ADMISSÃO DO RECÉM-NASCIDO NO CENTRO OBSTÉTRICO PROFª MÔNICA I. WINGERT TURMA 201 TERMOS UTILIZADOS • Neonatologia: ramo da pediatria que se especializou no recémnascido. (a palavra se compõem de neo+nato+logia= o estudo do recémnascido). • Recém-nascido é o neonato ou recém-nato é a criança nas primeiras semanas de vida após o nascimento, ou seja, até o 28º dia de vida. • Nascimento é o processo pelo qual o concepto, vivo ou morto, é expulso ou extraído da mãe, independente da idade gestacional. • Nascido vivo é um produto de concepção expulso ou extraído completamente do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, que após a separação mostra algum sinal de vida. • Considera-se sinais de vida: -movimentos respiratórios; -batimentos cardíacos; -pulsação do cordão umbilical; -movimentos voluntários da musculatura. • Aborto é um produto de concepção (feto ou embrião), expulso ou extraído completamente do corpo da mãe, apresentando ou não evidência de vida, pesando 500gr ou menos, com idade gestacional de 20 a 22 semanas. Quando não há como aferir o peso ou estimar a idade gestacional, pode-se utilizar a medida crânio-calcanhar (menor que 25 cm). • Período perinatal são fetos de 28 semanas ou mais, com peso ao nascer igual ou maior que 1.000gr, e os RN com até sete dias de vida. RECÉM-NASCIDOS (RN) O recém nascido é classificado, segundo a sua idade gestacional, da seguinte forma: RN PRÉ-TERMO É a criança nascida em um período inferior a 37 semanas de gestação, que apresenta as seguintes características: -Estatura geralmente inferior a 47 cm. -Peso geralmente inferior a 2.500 kg(o RN a termo que apresenta este mesmo peso é chamado de PIG- pequeno para a idade gestacional). -Edema ocular intenso. -Membros compridos em relação ao corpo. -Excesso de lanugem. -Ausência de vérnix caseoso. -Testículos geralmente ausentes da bolsa escrotal.- Intenso edema dos grandes lábios. -Predisposição á infecções. -Reflexos deficientes. -Insuficiência respiratória grave, por formação da membrana hialina e ausência de substância surfactante dentro dos alvéolos. - Predisposição á hemorragias. RN A TERMO É a criança nascida entre 38 a 40 semanas da gestação, que apresenta as seguintes características: -peso acima de 2.500kg (o RN a termo é chamado de AIG- adequado para a idade gestacional). RN acima de 4001Kg é considerado GIG- grande para a idade gestacional. *Vérnix caseoso (substância gordurosa e esbranquiçada que recobre o corpo para proteção da pele. *Milia sebácea (pequenos pontos de acúmulo de gordura na pele sempre localizados na face. *Manchas Mongólicas(manchas azuladas que aparecem geralmente na região glútea, podendo diminuir ou perdurar por toda a vida. -Lanugem (pelos finos e felpudos que recobre, todo o corpo e desaparecem após o primeiro mês de vida. *Fontanelas (partes moles existentes entre os ossos do crânio e que se fecham com o decorrer do crescimento) as fontanelas deverão apresentar-se planas. *Turgor no RN hidratado a pele túrgica e elástica, que quando pinçada retorna rapidamente à posição anterior. Se o RN estiver desidratado a pele voltará lentamente a posição anterior. *Coloração depende da base racial, os RNs da raça branca são rosados, os de raça negra tendem para o avermelhado. Uma pele pálida sugere geralmente anemia, vasoconstrição periférica, choque, asfixia ou edema . *Icterícia é a cor amarelada na pele e das mucosas causadas pelo acúmulo da bilirrubina. *Cabeça é grande em relação ao corpo (sendo o perímetro cefálico de 33 á 35 cm normal), pode ocorrer uma sobreposição dos ossos do crânio, devido a uma adaptação ao canal de parto, voltando a posição normal logo nas primeiras horas de vida. *Bossas (saliências no couro cabeludo, que ocorrem devido a pressões sofridas pelos tecidos durante o trabalho de parto), podem ser edemas ou