EDUCAÇÃO EM SAÚDE
AMBIENTAL
Saúde ambiental
• Campo de estudo das condições ambientais que possam
afetar a saúde e o bem-estar humano.
• Preocupa-se com questões referentes a:
• saneamento básico;
• poluição ambiental;
• desenvolvimento sustentável.
Meio ambiente
• Na Legislação Brasileira:
• Artigo 3º da Lei 6938 de 31 de agosto de 1981, com
redação dada pela Lei 7804, de 18 de julho de 1989 que
dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente:
• “Conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida de todas as suas formas.”
Meio ambiente
• Paulo Affonso Leme Machado (apud Nogueira, A)
• “Patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo.”
• “Engloba as comunidades, os ecossistemas e a biosfera.”
Meio ambiente
• Engloba:
• meio ambiente natural: solo, água, ar, flora, fauna
• meio ambiente cultural: patrimônio arqueológico, artístico,
histórico, paisagístico, turístico
• “Interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e
culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da
vida humana.”
Meio ambiente
• Espaço
• Mundo
• Ambiente
• DINÂMICO
• muda constantemente
• atividades do homem
RISCO À SAÚDE RELACIONADO AO
AMBIENTE
• A OMS estima que 30% dos danos a saúde estão
relacionados aos fatores ambientais decorrentes de
inadequação do saneamento básico (água, lixo,
esgoto),
poluição
atmosférica,
exposição
a
substâncias químicas e físicas, desastres naturais,
fatores
biológicos
(vetores,
hospedeiros
e
reservatórios) entre outros.
RISCO À SAÚDE RELACIONADO AO
AMBIENTE
Pólo Petroquímico de Camaçari na Bahia:
•construído sobre importante manancial de água mineral;
•dejetos já comprometem rio Capivara Pequeno e o
estuário de Jacuípe, chegando até o mar e
comprometendo os mananciais de água que abastecem
Salvador;
•trabalhadores apresentaram casos de: leucopenia,
surdez, doenças respiratórias.
RISCO À SAÚDE RELACIONADO AO
AMBIENTE
• Chaminés
das
fábricas
despejam
diariamente toneladas de gazes, vapores
e partículas no ar
• Efluentes líquidos com toneladas de
metais pesados são despejados em rios e
mananciais onde se captam água para
consumo doméstico.
• Invasão da dinâmica da produção no
espaço e vida das pessoas.
RISCO À SAÚDE RELACIONADO AO
AMBIENTE
• Parque industrial de São Paulo produz anualmente 2,5
milhões de toneladas de resíduos prejudiciais à saúde.
• dentre os principais setores industriais brasileiros, com
forte presença no mercado internacional, quatro são
altamente nocivos ao meio ambiente:
- papel e celulose;
- alumínio;
- siderurgia;
- petroquímica.
ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA
• Um dos nossos maiores desafios é o de construir e
manter comunidades sustentáveis
• O conceito foi introduzido no início da década de 1980
por Lester Brown, fundador do Worldwatch Instituto, que
definiu comunidade sustentável como a que é capaz de
satisfazer às próprias necessidades sem reduzir as
oportunidades das gerações futuras.
ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA
• Anos
depois, o chamado Relatório Brundtland,
encomendado pelas Nações Unidas, usou a mesma
definição para apresentar o conceito de “desenvolvimento
sustentável”:
•A
Humanidade tem a capacidade de atingir o
desenvolvimento sustentável, ou seja, de atender às
necessidades do presente sem comprometer a
capacidade das futuras gerações de atender às próprias
necessidades.
ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA
• Como
a principal característica da biosfera é sua
capacidade intrínseca de manter a vida, uma comunidade
humana sustentável deve ser planejada de modo que os
estilos de vida, negócios, atividades econômicas,
estruturas físicas e tecnologias não interfiram nessa
capacidade da natureza de manter a vida
ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA
• Definição : não precisamos inventar as comunidades
humanas sustentáveis a partir do zero, mas podemos
moldá-las de acordo com os ecossistemas naturais, que
são comunidades sustentáveis de plantas, animais e
microrganismos.
Ecologia
• “ecologia” vem do grego oikos (casa)
• Ecologia é o estudo de como a Casa Terra funciona.
