REDAÇÃO
JÚNIOR SALES
Para se produzir uma boa redação,
não existem fórmulas mágicas ou
técnicas especiais. Tudo aquilo de
que você necessita é seguir
algumas regras essenciais, lembrar
dos pontos estruturais (começo,
meio e fim) e fazer o trabalho de
distribuição das ideias de maneira
correta em cada período do texto.
TIPOS DE REDAÇÃO

DESCRIÇÃO : O termo descrever
significa representar, por
meio de
palavras, as características de um
objeto, uma ideia ou um sentimento.
Um texto descritivo tem como objetivo
transmitir informações sobre seu foco
principal, de modo que o leitor crie na
sua mente uma imagem do objeto,
pessoa, sentimento ou ser descrito.
ESTRUTURA DA DESCRIÇÃO
Introdução – A perspectiva do
observador focaliza o ser ou objeto e
distingue
seus
aspectos
gerais.
Desenvolvimento – Capta os elementos
numa ordem coerente com a disposição
em que eles se encontram no espaço,
caracterizando-os
objetiva
e
subjetivamente,
física
e
psicologicamente.
Conclusão – Não há um procedimento
específico para conclusão. Considera-se
concluído o texto quando se completa a
caracterização.
TIPOS DE DESCRIÇÃO

OBJETIVA : busca-se a máxima
aproximação do texto com a imagem do
que se vê, de forma a recriar o objeto da
forma mais clara e realística possível,
usando, portanto, uma linguagem clara
e direta, com palavras de sentido único,
ou seja, a linguagem denotativa.
Ex: “Mônica tem 1,65 de altura e 50 kg.
Branca, olhos claros, cabelos castanhos,
compridos
e
lisos.”

SUBJETIVA : Na descrição subjetiva o objeto
é transfigurado conforme a sensibilidade do
observador, ou seja, o objeto é descrito da
forma como ele é visto e sentido. O
observador transmite para a descrição a sua
emoção em relação ao objeto.
Não há preocupação com a exatidão dos
detalhes do objeto descrito, o importante é
transmitir a impressão que o objeto causa ao
observador.
Ex: “O sujeitão, que parecia um carro de boi
cruzando com trem de ferro, já entrou
soltando fogo pela folga do dente de ouro.”
NARRAÇÃO
Caracteriza-se pela representação de
fatos reais ou fictícios, envolvendo
personagens e fatos que ocorrem num
determinado tempo e espaço.
O narrador pode estar ou não embutido
dentro dos acontecimentos e sofrer
ações e intromissões
de outros
personagens de acordo com o contexto
em que se passa a historia.
TIPOS DE NARRADOR

Narrador de 1ª pessoa: é aquele que
participa da ação, ou seja, que se inclui
na narrativa. Trata-se do narradorpersonagem.
Ex:
Andava pela rua quando de repente
tropecei num pacote embrulhado em
jornais. Agarrei-o vagarosamente, abri-o
e vi, surpreso, que lá havia uma grande
quantia em dinheiro.

