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PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO
Prof: Elianeta Santos
ACOLHIDA
O que é educação?
O que é pedagogia?
EMENTA DA AULA
Estudo
dos
processos
educativos
contemporâneos e as diferentes pedagogias ao
logo da história.
 A relação entre pedagogia e educação.
 A pedagogia enquanto área de produção de
conhecimento.
 O contexto de surgimento do curso de pedagogia
no Brasil.
 Análise de documentos legais que normatizam o
curso de Pedagogia no Brasil.

DEFINIÇÃO
PEDAGOGIA: A ciência que investiga a teoria e a
prática da educação dos seus vínculos com a
prática social e global é a Pedagogia.
EDUCAÇÃO: Ato ou efeito do educar (-se).
Processo de desenvolvimento da capacidade
física, intelectual e moral do ser humano.
Através da ação educativa o meio social exerce influências
sobre os indivíduos e estes, ao assimilarem e recriarem essas
influências tornam-se capazes de estabelecer uma relação ativa e
transformadora em relação ao meio social, (Jose Carlos Libâneo).
Em sentido amplo, a educação compreende os processos
formativos que ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos
estão envolvidos de modo necessário e inevitável pelo simples fato
de existirem socialmente; neste sentido, a prática educativa existe
numa grande variedade de instituições e atividades sociais
decorrentes da organização econômica, política e legal de uma
sociedade, da religião, dos costumes, das formas de convivência
humana. Em sentido estrito, a educação ocorre em instituições
específicas, escolares ou não, com finalidades explicitas de
instrução e ensino mediante uma ação consciente deliberada e
planificadas embora sem separa-se daqueles processos formativos
gerais.
A educação não – intencional refere ás
influências do contexto social e do meio
ambiente sobre os indivíduos.
 A educação intencional refere-se a influências
em que há intenções e objetivos definidos
conscientemente, como é o caso da educação
escolar e extra – escolar. Há uma
intencionalidade, uma consciência por parte do
educador quanto aos objetivos e tarefas que
deve cumprir.

Educação Escolar
A educação escolar constitui-se num
sistema de instrução e ensino com propósitos
intencionais, práticas sistematizadas e alto grau
de organização ligado intimamente ás demais
práticas sociais.
Pela educação escolar democratizam-se os
conhecimentos, sendo na escola que os
trabalhadores continuam tendo a oportunidade
de prover escolarização formal aos seus filhos,
adquirindo
conhecimentos
científicos
e
formando a capacidade de pensar criticamente
os problemas e desafios postos pela realidade
social.
Pedagogia
A Pedagogia, sendo ciência da e para a
educação, estuda a educação, a instrução e o
ensino.
O CURSO DE PEDAGOGIA E A FORMAÇÃO DO
EDUCADOR
As licenciaturas foram criadas, no Brasil, nas antigas
faculdades, de Filosofia na década de 30, como resultado
das preocupações com o preparo de docentes para a
escola secundária. E o curso de Pedagogia surgiu, então,
para formar os bacharéis denominados “técnicos em
educação”. Essas licenciaturas surgiram, portanto,
seguindo a formula “3+1”, isto significava que durante três
anos se estudavam as disciplinas de conteúdo de
fundamentos teóricos, e em seguida se estudavam as
disciplinas de cunho didático (pedagógico).
Isso significa que o curso oferecia o título de
bacharel a quem cursasse três anos de estudos
específicos da área, como sejam fundamentos e
teorias educacionais; e o título de licenciado que
permitia atua como professor, aqueles que, tendo
concluído o bacharelado, deveriam cursar mais
um ano de estudos dedicados à Didática e á
Prática de Ensino. Dessa forma, no referido curso
havia uma dicotomia muito grande entre o
campo da ciência Pedagógica e o conteúdo da
Didática, visto que estes eram oferecidos em
cursos distintos.
DICOTOMIA

Divisão de um conceito em dois elementos em
geral contrários.

