“ e os seus segredos”
Docentes: Professor Doutor Paulo de Oliveira
Licenciatura: Biologia Humana
Unidade curricular: Biologia do
Desenvolvimento
2013/2014
Professor Doutor Fernando Capela e Silva
Discentes: Marlene Meira nº30320
Rita Fialho nº30236
Sara Reis nº30643
Pericitos
• Células ramificadas alongadas com
propriedades contracteis que envolvem as
células endoteliais;
• Possuem um corpo celular com núcleo e
citoplasma de conteúdo reduzido;
• Anatomicamente os pericitos estão localizados
diretamente na parede do capilar e partilham a
mesma membrana basal com as células
endoteliais;
• Só estão localizados na unidade neurovascular e
a sua quantidade depende dos órgãos onde
estão localizados.
Pericitos
• Os pericitos estão ligados ao endotélio pelas junções gap (conexina-43) e pelas junções aderentes (N-caderina)
• Possuem canais que permitem a transferências de nutrientes, metabolitos, mensageiros secundários e iões entre
os dois tipos de células.
• Servem como integradores, coordenadores e efetores vitais em muitas funções neurovasculares, incluindo a
angiogénese, a formação e a manutenção da barreira hematoencefálica, estabilidade vascular e angioarquitetura
e regulação do fluxo sanguíneo.
Pericitos: Origem no Sistema Nervoso Central
Os Pericitos têm origem quer nas células
mesenquimais quer na ectoderme neural
derivadas das células das cristas neurais, quer da
mesoderme.
As células endoteliais segregam moléculas de
sinalização que vão recrutar pericitos para a parte
nascente do tubo capilar, estimulando a
proliferação, migração e ligação ao tubo neural.
Pericitos: Origem nos Rins
• Com origem na linhagem do gene FOXD1;
A maturação das células da renina
ao longo das arteriolas e
glomerulos levam à diferenciarção
em musculo liso e células
mesangiais - os pericitos do rim,
respectivamente.
No rim existem 2 tipos de células
que podem ser consideradas
como pericitos:
Celulas mesangiais (são pericitos
encontradas no mesângio do
corpúsculo renal);
VSMC e os pericitos são regulados
pelo PDGFβ.
Pericitos peritubulares
Pericitos na origem dos vasos
Durante a angiogénese, os
microvasos são precedidos por
um endotelio proliferativo e
activamente movel, com uma
membrana basal imatura.
O contacto de uma célula com
outra célula faz com que os
pericitos assumam um estado
de contração madura,
iniciando assim a expressão
de um reportorio de proteinas
do musculo liso contratil.
Esta fase de migração e
proliferação origina um tubo
capilar primitivo, seguindo-se de
uma fase de maturação
miscrovascular marcada por um
recrutamento de pericitos
dependentes do factor de
crescimento do Fibroblasto e do
factor do crescimento de
plaquetas.
Sinalização pericitos - endotélio
Sinalização pericitos - endotélio
Função dos Pericitos
Ao nível dos vasos, os pericitos regulam a permeabilidade, o diâmetro, a proliferação dos vasos e a
proliferação das células endoteliais e a sua sobrevivência, tanto por sinalização parácrina como por
contacto direto;
Nas interações célula-célula e célula-matriz, os pericitos tem um papel essencial na contração,
estabilização do vaso;
Os pericitos são considerados angioreguladores, pois eles podem tanto estabilizar como promover a
angiogénese;
A sua importância na angiogénese é evidente, onde a perda de pericitos por endotélio está associado
a um descontrolo da angiogénese;
Muito importante é o facto da função dos pericitos depender do tipo de estimulo que se dá,
diferenciando-se em células de tecido onde se encontram;
Funções dos Pericitos
Estabilidade celular e angioarquitetura
Deficiência em pericitos priva as células endoteliais de
suporte vascular, levando a uma regressão vascular
Funções dos Pericitos
Diâmetro capilar e fluxo sanguineo
De uma forma semelhante aos grandes vasos sanguíneos dos músculos, os pericitos nos capilares podem
conduzir a uma vasoconstrição ou a uma vasodilatação para regular o diâmetro vascular e o fluxo de
sangue capilar.
Para isto, os pericitos têm recetores tanto colinérgicos e
adrenérgicos.
A resposta β-adrenérgica dos pericitos leva ao
relaxamento, enquanto que a resposta colinérgica é
antagónica e produz contração.
