Cursinho Vitoriano – Gramática
Data: 30/04/15
Aula 5 – Estrutura e formação de
palavras
Professora Ana
• Considere os substantivos menininhas e a
forma verbal remoçássemos. Essas palavras
podem ser analisadas segundo alguns
critérios:
• Grafemas (letras): menininhas (10 letras) e
remoçássemos (12 letras).
• Fonemas: menininhas (9 fonemas) e remoçássemos (11
fonemas).
• Sílabas: menininhas (4 sílabas) e remoçássemos (5
sílabas)
Essas palavras podem, porém, ser analisadas
segundo outro critério >> decomposição em
unidades significativas:
menin inh a s
Amarelo: Núcleo significativo
Verde: indicador de diminutivo
Rosa: indicador de feminino
Azul: indicador de plural
re moç á sse mos
Amarelo: indicador de ação que se renova
Cinza: núcleo significativo
Verde: indicador de que o verbo é da 1ª conjugação
(-ar)
Rosa: indicador de pretérito imperfeito do modo
subjuntivo
Vermelho: indicador de 1ª pessoa do plural
• Morfemas: cada uma das unidades mínimas.
• Quantos morfemas têm “menininhas” e
“remoçássemos”?
• Em termos semânticos e morfológicos, há
grandes diferenças entre esses morfemas, que
implicam a existência de “grupos”:
• (1º grupo) menin- e moç- são “núcleos significativos” e
podem dar origem a outros vocábulos: menino, meninice,
meninada, etc.; moça, moçada, mocidade, moço, etc. Os
demais morfemas são estéreis;
• (2º grupo) os morfemas –a e –s em menininhas e –sse e –
mos em remoçássemos são indicadores de flexões de
gênero, número, tempo e modo, e número e pessoa,
respectivamente;
• (3º grupo) os elementos apostos a moç- e menin- agregamlhes sentidos novos: -inh (a noção de diminutivo), -re (a
noção de repetição ou processo retroativo);
• (4º grupo) o morfema a indica primeira conjugação verbal.
Nomenclatura
Morfemas do primeiro grupo: radicais;
Morfemas do segundo grupo: flexionais ou
desinências;
Morfemas do terceiro grupo: afixos;
Morfemas do quarto grupo: vogal temática.
Morfema lexical
• Núcleo mais significativo de uma palavra;
• Radical: a base sobre a qual se cria uma família
de vocábulos, os cognatos. Exemplos: amor,
amoroso, desamor, amável - Lei, legal, ilegal,
legalizar,
legislar,
legislação,
legislativo,
legislatura, etc.
• São morfemas portadores da significação básica
do vocábulo = são os lexemas;
• Significação ao mundo externo, não gramatical.
Observemos este conjunto:
[mar, maré, marinha, marinheiro,
marítimo, maresia]
• Esses vocábulos são aparentados por um
vínculo de forma e sentido (o elemento “mar” é o radical)
• “Mar-” é o elemento comum a todos esses
vocábulos e é irredutível: núcleo semântico
de todas essas palavras;
• “Mar-” – ponto de partida para os cognatos;
• O radical é a parte central da palavra (sem
afixos, desinências e vogal temática).
Morfemas gramaticais
• Responsáveis pelas funções gramaticais do
vocábulo (marcação de gênero, número,
tempo, modo, pessoa);
• Podem ser divididos, segundo sua função, em
três grupos:
Morfemas classificatórios
• Distribuem os vocábulos em categorias. São as
vogais temáticas, tanto verbais quanto nominais;
• Vogal temática: morfema que liga o radical às
desinências (exemplo: amássemos);
Eu amasse
Tu amasses
Ele amasse
Nós amássemos
Vós amásseis
Eles amassem
As vogais temáticas agrupam os verbos em 3
categorias:
Verbos de vogal temática –a-: primeira
conjugação, como em amar, estudar, chegar, viajar,
etc.
Verbos de vogal temática –e-: segunda
conjugação, como em vender, escrever, ler;
Verbos de vogal temática –i-: terceira conjugação,
como em dormir, definir, sentir, pedir, etc.
Os nomes também formam três categorias,
conforme a vogal temática que apresentam:
Vogal temática –a, como em sala, porta;
Vogal temática –e, como em alegre, presente
(às vezes, na escrita, ocorre como ‘i’: caqui);
Vogal temática –o, como em muro, alto (às
vezes, na escrita, ocorre como ‘u’: europeu).
