Cavaleiro tauromáquico
• Filho de José Batista e de Maria
Mestre, era conhecido pelos
familiares e amigos desde criança
pelo apelido de “Tita”, demonstrava
um enorme desejo de tornar-se
cavaleiro.
• Depois da instrução primaria por
insistência dos pais, passa a
frequentar um colégio em Évora,
mas a sua vontade não aponta
para o prosseguimento dos
estudos, pelo que faltava
constantemente às aulas
• Aos 12 anos já tinha um cavalo ao
qual deu o nome de “ideal”, com o
ferro de seu pai, o qual o põe a
tourear apenas por intuição, visto
não ter frequentado qualquer
escola de equitação.
• Um ano mais tarde em 1953, faz a
sua primeira actuação, estreando-se
na Praça de Touros em Mourão. A
assistir está Luís Gonzaga Ribeiro,
natural de Reguengos de Monsaraz,
o homem que lança Mestre Batista no
panorama tauromáquico, tornando-se
seu amigo e protector.
• Frequenta, de seguida, a escola de
equitação de Mestre Nuno de
Oliveira, para aperfeiçoar a sua
maneira de montar e, ao fim de
quatro anos como amador, Mestre
Batista recebe a alternativa de
Cavaleiro Tauromáquico profissional
a 15 de Setembro de 1958, na praça
• Daniel Nascimento na Moita,
depois de lhe ter sido recusada três
meses antes a 19 de Junho no
campo pequeno. Aprovada desta
vez por unanimidade, o cavaleiro
tem como padrinho D. Francisco
Mascarenhas.
• Reguengos de Monsaraz é uma das
primeiras praças onde este cavaleiro
consegue contrato depois da
alternativa, estando presente nas
corridas das festas de Santo Antonio.
• Apesar de muito criticado e apelidado, por
alguns, de “louco”, devido ao arriscado e
frontal toureio que pratica, depressa passa
a alternar com cavaleiros de primeira
categoria. A pouco e pouco, o público
começa a render-se ao seu novo modo de
tourear, assistindo-se a uma verdadeira
revolução no toureio a cavalo, que deixa
de ser um complemento da festa e passa
para primeiro plano.
• Arrastando multidões, pisa terrenos
até então proibidos, lança os famosos
“ferros à Batista” e institui um estilo
próprio, que vem influenciar a maioria
dos cavaleiros das gerações
posteriores. A 10 de Junho de 1962,
em Santarém, fica marcada uma das
suas excelentes actuações, que
termina com cinco voltas à arena e
saída em ombros.
• Mas a revolução fá-la também ao
nível do vestuário, tendo passado a
usar casacas mais curtas e leves
(acima do joelho), calções de várias
cores, por cima de “collants” em vez
das tradicionais meias. Conserva,
contudo, o uso do tricórnio, hoje
mantido, pela maioria dos cavaleiros,
apenas na execução das cortesias.
• A17 de Fevereiro de 1985, em Zafra (Espanha),
este “… toureiro de corpo inteiro que,
praticamente sem ajudas de ninguém, se fez a si
próprio, tornando-se num ídolo e marcando uma
época,” vem a falecer vítima de um ataque de
asma, doença de que padecia há já alguns anos.
Actualmente, o seu corpo jaz no cemitério de Vila
Franca de Xira, em mausoléu.
• Por insistência de António Garçoa, Mestre Batista
é ainda condecorado, a título póstumo, pelo
Presidente da República (General Ramalho
Eanes), sendo reconhecida e recordada a sua
figura numa das sessões da Assembleia da
República.
Homenagem a José Mestre Batista
• S. Marcos do Campo presta homenagem ao
cavaleiro José Mestre Batista (1940-1985). No
dia 11 de Julho, ao final da tarde, será
inaugurada uma estátua, seguindo-se a
realização, na praça de touros local, de uma
corrida à antiga portuguesa, com os cavaleiros
Joaquim Bastinhas, Rui Salvador e Marco
José. A homenagem ao cavaleiro de S. Marcos
do Campo será um dos temas em destaque na
edição impressa de Junho do Notícias
Alentejo.
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