Toxemia gravídica Gustavo Henrique Campos de Sousa1 Iasmin Côrtes Mânica Teles1 Gibran Antônio Garcia Daher2 1Acadêmicos de medicina da UCB 2Médico orienteador www.paulomargotto.com.br Brasília, 19 de agosto de 2015 Conceitos iniciais • 2 a 5% de todas as gestações • Mais de 100.000 mortes maternas/ano • Incide em cerca de 10% das primíparas • Mortalidade perinatal aumentada em 5% • 40% dos partos pré-termos iatrogênicos • 25% dos recém-nascidos de muito baixo peso (< 1.500g) REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Definição • É uma doença doença multissistêmica • Ocorre habitualmente no fim da gravidez • Classicamente caracterizada pelas seguintes manifestações: Edema Hipertensão Proteinúria REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Síndromes hipertensivas na gravidez Hipertensão Gestacional (DHEG) Pré-eclâmpsia Eclâmpsia Hipertensão crônica Pré-eclâmpsia superajuntada • Aumento da pressão arterial (PA) após 20 semanas de gestação • Ausência de proteinúria • Normaliza em até 12 semanas após o parto • Presença de hipertensão + proteinúria • Após 20s de gestação (exceto em presença de doença trofoblásica gestacional ou anticorpo antifosfolipídico) • PA normaliza após o parto • Igual à pré-eclâmpsia + crises convulsivas (não atribuídas a outras causas) e/ou coma • Hipertensão antes da concepção ou antes de 20 semanas de gestação • Hipertensão “gestacional” que se mantém após a 12ª semanas • Surgimento de proteinúria em hipertensas crônicas • Aumento súbito de PA previamente controlada • Elevação de enzimas hepáticas ou trombocitopenia REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Etiopatogenia Invasão trofoblástica anormal Anormalidades genéticas Préeclâmpsia Intolerância imunológica entre os tecidos maternos e fetoplacentários Má adapatação às alterações cardiovasculares ou inflamatórias da gestação REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Mecanismo imune • Dividido em estágios: – Estágio 0: mãe tolerante aos antígenos fetopaternais – Estágio 1: resposta parcial da tolerância materna ao trofoblasto • Apresentação do antígeno às céls. T reguladoras maternas pelas células dendríticas • Interação entre céls. Treg e TGF-β REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Mecanismo imune • HLA-C (trofoblasto invasor) é reconhecido pelas céls. NK da mãe e libera citocinas + fatores angiogênicos para promover a invasão • HLA-C interage com as céls. Treg e promove down regulation na resposta aos antígenos paternos – Estágio 2: placentação defeituosa conduzindo ao estresse oxidativo + liberação de fatores inflamatórios na circulação – Estágio 3: reação inflamatória sistêmica + disfunção endotelial REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Mecanismo imune REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Alteração vascular fisiológica É um fenômeno resultante da destruição da musculatura vascular e da membrana elástica durante a invasão trofoblástica Tecido muscular e elástico Vasos não complacentes e de baixa resistência REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Alteração vascular fisiológica REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Placentação defeituosa Presença de poucas artérias com transformação completa Aterose aguda Redução do calibre vascular • Células espumosas subendoteliais com lipídios • Infiltração linfocítica • Necrose vascular fibrinóide REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Placentação defeituosa Eventos de hipoperfusão e reperfusão Liberação de micropartículas trofoblásticas na circulação materna Resposta inflamatória sistêmica Disfunção endotelial REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Disfunção endotelial Ativação do endotélio disfuncional Produção de espécies reativas de oxigênio Resposta inflamatória sistêmica Liberação de citocinas REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Disfunção endotelial Vasoespasmo Aumento da permeabilidade do endotélio glomerular Edema Distúrbios na expressão e consumo excessivo de fatores anticoagulantes • Hipertensão • Associado à isquemia da lesão endotelial pode conduzir disfunção hepática • Proteinúria • >300mg/ urina de 24 ou 1+ no teste de fita • Aumento da permeabilidade vascular no tecido intersticial • Coagulopatias REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Fisiopatologia Alterações renais • Diminuição da taxa de filtração glomerular (em relação ao normal para mulheres grávidas) • Uréia e creatinina permanecem na faixa normal para mulheres não grávidas • Alterações morfológicas glomerulares levam a proteinúria Alterações Cardiovasculares • Elevação da resistência vascular