CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE Crise Ambiental Homem Primitivo – manejo do fogo “O problema da poluição ambiental surge no momento em que o ser humano descobre o fogo e passa a ser capaz de impulsionar máquinas e realizar trabalho”. (Braga et al., 2002, p. 52) avanço tecnológico. Revolução Industrial – maiores de matéria e E. necessidades cada vez quantidades significativas de resíduos. Pós-Guerra – preocupação com o meio ambiente dentro de uma perspectiva global. “...a humanidade se viu as voltas com problemas de ordem planetária. Talvez as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki e a certeza de que a Terra pudesse ser destruída pelo próprio ser humano...” (Barbieri, 2007, p. 16) Década de 50 – Brasil: processo de industrialização acelerado – recursos naturais abundantes – regra: diluir e dispersar. crescimento econômico em várias partes do mundo – surto que agravou os problemas ambientais fazendo com que extravasassem as fronteiras nacionais. Década de 60 – Início das preocupações: ◦ esgotamento de recursos ◦ Poluição Ações: - Descontaminação do Rio Tâmisa; - “Primavera Silenciosa” de Rachel Carlson – uso do DDT na agricultura e seus efeitos no MA. - Década de 70 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o MA Humano em Estocolmo (Suécia) 1972. Estocolmo: conflito entre países desenvolvidos (PD) e os não desenvolvidos (PND): PD preocupados: - poluição industrial; - escassez de recursos (E); - decadência de suas cidades; - outros – desenvolvimento crescimento zero, controle populacional. PND: - preocupados com a pobreza; - direito de crescer – acesso aos padrões de bem estar dos países mais ricos. Indira Gandhi (Primeira Ministra da Índia) no plenário da Conferência: “A maior poluição é a pobreza”. Brasil defendeu o desenvolvimento a qualquer custo, sem reconhecer a gravidade dos problemas ambientais. Conceito de Ecodesenvolvimento Desenvolvimento Sustentável (DS). Estudar novas modalidades de desenvolvimento – compromisso básico: valorizar as contribuições das populações locais nas transformações dos recursos do seu meio. Conferência de Estocolmo: - - - Marco fundamental na percepção problemas Desenvolvimento X MA; dos Criação no âmbito da ONU do Programa da Nações Unidas para o MA (PNUMA); Criação da Comissão Mundial para o MA e o Desenvolvimento (CMMAD). Década de 80 – surge a expressão Desenvolvimento Sustentável (DS). Em 1987 publicado o Relatório da CMMAD – Relatório Brundtland (“Nosso Futuro Comum”) define DS como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras em atenderem as suas próprias necessidades.” “...é no meio ambiente que todos vivemos; o desenvolvimento é o que todos fazemos ao tentar melhorar o que nos cabe neste lugar que ocupamos. Os dois são inseparáveis”. (Gro Harlem Brundtland – CMMAD, 1988). Política, diplomata e médica norueguesa. Líder internacional em DS e saúde pública. Em Fevereiro de 1981 tornou-se a primeira mulher chefe de governo do seu país, sendo atualmente Enviada Especial para as Alterações Climáticas da ONU. Entre 1983 e 1987 presidiu à Comissão Brundtland, da Organização das Nações Unidas, dedicada ao estudo do meio ambiente e a sua relação com o progresso. Brasil: 1981 – PNMA – menciona EIA; 1986 – CONAMA 1 – diretrizes para a AIA como instrumento da PNUMA; 1988 – Constituição Federal, Artigo 225: “Todos tem direito ao MA ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida...” – Congresso influenciado pelo Relatório Brundtland. - Década de 90 - 1992 – Conferência das Nações Unidas sobre o MA e o Desenvolvimento – Rio 92, Eco 92, Cúpula da Terra; objetivo: elaborar estratégias para conter a degradação ambiental, bem como promover o desenvolvimento sustentável; Resultado da Rio 92 - aprovação de vários documentos oficiais: Declaração do RJ sobre o MA e o Desenvolvimento; Convenção sobre Mudanças Climáticas; Declaração de Princípios sobre Florestas; Convenção da Diversidade Biológica; Agenda 21. Convenção da Diversidade Biológica (CDB) Principal instrumento de âmbito mundial para garantir a conservação da biodiversidade. Abril de 2002, as Partes da Convenção se comprometeram a atingir, até 2010, uma redução significativa da taxa atual de perda de biodiversidade em níveis global, regional e nacional; Convenção da Diversidade Biológica (CDB) Objetivo aprovado posteriormente pela Cúpula Mundial sobre DS - Cúpula "Rio+10” em Joanesburgo (2002) e pela Assembléia Geral da ONU. 2010: Divulgado Panorama da Biodiversidade Global 3 - 2010 – Panorama da Biodiversidade Global 3 “A meta acordada pelos governos do mundo em 2002, “atingir até 2010 uma redução significativa da taxa atual de perda de biodiversidade em níveis global, regional e nacional como uma contribuição para a diminuição da pobreza e para o benefício de toda a vida na Terra” não foi alcançada.” “A maioria dos futuros cenários projeta altos índices contínuos de extinções e perda de habitats ao longo deste século, associados ao declínio de alguns serviços ecossistêmicos importantes para o bem-estar humano.” 