XI ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA ECOLÓGICA Araraquara, setembro de 2015 Pagamentos por Serviços Ambientais Helena Carrascosa von Glehn Assessoria Técnica SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DE SÃO PAULO PSA EM SÃO PAULO • Previsto em lei (PEMC, Lei estadual 13.798/2009) • Regulamentado em decreto (Decreto estadual 55.947/2010): diretrizes, requisitos, teto de valores, orientações gerais • Cada projeto é definido em resolução SMA, o que possibilita projetos “customizados”, desenhados para áreas geográficas determinadas ou serviços ambientais específicos Projeto Mina d’Água • • • • • • • • • Resolução SMA 123/2010 Objetivo: proteção de nascentes em mananciais de abastecimento Etapa 1 em execução Implantado em parceria com municípios Recursos do FECOP (Estado) repassados para as prefeituras Contratação e pagamentos aos provedores pelas prefeituras Abrange apenas nascentes (até 4 por participantes) Avaliação de Impacto com apoio do BIRD Implementação morosa (muitas decisões e regras a serem definidas pelas prefeituras, critérios complexos para definição de valor) • Baixa adesão (baixo valor por contrato, contexto desfavorável pela alteração do Código Florestal) PSA RPPN • Resolução SMA 89/2013 • Objetivo: melhorar a gestão das Reservas Particulares de Proteção Natural e incentivar a criação de novas • Em execução: agente técnico Fundação Florestal • Recursos do FECOP (tesouro) • Contrato direto com proprietário da RPPN • 1º edital em outubro de 2013: contratos firmados com 11 RPPN • Área sob contrato 1.900ha, R$2 milhões em 5 anos • Já é possível observar melhoria na gestão • 2º edital previsto para outubro de 2015 Projeto Mina d’Água Etapa 2 • Nova Resolução SMA (previsão setembro 2015) • Objetivo: proteção de nascentes, mata ciliar e remanescentes de vegetação em mananciais de abastecimento • Será executado em parceria com municípios selecionados por edital • Recursos do FECOP repassados para as prefeituras • Contratação e pagamentos aos provedores pelas prefeituras • Expectativa: • Prefeituras mais engajadas, com equipe adequada disponível • Área e valor maiores por provedor (maior interesse, menor custo operacional por real pago) • Contexto mais favorável (Lei 12.651/2012, CAR, PRA) • Critérios de pagamento simplificados • Projeto menos “aberto” facilitará a ação da prefeitura PSA MATA CILIAR • Resolução SMA 19/2015 • Objetivo: Incentivar a proteção e restauração de mata ciliar na agricultura familiar (apoio para cercamento de áreas com resiliência e ameaçadas pela presença de gado) Apoio à implantação do PRA • 1º edital previsto para outubro de 2015 • Inscrições e seleção pelo SiCAR-SP • Participação do Banco do Brasil: assinatura, gerenciamento e fiscalização de contratos e realização de pagamentos • Recursos do PDRS (contrapartida do Estado) GEF MATA ATLÂNTICA • Parceria MCTI, RJ, SP e MG (Bacia do Rio Paraíba do Sul) • Recursos do GEF (BID): US$31 milhões, sendo 16,5 milhões para SP • Projeto aprovado pelo GEF e pelo BID em fase de assinatura • Implantação prevista para 2016/2020 • Prevê dois esquemas de PSA • PSA Conservação • PSA Manejo Integral PSA Conservação • Bacia do Rio Paraitinga (300.000ha, 60% pastagem de baixa produtividade) • Incentivo à conservação de remanescentes de floresta (preservados ou em regeneração/restauração) • Seleção por LEILÃO REVERSO • Avaliar a real disponibilidade a participar • Maior eficiência na alocação de recursos PSA Manejo Integral • Bacias do Chapéu e do Turvo (São Luiz do Paraitinga, BPS) • PSA de curto prazo - Conversão de pastagem degradada para: • Sistema silvipastoril e agroflorestal • Florestas nativas com exploração comercial • Restauração de APP • Investimentos em assistência técnica • parceria CATI/SAA e prefeitura • Unidades de estudo e demonstração já implantadas (integradas a atividades de capacitação de produtores e técnicos) • Associação de PSA e financiamentos reembolsáveis (Pronaf, ABC, FEAP, etc.) PSA e Reserva Legal • Ideal para SP: combinação de restauração e compensação • • • • Uso adequado para áreas com vocação florestal que estão subutilizadas Evita conflito com atividades consolidadas Florestas nativas para exploração sustentável (madeira e PFNM) gerando renda PSA complementa receita da exploração da floresta, melhora o fluxo de caixa • Compensação de RL = PSA entre privados • Atenção para a necessidade de assegurar os serviços ecossistêmicos de abrangência local e regional (a fungibilidade da CRA não atende!) • PSA na forma de incentivos públicos para o aumento de vegetação em áreas estratégicas para a conservação da água e da biodiversidade • Alongamento de prazos e equalização de taxas de financiamento para a recomposição de RL, inclusive para a geração de excedentes para compensação PSA e Recuperação de APP • Previsto na Lei federal 12.651/2012 • Contemplado em quase todos os projetos em execução • Inviabilizado pelo substitutivo ao PL federal 792 • A restrição à inclusão de APP em projetos de PSA não se justifica, assim como não se justifica pagar só pelo de ser APP • A adicionalidade é um conceito importado do MDL que não deveria ser aplicado a projetos de PSA para restauração e proteção de vegetação (a proteção de uma área não dá direito a degradar outra) PSA e Cadastro Ambiental Rural • Inscrição no CAR e adesão ao PRA, se for o caso, são requisitos para participar de projetos de PSA • Os projetos de PSA devem estimular a inscrição no CAR • SiCAR-SP será usado para inscrições e seleção para o PSA • Inclusão de campo para manifestação de interesse em participar • Fiscalização da adequação ambiental + incentivos = mais efetividade http://www.ambiente.sp.gov.br/sicar/2015/08/28/dados-publicos-do-sicar-sp-sao-disponibilizados-no-datageo/ A experiência de São Paulo Desafios e estratégias adotadas para a superação DESAFIO SOLUÇÃO PROPOSTA VANTAGENS DESVANTAGENS Depende de interesse da prefeitura, que nem sempre é convergente Redução do custo operacional (minimiza Depende da prefeitura querer e poder deslocamentos) firmar convênios com o Estado Depende da disponibilidade de recursos Possibilita inserir a dimensão local da prefeitura (ou da viabilidade de (prioridades, critérios específicos, etc.) repasses pelo Estado) Aumento número de técnicos envolvidos Parceria com Prefeituras (Projeto Mina d'Água) A capacidade operacional da SMA é insuficiente para a implementação (mobilização, Contratação do Banco do Insere a burocracia do BB (necessidade elaboração de projetos, Alta capilaridade (5.000 agências em SP) Brasil para assinatura, de cadastro, etc.) assistência técnica, gerenciamento e fiscalização fiscalização de contratos, de contratos e realização de Vistoria por técnico do BB limita escopo monitoramento, etc.) pagamentos (Projeto Mata Redução do custo de vistorias das avaliações de campo (não é possível Ciliar) avaliar indicadores ecológicos) Parceria com a Fundação Florestal (Projeto RPPN) Alia o PSA ao gerenciamento do Programa de RPPN Viabilidade para um número limitado de contratos (contratação do provedor diretamente pelo FECOP) DESAFIO Os produtores rurais não tem recursos para realizar os investimentos prévios necessários (cerca, plantio, etc.) Falta de assistência técnica para orientar os produtores rurais SOLUÇÃO PROPOSTA VANTAGENS