• É o estudo das relações que interligam todos os
moradores da Casa Terra.
Ecologia
• A ecologia rasa é antropocêntrica. Considera que o
homem, como fonte de todo valor, está acima ou fora da
natureza e atribui a esta um valor apenas instrumental ou
utilitário.
• A ecologia profunda não separa o homem do ambiente;
na verdade, não separa nada do ambiente. Não vê o
mundo como uma coleção de objetos isolados e sim
como uma rede de fenômenos indissoluvelmente
interligados e interdependentes
Sistemas vivos
• Sistemas integrados cujas propriedades não podem ser
reduzidas às suas partes menores.
• Embora seja possível distinguir as partes de qualquer
sistema vivo, a natureza do todo é sempre diferente da
simples soma de suas partes.
Sistemas vivos
• A teoria dos sistemas envolve uma nova maneira de ver o
mundo e uma nova forma de pensar, conhecida como
• “pensamento de sistemas” ou “pensamento sistêmico”.
Exemplos desses sistemas não faltam na natureza. Todo
organismo – animal, planta, microrganismo ou ser humano
• – é um todo integrado, um sistema vivo.
• Partes de organismos, como folhas e células, também são
sistemas vivos.
• Em toda a natureza encontramos sistemas vivos dentro de
outros sistemas vivos. Os sistemas vivos também incluem
comunidades de organismos, que podem ser sistemas sociais
- uma família, uma escola, uma cidade - ou ecossistemas.
A teia da vida
• Redes constituem o padrão básico de organização de
todos os sistemas vivos.
• A rede é um padrão comum a todas as formas de vida.
Onde existe vida existem redes.
• Os ecossistemas são compreendidos em termos de teias
alimentares (ou seja, de redes de organismos); os
organismos são redes de células e as células são redes
de moléculas.
A teia da vida
• As redes vivas estão sempre criando ou recriando a si
próprias através da transformação ou substituição dos
seus componentes.
• À medida que as comunicações acontecem em uma rede
social,
elas
acabam
produzindo
um
sistema
compartilhado de crenças, explicações e valores - um
contexto comum de significados, conhecido como cultura,
que
é
sustentado
continuamente
por
novas
comunicações. Através da cultura, os indivíduos
adquirem identidades, como membros da rede social.
A teia da vida
• É importante perceber que as redes vivas não são
•
•
•
•
estruturas materiais, como uma rede de pescar ou uma
teia de aranha.
São redes funcionais, redes de relações entre vários
processos.
Em uma célula, por exemplo, estes processos são
reações químicas entre as moléculas.
Numa teia alimentar, estes processos são processos de
nutrição, de organismos comendo uns aos outros.
Em uma rede social, os processos são comunicações.
A teia da vida
• Compreender
sistemas vivos, portanto, nos leva a
compreender relações.
• Descobrimos
certas configurações de relações que
aparecem repetidamente. É a isto que chamamos de
padrões. 0 estudo de relações nos leva ao estudo de
padrões.
A teia da vida
• O estudo da matéria é o estudo de grandezas que podem
ser medidas; o estudo da forma é o estudo de relações
que podem ser mapeadas. Para compreender padrões, é
preciso visualizá-los e mapeá-los. É por isso que sempre
que o estudo dos padrões esteve em destaque os artistas
contribuíram significativamente para o progresso da
ciência.
Os princípios da ecologia
Nenhum ecossistema produz resíduos, já que os resíduos
de uma espécie são o alimento de outra;
• a matéria circula continuamente pela teia da vida;
• a energia que sustenta estes ciclos ecológicos vem do
Sol;
• a diversidade assegura a resiliência;
• a vida, desde o seu início há mais de três bilhões de
anos, não conquistou o planeta pela força, e sim através
de cooperação, parcerias e trabalho em rede.
Educação para uma vida sustentável
• Pedagogia centrada na compreensão da vida, uma
experiência de aprendizagem no mundo real que supere
a nossa alienação da natureza e reacenda o senso de
participação e um currículo que ensine às nossas
crianças os princípios básicos da ecologia.
A horta escolar
• Plantar uma horta e usá-la como recurso para o preparo de
refeições na escola é um projeto perfeito para experimentar o
pensamento sistêmico e os princípios da ecologia em ação.
