquerda, na parte mais alta da Assembleia e defendiam os interesses da pequena burguesia e dos sans-culottes; Planície ou Pântano – sem posição política definida, sentava-se ao centro da Assembleia, na parte mais baixa. 2ª fase: A Convenção (1792-93) A Convenção decidiu, por votação, mandar o rei deposto (Cidadão Luís Capeto) à guilhotina; A execução do rei levou as nações absolutistas – Áustria, Prússia, Espanha, reinos italianos, Países Baixos – e a Inglaterra a formar a Primeira Coligação, contra a França; Dentro da França, houve levantes antirrevolucionários de camponeses, instigados por padres reacionários e pela pequena nobreza (Vendeia). Em junho de 1793, tem início a REPÚBLICA JACOBINA (“o Terror”), quando os sansculotes e os jacobinos, invadiram a Convenção e prenderam os líderes girondinos. Sans-culotte parisiense. República Jacobina (junho de 1793 – julho de 1794) Criação do Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução e condenava-os à morte na guilhotina; Houve a criação do ensino público e gratuito, abolição da escravidão nas colônias, tabelamento dos preços dos alimentos e a instituição do sufrágio universal masculino; Os jacobinos perderam popularidade graças à carnificina das execuções, o que levou à volta dos girondinos ao poder no Golpe do 9 Termidor . Reação termidoriana (1794-95) Execução de Robespierre na guilhotina e anulação das medidas populares tomadas pelos jacobinos; Restabelecimento da liberdade de preços e promulgação de uma nova Constituição, que estabelecia que o Poder Executivo seria exercido pelo Diretório, além do retorno do voto censitário . 3ª fase: O Diretório (1795-99) Após a queda de Robespierre, a alta burguesia voltou ao poder disposta a consolidar suas conquistas. Em agosto de 1795, foi criado o Diretório, no qual cinco membros – chamados de diretores – exerciam o Poder Executivo. Esta fase encerrou em 799. A crise econômica agravava-se a cada dia, a corrupção aumentava e faltavam alimentos. Com o passar do tempo, o governo do Diretório foi ficando cada vez mais enfraquecido. Com a França imersa no caos, e sob a ameaça de ataques internos e externos, a burguesia articulou entregar o poder a alguém influente e poderoso. Esse alguém foi o jovem general Napoleão Bonaparte, que, a partir de 1799, começou a governar a França. O Diretório (1795-99) Teve maioria girondina e sofria oposição dos jacobinos e dos monarquistas; Enfrentou tentativas de golpes dos dois grupos, como a Conspiração dos Iguais , cujo líder jacobino foi preso e guilhotinado pelos girondinos. “Graco” Babeuf. Externamente, a França ainda enfrentava, com sucesso, os países absolutistas e começou a se destacar o gênio militar de Napoleão Bonaparte; Para consolidar sua República burguesa, os girondinos apoiaram o Golpe do 18 Brumário (Bonaparte derrubou o Diretório e instituiu o Napoleão Bonaparte Consulado. Fontes: História Digital, google imagens...