O Open Access ao serviço dos investigadores e das Universidades Eloy Rodrigues Serviços Documentação da Universidade do Minho [email protected] Antevisão da apresentação… • Open Access /Acesso Livre/Acesso Aberto – O que é? – Porquê? – Como? • O impacto do Open Access para os investigadores e as suas instituições • O Open Access, no presente e no futuro da comunicação científica O que é o Open Access? Open Access, "Acesso Livre" (ou “Acesso Aberto”) significa a disponibilização livre na Internet de cópias gratuitas, online, de artigos de revistas científicas revistos por pares (peerreviewed), comunicações em conferências, bem como outros resultados da actividade científica ou académica. Essencial: Aos cerca de 2.5 milhões de artigos publicados por ano, a Acesso Livre a quê? nível mundial, em cerca de 25,000 revistas com peer- review em todas as disciplinas académicas e cientificas. Recomendável/Opcional: A comunicações, teses e dissertações, dados científicos, relatórios, working papers, artigos não revistos (preprints); monografias; etc. Não Aplicável: O Acesso Livre não se aplica a livros sobre os quais os autores pretendam obter receitas ou textos não académicos, como notícias ou ficção. Acesso Livre porquê? • Aumentar a visibilidade, o acesso, a utilização e o impacto dos resultados de investigação. • Acelerar e tornar mais eficiente o progresso da ciência. • Melhorar a monitorização, avaliação e gestão da actividade científica. Impacto dos resultados de investigação… % aumento citações com Acesso Livre Física Sociologia Psicologia Direito Gestão Educação Ciên. da Saúde Ciências Políticas Economia Biologia 0 50 Amplitude = 36%-250% (Dados: Brody&Harnad 2004; Hajjem et al. 2005) 100 150 200 250 Adaptação de gráfico cedido por: Alma Swan – Key Perspectives Ltd Aumentar a visibilidade, o acesso e o impacto dos resultados de investigação • Já existe uma bibliografia sobre este assunto: The effect of open access and downloads ('hits') on citation impact: a bibliography of studies http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html Acelerar e tornar mais eficiente o progresso da ciência Time taken to be cited for articles in the arXiv database 10000 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 Months from publication 93 84 75 66 57 48 39 30 21 12 3 0 -6 Number of articles 9000 Acelerar e tornar mais eficiente o progresso da ciência Melhorar a monitorização, avaliação e gestão da actividade científica (algumas hipóteses) • Avaliação de investigadores e centros de investigação baseada na análise de citações de artigos individuais (e não no factor de impacto de revistas); • Registo e acompanhamento dos downloads, citações e padrões de uso; • Desenvolvimento de um “CitationRank” semelhante ao algoritmo “PageRank” do Google; • Latência e longevidade da investigação • Avaliação do grau de endogamia/exogamia dos investigadores e unidades de investigação • Detecção de autores/trabalhos não citados/ignorados e detecção de plágio por análise semântica Duas vias para o Acesso Livre • Óptima (dourada): Publicar os artigos em revistas de acesso livre sempre que existam revistas adequadas para o efeito (presentemente mais de 7000, ≃ 28% - ver www.doaj.org) • Boa (verde): Publicar os restantes artigos nas revistas comerciais habituais (presentemente cerca de 18000, ≃ 72%) e auto-arquivá-los em repositórios de acesso aberto (actualmente mais de 2000 – ver www.opendoar.org). O que são Repositórios Institucionais? • São sistemas de informação que armazenam, preservam, divulgam e dão acesso à produção intelectual de instituições de investigação. Ao fazê-lo intervêm em duas questões estratégicas: – contribuir para o aumento da visibilidade e “valor” público das instituições, servindo como indicador tangível da sua qualidade; – contribuir para a reforma do sistema de comunicação científica, expandindo o acesso aos resultados da investigação e reassumindo o controlo académico sobre a publicação científica. Os Repositórios no mundo… Via verde para o auto-arquivo! O copyright já não é um obstáculo importante ao desenvolvimento dos Repositórios Institucionais. Políticas de Copyright das Revistas Científicas 5% 32% Permitido auto-arquivo