hematomas que desaparecem na primeira semana. *Pescoço – a pele geralmente se adapta bem recobrindo toda a região. Pode ocorrer: -bócio congênito se a mãe tiver hipotireoidismo ou ter recebido tratamento antitireóideo ou iodo durante a gestação. -torcicolo congênito quando a cabeça fica mantida em um dos lados com o queixo apontado para o lado oposto. -clavícula deve ser palpada para descartar a presença de fratura. *Tórax (podem apresentar tumefação dos mamilos). -assimetria pode denominar malformação do coração, pulmões, coluna ou costelas; -posição dos mamilos: afastados sugere síndrome de Turner (aparência feminina); -mamas ingurgitadas: presença de hormônios maternos. *Abdômen apresenta-se abaulado pelo aumento fisiológico do fígado e baço. *Membros curtos em relação ao corpo.- Reflexo de moro (hiperextenção dos quatro membros, seguida de flexão). -Frequência cardíaca(FC) varia entre 120 e 160 bat/min. -Frequência respiratória (FR) de 40 a 60 respiração/min, caracteriza-se por ser uma respiração abdominal superficial. -P.A aproximadamente de 80 x 40 mmHg. -Temperatura apresenta-se entre 36,5 e 37º C *Cordão umbilical possuem 2 artérias e 1 veia. *Instabilidade térmica (queda de temperatura caso não seja corretamente aquecido). *Genitais masculino: palpar a bolsa escrotal para verificar presença dos testículos, que pode também estar nos canas inguinais. -criptorquia: ausência dos testículos; -hidrocele: líquido na bolsa escrotal; -fimose: prepúcio aderente à glande; -hipospádia: posição ventral do meato urinário. feminina: os pequenos lábios e o clitóris são proeminentes, pode aparecer secreção mucóide esbranquiçada, causada pelos hormônios maternos. -pesquisa de imperfuração do hímen. ânus: visualizar o orifício anal, em caso de dúvida quanto à permeabilidade, usar uma sonda. O mecônio deve ser eliminado nas primeiras 24 horas de vida. *coluna espinhal do bebê deve ser avaliada em relação a concavidades, tumores, tufos de pêlos e curvatura. -espinha bífida: ausência da fusão do corpo de uma ou mais vértebras no plano médio. Em sua forma menos importante, a única evidência é uma depressão contendo um tufo de pêlos. -mielomeningocele: é a espinha bífida cística, que envolve a protusão da medula espinhal ou das meninges, em forma de bolsa. Há um déficit neurológico acentuado inferior ao nível da bolsa. RN PÓS TERMO É a criança nascida após 41 semanas de gestação, que apresenta as seguintes características: -Deslocamento quase total do vérnix caseoso. -Pele enrugada. -Pouca lanugem. -Variação da FC por estar entrando em sofrimento fetal. Imediatamente após o nascimento, deve ser realizado os seguintes cuidados com o RN: 1º SECAGEM: é realizado a primeira secagem do líquido amniótico com campo estéril, previamente aquecido, sob fonte de calor radiante para a prevenção da perda do calor. 2º POSICIONAMETO: deve-se posicionar o RN em decúbito dorsal com leve extensão do pescoço para facilitar a entrada de ar. 3ª ASPIRAÇÃO NEONATAL: Retirada delicada de muco e resquícios de líquido amniótico na boca, nariz e garganta do neonato, utilizando uma sonda de aspiração nº 5 ou 6, conectada ao sistema de vácuo, com uma pressão de 100 mmHg ou 10 cmH²O. 4º CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL: o cordão umbilical é pinçado e seccionado entre as pinças, a extremidade próxima ao RN é clampeada com um clamp plástico. 