Vale ressaltar que o curso de Pedagogia foi
regulamentado pela primeira vez em 1939, nos
termos do Decreto – Lei nº 1.190. As técnicas eram,
na época, professores primários que buscavam
cursar estudos superiores em Pedagogia, para em
seguida assumirem funções de administração,
planejamento de currículos, orientação a
professores, inspeção de escolas, avaliação dos
alunos e dos docentes, de pesquisa de
desenvolvimento tecnológico da educação, nas
instâncias superiores, como o próprio Ministro da
Educação, e nas secretarias de educação dos
estados e municípios.

Com a Lei de Diretrizes e Bases nº 5.540, de
Dezembro de 1968, o governo militar, na
tentativa de reorganizar o ensino superior do
país, em função da política de Estado vigente
na época, define o curso de Pedagogia como o
formador de profissionais para atuar nas
escolas como professores de disciplinas gerais
e, ainda, formar os técnicas como especialistas
em planejamentos, supervisão, administração,
orientação, inspeção nos níveis de unidade e
de sistemas escolares.


Os cursos de Pedagogia passaram, a partir da
década de 70, a habilitar cada vez mais
profissionais nas áreas de supervisão, orientação,
administração, planejamento e magistério. A
formação dos especialistas transformou-se na
prioridade de muitos cursos.
Conforme Pimenta (1996), no final dos anos 70
também surge o movimento de redefinição dos
cursos de Pedagogia. Neste período começaram a
questionar a identicidade do curso de Pedagogia
e do profissional pedagogo. Esses movimentos
eram contra a concepção tecnoburocrática oficial,
que não permitia o engajamento dos educadores /
especialistas na definição da política educacional.
DÉCADA DE 80:
GRANDES DEBATES


MOMENTOS
DOS
A década de 80 destacou-se pelo grande momento de
efervescência nos debates em relação á educação no Brasil. É
neste período que surge a Associação Nacional do Profissionais da
Educação (ANFOPE), que teve uma atuação muito importante no
cenário atual brasileiro com a realização de inúmeros encontros,
onde se refletiu e produziu várias propostas envolvendo
educadores de vários estados e universidade.
Nesse período, conforme PEREIRA (2000) ganha força o
movimento de rejeição á visão de educação e de formação de
professores que predominava na época. E surgem nos debates
acerca da formação do educador dois pontos básicos: o caráter
político da prática pedagógica e o compromisso do educador com
as classes populares.

Embora já se constate algumas mudanças no currículo
do curso, é na primeira metade dos anos 80 que o
tema “função da educação escolar” passou a ser
discutida pelos profissionais da educação, e é de suma
importância para o professor em seu processo de
formação conscientizar-se da função da escola na
transformação da realidade social dos seus alunos e
ter clareza da necessidade da prática educativa estar
associada a uma prática social mais global.
A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES NOS ANOS 90

Nos anos 90, a parti das mudanças ocorridas no
cenário internacional em meados dos anos 80, e que
repercutiram bastante no ideário educacional,
especificamente na formação dos educadores, vários
temas são apontados como sendo os principais dessa
análise, como por exemplo: a relação ensino –
pesquisa saber escolar, saber docente e formação
prática do professor, e a formação continuada do
professor.

Para Perrenoud (1993, p. 25), “ensinar é, antes de
tudo, fabricar artesanalmente os saberes tornando os
ensináveis e possíveis de avaliação no quadro de uma
turma, de um ano, de um horário, de um sistema de
comunicação e trabalho.”