periférica e, consequentemente, da PA • Dimunuição de NO e prostaciclina + aumento de TAX2 causam o vasoespasmo • Vasoespasmo + hipóxia = necrose hemorrágica em vários órgãos REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Fisiopatologia Alterações hepáticas • Variam de necrose hepatocelular leve à síndrome HELLP Alterações cerebrais • Acreditava-se que o vasoespasmo levava às crises convulsivas • Aumento da pressão de perfusão (encefalopatia hipertensiva), leva ao barotrauma e ao edema vasogênico REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Fisiopatologia Alterações sanguíneas Alterações hidroeletrolíticas • Deposição acentuada de plaquetas nos locais de lesão endotelial, levando a trombocitopenia. NA sd. HELLP ainda há ativação intravascular de plaquetas e lesão endotelial adicional • Devido à contração do espaço intravascular, o hematócrito está aumentado. • Edema generalizado associado a ganho de peso incomum • Aumento da permeabilidade vascular REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Fisiopatologia Alterações placentárias • Redução do fluxo e aterose aguda propiciam infartos placentários, crescimento retardado e seu descolamento prematuro Alterações fetais • Diminuição do fluxo e/ou infarto placentário • Crescimento intrauterino restrito e sinais de sofrimento, como oligoidramnia REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Diagnóstico entre as formas clínicas • PA é considerada elevada quando maior ou igual a 140/90 mmHg • Duas ocasiões, aferida sempre com a gestante sentada. • Intervalo entre as aferições deve ser maior do que 4h e inferior a 7 dias • Proteinúria – Excreção de proteína maior ou igual a 300mg/24h de urina ou relação proteína/creatinina maior ou igual a 0,3 – No diagnóstico de fita da proteinúria, o ponto de corte é 1+ REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Formas clínicas REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Redefinição de pré-eclâmpsia Precoce (placentária) Tardia (materna) < 34 semanas > 37 semanas Placentação defeituosa Placentação normal Disfunção endotelial Disfunção endotelial Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Pré-eclâmpsia • PE leve: hipertensão + proteinúria • PE grave: associada a um dos seguintes fatores – PAs ≥ 160 ou PAd ≥ 110 mmHg (2 aferições com intervalo mínimo de 4h) – Trombocitopenia (< 100.000/mm3); enzimas hepáticas 2 vezes o valor normal; QC de HELLP – Insuficiência renal progressiva (Cr >1,1mg/dL ou a sua duplicação) – Edema de pulmão ou sintomas cerebrais ou visuais – Proteinúria ≥ 2g/dia (AGOC, 2013) Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Pré-eclâmpsia superajuntada • Paciente hipertensa crônica • São três sinais que caracterizam a préeclâmpsia sobreposta – Proteinúria – Síndrome HELLP – Doppler de artérias uterinas anormal REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Síndrome HELLP • Forma mais grave da pré-eclâmpsia • Quadro clínico: gestante na 2ª metade da gestação com dor epigástrica ou no QSD, associada a náuseas e vômitos. Hipertensão e proteinúria podem estar ausentes • Diagnóstico = quadro clínico + tríade laboratorial H • Hemolysis (LDH >600UI/L e esquizócitos) EL • Elevated liver (2 vezes a concentração normal das transaminases) LP • Low platelets (<100/000/mm3) REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Síndrome HELLP • Mortalidade materna chega a 20%, a perinatal 35% • Principais causas de óbito (por ordem decrescente): hemorragia cerebral; falência cardiopulmonar; CIVD; injúria renal aguda; sepse; rotura de hematoma subcapsular hepático REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Eclâmpsia • Quadro de pré-eclâmpsia grave associado a crises convulsivas ou coma (sem outras causas aparentes) • Sintomas preditivos das crises convulsivas: – Cefaleia frontal (60-70%) – Alterações visuais (20-30%), como escotomas e visão turva REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Eclâmpsia • Não há relação linear entre os níveis de PA com o surgimento de crises • Crises convulsivas: – 50% durante a gestação – 25% no parto – 25% no puerpério REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Eclâmpsia • Responsável por 10% das mortes maternas em países desenvolvidos – 25% nos países em desenvolvimento – 60% das mortes relacionadas às sd. Hipertensivas • Taxa de mortalidade fetal varia de 5,6% a 11,8% (em países desenvolvidos) – Ocorre principalmente devido a prematuridade, DPP e CIR REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Predição • Identificação de mulheres com alto risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia – Doppler da artéria uterina (entre 