A Megalópole Brasileira André Urani Estudo proporcionado pela LIGHT Para apresentação na ACRJ, 11/12/2007 Equipe IETS ► Adriana Fontes ► Camila Veneo ► Cristina Couri ► Danielle Carusi Machado ► Érica Amorim ► Manuel Thedim ► Maurício Blanco Cossio Antecedentes ► Projeto IFHC-CIEPLAN: Nova Agenda de Desenvolvimento da AL ► Mobilização do setor privado para o desenvolvimento do Rio de Janeiro (ACRJ-IETS) ► Seminário IETS-IFHC-ACRJ (12 e 13 de abril de 2007) ► Duas das três prioridades do segundo mandato de Olavo Monteiro de Carvalho na ACRJ Ambiente de negócios da Região Metropolitana O lugar do Rio de Janeiro no mundo ► José Luiz Alqueres (ACRJ + Light) Motivação Brasil cresce menos do que poderia Instituições inadequadas para aproveitar as oportunidades propiciadas pelo crescimento da economia mundial ► Necessidade de aprofundar reformas dos 90 ► Agenda bloqueada, porque reformas são impopulares ► Impopularidade das reformas resulta dos seus impactos negativos sobre os indicadores econômicos e sociais das principais metrópoles, onde se concentram formadores de opinião e meios de comunicação ► Necessidade de reinventar um futuro para as principais regiões metropolitanas ► Redesenho dos territórios e do espaço público ► Inovação institucional ► Futuro do Rio não pode ser construído contra o de São Paulo (e vice-versa): pelo menos em parte, podem ser construídos conjuntamente ► ► Brasil cresce pouco Evolução do PIB 1996-2006 Índice (1996=100) 150 140 130 Brasil Mundo 120 110 100 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Ano 2002 2003 2004 2005 2006 E as metrópoles afundam Evolução do PIB das Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro; 1996-2004 Índice (1996=100) 105 100 95 SP RJ 90 85 80 75 1996 1999 2000 2001 Ano 2002 2003 2004 O freio metropolitano brasileiro Evolução do PIB Índice (1996=100) 120 110 Brasil SP+RJ 100 90 80 1996 1999 2000 2001 Ano 2002 2003 2004 Discurso anti-reformas faz sentido nas principais metrópoles ► Recessão ► Desindustrialização ► Aumento do desemprego e da informalidade ► Manutenção da desigualdade em seus patamares históricos injustificáveis ► Imobilidade social ► Empobrecimento da “classe média” ► ... Necessidade de buscar novas soluções ► Problemas das principais metrópoles não são nacionais, nem muito menos macroeconômicos ► Embora impactem negativamente no desenvolvimento do país como um todo ► Não respeitam recortes administrativos e burocráticos ► Não há instrumentos de políticas públicas prontos para serem implementados Por que a megalópole? ► ► Crise metropolitana, pelo menos em parte, provocada pela necessidade de competir Fuga dos altos custos metropolitanos ► Sindicatos (altos salários) Segurança Logística congestionada ... Mas interesse de continuar se beneficiando, na medida do possível, das benesses oferecidas pelas metrópoles: Infra-estrutura Serviços ... ► ► De-localização beneficia, em grande parte, entorno das metrópoles Particularidades históricas, geográficas, econômicas e culturais de São Paulo e Rio de Janeiro O que é uma megalópole? ► ► ► ► Extensa região urbanizada, pluri-polarizada por metrópoles conurbadas Forte integração econômica e intensos fluxos de pessoas e mercadorias Meios de transporte rápidos: trens expressos, autopistas e pontes aéreas Representa, ao mesmo