As reflexões sobre a formação continuada do professor
contribuem para o entendimento de que a formação
profissional não é concluída com a sua diplomação
mas completa-se em serviço. Isto significa dizer e se
compreender que a formação do professor começa
bem antes de sua formação acadêmica e prossegue
por toda sua vida profissional.
O CURSO DE PEDAGOGIA A PARTIR DA
NOVA LDB

•
Após longo tempo de transição pelo Congresso Nacional foi
aprovada a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
Quanto à formação docente, as diretrizes da Lei 9.394/96
conferem à necessidade de se repensar a formação dos
professores do nosso país. Conforme essa nova lei, a
formação de docentes para a Educação Básica deverá
acontecer “em nível superior”, em curso de licenciatura, de
graduação plena, em universidades e institutos superiores de
educação, admitindo como formação mínima para o exercício
do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras
séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio na
modalidade Normal (Art. 62).
Segundo Beillerot, (1985 apud Libâneo, 2000 p. 51-52) podem-se
definir para o pedagogo duas esferas de ação educativa: a escolar
e a extra-escolar.



No campo da ação pedagógica escolar distinguem-se três
tipos de atividades:
a) a de professores de ensino público e privado, de todos os níveis
de ensino, e dos que exercem atividades correlatas fora da escola
convencional;
b) a de especialistas da ação educativa escolar operando nos
níveis centrais, intermediários e locais dos sistemas de ensino
(supervisores pedagógicos, gestores escolares, planejadores,
coordenadores, orientadores educacionais etc.);
c) especialistas em atividades pedagógicas para escolares
atuando em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais,
envolvendo associações populares, educação de adultos, clínicas
de orientação pedagógica/psicológica, entidades de recuperação
de deficientes etc. (instrutores, técnicos, animadores, consultores,
orientadores, clínicos, psicopedagogos etc).
No campo da ação pedagógica extra-escolar
distinguem-se
profissionais
que
exercem
sistematicamente atividades pedagógicas e os que
ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades:
a) formadores, animadores, instrutores, organizadores,
técnicos, consultores, orientadores, que desenvolvem
atividades pedagógicas (não-escolares) em órgãos
públicos, privados e públicos não-estatais, ligados às
empresas, à cultura, aos serviços de saúde, alimentação,
promoção social etc.
b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu
tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos
estatais e não-estatais e empresas referentes à
transmissão de saberes e técnicas ligadas a outra
ativídade profissional especializada.
Neste sentido, o perfil do graduado em
Pedagogia, conforme Projeto de Resolução que
institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para
o curso de Graduação Licenciatura Plena em
Pedagogia do CNE/dez.2005, deverá contemplar
consistência na sua formação teórica,
diversidade de conhecimentos e práticas que
devem se articular no decorrer do curso. Assim
sendo, o campo de atuação do licencido em
Pedagogia deve ser composto das seguintes
dimensões:

Docência na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino
Fundamental, nas disciplinas pedagógicas do curso de Ensino
Médio na modalidade Normal, assim como em Educação
Profissional, na área de serviços e apoio escolar, além de em
outra áreas nas quais os conhecimentos pedagógicos sejam
previstos;

Gestão educacional, entendida numa perspectiva democrática
que integre as diversas atuações e funções do trabalho
pedagógico e do processo educativos escolares e não escolares,
especialmente no que se refere ao planejamento, à
administração, à coordenação, ao acompanhamento, à avaliação
de planos e de projetos pedagógicos, bem como análise,
formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de
politicas públicas e institucionais na área de educação;

Produção e difusão do conhecimento ciêntifico e tecnólogico do
campo educacional.
Diante do exposto, o mesmo documento afirma que o egresso do
referido curso deverá estar apto a:

Atuar com ética e compromisso com vista à construção de uma sociedade justa,
equânime, igualitária;

Compreender, cuidar e educar crianças de zero a cinco anos, de forma a contribuir para
o seu desenvolvimento nas dimensões física, psicológica, intelectual, social; entre
outras;

Fortalecer o desenvolvimento e as aprendizagens de crianças do Ensino Fundamental,
assim como daqueles que não tiveram oportunidade de escolarização na idade própria;

Trabalhar em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de
sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano em diversos níveis e
modalidades do processo educativo;