Narrador de 3ª pessoa: é aquele que não
participa da ação, ou seja, não se inclui
na narrativa. Temos então o narradorobservador.
Ex:
João andava pela rua quando de repente
tropeçou num pacote embrulhado em
jornais.
Agarrou-o
vagarosamente,
abriu-o e viu, surpreso, que lá havia uma
grande quantia em dinheiro.
OBSERVAÇÃO:
Em textos que apresentam o
narrador de 1.ª pessoa, ele não
precisa ser necessariamente a
personagem principal; pode ser
somente alguém que, estando no
local dos acontecimentos, os
presenciou.
Exemplo:
Estava parado na paragem do autocarro,
quando vi, a meu lado, um rapaz que
caminhava lentamente pela rua. Ele
tropeçou num pacote embrulhado em
jornais. Observei que ele o agarrou com
todo o cuidado, abriu-o e viu, surpreso,
que lá havia uma grande quantia em
dinheiro.
FORMAS DE DISCURSO
Discurso
direto
Discurso indireto
Discurso indireto livre
Discurso é a prática humana de construir
textos, sejam eles escritos ou orais. Sendo
assim, todo discurso é uma prática social. A
análise de um discurso deve, portanto,
considerar o contexto em que se encontra,
assim como as personagens e as condições
de produção do texto.
Em um texto narrativo, o autor pode optar
por três tipos de discurso: o discurso direto,
o discurso indireto e o discurso indireto livre.
Não necessariamente estes três discursos
estão separados, eles podem aparecer juntos
em um texto. Dependerá de quem o
produziu.
Discurso Direto: Neste tipo de discurso
as personagens ganham voz. É o que
ocorre normalmente em diálogos. Isso
permite que traços da fala e da
personalidade das personagens sejam
destacados e expostos no texto. O
discurso direto reproduz fielmente as
falas das personagens. Verbos como
dizer, falar, perguntar, entre outros,
servem para que as falas das
personagens sejam introduzidas e elas
ganhem vida, como em uma peça
teatral.
Travessões, dois pontos, aspas e
exclamações são muito comuns durante
a reprodução das falas.
Leia este pequeno trecho de Dom
Casmurro, de Machado de Assis:
(...) Tínhamos chegado à janela: um
preto, que, desde algum tempo, vinha
Apregoando cocadas, parou em frente e
Perguntou:
- Sinhazinha, qué cocada hoje?
- Não, respondeu Capitu.
Cocadinha tá boa.
- Vá-se
embora, replicou ela sem
rispidez.
- Dê cá! Disse eu descendo o braço para
receber as duas.
-
O narrador reproduziu o discurso, a fala,
das três personagens por meio das próprias palavras delas.
Discurso Indireto: O narrador conta a
história e reproduz fala, e reações das
personagens. É escrito normalmente
em terceira pessoa. Nesse caso, o
narrador se utiliza de palavras suas
para reproduzir aquilo que foi dito pela
personagem.
Imaginemos que, em vez de reproduzir
a fala das personagens, Machado de
Assis houvesse contado o que eles
disseram. O texto serie este:
Tínhamos chegado à janela; um preto,
que, desde algum tempo, vinha apregoam
do cocadas, parou em frente e perguntou
se sinhazinha queria cocada naquele dia.
Capitu respondeu que não, mas o vende
dor insistiu que a cocada estava boa. Sem
rispidez ela replicou que ele fosse embora.
Mas eu disse, descendo o braço para rece
ber as duas, que me desse lá.
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito
em terceira pessoa e o narrador conta a
história, mas as personagens têm voz
própria, de acordo com a necessidade do
autor de fazê-lo. Sendo assim é uma
mistura dos outros dois tipos de discurso
e as duas vozes se fundem.
EXEMPLO:
Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano
franziu a testa, achando a frase extrava
gante. Aves matarem bois e cavalos, que
lembrança! Olhou a mulher, desconfiado,
julgou que ela estivesse tresvariando”.
(Graciliano Ramos)
DISSERTAÇÃO
Texto que se caracteriza pela
defesa de uma ideia, ponto de
vista ou questionamento, para
abordar
um
determinado
assunto. Em geral, este tipo de
produção
textual
costuma
distribuir o seu conteúdo da
seguinte maneira:
Introdução – ponto em que se
apresentam as ideias que serão
defendidas ao longo do texto.
 Desenvolvimento – momento em que se
desenvolvem as ideias anteriormente
apresentadas, de modo a convencer o
leitor por intermédio de argumentos
sólidos e dados concretos.
 Conclusão – é a parte em que se elabora
um
desfecho
coerente
do
desenvolvimento
com
base
nos
argumentos apresentados.

Neste tipo de construção, é
permitido ao autor acrescentar
julgamentos ou opiniões para
defender sua idéia, desde que
se transmitam credibilidade e
consistência, sem abandonar o
formato de discurso persuasivo.
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DE
REDAÇÃO
Com base nas formas de correção, é
possível
perceber
alguns
critérios
comuns, divididos, neste volume, em
cinco critérios, cada um subdividido em
cinco quesitos:
Estética
• Legibilidade
• Margens
• Parágrafos
Fusão de letras
 Rasuras

Gramática
•
•
•
•
•
Ortografia
Acentuação
Pontuação
Conectores e colocação pronominal
Concordância ou regência
Estrutura
• Introdução
• Desenvolvimento
• Conclusão
• Gênero textual
• Esquema
Conteúdo
• Adequação ao tema
• Domínio do conteúdo
• Pertinência dos argumentos:
progressão lógica da argumentação


Pertinência dos argumentos:
consistência da argumentação
Originalidade
Estilística
• Subjetividade
• Incoerência ou repetição
• Pouca objetividade
• Coloquialismo
• Conotação ou estrangeirismo
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