Capítulos 16 a 23 1 REVISÃO Introdução de Emmanuel • • • Cap 1 – Estudando a Mediunidade Mente – base dos fenômenos mediúnicos Valores Anímicos – hotentote e o sábio Sintonia – Cada um da conforme o que tem e recebe de acordo com o que dá • Cap 2 – O Psicocópio – Óculos – ausculta a alma, definindo suas vibrações – análise de risco e planejamento Cap 3 – Equipagem Mediúnica – Raul Silva, Eugenia, Anélio , Antonio e Celina Cap 4 – Ante o Serviço – Entram espíritos que se desligam das pessoas durante as palestras devido a mudança vibratória dos pensamentos – Cap 5 – Assimilação de Correntes Mentais – meditação, estudo, hábito de discernir (conhece-te a ti mesmo) ajudam-nos a distinguir nossas ondas mentais das dos outros. 2 REVISÃO Estudo de Mediunidade Cap 6 – Psicofonia Consciente Eugenia – médium consciente, psicofônica. Controla o comunicante Liborio •primeiro socorrista é o médium. Se ele cai no padrão vibratório do necessitado há pouca esperança de socorro Cap 7 – Socorro Espiritual O que convence o comunicante e’ o sentimento Condensador ectoplásmico – imagens formadas com ectoplasma de todos. Pensamentos menos dignos perturbam as imagens • Cap 8 – Psicofonia Sonambulica – Jose Maria – senhor de escravos. – Mais ajuda aquele que mais pode – – a psicofonia se processa sem ligacão da corrente nervosa do cerebro mediunico a mente do hospede – Cap 9 – Possessão – Pedro – ataque epiléptico e irmao. Ambos pareciam ocupar o mesmo espaço. Possessao completa – Apesar da inconsciência seu espírito arquivou tudo para enriquecer o patrimônio das próprias experiências. – Se Pedro se renovar, provocará a mudança do irmão. A solução é aprender sem desanimar e servir no bem sem esmorecer. 3 REVISÃO – Cap 10 – Sonambulismo Torturado – Uma jovem chora convulsivamente e expressa o pensamento do obsessor. Não tendo havido o domínio do corpo físico, o que caracterizaria a possessão, podemos classificar como de subjugação – Com suas células em completo desalinho, o cérebro deixa de exercer suas funções – Cap 11 – Desdobramento em Servico – Antonio Castro se desdobra e vai ate o local onde se encontra Olimpio – trabalhador da casa que desencarnou ha pouco tempo. – Cap 12 – Clarividencia e Clariaudiencia – Agua fluidificada – Visoes sugeridas por Clementino – Cap 13 – Pensamento e Mediunidade – Como espiritos nao existe neutralidade: evoluimos ou estacionamos •Cap 14 – Em Servico •A morte e’ intimacao a entendimento fraternal – quando o amor nao sabe dividir-se, a felicidade nao consegue multiplicar-se. Ajudam Liborio •Cap 15 – Forcas Viciadas 4 Capítulo 16 – Mandato mediúnico Chegaram a casa espírita. Vigilantes impediam o acesso de espíritos impenitentes ou escarnecedores. Certos espíritos eram separados de pessoas. Mas a maioria dos encarnados, estava acompanhada de desencarnados agoniados e enfermos tanto quanto eles. Na sala, junto à mesa, um largo cordão luminoso de isolamento. Ao redor, ampla área reservada aos carentes de assistência encarnados ou não, protegida por faixas de defesa magnética. O assistente identificou Ambrosina atendendo diversos pacientes, uma trabalhadora dedicada há mais de 20 anos à mediunidade. Na cabeça, um pequeno funil de luz, semelhante a um delicado adorno. Era um aparelho magnético ultra-sensível com o qual ela mantém-se conectada com o responsável espiritual pela obra que é realizada através dela. Ambrosina recebeu um mandato de serviço, merecendo a responsabilidade de maior associação com o instrutor que lhe preside às tarefas. 