Aplicar modos de ensinar e diferentes linguagens, língua portuguesa, matemática,
ciências, história, geografia, artes, educação física, de forma interdisciplinar e
adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano, particularmente de crianças;

Relacionar as linguagens dos meios de comunicação aplicadas à educação, nos
processos didático-pedagógicos, demonstrando domínio das tecnologias de informação
e comunicação adequadas ao desenvolvimento de aprendizagens significativas;

Participar da gestão das instituições em que atuem planejando, executando,
acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares
e não-escolares.
O CENÁRIO DAS TENDÊNCIAS PEDAGOGICAS
NO BRASIL

Saviani (1997, P. 17) denominou as teorias do primeiro
grupo de teorias não-críticas" e classificou nelas as
Pedagogias Tradicional, Nova.e Tecnicista, pois as
mesmas acreditavam ter a educação o poder de
determinar as relações sociais. A pedagogia tradicional
foi a primeira a ser utilizada na educação logo no inicio
da sociedade moderna, pois, com esse novo meio
social, surgia uma nova classe, a classe dos
burgueses, que se preocupavam em construir uma
sociedade democrática.

Para isso, os burgueses procuravam
esclarecer os povos para ascender na
sociedade e, sendo assim, os indivíduos eram
educados através do ensino sistematizado para
então serem considerados cidadãos livres e
com o domínio do saber. Vale salientar que nem
todos tinham acesso a essa educação, por isso,
aos poucos, na nova sociedade, ia surgindo
uma espécie de margem, aquela em que não
se tinha acesso ao conhecimento.

Os jesuítas foram os principais facilitadores da
educação tradicional, educando os povos de acordo
com os ensinamentos da doutrina religiosa. Eram
especializados no ensino médio e atendiam
basicamente á nobreza e à alta burguesia. Aos
trabalhadores, era repassado apenas o ensinamento
necessário para servir a Deus. Por isso, as camadas
populares eram menos instruídas.
Ver vídeo:A breve
educação no Brasil.
história
da

A pedagogia tradicional tinha como metodologia
encher os indivíduos de novas informações, de
novos conhecimentos, seguindo uma teoria
pedagógica de métodos, os quais consideram
apenas a assimilação e a transmissão de
conteúdos. Para esse processo, a educação era
voltada para o professor como figura central, pois
ele era quem possuía o conhecimento, apesar de
que esse educador não necessitava de muitas
informações, apenas o essencial para a
transmissão. O aluno era um mero receptor que
escutava e reproduzia as informações do
professor, que era a autoridade da escola.
Pedagogia tradicional
Vários foram os motivos expressos pelos revoltosos da
pedagogia tradicional: a metodologia, o autoritarismo, o
grande número de indivíduos marginalizados, sem
direito á escola e á aquisição do conhecimento, sem a
real condição de se adequarem, aos condicionantes
sociais e, principalmente, a concepção diferenciada
para com a criança, que, a partir de então, passou a
ser considerada não mais como objeto da educação, e,
sim, como sujeito. Nesse contexto, foi surgindo outra
forma de pensar a educação, outra teoria voltada para
uma educação mais humanizada, a Pedagogia Nova.
Esta percebia na tradicional uma exclusão social e
acreditava que era através da escola que a sociedade
poderia ser equiparada, equalizada.

Diferentemente da Escola Tradicional, a Escola Nova
precisava de um ambiente distinto para realizar as
atividades educativas. Também isso acontecia com a
formação do professor, o qual teria um papel também
diferente: ele não dominaria os alunos, e, sim, seria um
orientador, agindo como um estimulador para a
aquisição do conhecimento dos alunos, que, por sua
vez,- tomariam a iniciativa principal. A " aprendizagem
acontecia de forma espontânea, com interação entre
aluno e conteúdo e aluno e professor. O educador
trabalharia com uma turma pequena, na qual facilitaria
o processo da relação escolar.
Ver vídeo: escola nova!
Porque a Pedagogia Nova não deu certo?