DESVANTAGENS Acordo com o BB para disponibilizar crédito do PRONAF Florestal (Projeto Mata Ciliar) Possibilita manter pagamentos condicionais O produtor deverá preencher requisitos do BB para empréstimo (garantia) Associação de PSA e crédito O produtor deverá preencher requisitos rural (PRONAF, ABC) para Potencializa os recursos disponíveis para das linhas de crédito (cadastro e sistemas produtivos (Projeto PSA (pagamentos de curto prazo) garantia) GEF Mata Atlântica) Parceria com Prefeituras (Projeto Mina d'Água) Aumento número de técnicos envolvidos Depende da disponibilidade de recursos da prefeitura (ou da viabilidade de repasses pelo Estado) Contratação de serviços para reforçar a AT com recursos do projeto (GEF Mata Atlântica) Garantia de equipe com dimensionamento e qualificação adequados às necessidades Depende da disponibilidade de recursos (no caso do Projeto há doação do GEF) DESAFIO Mobilização e adesão de produtores rurais O custo das ações de adequação é muito alto em relação ao valor dos pagamentos SOLUÇÃO PROPOSTA VANTAGENS Associar o projeto ao CAR e PRA (Projeto Mata Ciliar) Reforça CAR e PRA e beneficia-se da divulgação e parcerias para a sua implementação (prefeituras, ONG, associações, cooperativas, etc.) Aumentar a abrangência dos contratos (mais ações apoiadas por imóvel, maior valor total do pagamento) (Projeto Mina d'Água 2) Gera maior interesse de proprietários rurais Usar o PSA para incentivar a adoção de sistemas produtivos "sustentáveis", se Potencializa os recursos disponíveis para necessario associando PSA e PSA (pagamentos de curto prazo) crédito rural (Projeto GEF Mata Atlântica) DESVANTAGENS Reduz o número de proprietários cocntratados Aplicação limitada a usos da terra que gerem renda (SAF, SSP, florestas manejadas) DESAFIO SOLUÇÃO PROPOSTA VANTAGENS DESVANTAGENS Dificuldade para atingir o público alvo Realizar pesquisa prévia para apoiar o desenho do projeto (Projeto GEF Mata Atlântica) Evita pagamentos "desnecessários" e incentivos perversos Nem sempre os resultados das pesquisas refletem a realidade Realizar avaliações de Permite realizar ajustes e aprimorar os Monitoramento e avaliação impacto (Projeto Mina d'Água, projetos, ajuda a consolidação dos dos projetos PSA RPPN, Projeto GEF Mata projetos Atlântica) Não há observações suficientes para uma AI em muitas situações (Nº pequeno de contratos, descontinuidade, etc.) Alto custo das avaliações DESAFIO Aumentar a oferta de recursos financeiros para incentivos Definição do valor adequado para os pagamentos SOLUÇÃO PROPOSTA VANTAGENS DESVANTAGENS Viabilizar o aporte de recursos do FEHIDRO e da cobrança pelo uso da água (mudar a lógica da alocação) Assegura fonte permanentre de recursos para prevenção Barreiras: é preciso convencer os tomadores de decisão (SIGRHI) e adequar regras e manuais Disponibilizar recursos orçamentários Permite apoiar projetos que não geram interesse direto de usuários dos SE (biodiversidade) Restrições orçamentárias, contingenciamento de recursos Valorar os Serviços Ecossistêmicos e o custo de não tê-los Aumenta a possibilidade de ter recursos para incentivos Alto custo dos estudos Conhecimento da real disposição a receber Possibilidade de leilões fracassados em função das propostas excederem o valor definido como teto para admissibilidade Realização de leilão reverso (Projeto GEF Mata Atlântica) “Se todo mundo quer ouvir o canto do passarinho, têm que nos ajudar a pagar a conta do alpiste” José Augusto Baldassari produtor rural de Franca/SP HELENA CARRASCOSA VON GLEHN Assessoria Técnica do Gabinete Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo [email protected]