Fisioterapia em Pacientes Mastectomizadas Fisioterapia em Oncologia Prof. Esp. Sheila Bezerra Costa Objetivos da Fisioterapia • A fisioterapia no pré-operatório tem como função conscientizar a importância do tratamento cinesioterapêutico no pré e pós-operatório de cirurgia de mama, prevenindo complicações circulatórias, respiratórias e osteomusculares, e orientações de posicionamento no leito. • O tratamento pós-operatório evita e minimiza as complicações comumente encontradas nas mulheres submetidas a este tipo de tratamento. Objetivos físicos e psiquicos do tratamento • • • • • • • • • • • • • Prevenir ou diminuir as complicações respiratórias; Prevenir complicações circulatórias ( TVP ); Prevenir complicações osteomioarticulares; Evitar aderências, cicatrizes e quelóides; Manutenção das ADMs; Manutenção da Força muscular; Prevenção e tratamento de linfedema; Diminuir algias; Reeducação postural; Relaxamento; Alongamento; Melhorar movimentação global; Incentivar a auto-estima. Tipos de Mastectomia • Tumorectomia • Quadrantectomia • Radical de Halsted: retira glândula, peitorais e linfonodos • Radicais modificadas: – Patey – retira glândula, peitoral menor e linfonodos – Madden – retira glândula e linfonodos (preserva peitorais) • Peitoral maior - Suas ações principais são a rotação medial e adução do braço, mas também estão envolvidos na flexão e extensão deste membro • Peitoral menor – A ação dele é estabilizar a escápula COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS • Pode ocorrer dor na região cervical e cintura escapular devido à proteção muscular reflexa que produz espasmo na musculatura cervical. • Ombro congelado crônico • A paciente pode ficar com os ombros anteriorizados e uma hipercifose devido à dor, retração na pele ou reação psicológica. • Pode ocorrer também uma assimetria de tronco e alinhamento anormal das escápulas como resultado de uma mudança súbita no peso lateral, principalmente em mulheres com mamas volumosas. COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS • Escápula alada - devido à fraqueza do Serrátil anterior; • Lesões das raízes do Plexo braquial; ( C5 - T3 ) • Limitação da flexão e rotação do ombro - em sua maioria, por medo; • Linfedema - pela retirada dos linfáticos axilares; • Sensação dolorosa e de peso no ombro - associada ao linfedema; • Limitação da expansibilidade torácica - onde a Fisioterapia deve intervir imediatamente; • Parestesias. Avaliação para mastectomizadas • Dados pessoais • Anamnese (QP, história pregressa, história da doença atual • Data da cirurgia • Tipo de mastectomia • Realizou quimio ou radioterapia antes da cirurgia • Realizou quimio ou radioterapia após a cirurgia • Menopausa, amamentação, casos na família • Exame físico: sinais vitais,inspeção, palpação, perimetria. • A paciente tem alta no 5o- ou 6o- DPO, e o objetivo da Fisioterapia até liberação da mesma é alcançar um estado geral bom, com ADMs em flexão e abdução do membro superior homolateral à cirurgia de, no mínimo, 90 ( noventa ) graus. Protocolo PO imediato • Reeducação respiratória - Padrões ventilatórios: Inspiração profunda, Inspiração em dois tempos, Inspiração em três tempos e Soluço inspiratório; • Uso de TENS para alívio da dor; • Drenagem postural e enfaixamento compressivo para evitar linfedema, • Deambulação precoce; • Realização de todos os movimentos possíveis com o MS homolateral à cirurgia, dentro da capacidade da paciente; • Esclarecimento de que a Fisioterapia e a utilização dos MMSS não afetarão a recuperação cirúrgica. PO imediato Mantenha o braço 20 cm afastado do corpo e a mão, punho e cotovelo do lado operado apoiados sobre um travesseiro, de modo a ficarem mais altos que o ombro para evitar inchaço e diminuir a tensão. Para não sentir dores nas costas, dobre e estique as pernas sempre que puder. Você pode levantar e abaixar o quadril mantendo os joelhos flexionados de forma a aliviar a pressão nas costas na cama. Evitando complicações e linfedema • • • • • • • • • • • • • • • • Hidratar o braço e o local cirúrgico sempre que necessário. Nunca permitir a aplicação de injeção, vacinas, coleta de sangue, acupuntura, medição de pressão e até mesmo a quimioterapia no braço do lado operado. Evitar carregar peso com o membro afetado. Não usar jóias justas no antebraço ou nos dedos do lado afetado. Manter o membro protegido do sol. Evitar qualquer tipo de trauma e cortes. Usar luvas de proteção ao manipular produtos químicos e durante os trabalhos de casa e jardinagem. Evitar cortar as cutículas. Fazer exercícios como caminhadas, natação, aeróbica, ciclismo, pilates e ioga. Usar luvas compressivas durante as caminhadas. Não depilar a axila afetada com gilete. Usar manga comprida e repelente no braço afetado em regiões de mosquitos. Evitar o uso de desodorante com álcool e os com ação antitranspirante. Evitar dormir sobre o braço do lado operado, para não comprometer a circulação sanguínea do mesmo. Usar tecidos de algodão durante o processo de cicatrização e de aplicações de radioterapia evitando o uso de tecidos sintéticos. Evitar o uso de vestimentas apertadas na região do tronco e do braço do lado operado. Automassagem / autodrenagem PO tardio PO tardio PO tardio Flexibilidade • Os alongamentos devem ser feitos devagar. Deve-se expirar durante a fase de esforço e manter a posição por 10 segundos, no início, aumentando gradualmente para 30 segundos após algumas repetições. Estes exercícios devem ser feitos de 5 a 10 vezes seguidas, várias vezes durante o dia. • Exercícios de alongamento para os ombros, região axilar, região do músculo peitoral e grande dorsal podem ajudar a alongar o tecido cicatricial e diminuir o endurecimento, aumentando o fluxo linfático. Como o tecido cicatricial continua a se formar durante 1 a 2 anos, os alongamentos devem ser feitos várias vezes ao dia, pelo menos durante um ano após a cirurgia e, preferencialmente, deve tornar-se um hábito de vida. Flexibilidade Elevação do Ombro Equipamento: bola ou bastão pequeno e leve. • Deite-se de costas com os joelhos dobrados, pés e costas apoiadas firmemente no chão. • Segure a bola com ambas as mãos e inspire. Expire e lentamente erga a bola acima da cabeça, mantendo os cotovelos estendidos. • Mantenha a posição até sentir desconforto, mas não dor. Respire profundamente enquanto segura a bola na altura máxima. Vá gradualmente alongando o braço afetado. Flexibilidade Alongamento com Bola Equipamento: bola terapêutica. • Ajoelhe-se, com os quadris sobre os calcanhares, pernas apoiadas contra o chão e com o peso do corpo nos pés. • Coloque as mãos em cima da bola, mantendo os cotovelos estendidos e abdominais contraídos. • Lentamente role a bola para frente, com ambas as mãos para o mais longe possível, e mantenha a posição, sentindo o alongamento. • Role a bola o mais longe possível para a direita e mantenha a posição. • Role a bola o mais longe possível para a esquerda e mantenha a posição. Protocolo completo •Obrigada!!!!