5º APGAR: é realizado pelo médico o exame físico investigando anormalidades e também realizando o teste do apgar. A Escala de Apgar foi elaborada pela doutora Virgínia Apgar em 1953, a escala é utilizada mundialmente e avalia a vitalidade e o grau de asfixia. Deverá ser feita no primeiro e no quinto minuto de vida, após o desprendimento total do neonato, devendo ser repetida no décimo minuto caso a nota permaneça baixa. AVALIAÇÃO DE APGAR SINAIS O 1 2 FC Ausente Abaixo de 100 bpm/min Lento, irregular Acima de 100 bpm/min Esforço respiratório Ausente Choro fraco Respiração regular, choro forte Tônus muscular Flácido Alguma flexão das extremidades Movimentação ativa Irritabilidade reflexa Ausente Careta Choro, espirro Cor Cianose ou palidez Corpo róseo, cianose Completamente róseo SIGNIFICADO DAS NOTAS NA AVALIAÇÃO DE APGAR 0a3 Asfixia grave 4a6 Asfixia moderada 7 a 10 Boa vitalidade, boa adaptação à vida extra-uterina AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Compreende a observação da atitude, reatividade, choro, tônus, movimentos e reflexo dos RNs. Reflexo de Moro: reflexo do braço, é desencadeado por diversos tipos de estímulos inesperados . A resposta é a extensão e abdução das extremidades, flexão dos dedos em forma de C, seguido de um movimento do braço com os dedos fletidos. Reflexo de sucção: de grande importância para a sobrevivência do RN, aparece a partir da 34ª semana de idade gestacional. Reflexo de busca: reflexo dos pontos cardeais, a estimulação dos cantos da boca faz com que a boca ou toda a face se desloquem em direção ao estímulo. Preensão palmar e plantar: coloca-se o dedo do examinador ou um lápis na base da superfície palmar ou plantar dos dedos do RN. Desencadeia um movimento de flexão forte e duradouro capaz de prender o objeto estimulante. Tônus do pescoço: se a criança estiver deitada de costas, quando a cabeça é virada rapidamente pra um lado, as extremidades daquele lado estendem-se e as do lado oposto flexionam-se; Marcha automática: quando se suspende o RN, permitindo que as plantas dos pés toquem a superfície da mesa de exame, desencadeia a marcha reflexa. Reflexo de Babinski: pode ser testado esfregando o lado externo da planta do pé para cima. A resposta é a dorsiflexão do hálux e abertura dos artelhos em leque. 6º CONTATO PELE-A-PELE: para RN sadio devemos estimular o contato pele-a-pele com a mãe o mais breve possível. Estimular o aleitamento materno. 7º AQUECIMENTO: é fundamental manter o RN aquecido, envolto aquecidos e secos. primeiramente a campos pré- • 8º PESAGEM: inicialmente é realizado a pesagem do RN, em balança própria, previamente protegida, sem nenhum tipo de material envolto ou sobre a balança. 9º CRÊDE: Após a estimulação do binômio mãe/bebê, deve-se realizar a instilação ocular de uma gota de nitrato de prata 1% (Credê), afim de evitar infecção causada por micro-organismos nocivos com os quais o RN pode ter havido contato durante o parto. • 10º VITAMINA K: Realiza-se a administração de vitamina K (Kanakion) no RN nas primeiras horas, devido ao baixo índice dessa substância no neonato, evitando assim sangramentos (doença hemorrágica do recém-nascido). É realizado a aplicação de uma injeção intramuscular na face lateral da coxa esquerda, no volume de 0,1ml/ 10UI (1mg). 11º VACINAS: de acordo com a rotina hospitalar podem ser realizadas no CO ou no AC, é recomendado que seja realizado nas primeiras 12 horas de vida. As vacinas são Hep. B e BCG. 12º MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: Ainda na sala de parto são realizadas as medidas antropométricas. Perímetro cefálico: com uma fita métrica medidos o perímetro contornando todo o diâmetro cefálico posicionando a fita acima da orelha nas laterais, posteriormente sobre a proeminência óssea do occipital e anteriormente sobre as sobrancelhas. • Perímetro torácico: com uma fita métrica envolvemos o tórax do RN realizando a passagem sobre os mamilos. Perímetro abdominal: com uma fita métrica envolvemos o abdome na linha sobre a cicatriz umbilical. Estatura: com régua própria de estatura, colocamos o RN em decúbito dorsal sobre a mesa e esticamos os membros com a mão sobre o joelho adaptando a régua ao tamanho do RN. • 13º IDENTIFICAÇÂO DO RN: Nesse momento é realizado o preenchimento do cartão da criança com dados e impressão plantar, assim como a DN (declaração de nascido-vivo). Também é realizado a colocação da pulseira de identificação com o nome da mãe e demais dados institucionais. 