• Como saber se a vogal final é vogal temática e
não marcação de gênero feminino?
• O final de telefonema e artista é vogal
temática e não marcação de gênero feminino.
• Mas, o final de bela é marcação de gênero
feminino (o a final é desinência)
• O –o em bel-o é a vogal temática e não
desinência de gênero (porque o masculino é
uma forma não marcada)
• O –a átono final será, então, desinência de
feminino, quando se opuser a um masculino
sem esse –a.
OBS: Quando o –a átono final não fizer
oposição a um masculino, será uma vogal
temática.
Morfemas derivacionais
• Servem para formar novas palavras com o
acréscimo de afixos;
• Acrescentam-se antes ou depois do radical
para alterar o seu sentido ou acrescentar-lhe
uma ideia secundária;
• Palavra primitiva >> palavra derivada.
Exemplo: pedra> pedreira >> diferente da
primitiva, mas com a qual mantém uma
relação semântica em comum.
• Sufixos podem mudar a classe do vocábulo; os
prefixos não: mal (adjetivo) e maldade
(substantivo);
• Os afixos são classificados em prefixos e
sufixos;
Derivação prefixal
• Serve para derivar palavras pelo prefixo;
• Os prefixos alteram o sentido das palavras às
quais se juntam. Imoral e desonesto // moral e
honesto;
Outros exemplos: desconfortável, refazer,
desleal, ilegal.
Derivação sufixal
• Função: acrescentar ideia secundaria ou
enquadrar em outra classe gramatical;
Exemplos: pedra – pedreiro, leal –
lealdade, planta - plantação, folha - folhagem,
legal - legalmente, livro - livraria.
• o acréscimo de um prefixo = não contribui para a
mudança de classe do radical a que se atrela.
• Já os sufixos: leal (adjetivo) e lealdade
(substantivo).
• Há ainda casos em que a palavra primitiva recebe
prefixo e sufixo simultaneamente = derivação
parassintética. Exemplos: a manh ecer, en tard
ecer.
MORFEMAS FLEXIONAIS
• Correspondem às flexões de gênero e número
nos nomes (substantivos, adjetivos, pronomes e
numerais (desinências nominais)) e as flexões de
tempo e modo/ número e pessoa nos verbos
(desinências verbais).
• Há uma importante diferenças entre os
morfemas flexionais e os morfemas derivacionais:
os morfemas derivacionais criam novas palavras,
os morfemas flexionais não.
• A morfologia derivacional é produtiva porque
cria novas palavras a partir da derivação. Já a
morfologia flexional não altera categorias, mas
somente estabelece ligações entre as palavras
(ela somente estabelece novas formas
gramaticais para os mesmos vocábulos, mas
não cria novos vocábulos)
Exemplos
• Ao acrescentarmos o sufixo (morfema
derivacional) –eiro ao substantivo ferro,
obtemos um novo substantivo, ferreiro;
• Os morfemas flexionais não criam novos
vocábulos, apenas acrescentam informações
gramaticais (número e gênero nos nomes e
tempo e modo nos verbos);
Exemplo
• Casas não é outra palavra formada a partir de
casa. O morfema –s de casas determina
apenas o plural de casa.
Outra diferenças dos morfemas
flexionais dos derivacionais...
• Os morfemas flexionais não podem ser
dispensados, mas os sufixos podem;
• Há palavras sem sufixos, mas não há verbos
sem flexão de tempo, modo, número e pessoa
(estudávamos, por exemplo);
Grau não é um caso de flexão
• Caso de derivação (porque é um caso em que
o falante pode optar por uma forma linguística
ou outra): carrinho ou carro pequeno.
• - inho não é elemento de emprego
obrigatório, como são os morfemas flexionais.
• - inho é um sufixo derivacional que indica grau
diminutivo.
MORFEMAS FLEXIONAIS DE GÊNERO
• Gênero em português: pode ser por flexão
(garoto, garota), por derivação (conde,
condessa) ou por heteronímia (bode/cabra).
• As palavras masculinas teriam apenas a vogal
temática –o e não um morfema de gênero
masculino –o.
Não podemos considerar -o como marca de
masculino por opor-se a –a (como
garoto/garota), porque esse mesmo raciocínio
nos obrigaria a considerar como masculino o –e
de mestre, que também se opõe a –a de mestra.
Se é fácil associar –o a masculino, o mesmo não
se dá com –e, que pode estar ligado a um outro
gênero, com em ponte (feminino).