• A
horta restabelece a conexão das crianças com os
fundamentos da alimentação - na verdade, com os próprios
fundamentos da vida - ao mesmo tempo que integra e torna
mais interessantes praticamente todas as atividades que
acontecem na escola.
• Na
horta, aprendemos sobre os ciclos alimentares e
integramos os ciclos naturais dos alimentos aos nossos ciclos
de plantio, cultivo, colheita, compostagem e reciclagem.
A horta escolar
• Perigos da agricultura química e voltando a usar métodos
orgânicos, ecológicos. A horta da escola é o lugar ideal
para ensinar a nossas crianças as vantagens da
agricultura orgânica.
• Através da horta também nos tornamos conscientes de
que fazemos parte da teia da vida.
• Na horta, observamos o ciclo de vida de um organismo -
nascimento, crescimento, maturação, decadência e morte
e o surgimento da nova geração.
A horta escolar
• 1. a compreensão dos princípios da ecologia, sua
experimentação na natureza e a consequente aquisição
de um senso de lugar;
• 2. a incorporação de insights nascidos de um novo
conceito de aprendizagem, que enfatiza a busca de
padrões e significados por parte da criança;
• 3. a implementação dos princípios da ecologia para
construir e manter uma comunidade de aprendizagem;
• 4. a integração do currículo através da aprendizagem
baseada em projetos.
• Por
que o Setor Saúde está atuando na área
ambiental?
Vigilância ambiental em saúde
• ATIVIDADES HUMANAS (produção agrícola, industrial e energética,
uso e gestão das águas, destino dos resíduos, urbanização,
distribuição de renda, qualidade dos serviços públicos de saúde e
estratégias de proteção do meio ambiente e trabalho )
SAÚDE
AMBIENTE FÍSICO
(natureza e composição química
dos solos, recursos hídricos e
atmosféricos,
clima,
temperatura, umidade, radiação
e chuvas)
AMBIENTE BIOLÓGICO
(tipo e distribuição de
habitats da flora e da
fauna,
compreendendo
os agentes patogênicos,
os reservatórios e os
vetores)
Vigilância ambiental em saúde
• Conjunto de ações que proporciona o conhecimento,
e a detecção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente
que interferem na saúde humana.
• Finalidade:
Recomendar e adotar medidas de
prevenção e controle dos fatores de riscos
relacionados às doenças e outros agravos à saúde
Fonte: CGVAM, 2001
Desenvolvimento Sustentável
• O desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as
necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas,
baseia-se em dois conceitos chaves: a prioridade na
satisfação das necessidades das camadas mais pobres
da população, e às limitações que o estado atual da
tecnologia e da organização social impôs sobre o meio
ambiente.
(Comissão Brundtland)
Desenvolvimento Sustentável
• a satisfação das necessidades básicas da população
•
•
•
•
•
(educação, alimentação, saúde, lazer, etc.);
a solidariedade para com as gerações futuras (preservar
o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
a participação da população envolvida (todos devem se
conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e
fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
a preservação dos recursos naturais (água, solo, etc);
a elaboração de um sistema social garantindo emprego,
segurança social e respeito a outras culturas (erradicação
da miséria, do preconceito e do massacre de populações
oprimidas, como por exemplo os índios);
a efetivação dos programas educativos.
Sistema Nacional de Vigilância
Ambiental em Saúde - SINVAS
Áreas de atuação - SINVAS
•
•
•
•
•
•
•
Água para Consumo Humano
Ar
Solos contaminados
Desastres Naturais
Substâncias Químicas
Acidentes com Produtos Perigosos
Fatores Físicos
Legislação aplicada a saúde ambiental
Degradação ambiental:
• Efeitos deletérios à saúde
- de curto prazo (agudos)
- de médio e longo prazo (crônicos)
- em populações sadias
- em crianças e idosos
- exacerbação de doenças preexistentes
- doenças cardiovasculares
- doenças respiratórias não específicas
• Resolução 001/86, CONAMA - qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas, do meio
ambiente causada por qualquer forma de matéria ou
energia resultantes das atividades humanas, que indireta
ou diretamente afetam: a saúde, as atividades humanas,
a biota, a qualidade dos recursos naturais.
