Curso de Patologia II
Prof. Jarbas de Brito
Quadro clínico
 Homem de 68a, procurou atendimento por sentir falta de ar na
última semana. Negava tosse ou febre.
 Há 20 dias sofreu um acidente automobilístico e como estava no
banco do passageiro, e o impacto foi do seu lado, foi jogado sobre
o câmbio. Apesar de estar com o cinto de segurança, sofreu
fratura de 3 costelas do lado esquerdo. Sempre teve boa saúde.
Tem feito controle periódico com médico geriatra. Controla a
pressão arterial, que se apresentou elevada há 5 anos, com
inibidor da ECA. No exame físico, bom estado geral, pressão
arterial normal, FC de 100 bpm. Exame pulmonar com
diminuição do MV na base do pulmão esquerdo. Pectorilóquia
egofônica (Egofonia) no campo médio do pulmão esquerdo.
A radiografia do tórax revela velamento moderado dos seios
costo e cardiofrênicos esquerdo. Área cardíaca normal.
EXAME DO TÓRAX E PULMÕES
 RESSONÂNCIA VOCAL AUMENTADA
PECTORILÓQUIA EGOFÔNICA
ausculta da voz com timbre metálico e anasalado
parte superior do derrame pleural
SUMÁRIO DOS ACHADOS
Falta de ar na última semana, após fratura de costelas do lado esquerdo.
Hipertensão arterial controlada com inibidor da ECA.
Diminuição do MV na base do pulmão esquerdo.
Pectorilóquia egofônica (Egofonia) no campo médio do pulmão
esquerdo.
Radiografia do tórax: velamento moderado dos seios costo e
cardiofrênicos esquerdo. Área cardíaca normal.
Como se diferencia um transudato de um exsudato?
O que é um hidrotórax?
O que é um quilotórax? Em quais situações ele se
forma?
O que a hipertensão arterial tem a ver com o quadro
mais importante do paciente.
Discussão
 O quilotórax é o acúmulo de líquido de aspecto leitoso de origem linfática, na
cavidade pleural. O quilo tem coloração branca leitosa por conter gorduras
finamente emulsificada. Quando esse líquido é deixado parado, uma camada
cremosa, gordurosa e sobrenadante se separa. O quilo verdadeiro deve ser
diferenciado do líquido seroso turvo, que não contém gordura e não se separa
em camadas.
 O quilotórax pode ser bilateral, mas costuma ser preferentemente do lado
esquerdo. O volume de líquido é variável mas raramente assume as proporções
maciças do hidrotórax (plasma na cavidade pleural).
 O quilotórax geralmente é causado por um trauma ou obstrução do ducto
torácico, que causa ruptura secundária dos principais ductos linfáticos.
 No presente caso a etiologia do quilotórax deve ser pelo trauma do acidente
automobilístico. A obstrução do ducto torácico é decorrente de neoplasias na
cavidade torácica. Os cânceres mais distantes podem metastatizar através dos
vasos linfáticos e crescer dentro do ducto linfático direito ou ducto torácico
para produzir a obstrução.
ANATOMIA DO DUCTO TORÁCICO
No padrão mais comum, o ducto torácico originase na cisterna do quilo, estrutura abdominal
que drena os vasos linfáticos das extremidades
inferiores, pelve e intestino, sendo a principal
via de escoamento da gordura alimentar.
Penetra no tórax através do hiato aórtico em
direção ao lado direito, em posição retroaórtica, situando-se entre a veia ázigos e a aorta,
na porção inferior do tórax, logo atrás do
esôfago. Sobe pelo mediastino posterior,
cruzando para o lado esquerdo no nível de T4,
correndo atrás do arco aórtico, do lado esquerdo
do esôfago, e mais superiormente, atrás da
artéria subclávia esquerda.
ANATOMIA DO DUCTO TORÁCICO
Após sua entrada no pescoço, ele curva-se
anteriormente, na borda do músculo
escaleno anterior, e anastomosa-se na
junção das veias jugular interna e
subclávia esquerdas. Ao longo deste
trajeto, existe uma rede de anastomoses
linfático-venosas que formam vias
colaterais, permitindo a ligação do ducto
torácico ao sistema venoso em vários
pontos. Um sistema plexiforme pode ser
encontrado, e tal apresentação pode ser
difícil de se tratar em pacientes com
quilotórax, devido à dificuldade de
identificação destas estruturas no intraoperatório.
Jugular interna E
Subclávia E
ANATOMIA DO DUCTO TORÁCICO
Após sua entrada no pescoço, ele curva-se
anteriormente, na borda do músculo escaleno
anterior, e anastomosa-se na junção das veias
jugular interna e subclávia esquerdas. Ao
longo deste trajeto, existe uma rede de
anastomoses linfático-venosas que formam vias
colaterais, permitindo a ligação do ducto
torácico ao sistema venoso em vários pontos.
Um sistema plexiforme pode ser encontrado, e
tal apresentação pode ser difícil de se tratar em
pacientes com quilotórax, devido à dificuldade
de identificação destas estruturas no intraoperatório.
Sumário
 O quilotórax, normalmente secundário a doenças
malignas, trauma, doenças congênitas, infecções e
trombose da veia cava superior, é uma causa pouco
freqüente de derrame pleural. O diagnóstico e
tratamento precoces são importantes no sentido de
prevenir a mais temida conseqüência do quilotórax, a
má nutrição e conseqüente comprometimento do
estado imunológico.
Teste
 Homem com 24 anos
exibindo dor
penetrante no tórax.
 Qual é o seu diagnóstico?
a)
b)
c)
d)
e)
Atelectasia
Pneumonia.
Quilotórax
Hemotórax
Insuficiência cardíaca
congestiva.
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Caso clínico_3