14º BANHO: Objetivo de limpar a pele do paciente, proporcionando conforto e bem-estar, estimulando também a circulação. Realização do exame físico. ETAPAS: Lavar as mãos e reunir o material; Dispor de roupas na ordem sequencial de uso; Testar a temperatura da água molhando a face interna do antebraço, pois esta é uma área bastante sensível; Higienizar o rosto com algodão úmido; Para higiene do olhos realizar movimentos de cima para baixo de dentro para fora, cuidando para que a pálpebra esteja fechada; Higienizar as narinas com cotonetes, embebidos em água morna, realizando movimentos rotatórios; Proceder a lavagem da cabeça – Deitar a criança ainda vestida, sobre a campo dobrada em triângulo, envolve-la firmemente, e apoiá-la sobre o braço – Segurar a cabeça da criança fechando ou ouvidos com o dedo polegar e mínimo – Lavar o couro cabeludo com sabonete e enxaguá-lo. Remover fezes com auxilio de compressa limpa e úmida, passando-a no sentido ântero-posterior; Segurar a criança com firmeza e coloca lentamente na água, iniciando pelos pés; Lavar a parte anterior do tronco e membros com sabonete, dando atenção especial as pregas e dobras; Lavar a parte posterior do tronco. Retirar o RN da água e colocá-la sobre a toalha; Secá-la comprimindo a toalha sem esfregar; 15º ANTISSEPSIA DO COTO UMBILICAL: É todo o cuidado de higiene realizado com o coto umbilical para prevenir infecção, hemorragias mumificação do mesmo. e acelerar a Material: Bandeja; Alcool 70%; Cotonete; Gaze; Luvas de Procedimento; Etapas: • Lavar as mãos e reunir o material; • Descobrir totalmente o abdome da criança; • Calçar as luvas; • Explicar o procedimento a criança e ao acompanhante; • Examinar as condições do coto umbilical ( sangramento, presença de secreção, odor); • Examinar as condições da pele da região periumbilical, observando sinais de vermelhidão e calor; • Apoiar o coto umbilical na mão esplanada e protegida com gaze; • Aplicar álcool 70% na inserção e em toda a extensão do coto, com cotonete. • Limpar em torno do coto com gaze; • Posicionar o coto para cima, habituando-o a esta posição, visando evitar contaminação com fezes e urina; • Vestir e acomodar a criança; • Recolher o material, retirar as luvas, higienizar as mãos; • Realizar registros e comunicar alterações. 16º VESTIR: Vestir inicialmente a parte superior do corpo, mantendo a inferior coberta com a toalha. 17º ALEITAMENTO MATERNO: Esse é o momento mais propicio para a primeira amamentação, caso não tenha sido realizada na sala de parto. Deve-se ensinar como realizar de maneira adequada e efetiva, avaliando a pega do RN, reflexo de sucção, posição das mãos da mãe, posição do RN relacionado ao corpo da mãe, estimulação da produção de leite materno. PREMATURIDADE O bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação (36 semanas e 6 dias) é considerado prematuro, ou pré-termo. O prematuro pode ser classificado de acordo com a idade gestacional, sendo o prematuro limítrofe aquele nascido entre 37 e 38 semanas; moderado nascido entre 31 e 36 semanas e prematuro extremo aquele nascido entre 24 e 30 semanas de idade gestacional. Quanto ao peso de nascimento, denomina-se os bebês com menos de 2kg como baixo peso, muito baixo peso os com menos de 1,5kg e extremo baixo peso aqueles com peso menor que 1kg. Características do prematuro * Baixo peso ao nascer * Pele fina, brilhante e rosada muitas vezes transparente * Veias visíveis * Pouca gordura sob a pele * Pouco cabelo * Orelhas finas e moles * Cabeça maior do que o corpo * Musculatura fraca e pouca atividade corporal * Poucos reflexos de