Investimentos Estrangeiros Diretos China - Brasil Julia Paletta Mestre em Economia Internacional pela Universidade de Xangai 经济贸易/上海大学 Tópicos abordados 1. Evolução do IED Chinês no Brasil e mudança de perfil ao longo de uma década 2. Perspectiva da China para o Brasil: Ameaça ou Oportunidade? O que é IED? Investimento estrangeiro direto (IED) é o investimento feito para adquirir um interesse duradouro em empresas que operem fora da economia do investidor. Contexto interno de expansão do IED Urbanização •Mais de 30 cidades com população acima de 10 milhões de habitantes em 2020 •Criação de uma classe média com padrões de consumo globais • Mercado Imobiliário •Grandes investimentos em infra-estrutura •Escassez de recursos minerais Consolidação da indústria CHINA IED •Indústrias chinesas se consolidando •Eliminação de indústrias não competitivas e ineficientes •Crescente poder de negociação •Maior preocupação ambiental •Grandes e sofisticadas corporações estão investindo globalmente * *Entre 2005 e 2010 cerca de 100 empresas chinesas adquiriram ativos no exterior., somando 250 transaçãos avaliadas em mais de 350 bi de dóalres Fonte : SLC2010 IED Chinês no mundo – 2005 - 2010 Sobre a intensificação do IED Chinês • China passa de receptora de IED à investidora • IED: início em 2005 se intensificando nos últimos 2 anos • Crise financeira x Reservas internacionais Chinesas • Interesse crescente em mercados emergentes (mineração, energia) • CIC – gerencia cerca de US$ 300 bi do fundo de riqueza soberana investindo globalmente • China – maior credora dos EUA através de títulos do tesouro dos EUA • Política “go global” • MOFCOM – relaxou requerimentos para aprovar a aquisição de ativos internacionais pelas empresas chinesas • SAFE (órgão regulador de câmbio – State Adm. Of Foreign Exchange) - também relaxou controles para liberação de moeda estrangeira para e facilitou linhas de crédito para M&A • Cerca de 3 milhoes de estudantes chineses no exterior IED Chinês no Brasil antes de 2010 WUHAN: 21.5% da empresa MMX por US$ 400 milhões em 2009 STATE GRID: aquisição de 7 conc. de transmissão de energia por US$ 1.7 bilhão BRIGHT PROSPEROUS: aquisição de empresa florestal por US$ 40 milhões em 2010 SINOPEC: 40% da Repsol Brasil por US$ 7 bilhões em 2010 SINOCHEM: 40% do Campo de Peregrino em 2010 por US$ 3 bilhões EAST CHINA MINERAL EXPLOR: aquisição da Itaminas por US$ 1.2 milhões em 2010 IED Chinês no Brasil depois de 2010 (anunciados e concetizados) rede de distribuição de eletrônicos Telecom Centro de P&D US$ 300 mi Telecom Parque Industrial US$ 200 mi Agronegócio Genética de sementes Automotivo Produção e comercialização de fibra de vidro IED Chinês no Brasil depois de 2010 (anunciados e concetizados) Produção de equipamentos eletrônicos Parque Industrial para Maquinário, US$ 200 mi sondas de perfuração de poços de petróleo Turbinas à vapor, maquinas, metalurgia Até US$ 3 bilhões Chongqing Grain Group Processamento de soja e fertilizantes, US$ 4 bi A mudança no perfil do IED Chinês ANTES: setores mineração e energia alinhados com a demanda chinesa por recursos naturais (maioria estatais) DEPOIS: setores de maior tecnologia com foco no mercado consumidor brasileiro e da América do Sul (empresas privadas ganham espaço) RESULTADO: China demonstrando aptidão para explorar setores mais intensivos em tecnologia e crescente aumento de seu market share e ganhando parcelas de mercado na América Latina que antes eram pertencentes ao Brasil. Como isso foi possível? R: Por meio de um planejamento estratégico estruturado dentro do processo de abertura chinesa. Planos quiquenais – desde 1953, estabelecimento de metas em ações de longo prazo no setores público e privado (desenvolvimento econômico e social, projetos e obras, distribuição das forças produtivas, etc.) Lei do Joint-Venture (1984) – parceria com empresas estatais e transferência de tecnologia (ex. SAIC – Volkswagen) China: atuação coordenada globalmente e alinhada através do planejamento de longo prazo Tendências do IED (12 FYP) • Serviços: State Grid atuando na prestação de serviços de transmissão elétrica, 12º plano quinquenal prevê novas aquisições globais no setor • Investimentos em biotecnologia, energia renovável, TI, aeroespacial, telecom e veículos à energia renovável. • Petróleo: empresas chinesas buscam entrar no mercado de bens para atender indústria de P&G • Siderurgia: demanda por tecnologia e pressões inflacionárias podem resultar em mais investimentos (M&A) no setor • 11 rodada de petróleo – Pré-sal: grande possibilidade de novos players chineses China: uma abordagem paradoxal Ameaça vs. Oportunidade Oportunidades • 12º plano quinquenal:reestruturação economica em favor do mercado doméstico, diminuir desigualdades sociais entre as regiões e proteção ao meio ambiente • Mercado de bens de consumo – gastos incentivados, aumento de salários, etc. • “Crescimento inclusivo” • Previsão de cerca de 200 milhões de pessoas emergindo na classe média chinesa na próxima década • Novos consumidores oriundos da regiao Oeste • Crescimento de importações • Mercado emergente para produtos mais elaborados e de luxo • Grandes oportunidades para empresas, empreendedores que se estruturem para atender a grande demanda de consumo chinês Oportunidades •A orientação para redução de emissão de carbono e controle da poluição está criando um grande mercado para energia renovável (biomassa, solar, eólica) •Demanda por tecnologia em energia nuclear e smart grid Brasil necessita de maior coordenação coletiva para lidar com a China Brasil possui atuação descoordenada com relação à China (ex. Sagatiba) Falta planejamento coletivo e entender “O que o Brasil quer da China” Atuação empresarial em focos isolados (ex. tradings, Canton Fair) Desconhecimento da cultura são entraves à entrada de empresários no país Institutos de pesquisa e disseminação de conhecimento sobre a China quase inexistentes no Brasil Obrigada! 谢谢! Julia Paletta Crespo [email protected]