As substâncias “vasoativas” que se ligam aos pericitos
são a angiotensina II e a endotelina I.
Funções dos Pericitos
Crescimento Folicular
Vasos sanguíneos maduros são caraterizados por recrutar Pericitos
Os pericitos são um componente estrutural fundamental para manter a integridade vascular nos vasos
sanguineos
Os pericitos estão presentes em todos os folículos pré-natais e na camada das células teca, sugerindo assim
que os pericitos contribuem para a neovascularização e estabilização dos vasos sanguineos durante o
crescimento folicular.
A origem dos pericitos nos foliculos deriva da medula óssea e estão presentes na camada de células teca do
pré-ovulatório, mas não nos folículos natais menores.
Os pericitos do estroma estão a recrutar factores de crescimentos para o desenvolvimento folicular, mas não
os da medúla óssea.
Funções dos Pericitos
Rins
Os pericitos renais podem ser classificados como glomerulares (células mesangiais e células das arteríolas aferentes
do rim) ou como peritubulares (células da vasa reta descendente e capilares peritubulares);
As células que expressam a renina são importantes no controlo
da PA e da homeostase de fluidos electrolitos;
Os pericitos sintetizam renina durante o desenvolvimento;
A angiotensina nos ratinhos faz com que a tensão baixe e que
a renina fique suprimida;
Em ratinhos incapazes de formar péptidos de angiotensina, a
expressão da renina nos pericitos é maior;
A expressão de renina aumenta, não só nos vasos sanguíneos mas
nos pericitos, indicando que estes também estão sujeitas à inibição
do complexo renina-angiotensina, logo os pericitos também estão
implicados na regulação da pressão arterial.
Funções dos Pericitos
Rins
As células mesangiais são pericitos especializados dos
glomerulos dos rins , estas:
• Fornecem apoio estrutural aos capilares glomerulares;
• Controlam a filtraçao glomerural através da sua
contração;
• Alteram o local da resposta a uma lesões através
das células proliferativas que fazem a remodelação
da membrana;
• Têm a habilidade para modificar respostas
imunes inatas e adaptativas;
• São importantes para o desenvolvimento, a
estabilização e uma remodelação dinâmica dos vasos
sanguíneos.
Funções dos Pericitos
Barreira hematoencefálica
Os pericitos têm a capacidade:
• Formar e a manter a Barreira hematoencefálica, tanto no
desenvolvimento como no cérebro adulto
• Regulação da permeabilidade da barreira
hematoencefálica
• Regulação da circulação sanguínea em regiões
cerebrais com atividade sináptica aumentada
• Os pericitos cerebrais promovem a redução do
transporte vesicular.
Funções dos Pericitos
Reparação tecidual após isquémia cerebral
O papel dos pericitos na reparação do tecido neural foi obtido num estudo de modelos animais com
isquémia cerebral experimental como modelo dos acidentes vasculares cerebrais.
Este estudo demonstra-nos que os pericitos dão lugar aos neurónios na zona subgranular e a células da
glia que estão em torno do hipocampo após uma isquemia induzida experimentalmente.
Funções dos Pericitos - Resumo
Pericitos associados a Patologias
Doenças neurodegenerativas
A deficiência de pericitos resulta numa perda inicial de pericitos do cérebro o que leva a duas vias paralelas das
doenças neurodegenerativas:
- Danificação da Barreira hematoencefálica com a entrada de proteinas tóxicas do plasma para o cérebro;
- Hiperperfusão e hipoxia crónica.
No caso da doença de Alzheimer
demonstrou que os vários tipos das
placas amiloides Aβ em altas
concentrações podem causar a
morte dos células pericitos.
Pericitos associados a Patologias
Glioma Maligno
Gliomas malignos – são os tumores primários no cérebro caraterizados por imunossupressões.
Existem evidências que o CD90 e os pericitos
possuem a capacidade de inibir células T, e
que estas células para além do seu importante
papel na vascularização de tumores,
promovem imunossupressão em gliomas
malignos e possivelmente em outras doenças
cerebrais.
Pericitos associados a Patologias
Retinopatia diabética
É uma complicação debilitante dos diabetes de mellitus tanto tipo I como tipo II caraterizado por um perda precoce
dos pericitos da retina, sendo que esta perda pode ser dividida em duas fases:
- Não-proliferativa - em que os vasos começam a
mostrar frequentemente microaneurismas inclinados
para hemorragias intraretinais - esta deficiência dos
pericitos acontece devido à redução da expressão
genética do gene Pdg fb ou pela excesso de expressão
de angiopoietina 2.
