Departamento de Educação–Licenciatura em Pedagogia Disciplina: Fundamentos e Ensino da Geografia para Educação Infantil e Anos iniciais do Ensino fundamental Docente: Francisco Santa Cruz Discentes: Ana Marta Batista Fabiana Brandão Iane Carneiro Izabela Santos Globalização e técnica: uso desigual e combinado; Globalização e neoliberalismo: a construção do discurso único; Izabela Para Santos (2000: 160), ‘devemos considerar que o mundo é formado não apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir’. Izabela Crise na Geografia escolar? A importância do ensino de Geografia; O casamento da Geografia tradicional com a educação tradicional; Geografia crítica e construtivismo: um casamento “sem festa” Ana Marta Aprendizagem da língua escrita; O ensino de Geografia para crianças; Callai (1998), Gebran (1990), Le Sann (1997) e Kaercher (1998) vêem no ensino de geografia para crianças uma das possibilidades da formação do cidadão através de um posicionamento crítico em relação às desigualdades sociais identificadas na realidade concreta das crianças; Fabiana Da realidade à totalidade; O lugar como ponto de partida; Apresentação da pesquisa; Surgiu da problemática levantada por uma professora primária: “Devo começar a ensinar geografia da parte para o todo ou do todo para a parte?” Objetivo geral: trabalhar o espaço geográfico enquanto totalidade mundo, em outras palavras, a busca por uma geografia global nas séries iniciais do ensino fundamental; Objetivos específicos: Verificar a possibilidade de exercitar uma prática educativa construtivista e crítica, alicerçada no conceito de espaço geográfico enquanto totalidade-mundo; Acompanhar o processo de construção desse conceito junto às crianças do 1º ciclo do Ensino Fund. Diálogo: Geografia ↔ Pedagogia Piaget (1992) e o pensamento egocêntrico da criança; Vygotski (1999) e as construções culturais internalizadas pelo indivíduo ao longo de seu processo de desenvolvimento; A realidade deve ser o ponto de partida para a Geografia, também deve ser para a História. A problematização temporal deve partir da própria vida das crianças. “História de Feira de Santana”: 1ª atividade :certidão de nascimento das crianças; Questão do fluxo migratório – transformação do rural para urbano Atividade oral, debate, troca de ideias; A partir das datas de nascimento das crianças, iniciar o trabalho com a noção de tempo e sua relação com espaço; Identificar: Momentos e situações marcantes; Transformações ocorridas em seus corpos e as que estão por vir; Possibilidades de ações nesses diferentes períodos; Diversidade de nomes de cidades localizadas no Estados da Bahia e demais estados brasileiros; É o espaço geográfico que contextualiza a cartografia, acrescentando-lhe significados e sentidos; 2ª atividade: a cidade em que nasci Listar as cidades surgidas (pode ser aproveitado para atividade de alfabetização); Discutir o que é mapa e sua utilização a partir do conhecimento dos alunos; Solicitar que as crianças marquem no mapa da Bahia a sua cidade natal; Propor que as crianças observem todas as informações contidas no mapa e tentem ler estas informações; “[...]as crianças aprendem a linguagem cartográfica produzindo seus próprios mapas e não pelo simples meio da reprodução, cópia ou pintura dos mesmos.” Almeida e Passini (1991) 3ª atividade: as cidades de nascimento dos meus pais; Mais importante que saber a localização pontual, é saber o porquê de estar ali, naquele momento, ou seja, buscar as múltiplas relações espaço-temporais que levaram os pais mudarem de um lugar para outro. Trabalhar a totalidade-mundo junto às crianças é partir do presente, mas sem menosprezar o passado; Passado e presente unidos pela situação geográfica; 4ª atividade: entrevistando um morador antigo; É a divisão do tempo em momentos significativos que vai permitir que as crianças desenvolvam o conceito de tempo empiricizado, conceito fundamental para a Geografia e História. 5ª atividade: estudo do meio Propor um estudo do meio da cidade com visitas aos principais lugares citados na entrevista e que fazem parte de momentos da história da cidade; 6ª atividade: história da cidade em quadrinhos 7ª atividade: livrinho da cidade (avaliação do projeto); Atividade diagnóstica: comparar a primeira com a última e perceber os avanços; A partir dos estudos e reflexões acerca de como a Geografia deve ser ensinada na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental I, concluímos que este ensino pode ser iniciado tendo como ponto de partida a realidade do aluno, da parte para o todo, e de maneira reflexiva, do todo para a parte como um conjunto de saberes interligados e dotados de sentido. “A totalidade – mundo pede auxílio para uma teoria educacional que não imponha limites até onde as crianças devem pensar e avançar nas suas reflexões e indagações sobre o mundo e suas circunstâncias.” (STRAFORINI, 2008, p. 173) Referência • STRAFORINI, Rafael. Ensinar geografia: o desafio da totalidademundo nas séries iniciais. – 2ª