5 Capítulo 16 – Mandato mediúnico A médium refletia. Havia dois irmãos delinqüentes, responsáveis por um assassinato. Que fazer ? Um dos mentores disse a ela que continuasse atendendo como se fossem pessoas comuns. Quanto mais desventurados, mais auxilio necessitamos. Minutos depois, Gabriel, o mais categorizado mentor da casa, entrou. Após a prece e leitura, numerosas tiras de papel com requerimentos e súplicas foram colocados ao lado da médium. Com lápis e papel, Dona Ambrosina e Gabriel, preparavam-se para o atendimento. 6 Capítulo 16 – Mandato mediúnico Um grande “espelho” fluídico foi situado junto da médium e o dispositivo passou a apresentar as pessoas relacionadas nas solicitações da noite. Quadros de pessoas angustiadas ou enfermas se alternavam na tela. Além da imagem, seus pensamentos também eram percebidos e Ambrosina registrava a solução possível aos pedidos feitos, sob o comando de diversos instrutores que se revezavam no serviço. Ambrosina não pode estar à mercê de todas as solicitações, sob pena de perder o equilíbrio. Gabriel controla suas forças e o contato dos comunicados passa sob sua supervisão Um mandato mediúnico reclama ordem, segurança e eficiência. Uma delegação de autoridade envolve concessão de recursos da parte de quem a outorga. Gabriel e Ambrosina planejaram a experiência atual, muito antes de sua encarnação. 7 Capítulo 16 – Mandato mediúnico Pergunta: Os mentores espirituais são sempre Espíritos iluminados e infalíveis, bem como suas mensagens são sempre isentas de erros? Dedicam-se ao trabalho de consolo e esclarecimento com denodo e muito amor, são apóstolos da fraternidade. Mas não são seres sublimados. Ainda necessitam da reencarnação para alçarem novas posições na hierarquia espiritual. Reencarnarão uma vez mais no mundo físico, sem que sejam compelidos a passarem pelos dolorosos processos expiatórios, por já terem se despojados das imperfeições mais graves e por não mais praticarem o mal 8 Capítulo 17 – Serviço de passes No decorrer da psicografia, os médiuns Clara e Henrique se preparavam para o atendimento nos passes. Conrado, o espírito responsável pelo atendimento, informou que há um enorme número de auxiliares, tal como ocorre num grande hospital. Clara e Henrique não precisam se preocupar com a exaustão, pois receberão todas as substâncias renovadoras de que necessitam. De suas mãos saíam chispas de luz, passando pelos braços, vindo da cabeça. Conrado e outro colaborador, transferiam forças que chegavam do alto, passavam pelas suas cabeças e dirigiam-se às cabeças dos médiuns. O pensamento influi decisivamente na doação de princípios curadores. 9 Capítulo 17 – Serviço de passes •potencial magnético é peculiar a todas as pessoas, mas só podem curar acidentalmente quando o enfermo é credor de assistência imediata. Para atender a todos, é preciso que os médiuns tenham vida mental edificante. •em qualquer setor de trabalho a ausência de estudo significa estagnação, embora a dedicação e o amor recebam cooperação segura e imediata dos espíritos amigos Os doentes eram atendidos de 2 em 2. Mas algumas vezes as irradiações magnéticas não penetravam o veículo orgânico. Áulus explicou que faltava o estado de confiança. É preciso que o paciente apresente uma certa “tensão favorável” . Essa tensão está relacionada com a vontade e a fé. 10 Capítulo 17 – Serviço de passes Entra uma senhora sustentando-se dificilmente, com o ventre volumoso e o semblante dolorido. Áulus pediu que observassem o fígado que estava muito dilatado. As células hepáticas trabalhavam sob perturbação. A icterícia estava presente. Conrado impôs a mão sobre a fronte da mulher e inspirou a médium para movimentar as mãos desde a cabeça até o fígado. A senhora exibiu expressão de alívio. A senhora não poderia ser curada, pois o fígado e vasos estavam comprometidos. A assistência