tempo, concentração e dispersão: Concentração: imensa zona urbanizada forma um mercado consumidor de grandes dimensões, atraindo atividades econômicas diversificadas e de alta capitalização Dispersão: espaço da megalópole, irrigado por meios de transportes e comunicação, oferece alternativas de localização para áreas residenciais e industriais fora dos congestionamentos e problemáticos núcleos metropolitanos ► Não é apenas uma aglomeração de metrópoles, mas também uma coleção de subúrbios Exemplos de megalópoles Tokkaido ► Tóquio ► Kawasaki ► Nagoya ► Quioto ► Kobe ► Nagasaki ► Osaka ► 45 a 83 milhões de habitantes Tokkaido by night Bos-Wash ► Boston ► Nova York ► Filadélfia ► Baltimore ► Washington ► 50 milhões de habitantes Bos-Wash Chippits ► Chicago ► Pittsburg ► Cleveland ► Detroit ► 50 milhões de habitantes Megalópole renana ► Amsterdã ► Düsseldorf ► Colônia ► Bonn ► Stuttgart ► 33 milhões de habitantes Outras ► México: 34 milhões ► Jakarta: 28 milhões ► Califórnia do Sul (de Los Angeles a Tijuana): 24 milhões ► Beijing-Tianjin-Tangshan: 23 milhões ► Lagos: 22 milhões ► Dehli-Nova Dehli: 18 milhões ► Cairo: 16 milhões ► Grande Buenos Aires: 12,4 milhões A Megalópole Brasileira Menos de 1% do território nacional Vista aérea da Megalópole Brasileira Divisões administrativas Dimensões ► 232 municípios em 3 Estados (SP, RJ e MG) ► 82.616 km2 (0,97% do território nacional) ► 41,7 milhões de habitantes (22,66% da população brasileira em 2007) ► PIB (2004) = 420 bilhões de Reais (35% do PIB brasileiro) A maior megalópole do hemisfério sul Milhões de habitantes População das principais megalópoles 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Bos- Chippits Tokkaido Wash MB México Renana Jakarta Megalópole GBA Indústria e serviços Participação da MB no PIB setorial brasileiro 50 40 30 (%) 20 10 0 Agropecuária Indústria Setor Serviços O afundamento das metrópoles é compensado, em grande parte, pelo dinamismo do resto da MB Evolução do PIB Índice (1996=100) 190 180 170 160 150 140 Brasil SP+RJ RMB MB 130 120 110 100 90 80 1996 1999 2000 2001 Ano 2002 2003 2004 Desconcentração da atividade econômica Composição regional do PIB da Megalópole Brasileira; 1996 e 2004 60 50 (%) 40 1996 2004 30 20 10 0 NF RS ZM BL RJ CV Região VP BS SP JC Principais características ► Taxa de urbanização: 96% (Brasil: 81%) ► Densidade demográfica: 505 habitantes / km2 No Brasil: 22 Apenas 128 municípios brasileiros têm uma densidade > ► Renda domiciliar per capita: 460 Reais mensais (2000) (55% > que média brasileira) ► 8,4 milhões de pobres (14,2% dos pobres do Brasil) ► 4 milhões de indigentes (15,9% dos indigentes do Brasil) Principais ativos da Megalópole Brasileira Alguns números ► ► ► ► ► ► ► ► ► ► ► 10.676 estabelecimentos de saúde públicos (23,7%) 12.883 estabelecimentos de saúde privados (40,4%) 75,6 médicos a cada 100.000 habitantes (contra 1,2 no Brasil como um todo) 5.605 agências bancárias (30,7%) 93 shoppings (26,9%) 515 bibliotecas públicas (7,9%) 270 museus (13,5%) 394 teatros ou salas de espetáculos (17,2%) 291 cinemas (22,5%) 4.043 hotéis (20,5%) 37.319 restaurantes (32,8%) Educação ► Taxa de analfabetismo de adultos: 7,9% (16%) ► Matrículas na educação básica (rede pública): 8.157.000 (19,1%) ► 303 Instituições de Ensino Superior (18,6%) 37 públicas (16,5%) 