Poda da videira
Sérgio Yoshimitsu Motoike
“Segundo
Pausâmias,
geógrafo
e
historiador grego, foi um jumento que,
devorando os sarmentos de uma videira,
deu aos nauplianos a idéia de podá-la”
(Inglez de Souza, 1986).
Introdução
• A videira, em seu ambiente
natural, pode atingir grande
desenvolvimento. Nessas
condições, a produtividade
é baixa e os cachos são
pequenos e de qualidade
inferior.
• A videira deve ser podada
ao início de todo ciclo
fenológico para ser
economicamente produtiva
Conceito
• Podar vem do latim putare, que significa limpar,
derramar.
• “É o conjunto de cortes executados em uma
videira , com o objetivo de limitar o número e o
comprimento dos sarmentos, proporcionando
assim um balanço racional entre o vigor e a
produção, regularizando a quantidade de uva
produzida e/ou mesmo, de conduzir a planta aos
propósitos econômicos de sua exploração”.
Objetivos da poda
• Limitar o número de gemas para regularizar e
harmonizar a produção e o vigor, evitando
excessos de produção e o esgotamento da planta.
• Proporcionar à planta uma forma determinada
que se mantenha por muito tempo e que facilite
a execução dos tratos culturais.
• melhorar a qualidade da uva e a produtividade da
videira.
• Induzir a brotação
Hábito de frutificação
A videira é uma planta
que produz no ramo
do ano, ou seja, as
brotações novas
trazem consigo a
inflorescência.
As gemas que dão origem a ramos frutíferos
são determinados em um ciclo fenológico
anterior
A, B, C – ocorrência no primeiro ciclo
D, E – ocorrência no segundo ciclo
Gema pré-determinada à produção de ramo frutífero é
denominado gema fértil e são caracterizados pela presença
de primórdios florais (PF).
Gema não determinada não produz ramo frutífero e é
denominado gema estéril
Gema Estéril
Gema Fértil
PF
MA – meristema apical; PF – Primórdio Floral
Indução floral de gemas de videiras
• Controlado geneticamente.
– A distribuição de gemas férteis ao longo do
sarmento varia em função da variedade de uva
• Influenciado pela luminosidade incidente
– Gemas expostas à luz tendem a produzir maior
número de primórdios florais. Gemas sombreadas
não produzem primórdios florais
Poda da videira
Por produzir em ramo do ano, a videira deve receber poda
drástica, eliminando-se a maior parte dos ramos velhos. O ramo
que proporcionou um broto frutífero não produz novamente,
por isso deve ser substituído por outro que ainda não tenha
produzido
Sistema de poda
• Três sistemas de poda podem ser adotados
em videiras:
– Poda curta
– Poda mista
– Poda longa seguido de poda drástica
Sistema de poda
• Adoção de um sistema de poda depende da
localização das gemas férteis ao longo do
sarmento.
• Se as gemas férteis estiverem situadas em sua
base, normalmente faz-se a poda curta; as
variedades que apresentam gemas estéreis na
base do sarmento exigem poda mista ou poda
longa seguido de poda drástica. O comprimento
dos entrenós também deve ser considerado para
a realização da poda.
Poda curta
A poda curta consiste no corte dos sarmentos
desenvolvidos no ciclo fenológico anterior à altura de
duas gemas da base.
Depois da poda
Antes da poda
Poda curta em cordão esporonado
no baixo
A poda curta é aplicada em variedades uva cuja
formação de gema fértil ocorre ao longo de todo o
sarmento, incluindo gemas da base.
Poda mista
A poda mista consiste no corte dos sarmentos desenvolvidos no
ciclo fenológico anterior, de forma alternada, sendo uma à altura de
duas gemas da base e outra com aproximadamente oito gemas
longa
curta
Vara de produção
Esporão de reposição
Poda mista em cordão esporonado no baixo
A poda mista é aplicada em variedades de
uva que não formam gemas férteis na
base dos ramos.
Esporão de renovação
gema estéril
Vara
Gema
fértil
Poda mista em cordão esporonado no alto
Em sistema de poda mista as varas são responsáveis pela
produção de frutos e os esporões responsáveis pela formação
de ramos produtivos do próximo ciclo fenológico
Poda mista em latada
No Brasil a poda mista é
aplicada principalmente em
variedades de uva de mesa
do grupo europeu (Vitis
vinifera), tais como ‘Itália’,
‘Rubí’, ‘Benitaka’ e
‘Thompson Seedless’
Esporão de renovação
Vara de produção
Poda longa seguido de poda
drástica
Em algumas regiões do Brasil, como
na região noroeste do Estado de
São Paulo é utilizado a poda longa
seguida de poda drástica.
Nesse sistema de poda a videira
recebe poda longa em um ciclo,
que coincide a colheita da uva com
bons preços e, em seguida, os
ramos recebe poda drástica, com
duas gemas para iniciar novo ciclo,
que coincide a colheita com preços
baixos, para a renovação dos ramos
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Podar - FRUCTUM