magnética reergue a mente da paciente, e a mente reergue as vidas microscópicas do corpo. Agora ela precisa oferecer a contribuição à si mesma. André finalmente indaga se seria possível dispensar essas energias à distância. Áulus garante que sim, desde que haja sintonia entre aquele que administra e quem recebe 11 Capítulo 17 – Serviço de passes Pergunta: Qual a importância da prece antes de se iniciar o serviço de passe? Através da prece, o médium passista atrai "vigorosa corrente mental", fortalecendo-se, espiritualmente e expulsando de seu íntimo "sombrios remanescentes da atividade comum que trazem do círculo diário de luta". Ou seja, a prece funciona como um elemento isolante dos problemas terrenos, colocando o trabalhador em sintonia com o plano maior. Também por meio da prece, impregna-se de "substâncias renovadoras" hauridas no plano espiritual, que o auxiliarão ao trabalho eficiente em favor do próximo. Com as forças renovadas, o trabalhador passista é o primeiro beneficiado pela transfusão de energias que se opera através do passe. Por esse motivo, não sofre o passista qualquer desgaste físico ou mental, pois apenas transmite ao paciente o que recebe dos benfeitores espirituais. 12 Capítulo 18 – Apontamentos à margem Dona Ambrosina continuava escrevendo as mensagens endereçadas aos presentes. Um dos oradores falava da necessidade de conformação com as Leis Naturais para que a nossa vida mental se refaça para fazer jus aos benefícios espirituais. Quanto a Gabriel, nada escapava ao seu controle. Ao seu sinal entidades socorriam doentes indicados. Era o pulso de comando, forte e seguro, sustentando a ordem do trabalho. Nisso André comentou o hábito que temos de esperar do Céu a solução dos inúmeros problemas que surgem. Áulus esclareceu que é uma antiga viciação mental do Planeta. Mas a lição de Jesus é clara: “Toma a tua cruz e segue-me”. Ele convidou pessoalmente a Paulo ao trabalho, mas não o isentou das dificuldades da tarefa. 13 Capítulo 18 – Apontamentos à margem Uma mulher pedia mentalmente a possibilidade do filho escrever algo. Instantes depois ele surgiu ao lado dela, em situação difícil, pedindo perdão pelo que fez. O rapaz se suicidou há meses e ainda não se equilibrou. Assim não será possível a comunicação. Mas tanto ele quanto a mãe foram amparados. •rapaz foi encaminhado por trabalhadores e a mãe recebeu a colaboração fluídica de Áulus, sentindo grande alívio. •Gabriel escreveu uma mensagem e ao final a médium leu em voz alta a recomendação de que não devemos transformar os médiuns em oráculos e adivinhos com esquecimento dos nossos deveres de elevação. 14 Capítulo 19 – Dominação telepática Uma senhora desencarnada de nome Teonília explicou que Anésia, precisava de ajuda: dificuldades com a educação de 3 filhas, cuidar da mãe doente, e Jovino, o marido, estava agora fascinado por outra mulher. Dia e noite, Jovino só pensava nessa mulher perversa que o fez esquecer das obrigações domésticas. Áulus observou que devíamos encarar Jovino e a outra mulher como irmãos necessitados de entendimento e auxílio. No dia seguinte, após a refeição Jovino alegou compromissos profissionais para sair e como Anésia lembrou que era dia do evangelho no lar, ele reclamou e saiu de casa assim mesmo. Via a outra mulher em seu pensamento. 