Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI Instituto de Recursos Naturais - IRN Hidráulica HID 006 Conceitos de Mecânica dos Fluidos Prof. Benedito C. Silva (www.bdasilva.eng.br/index.php) Adaptado de Marllus Gustavo F. P. das Neves Revisão de alguns conceitos Propriedades Físicas dos Fluidos Forças, esforços e pressão (tensão) As forças que atuam em um meio contínuo: •Forças de massa ou de corpo: distribuídas de maneira contínua em todo o corpo peso e centrífuga •Forças de superfície: sobre certas superfícies Num ponto, o esforço é dado por ΔF dF lim ΔS 0 ΔS dS O esforço assim definido é uma ação externa ΔF S ΔS As reações que se desenvolvem entre as partículas do meio são denominadas tensões ou pressões Termo tensão usado em hidráulica para a ação de forças tangenciais em uma área Termo pressão ação de forças normais em uma área Massa específica massa do corpo por unidade de volume Dimensões: ρ Unidades no SI: kg m M 3 L ou ρ FT L 3 Peso específico peso por unidade de volume Dimensões: γ M 2 LT 2 ou γ F L3 4 N SI: m3 2 As duas propriedades anteriores possuem uma relação γ ρg Densidade relativa, ou simplesmente densidade relação entre r ou g de dois corpos Para líquidos, em geral toma-se a água como referência r e g pouco variam com a temperatura, diminuindo com o crescimento desta a 5oC g = 9.806 N/m3 A viscosidade caracteriza a resistência à modificação relativa das partículas Fluido em repouso não oferece nenhuma resistência a esta modificação Em escoamentos esforço de atrito entre as partículas esforços tangenciais tensões de cisalhamento Fluidos perfeitos aqueles em que, mesmo no escoamento, desprezam–se os efeitos da viscosidade Quem primeiro observou o efeito da viscosidade foi Newton Fluidos newtonianos tensão de cisalhamento diretamente proporcional à taxa de cisalhamento ΔU F μA Δy Viscosidade absoluta ou dinâmica Dimensão: μ FT 2 L Unidade no SI: N.s 2 m Alguns valores para a água (N.s/m2): 0oC 1,79 . 10-3 20oC 1,01 . 10-3 35oC 7,20 . 10-4 Viscosidade cinemática μ ν ρ L2 Dimensão: ν T m2 Unidade no SI: s Pressão de vapor: pressão exercida por um vapor em equilíbrio com o líquido que lhe deu origem Dada temperatura moléculas escapam da superfície do líquido (SL) exercem pressão na SL atingem o equilíbrio No de moléculas que deixa a SL = No de moléculas absorvidas pela SL vapor saturado pressão de saturação do vapor ou pressão de vapor (pv) A partir deste momento ebulição (formação de bolhas na massa fluida) Água pressão vapor a 100º C = 101,13 kPa (patm padrão) Numa altitude de 3550m patm = 69,5 kPa ebulição a 89,5º C 2 modos de provocar ebulição: Pressão constante subir temperatura Temperatura constante diminuir pressão (cavitação) Para a transformação Kgf N multiplica-se por 9,81 Classificação dos escoamentos Quanto à pressão reinante: forçado ou livre Pressão maior que a atmosférica Pressão igual à atmosférica forçado livre Quanto à direção na trajetória das partículas: laminar ou turbulento U Velocidade média Re ρUDh μ UDh ν Dimensão hidráulica característica Quanto à variação no tempo: permanentes ou transitórios (não-permanentes) permanente transitório p V ρ 0, 0, 0,... t t t p V ρ 0, 0, 0,... t t t Qualquer propriedade pode variar ponto a ponto do campo, mas não no tempo em cada ponto Escoamentos transitórios: quanto à taxa de variação da velocidade e da pressão mudança lenta: compressibilidade desprezada e mudança brusca: compressibilidade importante