2010 - Ano Internacional da Biodiversidade Para sensibilizar a sociedade da importância da conservação das florestas para a garantia da vida no planeta, a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas. Período:13 – 22de junho de 2012 Conferência das Nações Unidas para o DS Centenas de chefes de Estado, delegações estrangeiras, lideranças empresariais e sociedade civil se encontraram para renovar o compromisso desenvolvimento sustentável. político com o EFEITOS NA BIODIVERSIDADE Fonte: WWF Contração da expressão “diversidade biológica” Definida pela CDB como: “a variabilidade entre organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte, compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”. Qual a importância da BIODIVERSIDADE? Qual a importância da conservação? Contribuição econômica direta, por meio da imensa quantidade de: - produtos alimentares, - farmacêuticos - de uso industrial derivados da fauna e da vegetação, Os quais contribuem, ou podem vir a contribuir, diretamente para a vida humana; Participação na manutenção dos grandes ciclos ambientais gerais do planeta, tais como: o ciclo da água, dos climas, dos nutrientes etc; Valor estético. Conservando a biodiversidade estarão sendo conservados os valores estéticos paisagísticos que atraem as pessoas por sua beleza ou "poder de fascinação", sentimento de admiração, complexidade; Justificativas éticas inerentes às próprias espécies, isto é, seu valor por si mesmo, o próprio direito de existir das espécies. Outros serviços dos ecossistemas: formação e proteção do solo, desagregação e absorção da poluição, estabilidade climática e prevenção e a recuperação de desastres naturais. Segundo a IUCN, a União Mundial para a Natureza, o valor monetário dos bens e serviços prestados pelos ecossistemas está estimado na ordem de US$ 33 trilhões ao ano. Estima-se que colhemos entre 50.000 e 70.000 espécies vegetais para uso na medicina tradicional e moderna em todo o mundo. Cerca de 100 milhões de toneladas de criaturas aquáticas, inclusive peixes, moluscos e crustáceos, são retiradas da natureza todo ano. A carne de animais silvestres forma uma contribuição determinante para as fontes de alimentos e meios de subsistência de diversos países, sobretudo aqueles com índices elevados de pobreza e insegurança alimentar. O turismo ecológico na África gera quase o mesmo rendimento que a combinação da agricultura, silvicultura e atividades pesqueiras. Os parques nacionais do Canadá armazenam 4,43 gigatoneladas de carbono, um serviço avaliado entre US$ 11 bilhões e US$ 2,2 trilhões, dependendo do preço de mercado do carbono. Lago Moraine no Parque Nacional Banff. Estima-se que a Grande Barreira de Coral, na Austrália, contribua com cerca de US$ 6 bilhões para a economia do país, considerando apenas o valor do turismo, outras atividades recreativas e a pesca comercial. - Em geral, o crescimento populacional e o nosso consumo são os motivos para essa enorme perda. Em termos específicos: a destruição do habitat; o comércio da fauna silvestre; a introdução de espécies exóticas; São as principais causas da queda da população das espécies. Hoje essa superexploração (caça, pesca, captura acidental) é totalmente insustentável. Em 2009, a humanidade usou 40% mais recursos do que a natureza é capaz de regenerar em um ano. Objetivos: Nem mesmo sabemos o quanto de espécies existe no Planeta!!! Isto é, não sabemos na realidade o quanto temos a perder!!! 1.200 novas espécies de plantas e animais descobertas na Amazônia entre 1999 e 2009; O ritmo é de uma nova espécie a cada três dias; Ao todo, foram identificadas 637 novas espécies de plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos, entre eles, sete novos macacos, seis descobertos no Brasil. As grandes obras de infraestrutura na Amazônia podem levar à extinção de espécies ainda desconhecidas que também poderiam gerar riquezas para o Brasil.