CA DE INTESTINO
O que é?
• O que é?
• O Câncer de intestino é um dos mais frequentes tumores do
tubo digestivo, sendo que a cada ano cerca de 160 mil novos
casos são diagnosticados nos Estados Unidos e em torno de
57 mil desses pacientes morrem da doença. Está entre as
principais causas de morte por câncer, considerando os de
pulmão, mama na mulher e próstata no homem.
•
No Brasil, este tipo de câncer está em quarto lugar entre os
tumores mais frequentes do sexo masculino, atrás apenas do
câncer de estômago, pulmão e próstata.
• Para uma melhor abordagem desse tema é
conveniente recordarmos que o tubo digestivo
está constituído pelo esôfago, estômago e
intestino. Este por sua vez compreende dois
segmentos distintos: Um segmento mais fino
localizado após o estômago, chamada intestino
delgado que está relacionado com a digestão e a
absorção dos alimentos, e outro segmento mais
grosso, o intestino grosso, que tem a função de
armazenar, absorver água e nutrientes e excretar
resíduos não aproveitados pelo organismo através
das fezes
• O intestino grosso, por sua vez, é dividido em
duas partes: o cólon e o reto. O cólon é a
parte que se continua a partir do intestino
delgado e vai até o reto, parte final do
intestino grosso. As fezes formadas no
intestino grosso são eliminadas pelo ânus.
• Enquanto o câncer é muito raro nesse segmento mais
fino (intestino delgado), é muito frequente no intestino
grosso. A doença começa sempre como uma lesão
benigna que vai evoluindo lentamente até se transformar
num tumor maligno. Nessa longa fase de benignidade, é
possível retirar a lesão e com isso impedir sua
degeneração e o aparecimento do câncer, daí a grande
importância de sua prevenção.
Diagnóstico precoce:
• o emprego de exames para verificar a
existência de um problema de saúde em
pessoas que não apresentam sintomas.
• quando ainda não há sintomas, geralmente significa
que a doença está em estágio inicial, onde as
chances de cura são bem maiores.
• Por conseguinte, o bom resultado do
tratamento do câncer do cólon e do
reto está diretamente relacionado ao
diagnóstico precoce, ou seja, quanto
mais cedo se faz o diagnóstico, maior
o índice de cura, chegando-se a mais
de 90% nos casos iniciais.
Fatores de risco para o câncer do
cólon e do reto:
• Atualmente acredita-se que o câncer do cólon e do
reto seja causado por uma associação de fatores
genéticos e ambientais.
• Dentre esses fatores de risco podemos citar:
• 1) Dieta com alto teor de gordura e pequena
quantidade de fibra: Entre os ambientais, os fatores
dietéticos são muito importantes. Alimentação rica
em gordura animal, pobre em fibra e rica em
corantes favorece a incidência desse tipo de câncer.
É importante citar os corantes porque são elementos
químicos que poderiam ser eliminados sem prejuízo,
principalmente no Brasil onde existem pigmentos
naturais que colorem os alimentos.
• Na dieta rica em gordura predominam as
carnes gordas, a manteiga e os queijos
amarelos. A carne vermelha em si não é um
alimento nocivo, mas a gordura que a
acompanha é bastante, especialmente
quando a carne é levada à brasa.
• Os alimentos salgados e defumados (linguiças,
salames, salaminhos), assim como os
corantes, contêm substâncias carcinogênicas.
• Se a pessoa gosta de gordura animal não deve
privar-se de saboreá-la, mas deve usá-la com
moderação e aumentar a quantidade de
verduras, frutas, legumes e cereais ingeridos.
Estes alimentos são ricos em fibras que protegem
realmente o intestino porque facilitam a
evacuação, vez que aumentam o bolo fecal,
aceleram o trânsito intestinal e diminuem o
tempo de contato das substâncias carcinogênicas
com a parede do intestino. Obviamente que isso
não ocorre de um dia para o outro.
• Acredita-se que o tempo para o
desenvolvimento de câncer coloretal seja de
décadas, por isso a idade de maior incidência
do câncer de cólon está em torno dos 60 anos.
•
• 2) Hábitos e estilo de vida:
• Estudos mostram que indivíduos que não
praticam exercícios têm maior risco em
desenvolver câncer colorretal. Além disso, o fumo
e o álcool estão direta e indiretamente
relacionados com vários tipos de tumores,
incluindo o câncer do cólon e do reto.
• 3) Idade:
Quanto maior a idade, maior o risco. A idade é
um fator de risco muito importante, não só para
os tumores de intestino, mas também para
outros tipos de patologias. O câncer colorretal é
mais comum após os 50 anos, contudo a doença
pode ocorrer em pessoas mais jovens.
• 4) Pólipos:
Os pólipos são tumores benignos, parecidos com
verrugas que se desenvolvem na parede interna
do cólon e reto. Cerca de 60% dos pólipos do
intestino são adenomas, os quais apresentam
potencial para malignização.
• Um adenoma é uma coleção de crescimentos (oma) de origem glandular.
• Por esse motivo, os pólipos de intestino do
tipo adenoma são considerados lesões précancerosas e daí a importância de seu
diagnóstico e tratamento precoces para evitar
a evolução para tumor maligno. Os demais
tipos de pólipos do intestino são de menor
importância clínica por não apresentar esse
potencial para malignização.
Estatística
• Aproximadamente 5 em cada 100 adenomas
se malignizam, sendo que esse processo se dá
entre 10 e 15 anos. São mais comuns após os
50 anos, porém podem aparecer em idade
mais precoce, especialmente se houver
história de câncer colorretal na família. Cerca
de 40% dos indivíduos com mais de 60 anos
apresentam pólipos.
Estatística
• Muitas evidências sugerem que a maioria dos
tumores do intestino grosso se desenvolve a
partir de pólipos benignos.
• Quem já teve no passado um pólipo intestinal
tipo adenoma tem uma chance muito maior
que a população em geral de apresentar nova
lesão, podendo chegar até a 50% de
possibilidade.
• 5) História familiar de câncer intestinal:
Quanto mais pessoas de uma mesma família
tiveram diagnóstico de câncer colorretal,
maior o risco de desenvolver a doença.
Se o indivíduo tiver parentes próximos (pai,
mãe, irmão, tios ou avós) que tiveram câncer
de intestino o risco de contrair a doença
aumenta muito especialmente se a doença
acometeu um parente com menos de 40 anos
de idade.
• Por isso, a partir dos 40 anos, para quem tem
na família caso de câncer de intestino deve
fazer periodicamente um exame endoscópico
chamado colonoscopia.
• Atualmente está bem estabelecido que há
doenças hereditárias relacionadas ao câncer
colorretal. Dentre elas estão o Câncer Colorretal
Hereditário Sem Polipose (HNPCC = "Hereditary
Nonpoliposis Colorectal Cancer") e Polipose
Adenomatosa Familiar (FAP).
• Ambas são doenças hereditárias,
caracterizadas pela presença de vários casos
de câncer colorretal na família. A Polipose
Adenomatosa Familiar ou FAP corresponde a
1% dos casos de câncer colorretal. Caracterizase por centenas de pólipos em todo o
intestino que podem ser detectados na
puberdade. Uma vez detectados, se não
removidos transformam-se em câncer.
• Para determinar a presença de uma doença
hereditária, além da avaliação de um médico
especialista, é necessário um teste de
predisposição ao câncer colorretal hereditário
(exame de sangue que determina o gene
alterado). Em um futuro ainda sem previsão, a
meta será a correção do defeito genético
herdado, evitando que a doença se manifeste
em outras gerações.
• 6) Antecedentes pessoais de câncer:
• Mulheres que tiveram câncer de ovário,
corpo do útero (endométrio) ou mama têm maior
risco de desenvolver câncer colorretal. Quem já
teve câncer de intestino no passado deve ficar
atento ao funcionamento do intestino, pois o
risco de desenvolver um segundo tumor é alto
quando comparado ao de outras pessoas sem
história pregressa de câncer.
• 7) Doença intestinal inflamatória:
A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn
são doenças inflamatórias benignas que
causam inflamação em graus variados na
mucosa do intestino grosso. As doenças
inflamatórias intestinais estão associadas ao
maior risco de câncer colorretal,
especialmente em indivíduos com doença
com mais de 8 anos de evolução.
Quadro clínico:
• Os sintomas do câncer de intestino são
extremamente vagos, como mudança do
ritmo intestinal, isto é, prisão de ventre ou
diarréia sem causa alimentar aparente, bem
como anemias sem origem definida.
• É o caso do indivíduo que evacua uma vez
diariamente e de repente passa três dias sem
evacuar ou evacua quatro vezes no mesmo dia
sem que haja uma alteração na sua
alimentação. Essa mudança do ritmo intestinal
é um sinal de alerta indicativo de que o
médico especialista (proctologista ou
gastroenterologista) deve ser consultado para
uma melhor investigação do quadro clínico.
• Dependendo da localização do tumor, os
sintomas são diferentes. Se ele estiver
localizado no lado direito do abdome, as
principais queixas serão enfraquecimento,
anemia e alteração do ritmo intestinal com
predomínio de diarréia.
• Se estiver do lado esquerdo, há também
alteração do ritmo intestinal com
predominância de constipação intestinal, ou
seja, prisão de ventre. Quando o tumor se
localiza no reto, o principal sinal do tumor é o
sangramento. Caracterizado pela vontade
periódica de ir ao banheiro e insatisfação
provocada pela sensação de evacuação
incompleta são sinais de câncer ou de doença
inflamatória no reto.
Atenção!
• Na hemorroida o sangue vivo não se encontra
misturado às fezes, ao passo que no câncer do
intestino o sangue de cor viva vem misturado
a elas. Para o paciente é difícil estabelecer
essa distinção.
• A biópsia é o único exame que pode
determinar a presença do câncer. Uma vez
diagnosticado o câncer, são realizados outros
exames para determinar a extensão da doença
(estadiamento).
• Principais exames para o diagnóstico precoce
do câncer colorretal:
- Toque retal
- Colonoscopia
• Colonoscopia: Em relação à prevenção do câncer
de reto o diagnóstico é muito simples porque
pode ser feito pelo exame de toque retal no
consultório. Já o diagnóstico de câncer de cólon
exige um exame chamado colonoscopia, cuja
descoberta representou o maior avanço no
conhecimento das doenças do aparelho digestivo.
Esse exame permite a identificação não só de
processos inflamatórios e tumores, como até de
pequenos pólipos.
• O pólipo é uma verruga que começa bem
pequena, do tamanho de uma cabeça de
alfinete, com tendência a crescer e se
transformar em câncer. Entretanto o seu
crescimento é lento e leva de 10 a 15 anos
para degenerar e se transformar num tumor
maligno.
• A colonoscopia é um exame realizado por
aparelho de fibra ótica, longo e flexível com cerca
de 180 cm de comprimento, introduzido através
do ânus, que permite a visualização do reto e de
todo o cólon em mais de 95% das vezes. Para a
realização do exame é necessário limpeza
intestinal, feita com laxantes ou lavagem
intestinal. Durante o preparo, é importante beber
água em abundância para evitar a desidratação.
• Antes do exame o médico administra um
sedativo e um analgésico, em seguida o
aparelho é conduzido por todo o intestino
grosso e toda extensão de sua parede interna
é examinada. Se for verificada a presença de
pólipos, estes são removidos e enviados para
exame anatomopatológico. Ao término desse
procedimento o paciente é liberado, não
sendo necessária internação.
Vantagens
• A colonoscopia é na verdade o melhor, o mais
sensível e específico procedimento para o
diagnóstico de pólipos e de câncer do cólon e
reto. Serve também para a prevenção e
tratamento, ou seja, para a retirada de
pólipos, que são analisados posteriormente
através de exame de anátomo patologia.
Desvantagem
• Tem custo mais elevado que os demais
exames utilizados para a mesma finalidade,
devendo ser executado por profissional
idôneo e especializado.
• Outros exames utilizados para o diagnóstico
precoce do câncer colorretal:
• Pesquisa de sangue oculto nas fezes;
• Retossigmoidoscopia;
• Enema opaco com duplo contraste;
• Colonoscopia virtual
• Pesquisa de sangue oculto nas fezes:
Esse exame detecta a presença de sangue
escondido (oculto) nas fezes. A presença de
sangue pode ocorrer por sangramentos de úlcera
gástrica, hemorróidas, doença inflamatória
intestinal, pólipos intestinais ou câncer colorretal.
São necessárias três amostras de fezes
consecutivas e devem ser evitados alguns tipo de
alimentos, alguns dias antes do exame.
Vantagens
• É um exame barato, simples, de fácil
realização e não causa desconforto ao
paciente. Esse exame oferece a vantagem de
poder detectar o câncer em estágios precoces
e não os pólipos do tipo adenomas que,
quando pequenos e médios, não sangram.
Embora detecte cerca de 10% dos pólipos e
metade dos casos de câncer esse exame
mostrou-se útil quando associado a outros
métodos diagnósticos.
Desvantagens
• Seu maior problema é o fato da ingestão de
algumas frutas e de carne vermelha provocar
resultados falsos-positivos, ou seja o exame
indica presença de sangue nas fezes, mas na
realidade não há nenhum sangramento no
tubo digestivo. Em geral isso pode ocorrer em
decorrência da falta de orientação do
laboratório que realizou o exame quanto as
restrições dietéticas necessárias a realização
do exame
• Retossigmoidoscopia: Exame realizado através de um
tubo rígido de 25 cm de comprimento (retossigmoidoscopia
rígida), ou por meio de um aparelho flexível de fibra ótica com
70 cm de comprimento (retossigmoidoscopia flexível) que é
introduzido pelo ânus e permite visualizar internamente o
reto e parte do cólon. Se for encontrada alguma lesão que
possa indicar presença de tumor, uma biópsia deve ser
realizada. Na manhã do exame é recomendado realizar uma
refeição leve. É necessário uma pequena lavagem intestinal
do paciente antes do exame.