15 Capítulo 19 – Dominação telepática A mulher aparece na sala. À medida que a esposa de Jovino dialogava internamente em termos de revide, mais forte se tornava a imagem. Anésia sentiu-se mal sem explicação e Áulus comentou que o fato vem se repetindo há semanas e ele temia pela saúde dela. Jovino permanece fascinado sob dominação telepática e, como marido e mulher respiram em regime de influência mútua, Anésia é atingida sem defesa, porque não tem sabido imunizar-se com os benefícios do perdão incondicional. Áulus confirma que o caso pode ser enquadrado nos domínios da mediunidade. É um fenômeno de sintonia. Muitas vezes, dentro do mesmo lar ou da mesma instituição, adversários difíceis do passado se reencontram para o devido reajuste, mas raramente conseguem superar a aversão. Por isso Jesus aconselhava o amor aos adversários, o auxílio aos que nos perseguem e a oração pelos que nos caluniam, como atitudes que possam 16 garantir a nossa paz e a vitória sobre nós mesmos. Capítulo 20 – Mediunidade e oração Na cama, uma senhora enferma de cerca de 70 anos tossia muito. Elisa, mãe de Anésia, vivia suas últimas horas no corpo físico. Ao seu lado encontrava-se um homem desencarnado, visivelmente perturbado, ligado a ela, agravando-lhe as dificuldades físicas. Ele foi filho dela, já desencarnado há muito tempo. Viciou-se na bebida e foi assassinado numa noite de extravagância. A mãe o recorda como herói e o evoca constantemente, retendo o infeliz ao pé do próprio leito. Ao chegar ao quarto, Anésia entrou em lágrimas e sua filha mais nova Márcia, procurou consolá-la convidando-a à oração. Anésia sentou-se ao lado da enferma e iniciou a prece. À medida que orava, ocorreu profunda modificação. 17 Capítulo 20 – Mediunidade e oração Raios de branda luz eram exteriorizados do coração de Anésia. Era como se tivesse acendido uma lâmpada no tórax. Em eguinda, vários desencarnados sofredores penetraram o quarto abeirando-se dela, à maneira de doentes, solicitando medicação. Nenhum deles percebia a presença da equipe espiritual. Eram companheiros apegados à matéria e no raio de ação das preces de Anésia, receberam o toque de espiritualidade, recebendo consolo e amparo. Anésia, abriu o livro sob a inspiração de Teonília, no texto que falava da necessidade do trabalho e do perdão. Ao fazer os comentários Anésia não percebeu que falava para si mesma. Terminada o evangelho, Anésia deita-se ao lado da mae, enquanto Áulus aplicava passes ao longo das células corticais. Em breves instantes Anésia deixava o corpo denso. 18 Capítulo 20 – Mediunidade e oração Fora do corpo Anésia pediu para ver o marido. Áulus resolveu atendê-la e, amparada pela equipe espiritual, penetrou em um clube noturno defrontando-se com Jovino e a rival. Anésia gritou e caiu em pranto. Em seguida recuou, e já do lado de fora, Áulus conversou com ela paternalmente Referiu-se à oração em que ela havia pedido assistência. Reforçou que não perdesse a esperança. Ela reclamou que fora traída, e o Assistente lembrou que o lar é uma escola de almas que se reaproximam para o serviço da própria regeneração. Como em uma escola, existem professores e alunos. Depois garantiu que Jovino precisava do seu entendimento e carinho. Nem sempre a mulher poderá ver no companheiro o homem amado, mas sim o filho espiritual, necessitado de compreensão e sacrifício para soerguer-se. Jovino é como uma planta tenra que o Senhor lhe confiara e que está agora assaltado por “parasitas” e “vermes”. 19 Capítulo 20 – Mediunidade e oração Depois de ouvir-lhe as palavras, reconheceu o que precisava fazer e perguntou: Mas, o que fazer em relação a mulher que o domina? Áulus responde que deveria aceitá-la. E acrescenta: Quem terá sido no passado? Alguém que ajudamos ou ferimos? E quem será ela no futuro? Nossa mãe ou filha? Portanto, não condene. O bem neutraliza o mal. Volte ao lar, use a humildade e o perdão, o trabalho e a prece, a bondade e o silêncio. Cuide da sua mãezinha e de suas filhas. Quanto a Jovino, mais tarde voltará mais experiente ao seu coração. Enquanto Anésia voltava ao corpo, Áulus falou sobre o precioso ensinamento da oração. A oração de Anésia não conseguiu modificar os fatos em si, porém provocou uma modificação a si mesma. As dificuldades não se alteraram, mas ela recolheu forças para aceitar as provações que lhe cabiam. Alguém que se transforma, transforma também as situações. 