ROTEIRO
5- O Poder do Amor
6- Amparo Fraterno
7- Processo Redentor
8- No Santuário da Alma
2
PERSONAGENS
-Cipriana
-Camilo
-Pedro
-Juliana
-Candida
-Paulino
3
Capítulo 5: O Poder do Amor
Quando questionado sobre o socorro aos Espíritos que atendiam,
Calderaro comenta que o conhecimento auxilia por fora e que só
o amor socorre por dentro.
Que falariam em vão pois ainda não sabiam amá-los como se
fossem seus irmãos ou filhos. Que para eles, Espíritos de raciocínio
algo avançado, mas de sentimentos menos sublimes, os que eram
atendidos não passavam de infortunados.
Capítulo 5: O Poder do Amor
Cipriana foi apresentada, é a orientadora dos serviços de socorro do grupo em que
coopero. Cipriana, a portadora do divino amor fraternal, que ainda não adquirimos.
Singular expressão estampou-se na fisionomia da emissária, como se as referências
lhe ferissem fundo a modéstia natural. Ocultando os méritos que lhe eram
próprios, considerou: — Sabe o Divino Senhor que ainda estou a grande distância
da realização que me atribui. Sou frágil e imperfeita, e devo caminhar ainda
infinitamente para adquirir o amor que fortalece e aperfeiçoa.
Cipriana fez uma prece e se fazia mais bela, circundava-a refulgente halo. Dos
olhos do tórax, das mãos irradiavam luz. Estendeu as mãos para os dois
desventurados, atingindo-os com o seu amoroso magnetismo, e notei,
assombrado, que o poder daquela mulher sublimada lhes modificava o campo
vibratório.
Reconhecendo o poder divino de
que era dotada a emissária,
notei que o enfermo, parcialmente
liberto do corpo, e o perseguidor
implacável passaram a ver-nos com
indescritível assombro.
Capítulo 5: O Poder do Amor
O doente ajoelhou-se de súbito, dominado por incoercível comoção, e desfez-se em copioso
pranto. A comoção daquele minuto inesquecível me tocou profundamente. O outro, porém,
embora perplexo e abalado, manteve-se ereto, qual se o bendito favor daquela hora não lhe
fosse, a ele mesmo concedido.
Ela os tocou de leve na regiāo visual. Eles passaram a nos ver com assombro. Pensando ser a
virgem Maria o criminoso pediu perdāo. Havia uma imensa sinceridade aliada a imensa dor,
naquelas palavras de angústia e de arrependimento. – Pedro sou tua irmã na eternidade.
— Matei um homem!... — exclamou
A mensageira afagou-lhe o rosto — Sei disto.
Aumentou a voz sabendo que seu vingador poderia ouvir. - Pedro porque destruíste a vida de
teu irmāo? - Supunha fazer justiça.
- Cipriana pediu que se levantasse e o aconchegou ao coraçāo com tamanha meiguice.
A missionária, longe de intimidar-se, aproximou-se, tocando-o quase, e falou, humilde: – Que
fazes tu, Camilo, cerrado à comiseração?
O algoz, demonstrando incompreensível frieza, retorquiu, cruel:
– Que pode fazer uma vítima como eu, senão odiar sem piedade? - Odiar?
A condição de vítima não te confere santidade. Onde esbarrarás, meu filho, com teus
sentimentos desprezíveis? em que muralha de angústia serás algemado pela Justiça de Deus?
Capítulo 5: O Poder do Amor
Cipriana pede ajuda a Calderaro para transportar os dois para a casa de Pedro.
Este é o lar que o Pedro criminoso instituiu para criar o Pedro renovado... Aqui trabalha ele,
exaustivamente, para retificar-se perante a Lei. Assumiu uma familia com 5 filhos e sua esposa. E vc? o que tem construído nestes 20 anos? Vale a pena ser vítima, receber a palma santificante
da dor, para descer tanto na escala da vida?
Também nós, em épocas remotas, demoramos no desfiladeiro fatal, a que te conduziste.
No entanto o Senhor Todo Misericordioso nos ensinou que a verdadeira liberdade é a que nasce
da perfeita obediência às Suas leis sublimes, e que só o amor tem suficiente poder para salvar,
elevar e remir.
Em prantos — Quero ser bom, e, todavia, sofro! Porque Deus me deixou ao desamparo?!
