Aluna: Luciana Ferreira da Silva Orientador: Antônio Rago Filho Participação do Programa de Bolsa do PIIC -2010 O objetivo desta pesquisa de Iniciação Científica é reconstruir a memória histórica das mulheres, no período ditatorial brasileiro, enquanto protagonistas dessa importante luta, a fim de analisar e evidenciar a participação delas nas organizações de esquerda, que combatiam a ditadura militar. Mostrar as marcas físicas, psicológicas e morais que a tortura causou nas mulheres estudadas, e como isso afetou e as fazem recordar do período vivenciado, como tal experiência está marcada em suas memórias. Inicialmente, é necessário analisar a historiografia referente ao período ditatorial para a reconstituição de seus momentos significativos dando suportes ontológicos para a própria memória histórica por meio dos dizeres femininos e suas práticas opositoras. Os registros, que em sua esmagadora maioria se referem aos acontecimentos do período a partir do prisma masculino, tocam na participação feminina em poucas linhas, muitas vezes em notas de rodapé. A memória social brasileira ainda não recuperou o conteúdo de uma importante etapa da história do país. Muitas das vivências foram perdidas, acumulam-se silêncios historicamente constituídos, já que a história verdadeira muitas vezes é silenciada. Assim, através dos depoimentos das mulheres que entrevistamos e iremos entrevistar, esperamos dar continuidade e expansão ao processo de construção de memória e de redefinição de identidade, pelas características das trajetórias de vida das ex-militantes políticas. Através do conteúdo das narrativas, podemos reescrever o passado – com suas lembranças e a conseqüente reconstrução de suas histórias de vida mesmo que por meios depoimentos orais, adquire um sentido político vital.A memória constrói um arquivo pessoal que possibilitam resgatar os fatos passados, ainda mais quando são tratados aspectos traumáticos como esses, de torturas e repressões. Pretendo apresentar as experiências de vida dessas mulheres a partir de sua militância, a entrada na clandestinidade até os dias de hoje, passando pelo momento da prisão e torturas, a reconstituição das trajetórias de vida dessas mulheres, que se deram através de dados recolhidos em entrevistas. Tendo como recurso à fonte oral, além da necessidade de referências bibliográficas para transpor para o trabalho. 1º semestre: Foram desempenhadas as tarefas de leitura da bibliografia referente; primeiro contato com as entrevistadas. Essas entrevistas variam de acordo com a disponibilidade e necessidade de cada colaboradora. A duração de cada entrevista não tem tempo estipulado, a princípio será desenvolvido a partir de uma longa conversa, respeitando a disponibilidade de tempo de cada entrevistada. 2º semestre: Serão realizadas as entrevistas para cumprir com o objetivo da pesquisa, que é refletir os danos infligidos a essas mulheres, que se apresentam, no físico, moral e psicológico. Pensar sobre os danos é refletir sobre a tortura como prática social aplicada pelo Estado no período ditatorial.