20 Capítulo 21 – Mediunidade no leito de morte Na noite seguinte a equipe voltou ao lar de Anésia para o socorro a mãezinha doente. O médico previa o fim da resistência física e comunicou o fato reservadamente a Anésia. Triste mas carinhosa Anésia se aproximou da mãe perguntando se estava melhor e ela disse que está sendo perseguida por um assassino além de estar cercada de aranhas e serpentes. Acrescentou que o filho, Olímpio veio buscá-la. Áulus diz que mais uma vez a mediunidade estava presente. Elisa atrai o filho em regime de passividade, e reflete em si mesma as lembranças do passado e as alucinações que o filho padece, comuns às vítimas do alcoolismo crônico. 21 Capítulo 21 – Mediunidade no leito de morte Essa situação pode ser comparada à incorporação mediúnica. Vemos duas mentes sintonizadas na mesma faixa de impressões. Muita vez pedimos o que não conhecemos e recolhemos o que não desejamos. Hilário indaga se não seria injustiça uma velhinha doente nessas condições? Realmente é um quadro lamentável, porém ninguém trai as Leis Naturais que regem a vida. Elisa recebeu o que procurou ardentemente. Contudo, há sempre lucro, pois também está na Lei, tirarmos os valores da experiência de toda situação e de cada problema. Em seguida, usando recursos magnéticos avançados, desligou o rapaz de Dona Elisa. Elisa entrou em absoluta prostração. Áulus explicou que o filho alimentava-lhe a excitação mental e agora Elisa dispunha apenas das próprias energias. 22 Capítulo 21 – Mediunidade no leito de morte Elisa percebera que a sua hora chegara. Como se um relâmpago rasgasse a mente Elisa reviu todo o seu passado. Todas as cenas da vida reapareceram na memória, a convidá-la a profundo exame. Depois, num esforço supremo, concentrou todas as suas forças e os pensamentos dar adeus à sua última irmã consangüínea viva. Elisa afastou-se do corpo volitando automaticamente, no rumo da cidade onde ficava a parente enquanto a equipe a seguia de perto. Na cama Matilde dormia tranqüila. A recém chegada chamou-a: “Matilde... Matilde”. Matilde acordou inquieta e pensou: “Elisa morreu”. Áulus explicou que tratava-se de uma comunicação habitual na morte. Pela persistência com que se repetem, os cientistas um dia serão obrigados a examiná-las. Alguns atribuem esses fatos à telepatia, mas segundo a Doutrina Espírita isto é uma comunhão direta entre espíritos imortais. Áulus garantiu que semelhantes comunicações só acontecem se os interessados concentrarem toda a força mental nesse propósito. Logo depois, Elisa voltou ao corpo. Trabalhadores especializados fariam mais tarde a liberação final de Elisa. 23 Capítulo 22 – Emersão no passado Nossos amigos voltaram à nova reunião do grupo dirigido por Raul Silva. Quase ao final das tarefas da noite, uma das senhoras enfermas cai em pranto e fala: “-Covarde! Porque apunhalar assim, uma mulher indefesa?” Enquanto Raul conversava com ela, Hilário e André estranharam a falta de alguma entidade por perto que fosse responsável pela comunicação, não havia também nenhuma ligação telepática sobre a mente da médium. Áulus explicou que estavam à frente de um caso de animismo. A história exótica procede dela mesma, resultado de uma experiência dolorosa em uma cidade da Europa no século passado. Mobilizou tanta força do seu mundo emotivo a ponto de cristalizar a mente e