Indagas a razão por que permitiu o Senhor atravessasses tão dura prova… Camilo, a dor expande a
vida, o sacrifício liberta-a. O martírio é problema de origem divina. Tentando solvê-lo, pode o
espírito elevar-se ao píncaro resplandecente ou precipitar-se em abismo tenebroso; porque
muitos retiram do sofrimento o óleo da paciência, com que acendem a luz para vencer as
próprias trevas, ao passo que outros dele extraem pedras e acúleos de revolta, com que se
despenham na sombra dos precipícios. Recolheu Camilo, quase maquinalmente. nos braços,
conservando os contendores conchegados ao peito, qual se lhes fora mãe comum.
Capítulo 5: O Poder do Amor
Camilo:— Mãe do Céu, libertai-me de minhas próprias paixões!
Abraçou-se à figura repulsiva do ex-verdugo.
— Irmãos, agradeço-lhes o concurso fraterno. Nosso amigo sofredor
seguirá em minha companhia.
Calderaro: O Assistente tocou-me o ombro e falou: - O coração que ama
está cheio de poder renovador.
Cap 6: Amparo Fraterno
Calderaro e André à porta de aposento modesto:
— E Cândida? como passa?
— Muito bem. Deve estar conosco, em definitivo, amanhã à noite. Irmã
Cipriana recomendou que vigiasse Cândida para que o desenlace se
realizasse com tranquilidade.
Menciona também que Cândida já poderia ter ido; no entanto, ao que
parece a filhinha que deixaria na Crosta, reclamava certas providências.
Candida uma senhora
prematuramente envelhecida,
aguardava a morte.
Prendia-se ao corpo através de fios
muitos frágeis.
9
Cap 6: Amparo Fraterno
Junto a ela, uma jovem de rosto pálido e corpo alquebrado,
acaricia os cabelos grisalhos. Era sua filha.
A mãe, no leito, preocupava-se em deixar a filha entregue aos
embates do mundo, principalmente pelas dificuldades
financeiras.
Dizia a filha, que se morresse, não se deixasse arrastar pelas
tentações. Que procurasse um trabalho digno e que não se
impressionasse com as promessas de vida fácil.
E pedia a filha que se
conformasse com os desígnios
divinos, no turbilhão das
provas humanas.
10
Cap 6: Amparo Fraterno
Calderaro: - Cândida enviuvara moça, com três filhos, dois rapazes e
Julieta, cuja educação lhe impusera amarga renúncia aos bens da
vida.
Ao término da visita, Calderaro e André acompanham a filha.
Os dois filhos, a quem revoltava a pobreza do lar materno,
abandonaram-na e a viúva perseverou na existência singela
preparando o futuro da filha.
A genitora no entanto caiu doente e
mesmo após várias intervenções, não
conseguira resultados apreciáveis.
As dificuldades financeiras foram se
acumulando e Julieta tentou recorrer
aos parentes e amigos, mas em vão.
11
Cap 6: Amparo Fraterno
Após várias tentativas sem sucesso e já desesperada com a situação,
Julieta aceita insidioso convite e passa a trabalhar em uma casa
noturna; cantaria e dançaria, melhorando a receita.
Não demorou muito e atraída pelas proposta de um homem, Paulino,
não teve forças para resistir e aceitou-lhe a proteção prematura.
Abandonou então a máquina de costura, mudou-se para a casa de
diversões noturnas, e comparecia a outros locais sempre
acompanhada de Paulino.
Julieta, no entanto, ocultava a
realidade dos olhos maternos.
E quando visitou a mãe
acompanhado de Paulino pela
primeira vez, apresentou-o como
um simples amigo.
12
Cap 6: Amparo Fraterno
Julieta se encontrava extenuada e doente; experimentava
perturbações consciências. O dinheiro abundante não lograva
atenuar-lhe o desalento.
E questionava-se: Porque não persistira na vida modesta? Como
não se confessar à mãe? E ao mesmo tempo sentia-se desculpada
pois precisava do dinheiro para socorrer a genitora e por várias
vezes tentou fontes corretas que lhe fecharam a porta.
No entanto não se encontrava só. As preces da mãe lhe
acompanhavam e também era colaboradora fiel de muitos
serviços, portanto credora de muitas bençãos.
13
Cap 6: Amparo Fraterno
Ao analisar a jovem em prantos, André notou que:
Torturantes pensamentos se lhe entrechocavam no cérebro
enfermo. Vibrações pesadas caracterizando-se pela cor muito
escura, desciam-lhe da fronte e fixavam-se no aparelho
respiratório. Represavam-se na pleura, invadiam os alvéolos e
dai passavam ao coração, influenciando as trocas sanguíneas,
momento em que a substância fluídica das emissões mentais
se esvanecia, absorvida pelas artérias. Porém, que esse
material oriundo da mente perturbada, imprimindo-se no
mecanismo fisiológico, era assimilado pelo sangue, que, a seu
turno, o restituía ao cérebro físico.