Com esse destaque, a Pedagogia Nova não foi eficaz sobre
a questão da marginalidade. Uma vez que, a mesma não
garantiu a maioria da população o acesso a escola, sendo
assim, continuou marginalizando as classes inferiores, pois
em sua maioria era a classe dominante que continuava
tendo acesso a educação de qualidade. Saviani em relação
a Escola Nova considera que, quanto mais se falou em
democracia, menos ela existiu, pois foi na teoria da Escola
Nova, nos movimentos que travaram a luta contra a
pedagogia tradicional, que se falava e se propunha a
democracia na educação, como já foi explicitado, o direito
de todos a terem acesso ao conhecimento. Porem, na
prática, a maioria não teve esse direito atendido.

Podemos dizer que o manifesto em defesa da Escola Nova se
concretizou em um manifesto em defesa da escola pública, pois
foi através dele que surgiram as primeiras organizações do
ensino na forma de sistema nacional, voltado para a população,
em especial a de classe baixa, pois isso era um atraso para o
Brasil. Enquanto países como, Argentina, Uruguai e Chile
elaboraram seus sistemas de ensino ainda na metade do século
XIX o Brasil ainda se arrastava nesse processo. Nesse quadro,
outra tendência foi tomando corpo: surgia a Pedagogia
Tecnicista, baseada nos princípios da racionalidade, eficiência e
produtividade.

Com o reforço das empresas internacionais no Brasil, na década
de 1960 a 1970, havia como demanda a melhoria da educação
para a preparação da mão de obra nas indústrias. Os
trabalhadores necessitavam de conhecimentos, mesmo o
mínimo possível para ingressarem no trabalho tecnológico das
fabricas e grandes indústrias. Nesse processo, foi-se
implementando na educação brasileira um modelo pedagógico
voltado para o enfoque sistémico e o controle das máquinas à
luz das ideias do taylorismo e do fordismo.
Vale salientar que essa tendência ganhou forma
na Ditadura Militar, momentos triunfal para essa
prespectiva, pois os alunos eram educados para
produzir e não para pensar, não havia lugar para
a criatividade e isso ajudava o combate do
governo em relação a população que o
reinvidicasse.
 Nessa tendência, professor e aluno têm;
característica secundária, pois quem define a
relação ensino-aprendizagem são os elementos
dos meios.

