Nevos de Spitz Agminados sobre Mancha Melânica Sgarbi CR¹, Bello CAD¹, Catalano SP², Bedin V³, Michalany NS⁴, Michalany AO⁴ 1234- Professor do Instituto BWS – Pele Saudável -SP Professor Coordenador da PG em Dermatologia do Instituto BWS- SP Professor Doutor - Diretor do Instituto BWS Patologista do Laboratório Paulista de Dermatopatologia Clínica INTRODUÇÃO: Apresenta-se caso de uma criança com lesão melanocítica congênita caracterizada por múltiplos nevos de Spitz sobre uma mancha melânica. RELATO DE CASO: Criança de seis anos de idade, sexo masculino, apresentando múltiplas máculas e pápulas agrupadas, castanho escuras, de diversos tamanhos, dispostas sobre uma área bem delimitada de hiperpigmentação na região dorsal. A lesão é assintomática e presente desde o nascimento. O primeiro estudo histopatológico resultou em um nevo de Spitz, revelando neoplasia melanocítica benigna na epiderme e derme superficial, caracterizada por proliferação de células ora com citoplasma fusiforme, ora com citoplasma amplo e eosinofílico, além de certo grau de polimorfismo nuclear e hipercromasia, porém sem anaplasia. Na derme superficial, as células apresentavam-se em ninhos, com maturação evidente nas células mais profundas e, na camada basal, observavam-se corpos eosinofílicos irregulares, compatíveis com corpos de Kamino. O acompanhamento, durante 18 meses, foi conservador devido ao grande tamanho da lesão. Durante esse período, ocorreram modificações clínicas, com o desenvolvimento de áreas hipocrômicas em relação à lesão inicial, melhor observadas à dermatoscopia. O paciente foi então encaminhado para exérese total da lesão e o estudo histopatológico se manteve com as mesmas características. DISCUSSÃO: Os nevos de Spitz, também chamados de nevos de células fusiformes e/ou epitelióides, são lesões melanocíticas que habitualmente apresentam-se como uma pápula solitária. À apresentação de múltiplos desses nevos em uma área restrita da pele dá-se o nome de Nevos de Spitz Agminados. É uma forma de apresentação pouco encontrada, de evolução benigna, que ocorre com maior frequência de forma adquirida, em crianças do sexo feminino e na face. Nesse estudo, apresentamos um desses casos, que se torna ainda mais raro pela distribuição das lesões sobre uma mancha melânica e, assim, torna-se um importante diagnóstico diferencial do nevo spilus. Apesar de ser diagnóstico diferencial de melanoma e excisado quando solitário, múltiplas lesões agrupadas devem ser acompanhadas de forma conservadora devido a cicatrizes inestéticas que possam surgir devido ao tratamento. Intervenções cirúrgicas devem ser guiadas por modificações clínicas e dermatoscópicas que sugiram atipia. Conclui-se, por fim, que deve ser do conhecimento do dermatologista esta apresentação rara, mas não menos importante, do Nevo de Spitz, para diagnóstico e seguimento apropriados. BIBLIOGRAFIA: -Rodríguez-Díaz E, Llaneza MLJ, Martínez DN, Merino AM. Nevos de Spitz múltiples agminados hemifaciales. Actas Dermosifiliogr 2001; 92: 39-45. -Cervigón González I, et al. Nevus agminados de Spitz. An Pediatr (Barc). 2012. -Hueso L, Hernández A, Torrelo A, Colmenero I, Zambrano A. Nevus de Spitz agrupados sobre uma mácula hiperpigmentada. Actas Dermosifiliogr. 2008; 99: 69-72.