14
Cap 6: Amparo Fraterno
Calderaro comentou que a mente desvairada emite forças
destrutivas, que, se podem atingir os outros, alcançam, em
primeiro lugar, o cosmo orgânico do emissor.
Decidindo-se Julieta por um gênero de vida que lhe provoca
violentos e contínuos conflitos na mente, passou a despedir
energias fatais para ela mesma.
Nesse atrito incessante, agravado
pelas péssimas emissões fluídicas
do ambiente de que se tornou
frequentadora habitual, sua mente
desce à região dos impulsos
instintivos, experimentando extrema
dificuldade em subir ao castelo das
noções superiores, de onde a luz da
consciência lhe dirige vigorosos
apelos para que retorne à
simplicidade e à harmonia.
15
Cap 6: Amparo Fraterno
Somente quando mergulhamos no total eclipse do amor e da razão,
deliberadamente fugindo aos processos do socorro divino, mantendo-nos
nas trevas completas do ódio e da negação, defrontamos com absoluta
dificuldade de receber influências salvadoras; então, deveremos esperar
os atritos cruéis do tempo, aliados às forças, de caráter compulsivo, das
leis universais.
Calderaro remove parcialmente a massa cinzenta para que Julieta não tenha
forças de sair à noite.
Em plena madrugada, Calderaro e André
regressaram ao modesto aposento de
Cândida; esta, fora do mirrado invólucro
material, repousava nos braços de Cipriana.
E ao vê-los, saudou-os.
Em seguida, Julieta e Paulino eram trazidos
por dois irmãos do plano espiritual.
16
Cap 6: Amparo Fraterno
Cipriana dirigi-se a Paulino e pede que não partilhe do ingrato labor dos
nossos irmãos menos esclarecidos, que pretendem converter a mulher
numa cobaia infeliz para o jogo dos sentidos. Dignifica a tua existência
de homem, honrando o sacerdócio feminino.
Paulino, que chorava emocionado, pensava que não hesitaria quanto ao
casamento; todavia, encontrara Julieta fora do santuário doméstico.
Conhecera-a num círculo de pessoas menos responsáveis, em clima de
sugestões que não convidavam à elevação espiritual.
Cipriana -O amor e a confiança não
constituem obras de improviso: nascem sob a
bênção divina, crescem com a luta e
consolidam-se nos séculos. A simpatia, no
mais das vezes, é a realização de milênios. Não
te aproximarias de Julieta, com tamanho
apego, se ela já não figurasse em teu pretérito
espiritual.
17
Cap 6: Amparo Fraterno
Na manhã seguinte, o médico prognosticou a morte próxima de Cândida e
portanto, Julieta foi chamada ao aposento. Paulino compareceu em
seguida.
Ao retornarem ao quarto em que se reuniram na noite anterior encontram a
idosa quase sem energias. Paulino de joelhos, diz a Cândida para não se
preocupar pois havia acordado com o firme propósito de legalizar o
compromisso e se casar com Julieta.
A agonizante, chorando copiosamente, fez um sinal. Foi então que
Cândida, amparada por Cipriana, lhes uniu as mãos, num gesto
simbólico, osculando-as enternecidamente.
Cipriano me avisou que não tinhamos tempo a perder. A rede de amparo
espiritual nos processos tendentes à loucura, é quase infinita. A positiva
declaração de desarmonia mental constitui sempre o término de longa
luta. Claro que não incluímos os casos puramente fisiológicos, como a
invasão da sífilis na matéria cerebral. Reportamo-nos as dramas íntimos
da personalidade.
18
Cap 7: Processo Redentor
André pergunta a Calderaro como se processa a ajuda
— O senso de ordem preside-nos à atividade em todas as circunstâncias.
Quase sempre é a força intercessória que determina os processos de
ajuda. A prece, representada pelo desejo não manifestado, pelas
aspirações íntimas ou pelas petições declaradas, proveniente da zona
superior ou surgida do fundo vale, onde se agitam as paixões humanas,
é, a rigor, o ascendente de nossas atividades.
Eles vão visitar um menino de 8 anos paralítico de nascença, não anda,
não senta, vê muito mal, quase não ouve. Há dois séculos, decretou a
morte de muitos compatriotas, semeando ódio e ruínas. Viveu nas
esferas inferiores, por muito tempo. Inúmeras vitimas já o perdoaram,
muitas contudo seguiram-no, obstinadas.