Quanto à trajetória: uniforme e variado uniforme V 0 s deslocamento Constante em módulo, direção e sentido, em todos os pontos, em qualquer instante Caso particular do escoamento permanente Quanto ao no de coordenadas necessárias para se especificar o campo de velocidade: uni, bi ou tridimensionais r 2 u umax 1 unidimensional R bidimensional unidimensional e uniforme em cada seção Equações fundamentais do escoamento Equação da Continuidade Q A velocidade média na seção U A Conduto com escoamento permanente incompressível e uniforme em cada seção V1A1 V2A2 Q 3 L Q T m3/s, l/s, ft3/s... Vazão em volume chamada simplesmente de Vazão Equação da Quantidade de movimento Para o caso mais simples Q constante e unidirecional y x 1 2 Rx ρQ2V2 1V1 é o coeficiente de Boussinesq Escoamentos: turbulentos em condutos forçados > 1,10 laminares em condutos forçados > 1,33 turbulentos livres 1,02 ≥ ≥ 1,10 O caso de uma bifurcação Q2,V2,A2 a Q1,V1,A1 y x Q3,V3,A3 resumindo Rx ρQ2V2cosa Q3V3cos - V1Q1 Ry ρQ2V2sena Q3V3sen Os lados esquerdos, Rx e Ry, podem ser decompostos, conforme as forças consideradas Equação de Bernoulli Uma das equações de maior aplicação na hidráulica Estabelece uma relação entre velocidade, pressão e elevação p V z H γ 2g 2 H carga (energia) total por unidade de peso Significado dos termos p Energia ou carga de pressão γ Carga de posição (energia potencial em z relação a uma referência ou DATUM) V 2 Energia ou carga cinética 2g Para o escoamento real atrito perda de energia ou perda de carga p1 p2 V V z1 a1 z2 a 2 ΔH12 γ 2g γ 2g 2 1 2 2 Coeficiente de Coriolis fator de correção de energia 1,05 ≥ a ≥ 1,15 Em correntes muito irregulares 1,10 ≥ a ≥ 2,00 Exemplo: teorema de Torricelli fórmula da velocidade de saída da água em um orifício na parede 2 V patm patm z1 0 0 2 γ γ 2g datum H 2 v v H 2g v 2gH Exemplos: - Exemplo 2.2, pag. 53 – Fund. De Engenharia Hidráulica - Exemplo 2.1, pag. 37 – Hidráulica Aplicada Equação fundamental da hidrostática Observando as restrições fluido estático a gravidade é a única força de massa eixo z vertical fluido incompressível hidrostática Níveis de referência para pressão pm pbar pm é a pressão manométrica pabs= pbar+pm zero absoluto de pressão pbar é a leitura barométrica local ou pressão atmosférica local pm pbar pabs patm padrão 1 atm 101 kPa 760 mmHg 14,696 psi 2.116 lbf/ft2 22,92 in mercúrio 33,94 ft água Elemento fluido imerso em água com a superfície exposta à atmosfera patm h pm = γh Da equação da hidrostática p - po = ρgh pm A pressão exercida pelo fluido é a manométrica Manometria Método de medição de pressões a partir de deslocamentos produzidos numa coluna contendo um ou mais fluidos piezômetro Manômetro em U Manômetro diferencial Manômetro inclinado,... A pressão em B é a soma da pressão em A com a pressão da coluna h1 A pressão em B’ é a mesma que em B, pois estão no mesmo nível em um mesmo fluido Cálculo da pressão em B pB - pA = ρ1gh1 ou pB = γ1h1 + pA Por outro lado pB = γ2h2 + pc Isto resulta em pA = patm + γ2h2 - γ1h1 Se desprezarmos patm, calcularemos somente pressões manométricas Surgem então as regras práticas 1) Quaisquer 2 ptos na mesma elevação, num trecho contínuo do mesmo líquido, estão à mesma pressão 2) A pressão aumenta à medida que se caminha líquido, para baixo Lembrar da variação de pressão ao mergulhar numa piscina Exemplos: - Exemplo 2.2, pag. 47 – Hidráulica Aplicada - Exemplo 2.3, pag. 48 – Hidráulica Aplicada