AS TEORIAS CRÍTICAS REPRODUTIVISTAS

As teorias reprodutivistas são contra-hegemônicas, estão contra
a hegemonia da burguesia. Foram difundidas na França a partir
do movimento de maio de 1968. Através do fracasso da tentativa
da revolução cultural, esse movimento foi assegurado pelos
jovens estudantes. No Brasil, essas teorias também se
difundiram no final da década de 1960, com a Ditadura Militar.
Por meio de suas atitudes reacionárias com a educação, os
jovens lutavam contra o sistema de governo. Nesse movimento,
muitas" bandeiras eram levantadas a favor da sociedade,
inclusive a favor de uma educação de qualidade e de livre
expressão - ação anulada pela ditadura, pois os estudantes e os"
professores nâo podiam criticar o governo, nem mesmo citá-lo
em qualquer demonstração verbal ou escrita. Quem o criticasse
era penalizado: muitos foram exilados, perseguidos, espancados
e até mortos por expressarem seus pensamentos e não –
concordarem com o sistema.
UMA TEORIA PARA A SUPERAÇÃO DA PEDAGOGIA
TRADICIONAL E DA PEDAGOGIA NOVA
Percebendo as reaçoes contraditórias das pedagogias
Tradicional e Nova, Saviani utilizou, como Lênin, a "teoria da
curvatura da vara". Segundo Lênin (apud-SAVIANI, 1997), "[...]
quando a vara está torta, ela fica curva de um lado e se você
quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É
preciso curvá-la para o lado oposto". Saviani utiliza a teoria da
curvatura da vara para compreender os condicionantes
históricos das pedagogias tradicional e nova, colocando a vara
de um lado, percebe os limites e os entraves da tradicional.
Colocando do outro lado, compreende os movimentos que
conclamaram a pedagogia nova, entendendo as criticas á
Tradicional e as propostas para a superação da mesma
Contudo, no seu bloco . histórico, também fica claro o
desfavorecimento em relação ás classes sociais mais baixas acomodando a ideia de que tudo isso acontecia porque cada
individuo era diferente e, portanto, possuía capacidades
distintas.
Nesse sentido, Saviani explica em três teses que a
Pedagogia Tradicional teve um caráter
revolucionário e um método cientifico. A Escola
Nova, por sua vez, teve um caráter reacionário e um
método pseudocientifico. Na terceira e última tese, o
autor afirma que, quanto menos se falou em
democracia, mais ela esteve articulada; e quando
mais se falou em democracia, menos a escola foi
democrática. Com isso, ele tenta explicitar as
contradições da Pedagogia Nova, nâo favorecendo
a tradicional, mas na expectativa de deixar a vara
no ponto correto que, segundo ele, "[...] está
justamente na valorização dos conteúdos que
apontam para uma pedagogia revolucionária".
Para contrapor esse cenário, Saviani trouxe como
proposta uma teoria voltada p .ra a classe
trabalhadora, uma pedagogia revolucionária, que
incentive a luta de classes e valorize a prática social.
Ele propôs a Pedagogia Histórico-Crítica, visando
uma prática educativa que favoreça a educação do
proletariado.
PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: UMA TEORIA PARA
ALÉM DAS PEDAGOGIAS CRÍTICAS E CRÍTICAS
REPRODUTIVISTAS

Para a Pedagogia Histórico-Critica, educação é o ato de
produzir, direta e intencionalmente, em cada individuo
singular, a humanidade que é produzida,
histórica e
coierivamente pelo conjunto dos homens. (SAVIANI, 2008).

Através dos estudos levantados sobre as tendências
pedagógicas e em busca de , soluções para os problemas
da educação brasileira, Saviani elaborou a Pedagogia
Histórico-Critica, a teoria que busca captar o movimento
objetivo do processo histórico. Fundamentada nos
princípios marxistas, é uma pedagogia que favorece as
camadas populares, voltada para uma educação de
conscientizaçâo e de prática social, especialmente para a
classe trabalhadora, com o intuito de desencadear a luta
contra a
classe dominante, contra a burguesia. Esta
corrente pedagógica fírmou-se fundamentalmente a partir
de 1979, procurando deter o caráter crítico/social que as
teorias reprodutivistas possuem, visando, porém
historicizar a educação, o que elas não propõem.
Dentro desse quadro é que postulamos a necessidade
de uma teoria histórico-social da formação do individuo,
por considerar que tal teoria pode se construir no centro
desse corpo teórico mediador. Afinal, sendo a educação
um processo mediador entre a vida do individuo e a
sociedade, (e, portanto, a história), não nos parece
possivel analisar criticar e historicamente o processo
pedagógico sem a mediação de uma teória na qual a
formação do individuo seja concebida enquanto um
processo essencialmente histórico e social.
Á EDUCAÇÃO NUMA ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA:
De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) sobre a
educação:
Art.1. A educação abrange os processos formativos
que se desenvolve na vida familiar, na convivência
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações
da sociedade civil e nas manifestações culturais.
 Art.2 A educação, é dever da família e do Estado,
inspiradas nos principios de liberdade e nas ideias
de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho (BRASIL, CNE /CEB.1999).