sucção e deglutição * Padrões de respiração anormais (pausas rápidas e irregulares na respiração chamada apneia) * Pelo corporal (lanugo) * Clitóris aumentado (em meninas) * Menor tônus muscular e menos atividade que bebês a termo * Problemas de alimentação devido a problemas para sugar ou coordenar a deglutição e a respiração * Escroto pequeno que é liso e não tem cristas, e descida incompleta dos testículos (em meninos) UM BEBÊ PREMATURO PODE APRESENTAR SINAIS DOS SEGUINTES PROBLEMAS • Anemia • Sangramento no cérebro ou dano à matéria branca cerebral • Infecção ou sepse neonatal • Baixa taxa de açúcar no sangue (hipoglicemia) • Síndrome da angústia respiratória no neonatal, ar extra no tecido dos pulmões (enfisema pulmonar intersticial) ou sangramento dos pulmões (hemorragia pulmonar) • Icterícia do recém-nascido • Problemas para respirar devido aos pulmões imaturos, pneumonia ou canal arterial patente • Inflamação intestinal grave (enterocolite necrosante) PÓS-MATURIDADE Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das 42 semanas. A pós-maturidade é uma síndrome em que a placenta começa a deixar de funcionar normalmente numa gravidez pós-termo e põe o feto em perigo. Para confirmar um diagnóstico de pós-maturidade, pode-se fazer uma amniocentese (extração e análise do líquido amniótico). Uma indicação de pós-maturidade é a detecção de uma coloração esverdeada do líquido amniótico, provocada pela matéria fecal do feto (mecónio); isto indica sofrimento fetal. • Gestação prolongada (pós-termo): é aquela que alcança ou ultrapassa 42 semanas (294 dias) de gestação), sem comprometimento do bem estar fetal (Organização Mundial de saúde – OMS – 2006). • Pós-maturidade: é a gravidez que ultrapassa o termo (42 semanas) e que cursa com sofrimento fetal, consequente à insuficiência placentária. Pode levar à oligodramnia e hipoxia fetal. • Pós-datismo: é a gestação que ultrapassa 40 semanas. CARACTERÍSTICAS • ausência de lanugem, • redução ou ausência do verniz caseoso, • unhas longas, • pêlos abundantes no couro cabeludo, • pele descamativa • maior vivacidade. • Caso ocorra insuficiência placentária, o líquido amniótico e o bebê podem estar tintos de mecônio. • Observamos em alguns casos, batimentos cardíacos fetais anormais. • Devemos memorizar que cerca de 20% dos neonatos com síndrome de insuficiência placentária são pós-termo. • Os pós-maturos tem morbidade neonatal aumentada devido a: • asfixia, • síndrome de aspiração do mecônio (SAM), • policitemia • hipoglicemia. • As alterações clínicas apresentadas pelo recém-nascido pós-termo guardam íntima relação com sua idade gestacional. A classificação apresentada abaixo nos auxiliam a identificação dos principais sinais encontrados e sua relação com o prognóstico do bebê. Unidade de Terapia Intensiva CONCEITO DE UTI NEO • A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTINEO) caracteriza-se como uma área de assistência a recémnascidos criticamente enfermos, altamente vulneráveis, que necessitam de cuidados de enfermagem especiais e contínuos, o que exige do profissional enfermeiro grande conhecimento científico, habilidade técnica e capacidade de realizar avaliações particularmente criteriosas desses pacientes. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM As características específicas da clientela neonatal conduzem a enfermagem à construção de um saber e um fazer específicos, que dotam habilidades técnicas, o profissional experiência dessa clínica, área de sensibilidade, competência e responsabilidade com o cuidar. Os protocolos são realizados visando o cuidado de enfermagem em terapia intensiva neonatal, e colaborando para uma prática assistencial mais segura, minimizando os riscos para o RN e sua família. LAVAGEM DE MÃOS • Consiste em lavar as mãos com produto degermante, visando a remover