• Mais adequado, então: considerar o
masculino como forma desprovida de flexão
específica, em oposição ao feminino,
caracterizado pela flexão em –a. A vogal final
das formas masculinas seria, assim, uma vogal
temática.
MORFEMAS FLEXIONAIS DE NÚMERO
• Comparemos os membros do par casa /casas.
A ausência de desinência para o singular
permite afirmar que o singular é caracterizado
pelo morfema zero, ao passo que o plural é
marcado pela desinência –s.
MORFEMAS FLEXIONAIS DE VERBO
• Dois tipos de desinências verbais: que
exprimem modo/tempo e que exprimem
número/pessoa;
• Modo-temporais vêm antes das númeropessoais.
Exemplo: amássemos
• Modo-temporais:
Pretérito Imperfeito do Indicativo – estudava (1ª
conjugação) – estud (radical)/ -a- (vogal
temática)/ -va (desinência modo-temporal).
• Número-pessoais:
1ª pessoa do plural – estudávamos (1ª
conjugação) – estud (radical)/ -a- (vogal
temática)/ -va- (desinência modo-temporal)/ mos (desinência número/pessoal)
Confronte as seguintes palavras...
a) moleque > molecada
b) cinematógrafo > cinema, cine
c) vossa mercê > vossemecê, vosmecê, você
d) viver > o viver; Gillete > gilete
• As primeiras palavras são formas primitivas da
segundas;
• A partir dos modos de formação, quatro
situações podem ser constatadas: a) adjunção;
b)
supressão;
c)
adjunção-supressão;
d)nenhuma das anteriores (as palavras não
resultaram de nenhuma alteração mórfica ou
fonológica (houve alterações no campo
semântico).
• Novas palavras se criam como resultado de
quatro operações básicas: adjunção, supressão,
adjunção-supressão e não-adjunção-supressão
de morfemas ou fonemas >> processos de
formação de palavras
Adjunção
- derivação prefixal (ou prefixação)
- derivação sufixal (ou sufixação)
- derivação parassintética
- composição por justaposição
Supressão
- abreviação
- abreviatura
Supressão-adjunção
- derivação regressiva (ou deverbal)
- composição por aglutinação
De forma simplificada:
Derivação:
prefixal,
sufixal,
prefixal
e
sufixal,
parassintética, regressiva, imprópria.
Composição: por justaposição, por aglutinação.
Casos especiais: hibridismo, abreviação, abreviatura,
onomatopeia.
Formação de palavras
• Primitivas: sol, feliz, honra (são palavras irredutíveis).
• Derivadas: base nas palavras primitivas (solar,
felicidade, honraria).
• Simples: um único radical: vinho, tempo, perna;
• Compostas: duas ou mais palavras primitivas, ou de
dois ou mais radicais: passatempo (passa+tempo);
vinagre (vinho + acre); pernalta (perna+alta).
A derivação (uma palavra a partir de outra já existente na língua)
e a composição (duas ou mais palavras primitivas).
Derivação sem afixos?
A derivação regressiva (ou deverbal) e a
derivação imprópria (ou conversão)
Derivação regressiva
• Redução (supressão) do segmento final (vogal
temática e desinência) de um verbo no e
adjunção de uma das três vogais temáticas
nominais (-a, -e, -o):
Em –a
Em –e
Em -o
ajudar
atacar
abalar
- ajuda
vender
- venda
buscar
- busca
- ataque
- abalo
combater
- combate
agitar
- agito
embarcar
- embarque
amassar
- amasso
comprar (verbo)
beijar (verbo)
compra (substantivo)
beijo (substantivo)
Regressiva: são formados substantivos a partir
de verbos (substantivos deverbais):
Exemplo:
Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)
O debate foi longo. (do verbo debater)
Como saber se um substantivo deriva
de um verbo ou o contrário?
• Se o substantivo denota ação, será palavra
derivada, e o verbo palavra primitiva.
• Se o nome denota algum objeto ou substância,
verifica-se o contrário.
Compra
e
beijo
=
ações,
logo,
palavras derivadas.
Âncora = substantivo que dá origem ao verbo.
Substantivos concretos: primitivos (alfinete e pedra)
Substantivos abstratos: derivados (abalo, ataque,
ajuda)
Derivação Imprópria
A palavra primitiva e a derivada são um mesmo
vocábulo,
mas
usado
em
contextos
morfossintáticos e semânticos distintos.