A comissão internaciona! sobre educação para o
século XXI, incorporadas nas determinações da lei n
9.394/96:
a)
Educação deve cumprir um triplo papel:
económico, cientifico, e cultural.
b) Educação deve ser estruturada em quatro alicerces:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
viver e aprender a ser. (BRASIL, CNE / CEB /1999:31)
Ver vídeo: Arnaldo Jabor Educação no
Brasil!

Num mundo cada vez mais competitivo e
excludente, engendra a ideia de que somente
os mais preparados terão êxitos: Portanto,
nesse processo de transformação política,
económica e social, não se pode eximir o papel
da educação como mediador de conflitos e
produtora de uma sociedade capaz de superar
seus obstácuios; A educação atual deve
preparar o aluno à qualificação de
conhecimento básico, à preparação cientifica e
à capacidade para usar as diferentes
tecnologias relativas às áreas de atuação.

A educação pode ser considerada como um bem
público e seus benefícios devem atingir toda a
sociedade, contribuindo para o melhoramento da
mesma. Assim, talvez um dos maiores desafios
da educação brasileira seja: "formar um cidadão
consciente e critico capaz de participar e de
usufruir dos meios, acessível em diversas
linguagens".

Ainda reportando-se á atuação do professor no
contexto do ensino, Rosa enfatiza: o professor
educador por excelência, deve contribuir
fortemente para que seus alunos se transformem
em profissionais competentes no desempenho de
seus funções junto à sociedade (ROSA,
1997:38).
Ver vídeo a evolução da educação
O QUE É EDUCAÇÃO
Carlos Rodrigues Brandão

Estudo coletivo do texto e debate entre
alunos e professor.
Ver vídeo: A educação no Brasil!
Educação na Grécia

Na Grécia antiga, dada á supremacia do estado, á
educação visava preparar os jovens para as relações com
a cidade-estado. Cada estado tinha suas características e
os sistemas educacionais deviam adaptar-se a elas para
preparar adequadamente a juventude. Daí decorrem as
concepções de Platão e de Aristóteles, de uma educação
uniforme, regulamentada em seus mínimos detalhes pela
autoridade estatal e compulsória para todos os homens
livres. Platão, na República e nas Leis, mostra a que
extremos pode chegar a educação quando extrapola os
aspectos essenciais da vida. O cidadão-guarda do estado
ideal não tem direito à vida doméstica e aos laços
familiares. Aristóteles não chega a esse exagero, mas
considera a educação familiar prejudicial à criança.
Platão e Aristóteles
Educação em Roma

Quando os romanos conquistaram a Grécia, já
encontraram um sistema educacional decadente.
No início da república, a educação romana era
ministrada na família e na vida social. O pai tinha
poder limitado sobre os filhos e era publicamente
censurado quando fracassava no ensino dos
preceitos morais, cívicos e religiosos. Ainda não
havia escolas, mas o jovem aprendia a
reverenciar os deuses, a ler e a conhecer as leis
do país.

A partir do princípio de que o ensino simultâneo não
levava em conta as diversas aptidões com tipos de
inteligência dos alunos, procuraram-se estabelecer
a "diferenciação pedagógica" em graus e ciclos
sucessivos, da qual já se havia cogitado
anteriormente. Nesse sentido, o psicólogo suíço
Edouard Claparède, que deu a seu método a
denominação de "educação funcional", criou o
"sistema de grupos móveis". Desse sistema, a
pedagogia passou à individualização do
aprendizado, no que sobressaiu o trabalho da
italiana Maria Moníessorí. baseado no princípio da
auto-educação. Na América Latina, Lorenzo
Luzuriaga, Lourenço Filho e Anísio Teixeira foram os
grandes pedagogos da escola ativa.

Educação em liberdade. O inglês Alexander S.
Neili, em sua escola de Summerhilí, pôs em
prática a educação em liberdade. Aboliu a
hierarquia professor-aluno e, portanto, a relação
dê autoridade na experiência pedagógica,
encaminhando a criança à auto-educaçao, de
acordo com seu ritmo individual de
desenvolvimento.
Ver vídeo: Pedagogia Libertaria!