-Retinopatia proliferativa - há uma excessiva proliferação de
pericitos que leva à rutura dos vasos e à sequente hemorragia
e separação da retina.
Pericitos associados a Patologias
Hemorragia intraventricular neonatal
A Hemorragia intraventricular neonatal é uma doença que causa morbidade e mortalidade em crianças
prematuras.
Pensa-se que a suscetibilidade da matriz germinal para hemorragia pode dever-se, parcialmente, à
escassez de pericitos em zonas especificas o que resulta numa instabilidade vascular na angiogenese.
Alguns estudos dizem que a hemorragia intraventricular neonatal pode ser devido à deficiência no sinal de
TGF-B em zonas especificas.
Ventrículos cerebrais representados azul
Cérebro normal
Cérebro de menina de 18 meses nascida
prematuramente com hemorragia intraventricular
Pericitos associados a Patologias
Cancro
Os pericitos e células semelhantes, pensa-se que estejam envolvidos no cancro como mediadores da angiogéneses
e metaplasia.
A quantidade de pericitos num tumor varia de acordo
com o tecido onde o tumor se encontra.
Por exemplo os carcinomas pancreáticos exibem uma
densidade maior de pericitos, enquanto que carcinomas
e glioblastomas renais mostram uma densidade menor
de pericitos.
Os tumores com poucos pericitos caraterizam-se por
serem altamente vascularizados e com uma
proliferação ativa de células endoteliais
Pensa-se que o recrutamento dos pericitos em
tumores, em parte, pode ser derivado da sinalização
de PDGF.
Marcadores moleculares para o estudo de pericitos
A diversidade da expressão de
marcadores em pericitos pode estar
relacionada com o tamanho do vaso ou
com a sua origem embrionária.
Os marcadores principais são:
• α-smooth muscle actin (αSMA)
• Desmin
• The regulator of G-protein signaling
5 (RGS-5)
• neuron- glialantigen 2 (NG2)
• platelet-derived growth factor
receptor (PDGFRα and PDGFRβ)
Estas proteínas mostram expressões
diferentes nos estados fisiológicos e
patológicos.
Marcadores moleculares para o estudo de pericitos
Para o estudo dos pericitos nos rins usaram-se os marcadores
principais e ainda alguns mais específicos.
O grande segredo dos pericitos
Existem evidências que os
pericitos são as stem cells
mesenquimias, pós natal
Uso terapêutico dos pericitos
Os pericitos mantêm um estado multipotência nos tecidos adultos e são promissores para a terapia
celular, assim como já foi demonstrado que os pericitos podem ser recuperados da criopreservação e
podem ser altamente acessíveis como células terapêuticas;
In vivo, foi estudado, que pericitos humanos injetados no musculo esquelético de um rato com distrofia
genética, este migraram um longa distância do sitio de injeção e depois medeiam eficientemente a
miogénese;
Numa experiência diferente, pericitos do músculo humano foram injetados num rato SCID que já tinha
tido um enfarte no coração. Os pericitos foram capazes de ajudar na restauração da anatomia cardíaca
estimulando a neoangiogénese e reduzindo a inflamação local. Como resultado houve uma melhoria da
função cardíaca.
Num modelo com défice no crescimento alveolar em ratos acabados de nascer, os pericitos do cordão
umbilical humano foram injectados intravenosamente e restauraram anatomia do pulmão distal e
voltou-se a ter uma função respiratória normal.
Uso terapêutico dos pericitos
Conclusões
• Em cenários patológicos como no crescimento de tumores e retinopatia, bloquear a angiogénese seria benéfico.
Noutros, como enfarte do miocárdio e hipertensão, promover a angiogénese pode ser o desejável.
• Os pericitos são considerados angioreguladores. Estes podem tanto estabilizar como promover a angiogénese.
• A sua importância na angiogénese é evidente quando considerado o caso da retinopatia diabética e o crescimento
tumoral, em que a perda de pericitos por endotélio está associado a um descontrolo da angiogénese, levando à
manifestação da doença.
• Muito importante é que a função dos pericitos depende do tipo de estimulo que se dá. Por exemplo, a angiogénese
no musculo esquelético foi correlacionada tanto com a retirada de pericitos, como, também, com o seu aumento.
Os pericitos, representam cientificamente um excitação intrigante e terapêutica, mas neste momento
existem mais perguntas do que respostas
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