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Trabalho preparado e apresentado em
Novembro de 2008
pelas alunas
Carina Faria
Rubina Freitas
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Doença sexualmente transmitida (DST);
bactéria: Trepoema Pallidum
Estágios da doença:
I.
Sífilis primária: surgem pequenas feridas ou
úlceras, na parte do corpo exposta à bactéria;
II.
Sífilis secundária: erupção cutânea;
Outros sintomas: febre; garganta dolorida; mal estar;
perda de peso; anorexia; dor de cabeça; meningismo.
III.
Sífilis terciária:
•
formação de gomas sifilíticos;
deformidades nas articulações;
complicações neurológicas;
desordens na medula espinal;
complicações cardiovasculares;
sinal de Musset;
•
•
•
•
•
Sífilis Congénita:
transmitida de
mães para filhos no útero.

 em
1906, surge o primeiro teste efectivo para a
sífilis, o teste de Wassermann.

Salvarsan, droga contendo arsénico – início do
séc.XX;

Penicilina – a partir de 1941;
1895
Julius Rosenwald
Booker T. Washington
Região de Tuskegee
Condado de Macon
Alabama
1900
FUNDO ROSENWALD
inicia
desenvolvimento da
Região
Primeira Guerra Mundial
São realizados Exames Médicos aos
recrutados e descobre-se que as Doenças
Venéreas eram um importante Problema
de Saúde Pública, especialmente a Sífilis.
Final da Guerra
criação de um
Conselho Interdepartamental
Dr. Taliaferro Clark
Representante do Serviço de Saúde Pública
«Neosalvarsan»
criado por Paul Erlich
Michael M. Davis
Chefiou o tratamento
Saúde
Limite para o desenvolvimento da Região
Sífilis
Comunidade
Pobre, negra e rural
ocorria em 35% da população em idade fértil
Fundação
Propôs-se tratar com o «Neosalvarsan»
3694 homens, 82% dos quais eram negros
Drs Taliaferro Clark e
Raymond A. Vondelehr
Decidiram continuar acompanhamento
Conclusões do teste da Sífilis a uma
amostra de 4400 Afro-americanos:
- 22% dos homens sofria de Sífilis;
- 62% das pessoas testadas sofria de Sífilis Congénita;
- 399 homens que sofriam de Sífilis nunca tinham recebido
qualquer tratamento para a doença.
“Estudo Natural é aquele em que apenas se observa, sem interferência
do observador, o que ocorre na Natureza.”
Claude Bernard (1865)
399 homens com Sífilis e 201 sem doença
“Mau Sangue”
“Caro Senhor:
Foi-lhe realizado, há algum tempo, um exame e esperamos que tenha
recebido tratamento para mau sangue. Oferecemos-lhe agora a
oportunidade de realizar um segundo exame. Este exame é muito
especial e, uma vez realizado, ser-lhe-á facultado um tratamento
específico se considerarmos que se encontra em condições de o
receber.
NÃO SE ESQUEÇA DE QUE ESTA É A SUA ÚLTIMA OPORTUNIDADE DE
RECEBER TRATAMENTO GRÁTIS. ASSEGURE-SE DE QUE SE ENCONTRA
COM A ENFERMEIRA.”
Contrapartida pela
participação no projecto
Profissionais negros para facilitar a
integração
Projecto de Pesquisa
nunca foi encontrado
Boa
adesão ao Projecto
Enf. Eunice Rivers Dr. Eugene H. Dibble
“Centros de
Tratamento Rápido”
1947
1947-72 127 alunos negros participaram no estudo
1957 Serviço de Saúde Pública Norte-Americano
atribui
diplomas
James Jones
Em 1969 noticiou que já tinham ocorrido 28 mortes
por Sífilis no estudo
CDC pronunciou-se a favor da continuação
Peter Bauxum
demonstrou contrariedade
Ira Meyers “não observei este grupo, mas não acredito que
se os seus membros se submetessem a tratamento, se tal lhes fosse
proposto.”
Macon County Medical Society
26 Julho 1972 publicação
do New York Times,
Jean Heller
16 Novembro 1972
o estudo é encerrado por
Casper Weinberger
CDC fez um Comunicado à Imprensa:
a) Estudo nunca fora clandestino;
b) Não fora recusado tratamento;
c) Médicos Afro-americanos locais
apoiaram o estudo.
Após 40 anos:
- 74 sobreviventes passaram a tomar Penicilina;
- 28 morreram directamente da Sífilis;
- 100 pessoas morreram de complicações decorrentes da mesma;
- 40 esposas e 19 recém-nascidos se contaminaram.
23 Julho 1973
Fred Grey intentou uma Acção Colectiva contra o Governo Federal
Tribunal de Montgomery –
Juiz Frank Johnson decidiu que:
a) Fossem dados:
$ 37 500 a cada sifilítico vivo;
$ 15 000 a cada herdeiro de um sifilítico morto;
$ 16 000 a cada elemento do grupo de controlo e
$ 5 000 a cada um dos seus descendentes.
b) Fosse facultado tratamento médico gratuito
1988 ainda viviam:
21 dos sujeitos com Sífilis estudados;
41 esposas;
19 filhos também portadores da bactéria responsável pela Sífilis.
James Jones e Comissão de Pessoas (medicina e bioética)
exigiram pedido de desculpas formal
“O que os Estados Unidos fizeram foi vergonhoso e eu
lamento o sucedido”
16 Maio 1997 – Bill Clinton
Quando a
ciência se torna
Eticamente
inadequada
Ignorância
Omissão
Eugenia
“Cultura de Morte” (Ratzinger)
Não-tratamento
Impedimento de qualquer possibilidade de
ajuda
“Slippery Slope”
(efeito “bola de neve”)
Violação da ética internacional
relativa à realização de pesquisas
em seres humanos