Olho azul (adjetivo)
O azul dos seus olhos (substantivo)
Homem alto (adjetivo)
Falava alto (advérbio)
Venha já (advérbio)
Já...já (conjunção alternativa)
Não iremos (advérbio de Eu não aceito esse não (substantivo)
negação)
1) Adjetivos a substantivos:
Os bons serão contemplados.
2) Particípios a substantivos:
Aquele garoto alcançou um feito passando no
concurso.
3) Infinitivos a substantivos:
O andar de Roberta era fascinante.
O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
4) Substantivos a adjetivos:
O funcionário fantasma foi despedido.
5) Adjetivos a advérbios:
Falei baixo para que ninguém escutasse.
6) Palavras invariáveis (no caso conjunção) a substantivos:
Não entendo o porquê disso tudo.
7) Substantivos próprios tornam-se comuns (conversão):
Gillete (marca= substantivo próprio)>> gilete (substantivo
comum)
Maizena (marca=substantivo próprio)>> maisena (amido de
milho)
Xerox (marca)>> xérox, xerox (fotocópia)
Colgate (marca)>> colgate (creme dental, pasta de dentes)
Chiclets>> chiclete (goma de mascar)
E vice-versa:
pereira>> Pereira
oliveira>> Oliveira
nogueira>> Nogueira
Derivação com afixos
UMA RETOMADA NOS CASOS DE DERIVAÇAO
COM AFIXOS
= derivação prefixal e a derivação sufixal, e um
caso especial de derivação: a parassintética
PREFIXAL: Resulta do acréscimo de prefixo à palavra
primitiva, que tem o seu significado alterado.
Exemplos:
crer- descrer
ler- reler
capaz- incapaz
pôr - antepor, repor
ter - abster-se, manter, reter
ver - antever, prever, rever
A prefixação não muda classe gramatical: ler/reler,
capaz/incapaz/, crer/descrer.
SUFIXAL: Diferentemente da prefixação, pode
acarretar alterações semânticas e morfológicas.
É um dos processos de formação de palavras
mais produtivos da língua>> gera substantivos,
adjetivos, verbos e advérbios.
Exemplos: alegremente, carinhoso.
Formas
-ada
-agem
-alha
-aria
-ário
-eiro, -eira
-ia
-ite
-ume
Sentidos
multidão
porção
ferimento, golpe
produto alimentar
resultado da ação
noção coletiva
coletivo depreciativo
estabelecimento,
atividade profissional
ocupação, ofício
lugar onde se guarda
algo
noção coletiva
objeto de uso pessoal
ocupação, ofício
lugar onde se exerce
o ofício
inflamação
noção coletiva
Exemplos
Boaida, carneirada
Colherada
Punhalada, dentada
Laranjada, bananada
Aprendizagem
Plumagem, pastagem
Gentalha, politicalha
Papelaria, livraria, leiteria, tabacaria
Empresário, escriturário
Herbário
Formigueiro, vespeiro
Pulseira, chuteira
Cabeleireira, sapateiro
Advocacia, reitoria, delegacia
Gastrite,
hepatite,
bronquite
Cardume, azedume
estomatite,
artrite,
Substantivos a partir de verbos:
Formas
-ança, -ença
-ante, -ente, inte
-or
-mento
Sentidos
Exemplos
o ato ou o seu Esperança, vingança, crença,
efeito
diferença
agente
Amante, falante,
combatente, pedinte,
ouvinte
agente
Inspetor,
ator,
cantor,
investidor
instrumento
Regador,
aquecedor,
apagador
efeito do ato
Acolhimento, apartamento,
pensamento,
convencimento
Substantivos a partir de adjetivos (Os substantivos formados a
partir de adjetivos são abstratos e designam propriedades,
estados, qualidades):
Formas
-dade
-dão
-ia
Exemplos
Bondade, crueldade, debilidade,
moralidade, probabilidade
Escuridão, gratidão, mansidão
Alegria, cortesia, valentia, melhoria
- Substantivos a partir de substantivos e adjetivos
Formas
-ismo
Sentidos
correntes
artísticas
doutrinas
filosóficas
doutrinas
religiosas
Exemplos
Surrealismo,
Arcadismo,
Trovadorismo
Marxismo,
positivismo
Budismo,
Catolicismo
- Adjetivos a partir de verbos
Formas
Sentidos
Exemplos
-ante, -ente, -inte ação,
estado, Saltitante,
qualidade
florescente,
seguinte
-(á)vel, -(í)vel
possibilidade do Amável,
ato
desejável,
lamentável,
redutível
- Adjetivos a partir de substantivos:
Formas
-oso
-udo
Sentidos
cheio de, provido de,
que provoca
provido de, com a
forma de
Exemplos
Caridoso, queixoso,
talentoso, vaidoso
Barbudo,
bochechudo,
cabeludo
Formas
-ão (típico
formador de
- Sufixos
aumentativos
aumentativos em português.
