Viver o presente, lembrando o passado
Lembrança do
falecimento de um
dos grandes poetas
da época
contemporânea, José
Egito de Oliveira
Gonçalves.
1922/2001
29 de Janeiro de 2001
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Viver o presente, lembrando o passado
EGITO GONÇALVES
José Egito de Oliveira Gonçalves nasceu em Matosinhos a 8 de Abril de
1920 e faleceu no Porto a 29 de Janeiro de 2001. Mais conhecido por Egito
Gonçalves,
foi
um
poeta,
editor
e
tradutor.
Publicou os primeiros livros na década de 1950. Teve como actividade
profissional a administração de uma editora. A sua intensa actividade de
divulgação cultural e literária concretizou-se, a partir dos anos 50, na fundação
e/ou
direcção
de
diversas
revistas
literárias,
como
A
Serpente (1951), Árvore (1952-54), Notícias do Bloqueio (1957-61),
Plano (1965-68, publicada pelo Cineclube do Porto) e Limiar. Em 1977 foi-lhe
atribuído o Prémio de Tradução Calouste Gulbenkian, da Academia das
Ciências de Lisboa pela selecção de Poemas da Resistência Chilena e, em 1985,
recebeu o Prémio Internacional Nicola Vaptzarov, da União de Escritores
Búlgaros. Em 1995 obteve o Prémio de Poesia do Pen Clube, o Prémio Eça de
Queirós e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores
com
o
livro
E
No
Entanto
Move-se.
A sua obra encontra-se traduzida em francês, polaco, búlgaro, inglês, turco,
romeno, catalão e castelhano.
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Viver o presente, lembrando o passado
OBRAS PUBLICADAS
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Poema para os Companheiros da Ilha, Porto, 1950;
Um Homem na Neblina, Porto, 1950;
A Evasão Possível, Porto, 1952;
O Vagabundo Decepado, Porto, 1957;
A Viagem com o Teu Rosto, Lisboa, 1958;
Memória de Setembro, Porto, 1959;
Diário Obsessivo, 1962;
Os Arquivos do Silêncio, 1963;
O Fósforo na Palha, 1970;
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Viver o presente, lembrando o passado
OBRAS PUBLICADAS
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O Amor Desagua em Delta (inclui A Evasão Possível, 1952;
O Vagabundo Decepado, 1957;
A Viagem com o Teu Rosto, 1958;
Memória de Setembro, 1959), Porto, 1971;
Luz Vegetal, Porto, 1975;
Poemas Políticos (1952-1979), Lisboa, 1980;
Os Pássaros Mudam no Outono, Porto, 1981;
Falo da Vertigem, Porto, 1983;
Dedicatória, Porto, 1989
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Viver o presente, lembrando o passado
PRÉMIOS
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Prémio de Tradução Calouste Gulbenkian, da Academia das Ciências de Lisboa
pela selecção de Poemas da Resistência Chilena (1977)
Prémio Internacional Nicola Vaptzarov, da União de Escritores Búlgaros (1985)
Prémio de Poesia do Pen Clube (1995)
Prémio Eça de Queirós (1995)
Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1995)
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Viver o presente, lembrando o passado
POESIA DE EGITO GONÇALVES
Conhecida pelo seu cunho combativo e
intencionalidade social, a poesia de Egito Gonçalves
encontra muitas vezes no diálogo e apelo a um
interlocutor não nomeado a situação comunicativa
privilegiada para aludir de forma irónica ou diferida
a contextos históricos, encontrando nessa mediação o
distanciamento preciso para que a sua voz não ceda à
expressão sentimental de um lirismo motivado por
situações trágicas.
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Viver o presente, lembrando o passado
POEMA: NOTÍCIAS DO BLOQUEIO
Aproveito a tua neutralidade,
o teu rosto oval, a tua beleza clara,
para enviar notícias do bloqueio
aos que no continente esperam ansiosos.
Tu lhes dirás do coração o que sofremos
nos dias que embranquecem os cabelos …
Tu lhes dirás a comoção e as palavras
que prendemos – contrabando – aos teus cabelos.
Tu lhes dirás o nosso ódio construído,
sustentando a defesa à nossa volta
- único acolchoado para a noite
florescida de fome e de tristezas.
Tua neutralidade passará
por sobre a barreira alfandegária
e a tua mala levará fotografias,
um mapa, duas cartas, uma lágrima …
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Viver o presente, lembrando o passado
POEMA: NOTÍCIAS DE BLOQUEIO
Dirás como trabalhamos em silêncio,
como comemos silêncio, bebemos
silêncio, nadamos e morremos
feridos de silêncio duro e violento.
Vai pois e noticia com um archote
aos que encontrares de fora das muralhas
o mundo em que nos vemos, poesia
massacrada e medos à ilharga.
Vai pois e conta nos jornais diários
ou escreve com ácido nas paredes
o que viste, o que sabes, o que eu disse
entre dois bombardeamentos já esperados.
Mas diz-lhes que se mantém indevassável
o segredo das torres que nos erguem,
e suspensa delas uma flor em lume
grita o seu nome incandescente e puro.
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Viver o presente, lembrando o passado
POEMA: NOTÍCIAS DE BLOQUEIO
Diz-lhes que se resiste na cidade
desfigurada por feridas de granadas
e, enquanto a água e os víveres escasseiam,
aumenta a raiva
e a esperança reproduz-se.
http://grandesescritoresportugueses.blogspot.com/2009_01_01_archive.html
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Viver o presente, lembrando o passado
“O valor das coisas não está no tempo que
elas duram, mas na intensidade com que
acontecem. Por isso existem momentos
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas
incomparáveis. “
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Viver o presente, lembrando o passado
ACTIVIDADE ELABORADA POR:
Paula Carneiro 10ºD Nº12
Sara Gomes 10ºD Nº16
Diogo Pinto 10ºD Nº21
Luciana Cerqueira 10ºD Nº22
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Egito Gonçalves - Agrupamento de Escolas de Vale de Ovil