de preprints e postprints Permitido auto-arquivo de preprints 63% Auto-arquivo não permitido Mais de 95% das revistas já permitem alguma forma de auto– arquivo/depósito em repositórios. http://romeo.eprints.org/stats.php SHERPA/RoMEO http://www.sherpa.ac.uk O impacto do OA, através dos repositórios, para os investigadores e as suas instituições • As vantagens para os investigadores • As vantagens para as instituições As vantagens para os investigadores Acesso Uso Visibilidade Impacto Não há problemas de acesso para os investigadores? • • • • 76% Com problemas de acesso pelo menos mensalmente* Sem assinatura 56% * Assinatura, mas problemas de login 26% * Acesso difícil ou raro 37% ** * Research Information Network, 5 studies on access in UK ** SOAP (Study on Open Access Publishing) As vantagens para os investigadores • Exemplos da Universidade do Minho na minha próxima apresentação… As vantagens para as instituições • Registo completo do seu output intelectual • Ferramenta da gestão da actividade científica e académica • Promoção da imagem, visibilidade e perfil público das instituições Vantagem competitiva Fonte: Ranking Web of World Universities (Julho 2011) [http://www.webometrics.info/rank_by_country.asp?country=pt] Evolução recente do Acesso Aberto • Crescimento do número de repositórios, e do número de documentos neles depositados • Crescimento do número de revistas em acesso livre • Políticas e mandatos de Open Access de universidades e organismos financiadores Evolução recente do Acesso Aberto Bjork B-C, Welling P, Laakso M, Majlender P, Hedlund T, et al. (2010) Open Access to the Scientific Journal Literature: Situation 2009. PLoS ONE 5(6) Os repositórios são necessários, mas não são suficientes… • Estratégias de divulgação, promoção e formação são factores críticos para o sucesso na implementação de um repositório. • A criação de serviços de valor acrescentado para os autores, que compensem o esforço de auto-arquivo, é também um aspecto importante. • Mas o factor determinante é a implementação de políticas e mandatos de auto-arquivo que encorajem ou tornem obrigatório o depósito da produção científica dos membros das instituições nos seus repositórios. Atitude dos autores face a um mandato de auto-arquivo 5% Não cumpririam 14% Cumpririam com relutância Cumpririam de boa vontade 81% 0 20 40 % respondentes (Dados: International Survey - “Would you comply with OA mandate?”) 60 80 100 Em 2008… Fevereiro 2008 • 12 de Fevereiro de 2008 A Faculdade de Artes Ciências da Universidade de Harvard estabelece uma política sobre as publicações científicas dos seus Seg. que Ter. Sex.dos artigos, Sáb. a transferência Dom. membros, requer,Qua. para alémQui. do depósito do copyright para a Universidade. 1 • 2 3 Each Faculty member grants to the President and Fellows of Harvard College permission to make available his or her scholarly articles and to 4 the copyright 5 7 In legal 8 terms,9the permission 10 exercise in6those articles. granted by each Faculty member is a nonexclusive, irrevocable, paid-up, worldwide license to exercise any14 and all rights under copyright relating 11 12 13 15 16 17 to each of his or her scholarly articles (…). The policy will apply to all scholarly articles written while the person is a member of the Faculty 18Maio19 20 21 22 23 24 7 de de 2008 (…). 25 Law 26 School 27estabelece 28 uma 29 A Harvard política sobre as publicações científicas dos seus membros semelhante à da Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Harvard. Em 2009… Março 2009 18 de Março de 2009 Mandato de Open Access para todo o MIT, Seg. Ter. Qua. Qui. Sex. Sáb. Dom. aprovado por unanimidade 1 The Faculty of the Massachusetts Institute of Technology is committed to disseminating the fruits of its research and scholarship as widely as possible. In keeping with that commitment, the Faculty adopts the following policy: Each Faculty member grants to the Massachusetts Institute of Technology nonexclusive permission to make available his or her scholarly articles and to exercise the copyright in those articles for the purpose of open dissemination. In legal terms, each Faculty member grants to MIT a nonexclusive, irrevocable, paid-up, worldwide