Política Nacional do Meio Ambiente
PNMA
• Lei
n°6938/81 - compatibilizar o desenvolvimento
econômico - social com a preservação da qualidade do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico e preservação
dos recursos ambientais, com vistas a sua utilização
racional e disponibilidades permanentes.
• Seus fins e mecanismos de aplicação constituem o
Sistema Nacional de Meio Ambiente, além de criarem o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
• Instrumento de política nacional (art 9, III ) - “avaliação de
impacto ambiental’’.
Política Nacional do Meio Ambiente
PNMA
Objetivos:
• •Preservação e restauração dos recursos naturais e
dos processos ecológicos essenciais das espécies e
ecossistemas.
• •Preservação da diversidade e da integridade do
Patrimônio genético do país.
• •Proteção especial de determinadas áreas naturais
consideradas patrimônio nacional : Amazônia, Serra do
Mar, Pantanal, Zona Costeira.
• •Controle das atividades potencial ou efetivamente
poluidoras.
Política Nacional do Meio Ambiente
PNMA
• Instrumentos:
• Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
• Zoneamento ambiental,
• Avaliação de impactos ambientais,
• Licenciamento de atividade poluidora,
• Fomento a criação e absorção de tecnologia voltada a
melhoria da qualidade ambiental,
• defesa e penalidades ao não cumprimento das medidas
necessárias à correção e preservação ambiental
Lei de crimes ambientais
• Lei n°9605/98 , Art.3° “As pessoas jurídicas serão
responsabilizadas administrativa, civil, e penalmente
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a
infração seja cometida por decisão de seu representante
legal, contratual, no interesse e benefício de sua
entidade.”
• •A lei é omissa quanto a que tipo de pessoa jurídica
poderá ser punida criminalmente por infrações a seus
dispositivos, sendo em tese, até mesmo as pessoas
jurídicas de direito público (Municípios, Estados, União,
Distrito Federal, Autarquias e Entidades Fundacionais).
Penalidades
• Art.21 As penalidades aplicáveis isolada, cumulativa, ou
alternativamente às pessoas jurídicas, de acordo com o
disposto no Art.3°, são:
• I - Multa
• II - Restritiva de direitos
• III - Prestação de serviços à comunidade. (inovação na
forma de ações e planos ambientais de recuperação de
áreas degradadas, “ganho ambiental”)
Quanto vale uma vida?
• Como ficam as mortes e, antes disso, as pessoas que
adoecem e que irão adoecer pela falta de
saneamento,
poluição
atmosférica,
condições
insalubres de trabalho?
• O que será preciso para as organizações enxergarem
a saúde como um fator primário, fundamental para
atenção e atuação?
• Contabilizar vidas perdidas e filas em hospitais não
resolve.
• Contabilizar os gastos de saúde para poder haver
uma justificativa econômica? Ou os dias perdidos de
produção de trabalho?
Quanto vale uma vida?
• No caso da poluição atmosférica (diesel e enxofre),
não seria justo a empresa ser autuada por infração
não apenas por crime ambiental, mas por crime
contra a vida?
• Quanto vale a vida de um homem, uma mulher ou
uma criança? Quem e como se mede a perda de um
ente querido, de um filho, de uma mãe ou um pai? A
questão é muito simples: qual o valor da vida?
NINGUÉM PODE DESCONSIDERAR O DIREITO
UNIVERSAL À SAÚDE E À VIDA. E MAIS DO QUE
ISTO, FALAMOS DA PRESERVAÇÃO DA VIDA NO
PLANETA EM QUE VIVEMOS.
Referências bibliográficas
• Capra, F Alfabetização ecológica – A Educação das Crianças
•
•
•
•
para um mundo sustentável. Editora: Cultrix, 2003
PHILIPPI JÚNIOR, A. Saneamento, saúde e ambiente:
fundamentos para um desenvolvimento sustentável.
Coleção Ambiental. Barueri: Manole, 2005.
PHILIPPI JÚNIOR, A. et al. Curso de gestão ambiental.
Coleção Ambiental. Barueri: Manole, 2004.
TAUK-TORNISIELO, S. M. et al. Análise ambiental:
estratégias e ações. Fundação Salim Farah Maluf, CEA
(Centro de Estudos Ambientais)/Unesp- Rio Claro, 1995.
BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2ª ed.,
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
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