266 privadas (19%) ► 670.000 universitários (24,1%) ► 27.499 mestres (29%) ► 25.364 doutores (43%) Estrutura econômica da Megalópole Brasileira ► 701.835 estabelecimentos registrados (24,8% dos estabelecimentos brasileiros) ► 61,7% possuem até 4 empregados (68,4% no Brasil) ► 895 estabelecimentos com mais de 1.000 empregados formais (30%) Emprego formal na Megalópole Brasileira ► 10,82 milhões de vínculos (30,8%) ► 44,3% em empresas com menos de 100 empregados ► 38,5% da massa salarial brasileira ► Salário médio 25% superior ao brasileiro Mais indústria e serviços Menos agropecuária e administração pública Composição setorial do emprego 40 35 30 25 (%) 20 MB Brasil 15 10 5 0 EM IT SIUP CC COM Setor de atividade SER AP AGR Recursos naturais ► ► 1.200 km de litoral Baixadas: dos Goytacazes (ou Campista), dos Rios Macaé e São João, da Guanabara e de Sepetiba. ► ► ► Rios: Paraíba do Sul (464 km), o rio da urbanização brasileira Guandu Itabapoana Macabu ... Itatiaia Serra da Bocaina Restinga de Jurubatiba Tijuca Serra dos Órgãos 5 Parques nacionais: Mais de 40 parques estaduais Principais estradas e aeroportos Epicentro da navegação aérea brasileira Aeroportos da Megalópole 60% 51% 50% 47% 46% 40% 30% 24% 20% 10% 0% Número de Aeroportos Fonte: INFRAERO Aeronaves Passageiros Carga (Em Kg) Redesenhando a Megalópole Brasileira É assim... Mas faria mais sentido assim: Mapa do dinamismo econômico da Megalópole Brasileira (1996-2004) AGR IND SER Total NF -0.01 86.64 3.43 90.06 RS -0.28 1.60 1.62 2.94 ZM -0.21 1.44 -1.73 -0.50 BL -0.01 38.43 3.77 42.19 RJ 0.01 -10.20 -65.58 -75.78 CV 0.02 0.52 3.22 3.76 VP -0.79 33.86 6.22 39.29 BS 0.12 8.90 -9.75 -0.73 SP 0.67 0.13 -70.74 -69.94 JC 0.87 23.23 4.41 28.51 Total 2.65 199.89 -102.54 100.00 Em outras palavras: ► Os fatores que minimizam a situação crítica de afundamento econômico das Regiões Metropolitanas de Rio de Janeiro e São Paulo são: O petróleo no NF O petróleo e o turismo nas BL A indústria de transformação no VP e em JC ►O território está perdendo espaço no setor serviços, em relação a outras regiões brasileiras Vocações complementares NF: Extração de petróleo e gás RS: Confecções, turismo, TI ► ZM: Têxteis, confecções, automobilística ► BL: Turismo, extração de petróleo e gás ► RJ: Turismo, logística, cultura, audiovisual, educação, saúde, entretenimento, petroquímica, siderurgia, resseguros... ► CV: Turismo, indústria naval, geração de energia ► VP: siderurgia, automobilística, aeronáutica, eletrodomésticos, educação ► BS: logística, turismo ► SP: setor financeiro, centro de negócios, petroquímica, novas tecnologias, educação, saúde, logística... ► JC: petroquímica, automobilística, educação, logística... ► ► Questões em aberto ► Contornos ZM entra mesmo? Porque não estender até ► Vitória ► Sorocaba ► Belo Horizonte ► Institucionalidade Interesse público, mas direito privado Governança compartilhada ► Diferentes governos, ► Setor privado ► Sociedade civil em diferentes instâncias (mas minoritariamente) “Pick-up the winners” Capacidade de investimento e de endividamento Sustentabilidade Considerações finais ►A megalópole como aprofundamento da revolução brasileira (SBH) ► É preciso que a vanguarda brasileira se assuma enquanto tal para que o Brasil avance mais rapidamente Obrigado! [email protected]