19
Cap 7: Processo Redentor
Com o tempo reduziu a dois últimos inimigos, hoje em processo final de
transformação na sua reencarnação, com o propósito de completar a cura
efetiva.
André observa o corpo mal formado. Calderaro explica que o espírito não
retrocede em hipótese alguma, todavia as formas de manifestações podem
sofrer degenerescência, de modo a facilitar os processos regenerativos.
Todo mal e todo bem praticados na vida impõem modificações em nosso quadro
representativo.
Os pensamentos de revolta e de vingança, emitidos por todos aqueles aos quais
deliberadamente ofendeu, vergastaram-lhe o corpo perispiritual por mais de
cem anos consecutivos, como choques de desintegração da personalidade.
Espiritualmente ele não regrediu mas o processo de evolução, que constitui o
serviço do espirito divino, foi por ele mesmo retardado.
No império dos instintos; permitiu
a Lei que assim acontecesse,
naturalmente porque a conduta de
nosso infortunado irmão fora igual
à do jaguar que se aproveita da
força para dominar e ferir.
20
Cap 7: Processo Redentor
Os dois retornarão a este lar em breve como irmāos.
Um dos verdugos desencarnados se moveu e tocou com a destra o cérebro do
doentinho. Extrema palidez e enorme angústia transpareceram no semblante
do paralítico. A infeliz entidade emitia, através das mãos, estrias negras de
substância semelhante ao piche, as quais atingiam o encéfalo do pequenino,
acentuando-lhe as impressões de pavor. Se o amor emite raios de luz, o ódio
arremessa estiletes de treva. Nos lobos frontais recebemos os «estímulos do
futuro», no córtex abrigamos as «sugestões do presente», e no sistema
nervoso, propriamente dito, arquivamos as lembranças do passado»
Estímulos do Futuro
Sugestões do Presente
Lembranças do Passado
21
Cap 7: Processo Redentor
Os raios destrutivos alcançam-lhe a região de serviços do presente,
atingindo a zona motora, provocando a paralisação dos centros da
fala, dos movimentos, da audição, da visão e do governo de todos os
departamentos glandulares.
Esmagadora maioria dos fenômenos de alienação psíquica procedem da
mente desequilibrada
Estímulos do Futuro
Sugestões do Presente
Lembranças do Passado
22
Cap 7: Processo Redentor
— Os raios destrutivos alcançam-lhe a zona motora, provocando a paralisação dos
centros da fala, dos movimentos, da audição, da visão e do governo de todos os
departamentos glandulares. Na verdade, essa dolorosa situação cronicificou-se, pela
repetição desta ocorrência milhares de vezes, em quase duas centenas de anos.
— Examina a conduta do enfermo. Fixando a mente na extrema .<região dos impulsos
automáticos», seu padrão de comportamento é efetivamente sub humano. Volta a viver
estados primários, dos quais a individualidade já emergiu há muitos séculos.
Com a aproximação da mãe, Calderaro aproveitou para transferir fluidos sadios reparandolhe as forças nervosas. Logo após, colocou as mãos sobre os lobos frontais dela, como
atraindo a mente materna para a região mais elevada do ser, e passou a irradiar-lhe tocantes
apelos como se fora desvelado pai falando ao coração.
-A jovem mãe inclinou-se e beijou o doentinho nos lábios, com o júbilo de quem osculasse
um anjo celestial. vi, surpreendido, que numerosas centelhas de luz se desprendiam do
contacto afetivo entre ambos e se derramavam sobre as duas entidades inferiores; estas, de
sua parte, se inclinaram também, como que menos infelizes, perante aquela nobre mulher
que mais tarde lhes serviria de mãe.
— Nosso trabalho de assistência está findo. Vamo-nos.
23
Cap 8: O Santuário da Alma
André e Calderaro visitam Marcelo que apresentava convulsões epiléticas.
Por desajustes do passado Marcelo criou muitos inimigos que o mantiveram
longo tempo em zonas inferiores, transformados de vitimas a algozes,
causando desequilíbrios psíquicos no seu perispírito.
Atualmente Marcelo é portador de sentimentos generosos, é espírita,
trabalha ativamente em pro do próximo e está consciência da sua
necessidade de equilíbrio.
24
Cap 8: O Santuário da Alma
À proporção que ele se esforço no conhecimento das verdades divinas, os ataques
epiléticos noturnos diminuem, cooperando com a sua própria vontade no terreno
da aplicação prática das lições recebidas, ele sente que passa cada vez melhor, a
medida que se reforça intimamente, recuperando a saúde perdida.
