13º Congresso Brasileiro de Polímeros 18 e 22 de Outubro de 2015 Natal - RN - Brasil EFEITO DE TRATAMENTO TÉRMICO SOBRE O ÍNDICE DE SENSIBILIDADE AO ENTALHE (ISE) DA BLENDA PMMA/PETREC Querem A. F. Andrade1*; Wanderson S. da Silva2*** Edson N. Ito²***. 1Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais – PPgCEM /UFRN, 2Departamento de Engenharia de Materiais – DEMat/UFRN Endereço: Av. Sen. Salgado Filho, 3000, CEP: 59078-970, Natal-RN. e-mail: [email protected]*; [email protected]**; [email protected]***. Resumo Resultados Foi avaliado o efeito de diferentes tratamentos térmicos sobre o grau de cristalinidade da blenda poli(metacrilato de metila)/poli(tereftalato de etileno) reciclado (PMMA/PETrec), com e sem o uso do agente compatibilizante poli(metacrilato de metila-al-metacrilato de glicidila-al-acrilato de etila) (MGE), bem como a influência deste sobre o Índice de Sensibilidade ao Entalhe. No tratamento térmico T1 as amostras foram aquecidas a 130 °C por 30 minutos e resfriadas ao ar. No tratamento térmico T2 as amostras foram aquecidas a 230 °C por 5 minutos e resfriadas até –10 °C por 5minutos. Para os valores de ISE foram realizados ensaios de tração utilizando corpos de prova com e sem entalhes e pré-trincas. As amostras submetidas ao tratamento térmico T1 apresentaram aumento no grau de cristalinidade e valores de ISE mais distantes de 1, enquanto que o tratamento T2 conferiu aos materiais um comportamento oposto. (a) Introdução O índice de sensibilidade ao entalhe (ISE) é definido pela razão entre a máxima tensão sob tração obtida para uma amostra entalhada (δR,CE) e a tensão máxima sob tração para uma amostras sem entalhe (δR). Logo, 𝜎𝑅, 𝐶𝐸 𝐼𝑆𝐸 = (1) 𝜎𝑅 Fica evidente que quanto mais próximo da unidade, menos sensível ao entalhe será o material. A deformação plástica reduz a energia elástica armazenada e, com isso, eleva a tenacidade do material, tornando-o menos sensível ao entalhe [1]. A presença de uma descontinuidade geométrica como porosidades ou entalhe, provoca uma distribuição não uniforme das tensões ao longo da peça, de forma que a tensão na região próxima a estas descontinuidades seja maior que a tensão média nas regiões mais distantes levando à uma estado de tensão triaxial. Este estado de tensões produz uma redução significativa na resistência mecânica do material, podendo proporcionar uma fratura essencialmente frágil [2]. Assim, o presente trabalho se propõe a determinar, de forma simples, os valores de ISE para as composições da blenda PMMA/PETrec, bem como, estabelecer uma correlação entre a variação do grau de cristalinidade, promovida pelos tratamentos térmicos, e a variação nos valores de ISE para tais materiais. Experimental (b) Figura 2. (a) Grau de cristalinidade e (b) Índice de sensibilidade ao Entalhe (ISE) das blendas PMMA/PETrec não tratadas e submetidas aos tratamentos T1 e T2. Blenda 15/85 Tratamento T1 Não Tratada (a) (d) Tratamento T2 (b) (c) (e) (f) Figura 3. Imagem de MEV da superfície de fratura da blenda 15/85 (PMMA/PETrec) submetida a ensaio de tração com a presença de entalhe e pré-trinca. Imagens (a), (b) e (c) ampliação de 50x. Imagens (d), (e) e (f) ampliação de 10000x. Conclusão As amostras submetidas ao tratamento térmico T1 apresentaram redução dos valores de ISE, enquanto que o tratamento T2 conferiu aos materiais um aumento desses valores. Assim, a variação nos valores de ISE mostrou-se coerentes com a variação do grau de cristalinidade e com as propriedades mecânicas dos materiais anteriormente estudadas. Assim, é possível afirmar que a redução do ISE está diretamente associada ao aumento no grau de cristalinidade, evidenciando uma redução na tenacidade do material e que a dependência entre essas propriedades e o grau de cristalinidade pode está relacionada com possíveis mudanças causadas na estrutura cristalina dos materiais após os tratamentos térmicos. Referências Figura 1. Fluxograma da metodologia experimental. 1. R. G. Budynas; J. K. Nisbett in Elementos de máquinas de Shigley: projeto de engenharia mecânica, McGraw-Hill, Porto Alegre, 2011, 8ª Ed. 2. C. A. Correa; R. S. Yamakawa; E. Hage Jr. Polímeros: Ciência e Tecnologia. 1999, 9, 76-84.