bactérias antes da entrada na unidade e antes da realização de • qualquer OBJETIVO: técnica ou proporcionar procedimento higiene e invasivo prevenir contaminação. • MATERIAL: água corrente, produto degermante e papel-toalha. • lavagem das mãos é necessária antes da entrada na UTI neonatal, antes de tocar e após manusear o bebê. Atualmente, o álcool-gel e outros produtos alcoólicos contendo protetores de pele tornaram-se importantes armas para o manuseio e a prevenção de infecções na UTI neonatal. Seu uso tem sido recomendado principalmente por ter maior aderência, uma vez que o protetor da pele evita os ressecamentos presentes nas lavagens contínuas e repetidas (CDC, 2002a). ADMISSÃO NA U T I NEONATAL Consiste em receber o RN que apresentar dificuldades para adaptarse à vida extra-uterina ou patologias que interfiram em sua sobrevida no primeiro mês. O trabalho em equipe é de extrema importância devido aos cuidados e às intervenções que levam à estabilidade do RN. MATERIAL: incubadora ou berço aquecido, balança, fonte de oxigênio, fonte de aspiração, monitor cardíaco e oxímetro de pulso, eletrodos, respirador, bomba infusora, fita métrica, termômetro, estetoscópio, material para intubação orotraqueal, material para sondagem gástrica, material para punção venosa e fita de teste para glicose periférica. VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS Os sinais vitais correspondem à verificação da temperatura, respiração, pressão arterial (PA) e frequência cardíaca. Na unidade de alto risco, a verificação dos sinais vitais deve ser feita a cada 4h, e a PA a cada 6 horas ou de acordo com a necessidade do RN. Na unidade intermediária, deverão ser verificados a cada 6 horas. Os sinais vitais devem ser checados mesmo nos RNs monitorizados, e de preferência sincronizados com outros procedimentos necessários, evitando o manuseio excessivo do bebê. Adotar a política do mínimo toque traz conforto para o bebê, melhorando seu padrão de sono e seu prognóstico. • OBJETIVO: possibilita a detecção de qualquer alteração do quadro. • MATERIAL: deve ser de uso individualizado. Quando não for possível, antes de utilizar o material em outro RN, devemos fazer uma desinfecção com álcool a 70%, friccionando com algodão por três vezes ou utilizando álcool iodado a 1%. HIGIENE DO RECÉM-NASCIDO Consiste em promover a higiene e a proteção da pele, a profilaxia das infecções, ativar a circulação, proporcionar conforto e bemestar ao R N. Devemos considerar o estado clínico do bebê antes de um manuseio de higiene, que pode ser excessivo. Devemos evitar a retirada do vernix do bebê logo no primeiro dia. Estudos recentes demonstram que, embora o banho com esponja não modifique os sinais vitais de prematuros estáveis, exceto pelo aumento da frequência cardíaca, também não protege a pele do prematuro contra infecções. Portanto, banhos frequentes não trazem benefícios bem estabelecidos para os prematuros. • MATERIAL: bolas de algodão, dois lençóis, luvas de procedimento, cotonete, sabonete neutro, água morna, papel-toalha, uma fralda descartável, uma fralda de pano e roupas para o bebê. ASPIRAÇÃO DE CÂNULA ENDOTRAQUEAL Tem por finalidade favorecer a adequada oxigenação de RNs intubados, mantendo a cânula pérvia sem traumatizar a mucosa traqueal. O executor deve ser habilidoso no procedimento devido ao potencial de complicações que podem advir e que podem ser fatais ao RN e/ou aumentar a morbidade neonatal. A avaliação da necessidade de aspiração do tubo deve ser individualizada e pode ser determinada por alterações da ausculta pulmonar, flutuações na oxigenação (saturação de hemoglobina) ou aumento dos níveis de PaC02 . Em geral, são necessárias duas pessoas para realizar esse procedimento. MATERIAL: cateter de aspiração, estetoscópio neonatal, luva estéril, seringa de 1 