e sufixos
Agrega-se a
diminutivos:
radicais de
substantivos
(mulherão), de
adjetivos
(solteirão) e de
verbos (chorão))
-alhão
(pejoratividade)
-uça, aço
Exemplos
Animalão,
apertão, babão,
camisão,
Formas
casarão,
-ejo
chapadão,
escovão, festão,
-inho(a), -zinho(a)
saião,
tamancão,
orelhão
(lexicalizado)
Brigalhão,
brincalhão,
dramalhão
Dentuça,
bandidaço,
professoraço
Exemplos
Vilarejo,
lugarejo
Livrinho,
toquinho,
cidadezinha
- Sufixos verbais
Formas
-ear (ação
prolongada)
-ejar (ação
prolongada)
-izar
Exemplos
Clarear, folhear, saborear
Gaguejar, gotejar, velejar
Economizar, hospitalizar,
utilizar
-ecer (único sufixo Amadurecer,
formador de verbos embranquecer, escurecer,
da segunda
rejuvenescer
conjugação)
(parassíntese)
- Sufixo adverbial: o único formador de advérbio é o –mente.
Composição
Composição = processo que forma palavras
compostas, a partir da junção de dois ou mais
radicais>> por justaposição ou por aglutinação.
Composição por justaposição
- Não ocorre alteração fonética.
- União de duas ou mais palavras primitivas, sem
alteração em qualquer dos elementos formadores.
Esse processo nem sempre implica o uso de hífen.
Exemplos:
• passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor,
guarda-civil, guarda-chuva, meio-fio, papelalumínio, ponta-cabeça, etc.
Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia
(acréscimo de um "s") justamente para manter
inalterada a sonoridade da palavra.
Composição por aglutinação
- Ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos.
Caracteriza-se, enfim, pela adjunção de duas ou mais palavras
primitivas, com alteração fônica.
Exemplos:
• Aguardente (água + ardente)
• Alvinegro (alvo + negro)
• Pernalta (perna + alta)
• Você (vossa + mercê)
• Fonseca (fonte + seca)
Fidalgo (filho de algo – referindo-se à família nobre)
Hidrelétrico (hidro + elétrico)
• Planalto (plano alto)
Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um
só acento tônico.
Redução ou abreviação
auto - por automóvel
cine - por cinema
micro - por microcomputador
Zé - por José
pornô - pornográfico
moto - motocicleta
pneu – pneumático
quilo – quilograma
portuga - português
comuna - comunista
Na abreviatura ocorre a supressão da maioria dos fonemas. Nesse caso, o
resultado fica tão desprovido de autonomia fonética que se torna um
símbolo gráfico da palavra primitiva:
Dra (doutora)
GO (Goiás)
RR (Roraima)
TO (Tocantins)
Hibridismo
Chama-se híbrido o vocábulo resultante da
adjunção de morfemas provenientes de distintas
línguas:
• Desconfiômetro (português e grego)
• Surfista (inglês e português)
• Automóvel (grego e latim)
Onomatopeia
A onomatopeia tem o fim de tentar representar
sons, ruídos, vozes de animais, etc. Gera
basicamente substantivos (cocoricó, banguebangue, zunzum, tique-taque) e interjeições
(pá!, poft!, zás!, etc.) (são os tipos mais comuns
de onomatopeia)
Neologismo
É o termo que designa qualquer palavra de uso recente na língua
ou qualquer palavra do idioma que passa a ter novo(s)
significado(s) em virtude do caráter polissêmico de todo
vocábulo: “deletar” (apagar), “parada” e “lance” (situação), etc.
É, ainda, É a criação de novas palavras para atender às
necessidades dos falantes em contextos específicos. Veja os
neologismos num trecho do poema Amar, de Carlos Drummond
de Andrade:
Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Empréstimos lexicais
- A língua dinamicamente se renova com palavras
de outras línguas (e culturas).
