Independências na África
- “O fim das guerras mundiais e alteração interna na dinâmica do
imperialismo reestruturam a ordem internacional e influenciam
movimentos nacionalistas africanos, notadamente entre 1940 e
1970. Tais movimentos, polarizados pela Guerra Fria, fazem
eclodir guerras de libertação nacionais no continente Africano.”
(p.66, Allan R. C. Silva - dissertação de mestrado)
“A farsa da libertação”?
-“A tese contraditória da violência libertadora buscava
essencialmente a ruptura com o trabalho escravo e sua
superação histórica pelo trabalho livre.”
-Violência civilizatória 4 colonização (mercadoria: mão
de obra escrava) 4 independências (formação da mão
de obra assalariada = democrática)
ÁFRICA
Ruanda…
Relatos retirados do livro
“Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos
com nossas famílias: histórias de Ruanda.”, de Philip Gourevitch
“Em Ruanda, um ano antes do meu encontro
com o pigmeu, o governo adotara uma nova
política, segundo a qual todo mundo do grupo
majoritário hutu era convocado a matar todo
mundo da minoria tutsi. O governo, e um
impressionante número de seus súditos,
imaginava que exterminando os tutsi poderiam
fazer do mundo um lugar melhor – e o
assassinato em massa começou.” (p.11)
“Durante os meses de matança em 1994, à
medida que eu acompanhava as notícias de
Ruanda, foi quando li que as nações Unidas
haviam decidido, pela primeira vez em sua
história, que era necessário usar a palavra
‘genocídio’ para descrever o que estava
acontecendo”
Breve Histórico
- Século XV – Os tutsis, originários (??!) da Etiópia, se estabelecem na atual
Ruanda e dominam os hutus, nativos da região. Apesar de serem em
número bem inferior.
- Século XIX – Colonizadores Alemãos e depois Belgas, hierarquizam a
sociedade, implantando em 1926 as “carteiras étnicas”, que identificavam
tutsis e hutus.
- Colonização: Tutsi – funcionalismo público e privilegios; porém no
processo de independência os Hutus se revoltam em 1959 contra a
monarquia e “tomam” o poder, em 1962, instituindo, com apoio da Bélgica
e ONU, a independência “plena” de Ruanda – por que está virada?
- Os Tutsi, tem sua terra confiscada, fogem para os países vizinhos e formam
a Frente Patriótica Ruandesa (FPR). Invadindo o norte de Ruanda em 1990.
Guerra Civil (1990-1994)
- Abril/90 – tutsi são responsabilizados por atentado a general,
mesmo sem provas, dando início a guerra civil.
Governo Hutu
Exército + extremistas interahame
X
FPR
Apoiada pelo governo de Uganda
-1994 – fim da guerra?, “vitória” Tutsi?…
“Na província de Kibungo, no leste de Ruanda,
região de pântanos e pastos perto da fronteira com
a Tanzânia, há uma montanha rochosa chamada
Nyarubuye, com uma igreja onde muitos tutsis
foram chacinados em meados de abril de 1994. Um
ano depois da matança eu fui a Nyarubuye com
dois oficiais militares canandeses. Viajamos num
helicóptero das Nãçore Unidas, voando baixo sobre
as montanhas na névoa matinal, com as bananeiras
parecendo densas chuvas de estrelas verdes sobre
as encostas. O capim crescido inclunou-se para trás
quando pousamos no centro do pátio da escola
paroquial. [...] Os canadenses apresentaram a
documentação para a nossa visita, e eu entrei numa
sala de aula que estava com a porta aberta.
Pelo menos cinquenta cadáveres em decomposição cobriam o
chão, enrolados em panos, seus pertences espalhados e
esmagados. As cabeças cortadas a facão haviam rolado para os
lados.
[...] Algumas semanas antes, em Bukavu, no Zaire, no gigantesco
mercado de um campo de refugiados que abrigava muitos
milicianos hutus de Ruanda, eu havia observado um homem
esquartejando uma vaca com uma machadinha. Ele era bastante
hábil em seu trabalho, dando golpes fortes e precisos, que
faziam um ruído lancinante. O grito de estímulo dos assassinos
durante o genocídio era ‘Foça seu trabalho!’. E agora eu via que
era de fato trabalho, aquela carnificina;” (p.21) “Dia após dia,
minuto a minuto, tutsi por tutsi: por toda a extensão de Ruanda,
trabalhavam assim.” (p.23)
“Atravessamos a primeira sala e saímos pela outra porta. Havia
outra sala, e outra, e outra, e outra. Estavam todas cheias de
corpos, e mais corpos estavam espalhados no capim” (p.24)
África
África do Sul
Histórico
- Colonização deve início em 1652, conduzida pelos Holandeses
(boers) através da Companhia Holandesa das Índias Orientais.
Porém com constantes conflitos com políticas inglesas para a
região, a partir de 1795.
- Descoberta, em 1867, minas de ouro e diamantes
– Guerra dos Boeres (1902), Boers X Ingleses pelas jazidas;
- Os Afrikaaners – Sujeitos de origem holandesa, proprietários
rurais e proletáriados urbanos. Começam a lutar por volta de
1910 pela garantia de privilégios e de exploração do povo nativo.
Apartheid
- Precedentes – Lei de Terra, que divide o solo em 13% para
africanos e 87% para os brancos; Lei de Passe, eram
determinados os lugares que os negros podiam ir, inscritos em
caderneta que deveriam carregar sempre contigo.
- O regime propriamente dito – política de segregação étnica
oficializada de 1948, que excluía da política, vida cotidiana e
econômica as populações negras e mestiças, em detrimento dos
Afrikaner.
Os Bantustões
De origem da metade do século XIX, em que foram
instituídos no processo de dominação, regiões de
“Reserva” de mão de obra barata(!). Áreas de
segregação, em que negros viviam disponíveis e
separados, um contingente de m-d-o barata. Que em
1951, através da Lei das Autoridades Negras, passaram
a ter seu próprio sistema de administração.
Tinham ainda como objetivo, além de formarem um
verdadeira “mercado” para os brancos, tal política
também foi responsável por dividir os africanos,
enfraquecendo o movimento de luta.
Luta pelo fim do regime
- CNA, Nelson Mandela entre tantos outros
sujeitos atrás de grandes nomes.
- Déc. 80 – pressão internacional pelo fim do
regime
-1994 – Fim do Apartheid e eleições com vitória
de Nelson Mandela
[relato Hugo]
Finalizando…
A liberdade é a ideologia da mobilização para o
trabalho
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Apresentação conflitos à frica