Nascido em Santos, SP, em 1942, Pedro Bandeira mudou-se para a cidade de São Paulo em 1961. Trabalhou em teatro profissional como ator, diretor e cenógrafo. Foi redator, editor e ator de comerciais de televisão. A partir de 1983, tornou-se, exclusivamente, escritor. Sua obra, direcionada a crianças e jovens, reúne contos, poemas e narrativas de diversos gêneros. Recebeu vários prêmios, como o Jabuti, APCA, Adolfo Aizen e Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Os Karas – Miguel, Magrí, Calú, Crânio, Chumbinho – são um grupo de amigos que estuda no colégio Elite. Eles participam de várias aventuras de suspense em que precisam desvendar alguns crimes. Miguel não tem apelido. Foi ele quem decidiu certo dia reunir um grupo de amigos, e por brincadeira, fundar um grupo secreto no colégio onde é presidente do Grêmio Estudantil. As coisas saíram melhor do que eles esperavam e em pouco tempo já estavam em aventuras de verdade. É Miguel quem lidera os amigos, e define o próximo passo a ser dado por cada um dos Karas. Até o último livro, Magrí (que recebeu esse apelido por ser “magrinha”) é quem dá a contribuição feminina para o grupo secreto. Talvez por isso tenha tanto amor pelos amigos e seu coração esteja dividido entre três dos Karas, especialmente por um deles. A melhor atleta do colégio Elite é a grande esperança da medalha olímpica para o Brasil. Apesar do jeitinho delicado e meigo, se é preciso salvar um dos amigos ou entrar em ação, Magrí vira uma verdadeira "gata", perigosa e pronta pra tudo. É o ator dos Karas. Especialista em disfarces e maquilagem, é ele quem prepara os amigos na hora de buscar pistas para mais um caso. Extremamente extrovertido e brincalhão, está sempre de bom-humor, dando ânimo aos Karas na hora de agir. Apesar de ser o garoto mais bonito do Colégio Elite, seu coração balança mesmo é diante de Magrí. Como o próprio apelido sugere, Crânio é o geninho da turma. Calado e pensantivo, está sempre pelos cantos com uma gaitinha que o ajuda a solucionar mistérios e códigos, nos quais é especialista. É o campeão de xadrez e das notas da escola, mas em nome dos amigos e das aventuras, larga tudo quando o ............. assunto é de Emergência Máxima. ............. Assim como Calú, é apaixonado .... pela menina dos Karas. Afixionado por video-games e computadores, Chumbinho sente de longe o cheiro de novas aventuras. Foi justamente isso o que fez Chumbinho descobrir o grupo secreto que atuava no Colégio Elite. Mas ele não era só um menino mimado como os outros supunham: provou ser um verdadeiro Kara com sua esperteza e valentia em "A droga da obediência", e conquistando seus melhores amigos. ... o grupo de jovens detetives desmantela uma intrincada rede de sequestros ocorridos em São Paulo. Os Karas tomam conhecimento de uma onda de desaparecimentos envolvendo alunos de vários colégios conhecidos e decidem investigar o que está acontecendo. Reúnem-se em seu esconderijo secreto, no vasto forro do imenso vestiário do colégio Elite, e lá traçam um plano de ação para libertar um dos amigos. Depois de uma série de investigações e deduções, chegam a uma organização criminosa: a Pain Control, que deseja, manipulando fórmulas químicas, controlar a dor da humanidade e, assim, a duração e a qualidade da vida humana. O responsável por essa organização é o Dr. Q.I., um tresloucado cientista que usa os estudantes para testar suas teorias extravagantes e autoritárias para dominar toda a humanidade. O detetive Andrade não é um Kara, e está muito velho pra isso. No início, até Miguel achou Andrade um cara suspeito e nada confiável. Mas o gordo e simpático detetive estava apenas preocupado em não deixar que eles se envolvessem em enrascadas e acabou se tornando uma espécie de "paizão" dos Karas, e está sempre pronto a dar uma mãozinha para os amigos. Vilão do livro, no final é revelado que ele se disfarçava como o Professor Cardoso, diretor do Colégio. Essa personagem marca uma intertextualidade entre o livro e outras obras. A mais marcante é a com o Dr. Moreau. O Dr. Moreau é do romance de H. G. Wells, adaptado para o cinema, que conta a história de um cientista lunático que, com um assistente, faz estranhas experiências com mutação genética, desenvolvendo monstruosas criaturas, metade humanas, metade animais, que ele mantém como escravas. Mários Caspérides: bioquímico que descobriu a Droga da Obediência, mas não concordava com os testes em humanos. Detetive Rubens: policial "bonzinho" que na verdade trabalhava para o Dr. Q.I. Bino: jovem que dava a droga aos estudantes pela 1ª vez. Bronca: 1º jovem a ser sequestrado do Elite. Coisa, Animal e Fera: os capangas idiotas do Dr. Q.I. O famoso "K" na mão esquerda serve como uma espécie de alerta para que os Karas se reúnam imediatamente em seu esconderijo: algo de muito importante ou perigoso aconteceu, e um provável trabalho espera pela ação da turma. Possivelmente o código mais usado pelo grupo, o código vermelho é tão fácil que eles o usam até durante uma conversa. Pode-se escrever qualquer coisa nesse código, substituindo as vogais de cada palavra da seguinte forma: "A" por "AIS"; "E" por "ENTER"; "I" por "INIS"; "O" por "OMBER" e "U" por "UFTER". Exemplo: A palavra "DROGA" vira DRomberGais. Quando se deseja passar uma mensagem que só um dos Karas possa entender, usa-se o Código "TENISPOLAR" . O código é muito simples: basta escrever a palavra "POLAR" logo abaixo de "TENIS", de modo que cada letra de "TENIS" fique acima de cada letra da palavra "POLAR". Então, para escrever uma palavra secreta, basta uma letra pela outra do seguinte modo: se houver um "T" substitui-se por "P", pois esta é sua letra correspondente. Da mesma forma, o "P" é substituído por "T", assim como "E" por "O" e "O por "E", e assim por diante. Em muitos casos, pode-se até combinar o código "TENISPOLAR" com o Código Vermelho se a mensagem for muito importante. Exemplo: "P E D R O" vira "T O D S E". O conhecidíssimo código Morse foi muito usado por espiões em guerras e trabalhos de espionagem, sem falar nos telegrafistas. A importância do código está no fato de se poder usá-lo através de batidas, clarões, ou até por escrito. É claro que não há limite para a criatividade dos Karas: eles usam e abusam do Código Morse, comunicando-se no escuro imitando o pio de uma coruja (CódigoCoruja) ou no meio da multidão sem que ninguém note, através de apertões longos e curtos: Código Morse-Apertão). )_._ (a ) . _ ( l ) . _ . . (b ) _ . . . (m) _ _ (c ) _ . _ . (n) _ . (d ) _ . . (o) _ _ _ (e ) . (p) . _ _ . (f ) . . _ . (q) _ _ ._ (g ) _ _ . (r ) . _ . (h ) . . . . (s) . . . ( i ) . . (t ) _ ( j ) . _ _ _ (u ) . . _ (k (v )..._ (w) . __ (x ) _ . . _ (y ) _ . _ _ ( z ) _ _ . . (ponto final) ._._._ (vírgula) _ _ .._ _ A Droga da Obediência reúne os elementos de uma novela policial: detetives audazes e inteligentes, um plano de ação convincente, um policial honesto em contraposição a um desonesto, um grande vilão sobre quem incidirá toda a perseguição. Na sociedade almejada pelo Dr. Q.I., não há lugar para qualquer contestação, não há espaço para a desobediência, nem para a revolta. O Dr. Q.I. deseja uma humanidade obediente e servil, como carneirinhos lanudos, gordinhos e felizes. É contra essa cultura de submissão e de aceitação passiva de uma sociedade controlada por um poder absoluto que os Karas lutam.