Desvantagem
• O aparelho alcança apenas o reto e parte do
cólon, portanto não possibilita ser usado
isoladamente como método de pesquisa de
tumores em toda extensão do intestino
grosso.
• Enema opaco com duplo contraste: Nesse
exame radiológico o ar é injetado após a
remoção do bário previamente introduzido no
cólon por via baixa, o que faz que as lesões
sejam evidenciadas pelo bário (contraste) que
ficou retido. Essa técnica é mais sensível do
que o enema convencional para a detecção de
pólipos.
• O exame requer um preparo com laxantes que
se inicia 24 horas antes e sua realização é
bastante desconfortável para o paciente.
Vantagens: permite visualizar todo o cólon e o
reto, sendo empregado quando não for
possível realizar a colonoscopia.
Desvantagem
• Esse procedimento se destina ao diagnóstico
das patologias do intestino grosso, entretanto
não dispõe dos recursos da colonoscopia que
possibilita a biópsia de tumores e a ressecção
de pólipos. Além do desconforto o enema
opaco não é capaz de detectar todos os
tumores e pólipos pequenos.
• Colonoscopia virtual:
• Trata-se de uma tomografia computadorizada em
três dimensões capaz de produzir imagens de
todo o cólon de maneira rápida, não invasiva,
sem a necessidade de sedação do paciente.
Existem evidências de sua eficiência como exame
de rastreamento dos tumores do cólon e reto, no
entanto esse exame ainda não é facilmente
disponível em nosso meio.
Prevenção do câncer do intestino:
• Dieta rica em fibras e com pouca gordura de
origem animal;
• Prática de exercício físico de forma regular;
• Não consumir fumo, bebidas alcoólicas e
alimentos com corantes;
• Remover pólipos (colonoscopia);
A "American College of
Gastroenterology" preconiza:
• 1) Indivíduos com risco médio
(assintomáticos, com idade igual ou superior a
50 anos, sem outros fatores de risco: Indicado
o exame de colonoscopia a cada 3 a 5 anos
acompanhado de Exame de Pesquisa de
Sangue Oculto nas Fezes em 3 amostras,
anualmente;
• 2) Indivíduos com risco aumentado (indivíduos
com um ou mais parentes de primeiro grau
(irmãos, pais e filhos) com antecedentes de
câncer ou pólipo tipo adenoma do intestino:
Oferecer as mesmas opções para o indivíduo
com "risco médio" , porém iniciando os
exames aos 40 anos de idade
• 2.1) Indivíduos com história pessoal de pólipo
tipo adenoma (maiores de 1 cm ou múltiplos
pólipos (adenomas) foram encontrados e
removidos por colonoscopia): Devem
submeter- se a novas colonoscopias a cada 3
anos;
• 2.2) Indivíduos com doença inflamatória
intestinal: Devem submeter-se a colonoscopia
a cada 1-2 anos;
2.3) Indivíduos com história familiar de
Polipose Adenomatosa Familiar: Indicado
realizar aconselhamento genético e teste
genético para se verificar seu estado de
portador do gene. Em caso de polipose,
considerar colectomia;
• 2.4) Indivíduos com história familiar de Câncer
Colorretal Hereditário sem Polipose (HNPCC =
"Hereditary Nonpoliposis Colorectal Cancer"):
Indicado realizar aconselhamento genético e
teste genético, além de colonoscopia a cada 12 anos a partir dos 20-30 anos de idade e
anualmente a partir dos 40 anos.
Atenção!
• Adultos com os sintomas já citados, em
especial com mais de 40 anos de idade e
portador de anemia apresentam indicação
absoluta para submeter-se a colonoscopia, já
que nessa faixa etária o câncer do lado direito
do intestino é a causa mais frequente de
anemias. Vimos que quando diagnosticada
precocemente essa doença oferece excelente
prognóstico.
• Prisão de ventre e hábitos intestinais:
A evacuação ideal deve ser diária e se
caracteriza pelo bolo fecal consistente sem ser
duro ou pétreo, nem líquido, vez que a
evacuação diarreica é nociva para a nutrição
da mucosa intestinal.
• Do ponto de vista fisiológico, não existe um
número ideal de evacuações diárias. Na verdade
é variável, pois o tamanho do intestino difere de
uma pessoa para outra. Os indivíduos que têm
intestino mais longo necessitam de quantidade
maior de fibras e evacuam menos. No entanto
não é o número de evacuações diárias que
interessa. O importante é ir ao banheiro uma vez
ou duas por dia, ou dia sim, dia não, mas sem
necessidade de fazer força para evacuar.
Download

CA DE PRÓSTATA - Universidade Castelo Branco