license to exercise any and all rights under copyright relating to each of his or her scholarly articles, in any medium, provided that the articles are not sold for a profit, and to authorize others to do the same. The policy will apply to all scholarly articles written while the person is a member of the Faculty except for any articles completed before the adoption of this policy and any articles for which the Faculty member entered into an incompatible licensing or assignment agreement before the adoption of this policy. The Provost or Provost's designate will waive application of the policy for a particular article upon written notification by the author, who informs MIT of the reason. 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 To assist the Institute in distributing the scholarly articles, as of the date of publication, each Faculty member will make available an electronic copy of his or her final version of the article at no charge to a designated representative of the Provost's Office in appropriate formats (such as PDF) specified by the Provost's Office. 23 24 30 31 25 26 27 28 29 The Provost's Office will make the scholarly article available to the public in an open- access repository. (…) Evolução recente do Acesso Aberto ROARMAP (Registry of OA Repository Mandates): http://www.eprints.org/openaccess/policysignup/ Políticas e mandatos OA em Portugal Instituição Ano Universidade do Minho 2005 ISCTE 2007 Universidade do Porto 2008 Universidade Aberta 2010 Instituto Politécnico de Bragança 2010 Universidade de Coimbra 2010 Hospitais da Universidade de Coimbra 2011 Instituto Politécnico de Leiria 2011 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 2011 As políticas europeias de Open Access A Comissão Europeia e o Conselho Europeu de Investigação pretendem: • proporcionar ampla difusão e acessibilidade aos resultados publicados da investigação financiada. Acesso Aberto na UE • O capítulo 2.5.2. da Uma Agenda Digital para a Europa – Impulsionar a inovação nas TIC tirando partido do mercado único – afirma que a investigação financiada com dinheiros públicos deve ser largamente difundida através da publicação em livre acesso de dados e documentos científicos. • A Europe 2020 Flagship Initiative Innovation Union tem uma referência semelhante ao Acesso Aberto: a Comissão irá promover o Open Access e terá como objectivo transformar o “Open Access to publications the general principle for projects funded by the EU research Framework Programmes”. Acesso Aberto na UE • A Vice-Presidente Neelie Kroes, Comissária para a Agenda Digital, já anunciou que – o projecto piloto de Open Access, que correntemente abrange cerca de 20% do 7º Programa-Quadro, vai aplicar-se a todos os projectos no próximo Programa-Quadro, – e pode alargar-se também aos dados científicos. O Open Access e a sociedade “Open access to research is a must for the competitiveness of Europe” – Neelie Kroes, Vice-Presidente da Comissão Europeia http://www.youtube.com/watch?v=YAkf7VmpQ5M&feature=player_detailpage#t=73s O que podem fazer os investigadores? Seguir as vias para o Acesso Livre! • Publicar, sempre que possível e adequado, os seus artigos em revistas de acesso livre; • Publicar, os restante artigos nas revistas comerciais habituais e auto-arquivá-los em repositórios da própria instituição Síntese da apresentação… O que podem fazer as instituições de investigação? Seguir as melhores práticas! • Criar/Manter repositórios institucionais • Definir políticas institucionais • Requerer o auto-arquivo das publicações dos seus membros nos repositórios • Que publicações? obrigatoriamente a versão final dos artigos com peer-review (“postprint”), opcionalmente outras publicações e documentos • Quando arquivar/depositar? Imediatamente após a aceitação para publicação. Os embargos devem aplicar-se ao acesso e não ao depósito O Open Access e o futuro “The question is no longer „if‟ we should have open access. The question is about „how‟ we should develop it further and promote it.” Neelie Kroes Vice President of the European Commission for the Digital Agenda Muito Obrigado! Eloy Rodrigues Serviços Documentação da Universidade do Minho [email protected]