Análise de cursos de água doce
Contaminação por matéria fecal na Fonte da Sereia e na Ribeirinha
Ana Rita Canhão , Jessica Braço Forte, Maria Franco
Prof: Inês Martins
Escola Secundária de Alcochete
Alcochete, 27 de Maio de 2010
Indtrodução:
As bactérias que são utilizadas como indicadores de contaminação por matéria
fecal são os coliformes fecais, microrganismos que vivem normalmente no
intestino humano e de outros mamíferos. Embora estas bactérias não sejam
patogénicas, a sua identificação na água é um indicador de que o meio hídrico
foi contaminado por matéria fecal proveniente do Homem ou de outros
animais homeotérmicos e pode conter outros microrganismos patogénicos.
E.coli é a bactéria mais comum do grupo dos coliformes, sendo um dos
parâmetros microbiológicos mais importantes da qualidade da água.
A maioria das estirpes de E.coli (Escherichia Coli) são inofensivas, no entanto
existem algumas que podem causar graves intoxicações alimentares em seres
humanos, uma vez que esta bactéria produz exotocinas potencialmente letais.
A capacidade da E.coli sobreviver por algum tempo no exterior do organismo
dos animais, faz com que seja considerado o organismo ideal a utilizar como
indicador de contaminação fecal em amostras de água naturais. Por esta razão,
os locais contaminados com E.coli são potencialmente perigosos para o
Homem.
Metodologia
Começamos por recolher duas amostras de água de dois lugares diferentes,
uma da fonte da sereia e outra da ribeirinha, ambas localizadas no Montijo. O
objectivo foi analisá-las relativamente à possível existência de contaminação
fecal.
Seguidamente inoculámos as diluições num meio de cultura. Um meio de
cultura é uma associação equilibrada de agentes químicos (nutrientes, pH,
entre outros) e físicos (temperatura, viscosidade, etc.) que possibilitam o
cultivo de microrganismos fora do seu habitat natural.
Utilizámos o meio de cultura TBX. Este é um meio que contém os nutrientes
fundamentais para o desenvolvimento de colónias bacterianas, selectivo
para as bactérias Escherichia coli.
As colónias desta bactéria destacam-se com uma cor diferente (azul /
verde), cor esta devida a uma enzima (B-glucuronidase) produzida pela E.
coli, que reage com alguns constituintes do meio, mudando a sua cor.
Para além das E. coli, são poucas as bactérias que produzem esta enzima,
pelo que este meio é a forma indicada de determinar a presenças desta
bactéria em amostras de água, no caso desta experiencia laboratorial.
O meio onde efectuamos a experiência manteve-se relativamente
esterilizado, pois mantivemos os materiais manuseados sempre junto de
uma chama. Estes materiais foram previamente esterilizados e guardados
de modo a manter a mesma. A esterilização é tão importante por destruir
todas as formas de vida microbiana de forma que as únicas bactérias
presentes no meio fossem as existentes nas amostras de água que
recolhemos.
A utilização do soro fisiológico para fazer as diluições foi necessária para
manter o meio isotónico em relação ao meio interno das bactérias.
Ao longo dos dias, fomos registando o número de colónias de E. coli, que se
foram desenvolvendo apesar da temperatura da estufa não ser a ideal.
A estufa não conseguiu a atingir a temperatura desejada (37ºC) ficando
assim pelos 24°C.
Resultados
Pudemos observar que ao longo dos dias o número de colónias de
bactérias foi aumentando.
Para calcularmos os CFU/mL, o número de bactérias E.coli que estavam contidas
na água (colony forming units)por mililitro, utilizamos a seguinte fórmula:
E obtivemos os seguintes resultados:
Fonte da sereia
Placa 1:
Placa 2:
Placa 3:
Placa 4:
Ribeirinha
Placa 1:
Placa 2:
Placa 3:
*Nesta placa foi impossível fazer a contagem das bactérias devido à sua forma
estranha.
Discussão:
Ambas as amostras encontravam-se contaminadas por matéria fecal, pois
verificou-se a existência da bactéria E.Coli nas mesmas. São por isso, impróprias
para consumo.
Na Ribeirinha a fonte de contaminação poderá ser devida a uma indústria de
suinicultura que se encontra nas redondezas. Na Fonte da Sereia será
provavelmente os excrementos dos pássaros que por lá passam.
No meio de cultura com água da Fonte da Sereia cuja diluição era 0,01 não foi
detectada a presença de bactérias, no entanto no meio de cultura cuja diluição
era 0,001 da mesma foi detectada a presença de uma colónia de E.Coli o que não
era suposto, visto que o meio com diluição 0,001 é mais diluído que o meio de
diluição 0,01. Provavelmente ocorreu um erro de esterilização, devido à
dificuldade em manter todo o meio envolvente esterilizado.
Conclusão
As águas não podem ser utilizadas para consumo humano directo, visto que em
ambas as amostras comprovou-se a existência de bactérias E coli, logo as águas
encontram-se contaminadas por matéria fecal.
Figura 1- Fonte da Sereia, local onde
efectuámos a primeira recolha de água.
Figura 2- Ribeirinha, local onde
efectuámos a segunda recolha de água.
Para realizarmos a análise, iniciámos a diluição seriada, para as duas amostras,
isto é, o inóculo é diluído numa série de quatro tubos de ensaio no caso da
amostra retirada da fonte da sereia e numa serie de três tubos de ensaio no
caso da amostra da ribeirinha.
Apoio
Figura 3- Placas da Fonte da Sereia. (em cima,
Figura 3- Placas da Ribeirinha. (em cima,
da esquerda para a direita, diluições -1 e -2,
em baixo,-3 e -4)
da esquerda para a direita, diluições -1 e -2,
em baixo,-3)
Bibliografia
FCUP e Ciência Viva (2010): E quando os antibióticos não funcionam? Documento
não publicado.
SILVA, Amparo Dias et.al (2009): Terra e Universo de Vida. Porto Editora. Porto
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/biologia/biologi
a_trabalhos/culturabacterias.htm (Maio, 2010)
www.cca.ufscar.br/.../apostila_monitoramento_microbiologico.pdf (Maio, 2010)
http://pt.wikipedia.org/wiki/In%C3%B3culo (Maio, 2010)
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