FLUXO VAGINAL NA
INFÂNCIA
COMO E QUANDO TRATAR?
Ana Carolina de Góes Batista
Interna Ginecologia e Obstetrícia
Professor Orientador: Dr Antonio Chambo
O QUE CAUSA?
• Existem principalmente dois grupos de causas:
 Causada por Enterobactérias saprófitas;
 Causada por agentes específico: podendo ser ligado a
contaminação e à higiene precária.
Eur J Pediatric 2012 Microbiological aspects of vulvovaginitis in prepubertal girls.
FASES DA INFÂNCIA
• Período Neonatal:
 Crianças ainda está sob os
efeitos hormonais maternos;
 Elevada quantidade de células
superficiais cheias de
glicogênio, então colonizada
por Lactobacilus;
 Há um aumento do conteúdo
vaginal, assim sendo há
leucorréia fisiológica neonatal.
VJ Davis. What the paediatrician should know about paediatric and adolescent gynecology: The perspective of a gynecologist. Paediatr
Child Health 2003;8(8):491-495.
FASES DA INFÂNCIA
• Infância:
 Hímen com abertura pequena que aprisiona secreção
predispondo a infecções;
 Falta de higiene, contato com irritantes químicos (como
sabonetes e banho de espuma), roupas apertadas, sentam
em qualquer lugar, roupa de banho molhada, posição de
cócoras (expõe a vagina);
 Urina.
BMJ VOLUME 330 22 JANUARY 2005 Do we need to treat vulvovaginitis in prepubertal girls?
FASES DA INFÂNCIA
• Pré-púbere:
 Secreção de GnRh se inicia, começando a estimular a
gônada da menina;
 Apresenta secreção fisiológica 1 ano e 6 meses antes da
menarca constituída de células descamativas, transudato
e muco cervical. Não está relacionada com sinais irritativos.
VJ Davis. What the paediatrician should know about paediatric and adolescent gynecology: The perspective of a gynecologist. Paediatr
Child Health 2003;8(8):491-495.
QUANDO TRATAR: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
• Vulvovaginites Inespecíficas:
 Decorrentes da má higiene: hábito de se limpar de trás
para frente e colocar mão contaminada;
 Ligado a bactérias saprófitas ou que são levadas até a
vagina pelas mãos como: Enterococos, Estreptococos,
Proteus, H.influenzae (vacina);
 Infecção do Trato Urinário (ITU);
 Bactérias ligada às fezes: E.coli, Streptococcus B-hemolítico
e Staphylococcus coagulase positivo;
 Corpo estranho: algodão, brinquedos e papel higiênico;
 A principal causa são provenientes das bactérias do trato
respiratório. Tendo também o Streptococus B-hemolítico
grande relevância.
Acta Dermatovenerol Croat. 2009;17(4):267-72. Microbiological findings in prepubertal girls with vulvovaginitis.
QUANDO TRATAR: DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
• Vulvovaginites Inespecíficas:
 As características do corrimento são:
 Esverdeado, castanho ou amarelados, com odor fétido e ph
vaginal de 4,7 à 6,5;
 Se corrimento mal cheiroso, purulento, muitas vezes com
sangue deve-se pensar em corpo estranho.
Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2010 Morbidity and Mortality Weekly Report
VULVOVAGINITES ESPECÍFICAS
Agente Etiológico
Fluxo Vaginal
Sintomas Associados
Candida albicans
Branco e Grumoso
Shiguella
Mucopurulento ou
Prurido e diarreia
Sanguinolento
Claro, moderada quantidade, Eritema, prurido e dor vulvar
podendo ser sanguinolento
(abcessos)
S. pyogenes
(Stafilococos)
Intenso prurido e Hiperemia vulvar
Enterobius
Irritativo e inflamatório
vermiculares
(bactérias associadas)
Chlamydia trachomatis Assintomáticos
Prurido anal intenso
Neisseria gonorrhoae
Purulento e volumoso
Vulva edemaciada, eritematosa,
dolorosa, escoriada e disúria
Trichomonas vaginalis
Esverdeado com odor
desagradável
Branco acinzentado com
bolhas e odor desagradável
Prurido, ardência e eritema
Gardnerella vaginalis
Abuso sexual se >3 anos
Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2010 Morbidity and Mortality Weekly Report
DIAGNÓSTICO
Agente Etiológico
Métodos diagnósticos
Candida albicans
Anamnese, exame físico e exame à
fresco com KOH
Shiguella
Cultura das Fezes
S. pyogenes (Stafilococos)
Cultura de ágar sangue
Enterobius vermiculares (bactérias
associadas)
Clínica e fita gomada
Chlamydia trachomatis
Imunoflorescência direta ou PCR
Neisseria gonorrhoae
Cultura emThayer Martin
Trichomonas vaginalis
Microscopia de esfregaços a fresco da
secreção vaginal ou
bacterioscopia
Gardnerella vaginalis
Idem anterior
Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2010 Morbidity and Mortality Weekly Report
COMO TRATAR?
Agente Etiológico
Candida albicans
Shiguella
S. pyogenes
(Stafilococos)
Enterobius vermiculares
(bactérias associadas)
Chlamydia trachomatis
Neisseria gonorrhoae
Trichomonas vaginalis
Gardnerella vaginalis
Tratamento
Cremes tópicos de antifúngico ou imidazólicos com
aplicador adequado ou violeta genciana líquida
Trimetroprim/sulfametoxazol, ampicilina,
cloranfenicol
Amoxacilina, penicilinas, cefalosporinas ou eritromicina
orais
Empírico: Mebendazol oral 5 ml 2 vezes ao
dia por 3 dias ou Albendazol 10 ml em dose única
Eritromicina ou Azitromicina
Ceftriaxone em dose única
Metronidazol via oral na dose de 10 a 30 mg/kg/dia em
três tomadas por sete dias
Idem anterior
Sexually Transmitted Diseases Treatment Guidelines, 2010 Morbidity and Mortality Weekly Report
ACOLHIMENTO
• Criança e mãe já enfadadas pela situação;
• Investigar agentes etiológicos, direcionando as
perguntas;
• Diferenciar fisiológico e patológico para evitar
tratamentos desnecessários;
• Por vezes apenas adequação da higiene já resolve
o quadro;
• Investigar quadro respiratório, intestinal e
dermatológico;
BMJ VOLUME 330 22 JANUARY 2005 Do we need
to treat vulvovaginitis in prepubertal girls?
ACOLHIMENTO
• No exame físico observar bem lesões de pele,
equimoses, estado das unhas;
• Exame da área genital detalhado, através da
anamnese vê-se a necessidade ou não de exame
na parte interna;
• Há sinais inflamatórios associados?
• Avaliar escoriações, fissuras,
hiperemia, edema, presença
de fezes, entre outros;
• Exames complementares.
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gynecology: The perspective of a gynecologist. Paediatr Child Health
2003;8(8):491-495.
ACOLHIMENTO
• Tratar as causas específicas, dando preferência
aos medicamentos tópicos.
• Reforçar medidas que resolveram a maioria dos
casos de corrimento na criança, como:
•
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•
•
•
•
Usar calcinha de algodão;
Trocar a roupa de banho molhada logo;
Limpar-se de frente para trás;
Não usar roupas apertadas;
Higienização com óleo e algodão em lactentes;
Lavar a região genital quando usar o banheiro;
Banhos de assento: permanganato de potássio,
benzinamida e chá de camomila.
VJ Davis. What the paediatrician should know about paediatric and adolescent
gynecology: The perspective of a gynecologist. Paediatr Child Health
2003;8(8):491-495.
DISQUE 100
• A criança que for constatado o abuso sexual deve
ser colocada em um rede de assistência
multidisciplinar;
• O conselho tutelar deve ser informado. Basta ligar
para o número 100;
• Firmar com essa paciente a resiliência, mostrando
a ela que não foi culpa dela;
• Casos agudos (<72 horas): tratar a paciente.
J Pediatr (Rio J). 2005;81(5 Supl):S197-S204 Visão atual do abuso sexual na infância e adolescência
OBRIGADA!
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