Podemos perceber a importância da consciência de reajustarmos o que foi
desajustado e perseverarmos como um tratamento.
Observemos também que não conseguimos fugir das consequências escolhidas sem
vivência-las e trata-las.
Precisamos acolher e entender que estamos ainda tratando de dores velhas.
25
Cap 8: O Santuário da Alma
Mui raramente ocorre por meras alterações no encéfalo, como sejam
as que procedem de golpes na cabeça.
– Geralmente, é enfermidade da alma, independente do corpo físico,
que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas.
Calderaro pergunta a André : Lembra-te dos reflexos condicionados de
Pavlov?
Sim - da famosa experiência com cães. O caso de Marcelo verifica-se
em consonância com os mesmos princípios.
26
Cap 8: O Santuário da Alma
A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista de um pedaço
de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da carne e sua
olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o efeito sobre o
animal? uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça para ver de onde vem
aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a
ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocar da
campainha provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a
carne. A campainha torna-se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo do animal
reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade
digestiva etc. Um estímulo que nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a
ser capaz de provocar modificações digestivas.
27
Cap 8: O Santuário da Alma
Em existências passadas, errou e o remorso, imperiosa força a
serviço da Divina Lei, guardou-lhe a consciência.
Em consequência de tais desvios, perambulou desequilibrado,
exposto à dominação das antigas vítimas nos planos inferiores,
conduzindo-o à colheita do que semeara.
Desarranjou os centros perispirituais, enfermando-os para muito
tempo.
28
Cap 8: O Santuário da Alma
O instrutor que intercedeu por ele, não poderia transformar-lhe de modo visceral a situação
íntima.
Conservava-se agora desafogado dos impiedosos adversários, aos quais deveria ajudar
doravante; contudo, o organismo perispirítico arquivava a lembrança fiel dos atritos
experimentados quando desencarnado.
As zonas motoras de Marcelo, constituem uma região perispiritual em convalescença, quais
as sensíveis cicatrizes do corpo físico.
Ao se reaproximar de velhos desafetos, o rapaz, que ainda não consolidou o equilíbrio
integral, sujeita-se aos violentos choques psíquicos, com o que as emoções se lhe
desvairam, afastando-se da necessária harmonia.
Observamos aqui que podemos intensificar o desequilíbrio no mundo espiritual.
29
Cap 8: O Santuário da Alma
A mente desorientada abandona o leme da organização
perispirítica e dos elementos fisiológicos, dispersa as energias
que lhe são peculiares, em movimentos desordenados; passam,
então, essas energias a atritarem-se e a emitir radiações de baixa
frequência, aproximadamente igual à da que lhe incidia do
pensamento alucinado de suas vítimas.
Essas emissões destruidoras invadem a matéria delicada do
córtex encefálico, assenhoreiam-se dos centros corticais,
perturbam as sedes da memória, da fala, da audição, da
sensibilidade, da visão e inúmeras outras sedes do governo de
vários estímulos, podendo desencadear as convulsões, nas quais
o corpo físico esta prostrado e vencido.
30
Cap 8: O Santuário da Alma
André compreendia agora a impossibilidade de uma
psiquiatria sem as noções do espírito.
A confirmação da teoria dos reflexos condicionados não
se aplica exclusivamente a Marcelo. Temos milhões de
pessoas que, pelo hábito de se encolerizarem
facilmente, viciam os centros nervosos fundamentais
pelos excessos da mente sem disciplina, convertendose em dementes precoces, em neurastênicos de tipos
diversos ou em doentes epilépticos.
31
Cap 8: O Santuário da Alma
Calderaro diz que devido Marcelo estar consciente ele não precisa tomar
remédio, porém sofre com as convulsões devido aos resíduos do
passado.
Os hipnóticos são úteis só na áspera fase de absoluta ignorância mental,
quando é preciso neutralizar as células nervosas ante os prováveis atritos
da organização perispirítica.
Para a consciência que já acordou, o remédio mais eficaz consiste na fé
positiva, na autoconfiança, no trabalho digno, em pensamentos
enobrecedores.
Permanecendo na zona mais alta da personalidade, vencerás os
desequilíbrios, competindo-te, por isto mesmo, atacar a missão
renovadora no setor da própria iluminação e no bem do próximo.
32
33
Download

No Mundo Maior - Cap. 5 ao 8 (RosanaDR)