"Na falta de Farinha, só manga mesmo":
Farinha de Mandioca e a construção da identidade
paraense através das mídias sociais.
Leonardo Vitor Pereira Macedo - UFPA
Lorena Tamyres Trindade da Costa - UFPA
Michel Ribeiro de Melo e Silva - UFPA
Neste trabalho buscamos demonstrar a influência da alta nos preços e escassez da
farinha de mandioca, alimento importante no cotidiano paraense, na identidade cultura destes.
Usaremos a netnografia como método de coleta de dados principal, apresentando a repercussão
dessa “crise de identidade” a partir de posts em mídias sociais como Facebook, Twitter, etc.
Utilizaremos também depoimentos cotidianos, coletados durante o percurso etnográfico da
pesquisa. Buscamos com isso, identificar os impactos da escassez da farinha na identidade cultural
do paraense e como este utiliza as mídias sociais para demonstrar uma afirmação ou a crise dessa
identidade.
Toda uma repercussão nos canais de notícias e mídias sociais sobre este fato trouxe
à tona uma "crise" na identidade do paraense: como ser paraense sem farinha na mesa? Através
de uma netnografia pudemos acompanhar essa repercussão da alta do preço da farinha (que ainda
persiste) e estudamos a representação e expressão da identidade cultural dos paraenses. Assim
este trabalho serve também como exemplo profícuo como um estudo de caso da relevância das
tecnologias digitais como formas emergentes de plataformas de sociabilidades virtuais relevantes
para a pesquisa social e antropológica.
Uma significante parte do que acaba configurando o "ser paraense" tem relação com
a farinha de mandioca que cotidianamente, faz parte das refeições dos "paraoaras". Farinha
com doces, frutas, arroz e feijão e tudo que se come no Pará. Mas durante os primeiros meses do
ano de 2013, em Belém do Pará, houve um aumento além do normal no preço deste alimento que
é parte importante das representações da cultura tradicional do estado.
Referências:
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