edição. São Paulo: Ambiente, 2008. • PIMENTA, Sônia de Almeida; CARVALHO, Ana Beatriz Gomes. A construção de conceitos nos primeiros anos do ensino fundamental: Didática e o Ensino de Geografia. Disponível em: http://anabeatrizgomes.pro.br/moodle/file.php/1/Di_En_Geo_A10_ V_R2_SF_SI_SE_061108.pdf, acessado em 08 de novembro de 2010. • Imagens: www.google.com.br Criminalidade Edson Gomes • É tanta violência na cidade • Brother é tanta criminalidade Brother é tanta criminalidade A lua já não é mais dos As pessoas se trancam em suas namorados casas Os velhos já não curtem mais as Pois não há segurança nas vias praças públicas E quem se aventura pode ser a E nem mesmo a polícia pode última impedir E quem se habilita pode ser o fim As vezes a polícia entra no jogo A gente precisa de um superA gente precisa de um superhomem homem Que faça mudanças imediatas Que faça mudanças imediatas Pois nem mesmo a polícia pode Pois nem mesmo a polícia pode destruir destruir Certas manobras organizadas Certas manobras organizadas Não tudo um dia vai passar É tanta violência na cidade Sei que tudo um dia vai mudar Eu Palavra Cantada • Perguntei pra minha mãe: "Mãe, onde • é que ocê nasceu?" Ela então me respondeu que nasceu em Curitiba Mas que sua mãe que é minha avó Era filha de um gaúcho que gostava de churrasco E andava de bombacha e trabalhava no rancho E um dia bem cedinho foi caçar atrás do morro Quando ouviu alguém gritando: "Socorro, socorro!" Era uma voz de mulher Então o meu bisavô, um gaúcho destemido Foi correndo, galopando, imaginando o inimigo E chegando no ranchinho, já entrou de supetão Derrubando tudo em volta, com o seu facão na mão Para o alívio da donzela, que apontava estupefata, Para o saco de batata, onde havia uma barata E ele então se apaixonou E marcaram casamento com churrasco e chimarrão E tiveram seus três filhos, minha avó e seus irmãos E eu fico imaginando, fico mesmo intrigado Se não fosse uma barata ninguém teria gritado Meu bisavô nada ouviria e seguiria na caçada Eu não teria bisavô, bisavó, avô, avó, pai, mãe, não teria nada Nem sequer existiria • • Perguntei para o meu pai: "Pai, onde é que ocê nasceu?" Ele então me respondeu que nasceu lá em Recife Mas seu pai que é o meu avô Era filho de um baiano que viajava no sertão E vendia coisas como roupa, panela e sabão E que um dia foi caçado pelo bando do Lampião Que achava que ele era da polícia um espião E se fez a confusão E amarraram ele num pau pra matar depois do almoço E ele então desesperado gritava: "Socorro!" E uma moça apareceu bem no último instante E gritou pra aquele bando: "Esse rapaz é comerciante!" E com muita habilidade ela desfez a confusão E ele então deu-lhe um presente, um vestido de algodão E ela então se apaixonou Se aquela moça esperta não tivesse ali passado Ou se não se apaixonasse por aquele condenado Eu não teria bisavô, nem bisavó, nem avô, nem avó, nem pai pra casar com a minha mãe Então eu não contaria essa história familiar Pois eu nem existiria pra poder cantar Nem pra tocar violão • • • • • A Cidade Ideal Chico Buarque Composição: Enriquez/Bardotti/Chico Buarque • [introdução] Jumento: Àquela altura da estrada já éramos quatro amigos. Queríamos fazer um conjunto, bem. Queríamos ir juntos à cidade, muito bem. • Só que, à medida que agente ía caminhando, quando começamos a falar dessa cidade, fui percebendo que os meus amigos tinham umas idéias bem esquisitas sobre o que é uma cidade. Umas idéias atrapalhadas, • cada ilusão. Negócio de louco... [música] Cachorro: A cidade ideal dum cachorro Tem um poste por metro quadrado Não tem carro, não corro, não morro Galinha: A cidade ideal da galinha Tem as ruas cheias de minhoca A barriga fica tão quentinha Que transforma o milho em pipoca Crianças: Atenção porque nesta cidade Corre-se a toda velocidade E atenção que o negócio está preto Restaurante assando galeto Todos: Mas não, mas não O sonho é meu e eu sonho que Deve ter alamedas verdes A cidade dos meus amores E, quem dera, os moradores E o prefeito e os varredores Fossem somente crianças Deve ter alamedas verdes A cidade dos meus amores E, quem dera, os moradores E o prefeito e os varredores E os pintores e os vendedores Fossem somente crianças • Gata: • A cidade ideal de uma gata É um prato de tripa fresquinha Tem sardinha num bonde de lata Tem alcatra no final da linha • Jumento: Jumento é velho, velho e sabido E por isso já está prevenido A cidade é uma estranha senhora • Que hoje sorri e amanhã te devora • Crianças: Atenção que o jumento é sabido É melhor ficar bem prevenido E olha, gata, que a tua pelica Vai virar uma bela cuíca Todos: Mas não, mas não O sonho é meu e eu sonho que Deve ter alamedas verdes A cidade dos meus amores E, quem dera, os moradores E o prefeito e os varredores Fossem somente crianças Deve ter alamedas verdes A cidade dos meus amores E, quem dera, os moradores E o prefeito e os varredores E os pintores e os vendedores As senhoras e os senhores E os guardas e os inspetores Fossem somente crianças