20 e 24s): identificação de incisura bilateral no início da diástole é sinal de toxemia (traduz a ausência da 2ª onda de migração trofoblástica) REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Predição – Dilatação fluxomediada da artéria braquial (DILA): medição do diâmetro da artéria braquial em repouso e após 5 minutos de compressão • DILA diminuída (< 15%) no 2º trimestre é um sinal de toxemia REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Predição • Marcadores bioquímicos – Associados à USG piramidal de 1º trimestre (11 a 13s) + níveis de PA foi capaz de identificar cerca de 90, 80 e 60% de gestações que desenvolveram, respectivamente, pré-eclâmpsia precoce (<34s), intermediária (34 a 37s) e tardia (>37s) REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Prevenção Primípara Gestação de risco • Com algum sinal preditivo • Hist. familiar; toxemia/CIR prévios; HAS; DM/obesidade; trombofilia/ colagenose; gemelar AAS 100mg/dia; iniciado antes da 16ª* Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Prevenção • Reduz 80 a 90% dos casos de pré-eclâmpsia grave, mas não de pré-eclâmpsia leve • A OMS recomenda suplementação de cálcio (1,5-2/dia), mas somente em áreas com baixa ingesta • Repouso e a restrição de sódio não devem ser indicados (AGOC, 2013) WHO recommendations for prevention and treatment of pre-eclampsia and eclampsia. World Health Organization, 2011 Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Tratamento • PE leve (e na hipertensão gestacional): realizar tratamento conservador até o feto atingir 37s – Consultas semanais – Avaliação da sintomatologia materna – Avaliação da movimentação fetal (diariamente pela paciente) – Mensuração da PA (2x/semana) – Contagem de plaquetas, TGO e TGP (semanalmente) REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Tratamento • São medidas proscritas – Repouso prolongado no leito (predispõe a trombose) – Diuréticos e dieta hipossódica (maior risco de doença tromboembólica venosa) – Hipotensores orais (reduzem a perfusão uteroplacentária)* Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Tratamento da pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia • Passo 1: prevenir a hipoxia materna por meio de suporte cardiorrespiratório • Passo 2: prevenir a lesão/aspiração materna (protetor de língua e contensão física/ decúbito lateral) • Passo 3: Não tentar abortar a 1ª convulsão • Passo 4: prevenir a recorrência da convulsão com o sulfato de magnésio Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Tratamento da pré-eclâpsia grave/eclâmpsia • Passo 5: controlor a hipertensão grave (maior ou igual a 160/110 mmHg) com o objetivo de mantê-la entre 140-155/90-105 mmHg; hidralazina (5 a 10mg a cada 20 min, dose máxima de 30mg), nifedipina ou nitroprussiato de sódio (tempo máximo de 4; intoxicação por cianeto) • Passo 6: tratar as complicações (edema agudo de pulmão e coagulação intravascular disseminada); para o edema agudo de pulmão é recomendado furosemida EV + sulfato de morfina EV + ventilação assistida • Passo 7: Estabilizar o quadro por 4/6h e interromper a gravidez Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Tratamento da sd. HELLP • Mesma da pré-eclâmpsia grave associado a: – USG ou TC para diagnosticar hematoma subcapsular hepático (tto é conservador se estiver íntegro, mas a sua ruptura impõe transfusão maciça e laparotomia imediata) – CIVD: plasma fresco e concentrado de hemácias REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Parto • Opta-se pela cesariana embora convenha lembrar que a indução pode ter bons resultados mesmo com o colo desfavorável – Cesárea mandatória se feto < 1.500g • Opta-se por anestesia neuroaxial – Geral se plaquetopenia < 50.000-75.000/mm3 Obstetrics & Gynecology, Vol. 122, No. 5, November 2013 REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Pós-parto • O tratamento com sulfato de magnésio deve ser mantido por no mínimo 24h após o parto ou após a última convulsão. Além disso, acompanhamento da PA no hospital por 72h e com 7 a 10 dias no pós-parto. A hipertensão persistente (maior ou igual a 150/100 mmHg em duas ocasiões espaçadas de 4 a 6h) deve ser tratada (nifedipina é a droga de escolha; 10mg 4/dia, até no máximo 120mg). REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Pós-parto • AINEs devem ser substituídos por analgésicos no pós-parto de mulheres toxêmicas por elevarem a pressão sanguínea REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia. 12ª ed. RJ: Guanabara Koogan, 2013. REZENDE, Jorge de; MONTENEGRO, Carlos Antonio Barbosa. Obstetrícia fundamental. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013 Obrigado!