Educação socialista. Só no século XX foi elaborada
uma doutrina marxista para a educação. A maior figura
da pedagogia marxista foi o soviético Anton
Semenovitch Makarenko, que criou as "escolas da
comunidade". Outros pensadores de orientação
marxista, como o francês Lotris Altbusser, analisaram o
pape! da escola tradicional que, ao inculcar no educando
o sistema de valores das classes sociais dominantes,
seria responsável pela perpetuação das desigualdades
sociais.

Educação libertadora. Para o brasileiro Paulo Freire o
objetivo da educação deveria ser a liberação do oprimido,
que lhe daria meios de transformar a realidade social a
sua volta mediante a "conscientização" (conhecimento
critico do mundo). No período 1958-1964 no Brasil e
depois de 1964 no Chile, Paulo Freire pôs em prática,
com bons resultados, seu método de alfabetização de
adultos. A eficácia e a validade do método estribam-se no
fato de partir da realidade do alfabetizando, do seu
universo, do valor pragmático das coisas e fatos de sua
vida cotidiana, de suas situações existenciais. Obedece
às normas metodológicas e linguísticas, mas vai além
delas, ao desafiar o homem ou a mulher que se
alfabetizam a se apropriarem do código escrito com vistos
a sua politização. O trabalho de Paulo Freire pode ser
visto não apenas como um método de alfabetização, mas
como um processo de conscientização, por levar em
conta a natureza política da educação.

Educação em uma sociedade sem escolas. O austríaco Ivan
Illich, que passou a trabalhar no México a partir de 1962, propôs a
desescolarização da sociedade. Segundo ele, a maior parte dos
conhecimentos úteis se aprendiam fora da escola, em contato com
as realidades familiares, sociopolíticas e culturais. Abolido o
"monopólio" dispendioso e irracional do ensino público, deveria ser
instalado um sistema educativo capaz de assegurar simplesmente
a quantos desejassem instruir-se, em qualquer assunto, o acesso
aos conhecimentos adequados. De "funil" seletivo e autoritário, o
sistema educacional passaria a ser uma igualitária "rede de
intercâmbio" entre espíritos curiosos, libertos de toda autoridade
docente. Só uma renovação toial das instituições educativas,
segundo Illich, propiciaria a esperada mudança social.

Educação Permanente. Em 1965 a UNESCO passou a
usar o termo "educação permanente" para designar a
educação contínua, planejada para cobrir todo o ciclo da
existência humana. Diferencia-se do conceito tradicional
de educação, dado que este sempre se compreendeu
como processo de integração social e cultura a consumarse durante parte da vida, ou seja, durante o transcurso da
infância e da adolescência \ educação permanente
constitui, portanto, um conceito novo, uma tendência da
educação. Contemporânea, e não um ramo especial da
educação. Figura ao lado de outros que o complementam,
ofereeendo-Ihe meios de realização, como por exemplo, o
de educação extra-escolar ou paralela. Esta engloba todas
as formas assistemáticas de educação, como: educação
de rua, educação familiar, educação de grupos etc. Atinge,
assim, a sociedade inteira.

Educação e tecnologia. Todas as correntes citadas
abordaram, sob ângulos diversos, os problemas
gerados pelo desenvolvimento tecnológico no âmbito
da educação. As novas situações criadas pela
sociedade pós-industrial, o avanço contínuo da
informática e dos meios de comunicação e a
complexidade crescente dos novos conhecimentos e
técnicas acentuaram o conflito entre dois tipos de
orientação educacional: a educação científica e a
humanista. Além disso, a desigualdade económica
entre as nações industrializadas e os países
subdesenvolvidos constituiu um obstáculo a um
planejamento global da educação, que sempre foi
reflexo das condições socioeconómicas.
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Apresentação 1 - WEJ - Consultoria e Ensino Pedagógico