Curso de Reologia FT - ENGRAM Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos da Amazônia Reologia Prof. Dr. Lucas Freitas Berti Lucas F. Berti INTRODUÇÃO FT - ENGRAM Sumário: • • • • Conceitos básicos Evolução histórica Definições Variáveis que afetam a viscosidade – Pressão – Temperatura – Taxa de deformação • • • • • Comportamento de fluxo Modelos lineares Modelos Não lineares O ponto de fluxo – Tensão de Escoamento Comportamento dependente do tempo Lucas F. Berti CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti REOMETRIA CONSISTE NA DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DE FLUXO REOLOGIA CIÊNCIA DO FLUXO. DEFORMAÇÃO DE UM CORPO SUBMETIDO A ESFORÇOS EXTERNOS. CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÃO Apresenta uma microestrutura composta por partículas sólidas incluídas em um meio líquido REOLOGIA O comportamento reológico de uma suspensão se apresenta dentro dos limites entre um sólido e um líquido. CONCEITOS Lucas F. Berti FT - ENGRAM Aerosol e Aerogel Gás Emulsão e Pasta Suspensão, Emulsão e Gel Dispersões Sólido Líquido CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti As propriedades reológicas de uma suspensão são influenciadas, de maneira marcantes, pelas características físico-químicas da fase sólida presente. 1 – Concentração volumétrica de sólidos 2 – Distribuição de tamanho de partículas 3 – Interações (atração e repulsão) entre as partículas dispersas CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti As características de fluxo de uma suspensão são definidas em função da relação entre o movimento de translação/rotação das partículas sólidas no interior do líquido e as interações interpartícula. O movimento das partículas durante o fluxo é dependente da “concentração” da suspensão CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Fullman (1953), Modelo quantitativo microestrutural l = (2/3).db .( 1-Fb )/Fb l = Livre caminho médio db= Diâmetro médio Fb = Fração volumétrica O livre caminho médio (l) é um bom indicador para definir-se a “concentração” de uma suspensão CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES DILUÍDAS Ocorre quando Fb é “pequeno” (< 0,05) e/ou db é “grande” Teoria das colisões entre 2 corpos l é grande l >> db Probabilidade de contatos entre partículas é pequena EVOLUÇÃO HISTÓRICA FT - ENGRAM Lucas F. Berti Suspensões diluídas CONCEITOS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES “MODERADAMENTE” CONCENTRADAS Ocorre para Fb “intermediário” (> 0,05 ) e/ou db é “pequeno” Colisões entre diversos corpos l é pequeno l > db Probabilidade de contatos entre partículas é grande Suspensões onde não há interações interpartículas já apresenta EVOLUÇÃO HISTÓRICA FT - ENGRAM Lucas F. Berti Suspensões Moderadamente Concentradas EVOLUÇÃO HISTÓRICA FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES CONCENTRADAS Ocorre quando Fb é elevado (> 0,3) e/ou db é “muito pequeno” Colisões entre diversos corpos l é pequeno l ≤ db Probabilidade de contatos entre partículas é ~ 100% Forças de interação interpartícula começam a atuar (db ≤ 1mm) EVOLUÇÃO HISTÓRICA FT - ENGRAM Lucas F. Berti Suspensões Concentradas EVOLUÇÃO HISTÓRICA FT - ENGRAM Lucas F. Berti Suspensões Concentradas EVOLUÇÃO HISTÓRICA FT - ENGRAM Lucas F. Berti Suspensões Concentradas ~0,65 SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Reologia de Suspensões Coloidais - Os sistemas coloidais envolvem uma classe específica de dispersões onde o diâmetro das “partículas” dispersas exercem papel determinante sobre as propriedades dessa dispersão. - As dispersões coloidais são obtidas quando o tamanho das partículas dispersas estão dentro do intervalo entre 1 mm e 1 nm. - Será utilizado o exemplo das suspensões coloidais cerâmicas como instrumento de caracterização do comportamento reológico dos sistemas colidais (aerosol, emulsões, etc.) SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Sistemas Cerâmicos Hidrofóbicos Pó 1mm a 1 nm m2/g Interface Sólido-Líquido Propriedades do sistema são governadas por eventos que ocorrem na interface, ou seja, por propriedades de superfície. Sólido Insolúvel SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Termodinâmica Sistema coloidal hidrofóbico não possui estabilidade Separação de fases tende a ser espontânea Coalescência/floculação e/ou precipitação Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS Lucas F. Berti FT - ENGRAM Cinética Partículas pequenas Lei de Stokes Pequena velocidade de sedimentação Suspensões Diluídas Suspensões Concentradas Coalescência Floculação Gelificação Estrutura 3D SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Movimento Browniano - As partículas de uma suspensão coloidal são animadas por um movimento desordenado e incessante definido como “Movimento Browniano”. - Tal evento ocorre devido aos choques produzidos pelas moléculas do líquido (vibração térmica e auto-difusão) junto as partículas sólidas dispersas. - Como o tamanho das partículas é muito pequeno, os efeitos gravitacionais não se manifestam significativamente permitindo que as moléculas do líquido induzam movimento nessas partículas. SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Movimento Browniano http://www.youtube.com/watch?v=UDj7BXA1CHU http://www.youtube.com/watch?v=_ri398BViQk http://www.scielo.br/pdf/rbef/v27n2/a13v27n2.pdf Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS Lucas F. Berti FT - ENGRAM Movimento Browniano Colisão entre as partículas dispersas Atração Repulsão Coalescência Floculação Dispersão SUSPENSÃO INSTÁVEL SUSPENSÃO ESTÁVEL SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Serão apresentados, a seguir, alguns conceitos fundamentais para a compreensão de quando e porque há atração ou repulsão entre as partículas dispersas , para o caso de uma suspensão coloidal cerâmica em meio aquoso (eletrólito). 1 – Caráter anfótero da superfície. 2 – A dupla camada iônica. 3 – O Potencial Zeta. Estabilidade da Suspensão SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Ponto de Carga Zero (PZC) pH SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Material Fórmula Química PCZ Quartzo SiO2 1 Sílica Amorfa SiO2 3-4 Zirconia ZrO2 4-5 Rutilo TiO2 4-5 Magnetita Fe3O4 6-7 Fe2O3 Hematita 6-9 Al2O3 c Alumina 7-9 Alumina Al2O3 9 – 9,5 Itria Y2O3 11 Magnésia MgO 12 - 13 Albita Na2O . Al2O3 . 6 SiO2 2 Caulim Al2O3 . SiO2 . 2H2O 6-7 Mulita 3Al2O3 . 2SiO2 7-8 Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM A Dupla Camada Iônica Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM O Potencial Eletrocinético ou Potencial Zeta Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM O Potencial Eletrocinético ou Potencial Zeta Ponto de Carga Zero (PZC) pH Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti A Estabilidade de Suspensões Coloidais Com base nos conceitos apresentados anteriormente pode-se agora dar um sentido mais preciso com relação à estabilidade de uma suspensão coloidal cerâmica. ESTABILIDADE Instaura-se uma barreira energética que impede a aglomeração das partículas dispersas. SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SOL SOL Suspensão estável. Apresenta uma distribuição aleatória de partículas no interior da fase líquida. Suspensão defloculada ou peptizada. SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti GEL GEL Suspensão instável. As partículas tende a formar aglomerados. A fase sólida pode ser tratada com um todo. Estrutura floculada tridimensional (separação de fases). SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Teoria DLVO Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Teoria DLVO VR 1/D2 Eletrostático Van der Walls London VA 1/D6 SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti Estabilização polimérica Quando adiciona-se moléculas orgânicas dissolvidas no meio l´quido de uma suspensão coloidal, surge um novo tipo de força repulsiva entre as partículas dispersas ocasionada por um “impedimento estérico” (efeito restritivo de volume). SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Teoria DLVO Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Ex: Efeito do conteúdo de sólidos Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Ex: Suspensão Defloculada Lucas F. Berti SUSPENSÕES COLOIDAIS FT - ENGRAM Lucas F. Berti