- O léxico português é o resultado também dessas
incorporações oriundas de línguas indígenas,
africanas, europeias.
- século XX: a influência do francês
- Após a Segunda Guerra Mundial: influência do
inglês, sobretudo em virtude da cultura, da
ciência, da tecnologia e do poderio dos Estados
Unidos.
PRONTOS PARA EXERCÍCIOS???
1. (PUC) Assinale a classificação errada do
processo de formação indicado:
a) o porquê - conversão ou derivação imprópria
b) desleal - derivação prefixal
c) impedimento - derivação parassintética
d) anoitecer - derivação parassintética
e) borboleta - primitivo
2. As palavras couve-flor, planalto e
aguardente são formadas por:
a) derivação
c) hibridismo
e) prefixação
b) onomatopeia
d) composição
3. (UF-PR) A formação do vocábulo sublinhado
na expressão "o canto das sereias" é:
a) composição por justaposição
b) derivação regressiva
c) derivação prefixal
d) derivação sufixal
e) palavra primitiva
4. (UF SÃO CARLOS) Considerando-se os vocábulos
seguintes, assinalar a alternativa que indica os pares de
derivação regressiva, derivação imprópria e derivação
sufixal, precisamente nesta ordem:
embarque – histórico – cruzes! – porquê – fala –
sombrio
a) 2-5, 1-4, 3-6
c) 1-5, 3-4, 2-6
e) 3-6, 2-5, 1-4
b) 1-4, 2-5, 3-6
d) 2-3, 5-6, 1-4
5. (FURG-RS) A alternativa em que todas as
palavras são formadas pelo mesmo processo de
composição é:
a) passatempo - destemido - subnutrido
b) pernilongo - pontiagudo - embora
c) leiteiro - histórico - desgraçado
d) cabisbaixo - pernalta - vaivém
e) planalto - aguardente - passatempo
6. (FCMSC-SP) As palavras expatriar, amoral e aguardente,
são formadas por:
a) derivação parassintética, prefixal, composição por
aglutinação
b) derivação sufixal, prefixal, composição por aglutinação
c) derivação prefixal, prefixal, composição por justaposição
d) derivação parassintética, sufixal, composição por
aglutinação
e) derivação prefixal, prefixal, composição por justaposição
7. (ES-UBERLÂNDIA) Todos os verbos seguintes são
formados
por
parassíntese
(derivação
parassintética), exceto:
a) endireitar
b) atormentar
c) enlouquecer
d) desvalorizar
e) soterrar
8. (FUVEST) Nas palavras atenuado, televisão e percurso temos,
respectivamente, os seguintes processos de formação das palavras:
a) parassíntese, hibridismo, prefixação
b) aglutinação, justaposição, sufixação
c) sufixação, aglutinação, justaposição
d) justaposição, prefixação, parassíntese
e) hibridismo, parassíntese, hibridismo
9. (SANTA CASA) Em qual dos exemplos abaixo
está presente um caso de derivação
parassintética?
a) Lá vem ele, vitorioso do combate.
b) Ora, vá plantar batatas!
c) Começou o ataque.
d) Assustado, continuou a se distanciar do animal.
e) Não vou mais me entristecer, vou é cantar.
10. (UF-MG) Em "O girassol da vida e
o passatempo do tempo que passa não brincam
nos lagos da lua", há, respectivamente:
a) um elemento formado por aglutinação e outro
por justaposição
b) um elemento formado por justaposição e outro
por aglutinação
c) dois elementos formados por justaposição
d) dois elementos formados por aglutinação
e) n.d.a
11. (FUVEST) Assinalar a alternativa que
registra a palavra que tem o sufixo formador de
advérbio:
a) desesperança
b) pessimismo
c) empobrecimento
d) extremamente
e) sociedade
12. (ETF-SP) Assinalar a alternativa correta quanto à formação
das seguintes palavras: girassol; destampado; vinagre; irreal.
a) sufixação; parassíntese; aglutinação; prefixação
b) justaposição; prefixação e sufixação; aglutinação; prefixação
c) justaposição; prefixação e sufixação; sufixação; parassíntese
d) sufixação; parassíntese; derivação regressiva; sufixação
e) aglutinação; prefixação; aglutinação; justaposição
Gabarito
1-C
2-D
3-B
4-C
5-B
6-A
7-D
8-A
9- E
10- C
11-D
12-B
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Exemplos - Cursinho Vitoriano