Capítulos 86 a 88 A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 ARQUIVO/O GLOBO O golpe militar de 1964 João Goulart é derrubado pelos militares, em 31 de março de 1964, por meio de um golpe, apoiado por políticos conservadores, representantes do grande capital nacional e estrangeiro e setores conservadores da Igreja católica e da classe média. Tanque do Exército circula pelas ruas do Rio de Janeiro, em 1o de abril de 1964. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 A edição do AI-1 Logo após o golpe, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu provisoriamente a presidência da república. 9 de abril de 1964: uma junta militar editou o Ato Institucional no 1 (AI-1), que estabelecia: • O poder do presidente da república de suspender os direitos políticos e cassar todos os cargos legislativos. • A suspensão do caráter vitalício e estável dos cargos públicos, que poderiam ser suprimidos em caso de ameaça à ordem estabelecida. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Castello Branco assume a presidência Dois dias após a publicação do AI-1, o marechal Humberto Alencar Castello Branco é eleito presidente da república pelo Congresso Nacional → apresenta como principal meta de governo “combater o comunismo e recuperar a credibilidade internacional do Brasil”. 1964: cria o Serviço Nacional de Informação (SNI), com a tarefa de supervisionar e coordenar as atividades de informação visando à garantia da segurança nacional. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Castello Branco assume a presidência A repressão: lideranças sindicais, camponesas, estudantis e religiosas foram presas; governadores e outros políticos tiveram seus mandatos cassados. Castello Branco decreta os Atos Institucionais no 2 (1965), no 3 e no 4(1966). O Congresso Nacional promulga a Constituição de 1967, que fortalece o Poder Executivo federal e reduz a autonomia dos estados. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Os Atos Institucionais no governo Castello Branco Os Atos Institucionais no governo Castello Branco AI-2 (outubro de 1965): estabelece eleição indireta para presidente da república e extingue os partidos políticos, autorizando a existência apenas da Arena (Aliança Renovadora Nacional) e do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO AI-3 (fevereiro de 1966): estabelece eleição indireta para governadores e prefeitos de capitais, consideradas áreas de segurança nacional Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 AI-4 (dezembro de 1966): convoca o Congresso para aprovar o texto da Constituição de 1967, elaborado pelo governo militar A linha dura de Artur da Costa e Silva 1967: O marechal Artur da Costa e Silva assume o governo após a morte de Castello Branco. Inicia a “linha dura” do regime, substituindo funcionários públicos civis por militares em vários cargos estratégicos. Governo marcado pela reação da sociedade civil: • Greves de operários em Contagem (MG) e Osasco (SP), passeatas estudantis desafiavam o regime militar. • Passeata dos Cem Mil pela democracia, em junho de 1968, no Rio de Janeiro, com participação de trabalhadores, intelectuais, políticos, artistas e religiosos. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 A linha dura de Artur da Costa e Silva Discurso do deputado federal do MDB pelo estado da Guanabara, Márcio Moreira Alves, defende o boicote ao desfile do Dia da Independência. Publicação do Ato Institucional no 5 (AI-5), em 13 de dezembro de 1968: é o golpe dentro do golpe. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 ARQUIVO/O GLOBO Passeata dos Cem mil: o então líder estudantil Vladimir Palmeira discursa para os estudantes na Cinelândia, Rio de Janeiro. Ao lado dele, José Domingos Teixeira Neto, 26 de junho de 1968. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 A ditadura escancarada A ditadura escancarada Ato Institucional no 5 (13 de dezembro de 1968) Executivo com poderes para fechar o Congresso Nacional HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Suspensão das garantias constitucionai s O presidente pode cassar mandatos e direitos políticos Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 O governo ganha o poder de suspender o direito de habeas corpus Rigorosa censura aos meios de comunicação A ditadura escancarada A luta armada contra a ditadura (1968-1974) • Setores da esquerda, influenciados pelas ações guerrilheiras na América Latina, iniciam a luta armada para derrubar o regime: PC do B (dissidência do PCB), Aliança Libertadora Nacional (ANL), de Carlos Marighella, Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada pelo capitão Carlos Lamarca, Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), entre outros. • A guerrilha promove assaltos a banco e sequestros para financiar a luta contra o regime e negociar a libertação de prisioneiros políticos. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 A ditadura escancarada O regime endurece a repressão • 1969: cria, com o apoio de empresários e políticos civis, a Operação Bandeirante (Oban) e o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), este último organizado em cada estado. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 O general Emílio Garrastazu Médici assume a presidência em outubro de 1969 e intensifica a repressão aos opositores do regime ditatorial. Seu governo realiza prisões sumárias, tortura e execuções. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO ARQUIVO/O GLOBO Os “anos de chumbo” (19691974) Policiais prendem 920 estudantes durante congresso clandestino da UNE (União Nacional dos Estudantes), na cidade de Ibiúna (SP), em 11 de outubro de 1968. Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Os “anos de chumbo” (1969-1974) O governo Médici destacou-se por ser o mais repressivo. Período de grande ufanismo patriótico, destacado pela propaganda oficial (“Brasil: ame-o ou deixe-o”; “Ninguém segura este país”) e pela conquista do tricampeonato mundial de futebol, em 1970, utilizado pelo regime como símbolo da grandeza do país. O “milagre econômico”: crescimento do PIB, que chegou, em 1973, a 13%; construção de grandes obras públicas; criação de estatais; aumento do consumo da classe média. Pilares do crescimento econômico: • Crescimento da dívida externa, arrocho salarial e repressão política. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Resistência cultural ao regime Durante os “anos de chumbo”, a resistência ao regime militar também se manifestou no campo cultural, com ações na música, no teatro e no cinema. • Composições musicais afrontavam e questionavam o regime, destacando-se as obras de Geraldo Vandré e Chico Buarque de Hollanda. • O teatro como arte de crítica social e política: Teatro de Arena, fechado pela ditadura; Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa; Grupo Opinião, formado a partir do Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE). • O Cinema Novo, de Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, entre outros, engajado em denunciar os problemas sociais do país. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Geisel e a abertura política (19741979) O general Ernesto Geisel dá início ao processo “lento, gradual e seguro” de abertura política, chamado distensão → avanços e retrocessos na liberalização do regime. 1974: a sociedade anseia por mudanças, e candidatos do MDB são vitoriosos nas eleições parlamentares. 1976: o governo reage e cria a Lei Falcão, que proibia candidatos de se apresentarem ao vivo no rádio e na TV durante a propaganda eleitoral gratuita. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Geisel e a abertura política (19741979) 1977: visando enfraquecer a oposição, o governo lança o Pacote de Abril: • Fecha o Congresso Nacional. • O presidente passa a governar por meio de decretos. • Um terço do Senado passa a ser indicado pelo presidente: são os senadores conhecidos como “biônicos”. 1977-1978: estudantes lutam pela anistia e pelo fim da ditadura; metalúrgicos das fábricas do ABC paulista fazem greve por melhores salários. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Figueiredo e o fim do regime (19791985) O general João Baptista Figueiredo assume o governo, em 1979, sob protesto popular. Em março de 1979, mais de 80 mil metalúrgicos do ABC paulista entraram em greve, desafiando a polícia e o regime militar. Cresce a articulação e luta da sociedade: estudantes, professores, bancários e outras categorias lutam por melhores salários, por mais verbas para a educação e pelo fim da ditadura. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Figueiredo e o fim do regime (19791985) Junho de 1979: o Congresso aprova a Lei de Anistia, beneficiando os dirigentes e os torturadores do regime militar e permitindo a volta dos exilados e a libertação dos prisioneiros políticos. Novembro de 1979: uma reforma política permite o pluripartidarismo: surgem o PT, o PMDB, o PDS e o PDT, entre outras legendas. 1982: nas eleições diretas para governadores, prefeitos, deputados e senadores, os partidos da oposição elegem candidatos em vários estados. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 Mobilização popular e as Diretas Já Mobilização popular e as Diretas Já 1983: oposições lançam a campanha pelas Diretas Já, que exige a volta das eleições diretas e livres para a presidência da república em 1985 HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO 1984: a campanha ganha força com a participação de partidos políticos de centro e esquerda recémcriados, assim como de jornalistas, intelectuais e artistas em comícios pelo país Abril de 1984: a emenda que estabelecia as eleições diretas é rejeitada na Câmara dos Deputados Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301 15 de janeiro de 1985: Tancredo Neves é eleito, no Colégio Eleitoral, presidente da república 15 de março de 1985: Tancredo Neves adoece e seu vice, José Sarney, é empossado como presidente interino. Com a morte de Tancredo, em abril, Sarney assume definitivamen te o cargo ALBERTO ESCALDA/EM/D.A PRESS Manifestação popular na campanha Diretas Já, em Belo Horizonte, 24 de fevereiro de 1984. HISTÓRIA: DAS CAVERNAS AO TERCEIRO MILÊNIO Capítulo 42 – A ditadura militar no Brasil HISTÓRIA – PROF. LISI – TURMA 301