superar o choque biológico do renascimento. Quando está perto do companheiro que lhe foi o algoz (e ele estava presente) passa a se comportar como se estivesse no passado. Para a psiquiatria é apenas uma candidata à medicação ou ao eletrochoque. Para nós é uma enferma espiritual que somente o amparo moral e cultural poderá renovar 24 Capítulo 22 – Emersão no passado Muitos espíritas convertem o animismo num mal indesejável. Na realidade ela precisa da assistência amiga. Deve ser tratada da mesma forma que os espíritos necessitados. Um esclarecedor sem tato só lhe agravaria o problema, querendo impor corretivos quando ela necessita de socorro. Nossa irmã deve ser ouvida como se fosse mesmo uma mulher de outro tempo para desligar-se do passado. A personalidade antiga não foi eclipsada pela matéria densa como seria desejável. Ela representa milhares de criaturas aos nossos olhos. Quantos mendigos carregam a fidalguia de outros tempos, quantos escravos trazem o orgulho de poderosos senhores e quantos vão do berço ao túmulo com aversão e ódio aos parentes que lhes foram adversários? 25 Capítulo 23 – Fascinação Outra senhora presente rodopiou nos calcanhares atirando-se ao chão. Áulus e Clementino usaram avançados recursos magnéticos, constrangendo o obsessor a desvencilhar-se. Mesmo assim a dominação continuava à distância. Áulus explicou que estavam diante de um caso complexo de fascinação. A mulher era controlada por experiente hipnotizador desencarnado assistido por vários outros companheiros. Não fosse o concurso fraternal daquela instituição a mulher seria vítima integral da licantropia deformante. É dessa forma que numerosos pacientes de manicômios, sob ação hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos. Hilário pergunta porque não separar de vez o algoz, e Áulus diz que é preciso saber em que profundidade o joio se entranha à raiz, para um não atrapalhar o outro. Depois, auscultou o cérebro da enferma e do comunicante por alguns minutos e informou; a relação infeliz dura cerca de um milênio. Naquele tempo, para satisfazer a obsedada de hoje que não lhe correspondeu ao devotamento, ele aniquilou os 26 próprios pais. Capítulo 23 – Fascinação Observando o fato a pergunta surgiu inevitável. A obsedada emitia frases num dialeto já desaparecido, e porque ao assimilar o pensamento da entidade, a médium não traduzia para o português como era comum em outras comunicações? Áulus mais uma vez informou que estavam à frente de um caso de mediunidade poliglota ou de xenoglossia. O filtro mediúnico e a entidade acham-se tão intensamente afinados que a passividade do instrumento é absoluta. O obsessor usa modos e frases que lhe foram típicos. Mais do que fenômeno mediúnico o problema é de sintonia e então informações do passado são trazidas ao presente. 27 Capítulo 23 – Fascinação Mas e se a enferma fosse apenas médium, sem esse passado característico, a entidade conseguiria exprimir a mesma linguagem, perguntou Hilário? Não, respondeu Áulus, não havendo tal recurso na experiência da médium (ainda que remota), o fenômeno não seria possível. Enquanto companheiros espirituais retiravam o espírito, encaminhando-o a certa organização socorrista, ainda assim a doente gritava, afirmando estar à frente de alguém que a queria estrangular, e Áulus explicou que agora o fenômeno era alucinatório. A ligação telepática continuava ocorrendo. Finda a crise André indaga qual seria a solução definitiva para o problema, ao que o Assistente respondeu: “A doente está sendo preparada para receber o algoz como filho. Não há outra alternativa no trabalho reparador. As energias do amor de mãe irão cooperar na reparação”. 28 BOA SEMANA 29