ml, ampola de soro fisiológico 0,9% e borracha de extensão com orifício na extremidade. PUNÇÃO VENOSA Visa a proporcionar um acesso venoso para a administração de fluidos e medicamentos. MATERIAL: bolas de algodão, álcool a 70% ou PVPI, dispositivo intravascular, seringa de 1 ou 3 ml, água destilada e curativo transparente (de preferência). PREPARO Ε ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO Antes do preparo de qualquer medicamento, o nome do RN, a dose prescrita, a via de administração, o prazo de validade do medicamento e a estabilidade após reconstituição deverão ser checados na prescrição do dia. O executor deverá estar paramentado adequadamente com gorro, máscara e luvas estéreis. As medicações devem ser preparadas em local previamente desinfetado e específico para tal fim; utilizar técnica asséptica e material estéril para evitar riscos desnecessários para o bebê MÉTODOS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÃO Via oral - a absorção é intestinal. Os medicamentos podem ser administrados através da boca em bebês com boa sucção e deglutição, ou via sonda gástrica. Deve ser evitada quando o bebê não tolera alimentação, regurgita ou requer aspiração gástrica intermitente. É preciso estar atento, pois algumas medicações devem ser administradas com o estômago vazio enquanto outras podem ser misturadas ao leite. É importante evitar medicações com sabor desagradável, pelo risco de regurgitação e broncoaspiração. Via endovenosa - introdução direta na corrente sanguínea para ação imediata. Observar, pois algumas medicações precisam ser diluídas para serem infundidas, como é o caso da Vancomicina, da Amicacina endovenosa e outras. Via intramuscular - a absorção é mais lenta que a endovenosa. O músculo utilizado para esse f im é o vasto lateral da coxa. É importante alternar o local de administração. O volume não deverá ultrapassar 0,25 ml em RN < 1.000 g e 0,5 ml em RN > 1.000 g. Via retal - utilizada para a administração de supositórios, a fim de favorecer a evacuação, ou com fim terapêutico, para introduzir medicamentos específicos. Via subcutânea - a solução injetada deve ser isotônica e o volume máximo não pode ultrapassar 0,1 ml. Os locais adequados são a face externa lateral da coxa e a parede abdominal. Antes de administrar qualquer medicação, devemos verificar a regra básica: • nome do medicamento; • validade do medicamento; • dose prescrita; • via de administração; • horário; • identificação do RN. SONDAGEM GÁSTRICA Consiste na passagem de um cateter de material plástico, passado por via oral ou nasal, sendo posicionado na parte superior do estômago. • OBJETIVO: esvaziamento de gases ou resíduos do estômago. Também é utilizada na alimentação do RN impossibilitado de ser amamentado por via oral, devido à imaturidade ou incapacidade de sucção ou deglutição. • MATERIAL: sonda gástrica curta (número 6 ou 8), seringa de 3 ml, esparadrapo, luva de procedimento e linha ou fio de sutura. ADMINISTRAÇÃO DE DIETAS Visa a suprir as necessidades alimentares do RN impossibilitado de ser amamentado devido à imaturidade ou incapacidade de sucção ou Deglutição. ALIMENTAÇÃO POR SONDA GÁSTRICA (GAVAGEM) Técnica de administração de dieta utilizando a força da gravidade. MATERIAL: seringa de 10 ml ou 20 ml para oferecer a dieta, leite à temperatura ambiente, luva de procedimento e seringa de 3 ml com 1 ml de água destilada para lavar a sonda após a gavagem. GASTRÓCLISE Refere-se à introdução de alimentos em um tempo maior ou igual à uma hora, através de bomba infusora ou gota-a-gota por equipo. OBJETIVO: utilizada somente em casos especiais, quando os RNs não toleram a gavagem simples, em RNs em ventilação mecânica, RNs muito pequenos - com peso inferior a 1 kg que não toleram grandes volumes ou RNs que apresentam refluxo gastro-esofágico. • FIM!!