Em 1900, o senador Jacob H.Gallinger, propôs uma lei que
regulamentava as investigações científicas em seres
humanos. No entanto, esta proposta foi recusada pelo senado
dos EUA;

Foi o 1º documento escrito que estabelecia regras claras para
a realização de pesquisas em seres humanos;

Em 1947, o Tribunal Internacional de Nuremberga,
proclama o Código de Nuremberga, que estabelece os
princípios gerais de ética aplicados à pesquisa em seres
humanos;
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O Estudo de Tuskegee, ao prolongar-se até 1972, viola:
Código de Nuremberga;
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, de
1948;
 Algumas normas publicadas pela Associação Médica
Americana (AMA).

 Código
de Nuremberga:
1.
O consentimento voluntário do ser humano é absolutamente essencial.
As pessoas devem exercer o livre direito de escolha sem qualquer
intervenção de elementos de força, fraude, mentira, coação, astúcia ou
outra forma de restrição posterior; devem ter conhecimento suficiente
do assunto em estudo para tomarem uma decisão. Este último aspecto
exige que sejam explicados às pessoas a natureza, a duração e o
propósito da pesquisa; os métodos segundo os quais será conduzida;
as inconveniências e os riscos esperados; os efeitos sobre a saúde ou
sobre a pessoa do participante, que eventualmente possam ocorrer,
devido à sua participação na pesquisa;
4.
A pesquisa deve ser conduzida de maneira a evitar todo sofrimento e
danos desnecessários, quer físicos, quer materiais;
5.
Não deve ser conduzida qualquer pesquisa quando existirem razões
para acreditar que pode ocorrer morte ou invalidez permanente;
excepto, talvez, quando o próprio médico pesquisador se submeter à
própria pesquisa;
6.
O grau de risco aceitável deve ser limitado pela importância do
problema que o pesquisador se propõe a resolver;
7.
Devem ser tomados cuidados especiais para proteger o participante da
pesquisa de qualquer possibilidade de dano, invalidez ou morte,
mesmo que remota;
10.
O pesquisador deve estar preparado para suspender os
procedimentos experimentais em qualquer estágio, se ele tiver motivos
razoáveis para acreditar que a continuação da pesquisa
provavelmente causará dano, invalidez ou morte para os participantes.
 Declaração
Universal dos Direitos
Humanos:
Artigo 1°
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Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em
direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com
os outros em espírito de fraternidade;
Artigo 3°
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança
pessoal.
Artigo 5°
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes.


Artigo 7.º
Ninguém será submetido à tortura nem a
pena ou a tratamentos cruéis, inumanos ou
degradantes. Em particular, é interdito
submeter uma pessoa a uma experiência
médica ou científica sem o seu livre
consentimento.
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Actualmente foram criados dois novos diplomas sobre os
Direitos do Homem e a Biomedicina:
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Convenção para a Protecção dos Direitos do
Homem e da Dignidade do Ser Humano face às
Aplicações da Biologia e da Medicina, Conselho
da Europa, 1997;

Declaração Universal sobre Bioética e
Direitos Humanos, UNESCO, 2005;
Outro instrumento jurídico actualmente utilizado:
Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes
Discriminação
Pobreza
Raça
Doença
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Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes