Esclerose Múltipla Ademir M. Furtado Bruno K. Guimarães Daniele Moribe Guilherme G. Sobrinho Jéssica P. Resende Mayara Arantes Rodrigo Mandryk Tatiane da Silveira Epidemiologia • Primeiras manifestações entre 20 e 40 anos • Segunda causa de disfunção neurológica em pacientes jovens • 1,4 a 3,1 mulheres para cada caso masculino • 1 para cada 1000 pessoas • Caucasianos tem alto risco, asiáticos e negros do norte da África tem baixo risco de desenvolver EM • Fatores genéticos e multifatoriais • Maior prevalência em áreas urbanizadas e classe socioeconômica mais altas Epidemiologia Característica • Doença inflamatória desmielinizante, que afeta a substância branca do sistema nervoso central. Mediada por linfócitos T e macrófagos. Patogenia • Lesão perivascular afetando mielina e oligodendrócito, podendo lesar o axônio em alguns casos • Placas EM com linfócito T CD4+ e macrófagos, além de alguns CD8+ • Aumento de IgG no líquor Patogenia • São encontrado células precursoras de oligodendrócitos mesmo em lesões crônicas mais avançadas. • Por mais que o oligodendrócito esteja preservado em casos agudos, o processo de gliose pode bloquear a remielinizaçao Manifestações Clínicas • Trata-se de uma doença do SNC (neurônio motor superior) • Múltiplas regiões acometidas • Manifestações disseminadas no tempo e no espaço Manifestações Clínicas Regiões de predileção • Quiasma óptico • Tronco do encéfalo • Cerebelo • Medula espinhal (cordões posteriores e laterais) Manifestações Clínicas Sinais oftálmicos • Neurite óptica (dor retrobulbar e escotoma) • Diminuição da percepção de cores • Diminuição da acuidade visual, uni ou bilateral • Diplopia (FLM ou não) Manifestações Clínicas Sinais Motores e Cerebelares • Fraqueza de membros (principalmente paraparesia assimétrica) • Espasticidade e hiperreflexia • Ataxia e distúrbios de marcha • Disartria • Tremor Manifestações Clínicas Outros sinais importantes • Parestesias e distúrbios sensoriais • Sintomas vesicointestinais • Sinais e sintomas coadjuvantes SINTOMAS COADJUVANTES • • hipersensibilidade ao calor; • Espasmo hemifacial; • Neuralgia glossofaríngea; • Mioquimia facial. Sinal de Lhermitte; • Sintomas Paroxísticos; • Neuralgia do Trigêmio; Subtipos de evolução • EM remitente recorrente: 85% dos casos, episódios agudos - dias a semanas, estabilidade entre episódios • EM progressiva secundária: evolui da EMRR (2% ao ano), deterioração constante, c/ ou s/ episódios agudos, deficiência neurológica fixa maior Subtipos de evolução • EM progressiva primária: 15% dos casos, declínio clínico constante, idade média de 40 anos, incapacidade aparece mais rápido; • Em progressivarecidivante: 5% dos casos, superposição a EMPP e EMPS, deterioração contínua, episódios agudos superpostos. Prognóstico • 15 anos → 33 a 50% EMPS • 25 anos → 80% • Condições favoráveis: sintomas sensoriais no início, < 2 recidivas no 1º ano, ↓ comprometimento após 5 anos, ↓ lesões na RM nos primeiros anos; • Condições desfavoráveis: ataxia do tronco, tremor de ação, sintomas piramidais, evolução progressiva, ↑ lesões na RM ; • Mortalidade → complicações da EM Diagnóstico complementar • Bandas oligoclonais na eletroforese do LCR • Lentificação na condução do potencial visual evocado • RM - lesões captantes, hiperintensas (FLAIR), cicatriciais, multifocais (muitas subclinicas) Diagnóstico complementar Diferenciar temporalmente as lesões a partir da RM • Lesão ativa: gadolínio positiva • lesão antiga com remielinização: hiperintenso (flair) • lesão antiga: "buracos negros" em T1 Tratamento • Tratamento do surto agudo (recorrência) • Tratamento modificador de doença • Tratamento dos sintomas associados Tratamento Tratamento do surto agudo • Definir o surto: novos sinais e sintomas, durando mais de 24h, sem sinais sistêmicos que o justifiquem (como febre) • ataque com altas doses de corticóide (uso em curta duração) –Metilprednisolona 500-1000 mg EV / dia / 3-5 dias # complicações• Plasmaferese-opção nos surtos graves com baixa resposta a corticóide Tratamento Tratamento modificador de doença • Imunomoduladores de primeira escolha: IFN- beta, Acetato de Glatirâmer, • Imunomoduladores que podem ser utilizados Natalizumab, Fingolimob, Teriflunomida. • Outras drogas imunomoduladoras ou imunossupressores foram tentadas mas não oferecem resultados sólidos: azatioprida ciclofosfamida etc. • Os efeitos benéficos devem superar os riscos potenciais (escolha individualizada) • As formas progressivas não respondem bem a terapia (diagnostico e tratamento precoce) Tratamento Tratamento dos sintomas associados • Igualmente importante para a sobrevida do paciente • Cada afecção é tratada de maneira própria • Depressão: Antidepressivos e psicoterapia • Distúrbios vésico-intestinais: mudança de hábitos de vida e anticolinérgicos • Espasticidade: Baclofem e outros antiespasmódicos • Reabilitação e terapia ocupacional Referências • http://www.uptodate.com/contents/treatment-of-progressive-multiple-sclerosis-inadults?source=see_link#H13 • http://www.uptodate.com/contents/treatment-of-relapsing-remitting-multiple-sclerosis-inadults?source=see_link#H2 • http://www.uptodate.com/contents/treatment-of-acute-exacerbations-of-multiple-sclerosis-inadults?source=see_link • http://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prognosis-of-pediatric-multiplesclerosis?source=search_result&search=esclerose+m%C3%BAltipla&selectedTitle=10~150 • http://www.uptodate.com/contents/symptom-management-of-multiple-sclerosis-inadults?source=see_link • Manual de Medicina de Harrison, 18ª Ed. - Esclerose Múltipla (EM) p. 1262. • Merritt’s Neurology, 12th Edition - Chapter149. p. 904