Encontro presbiteral à luz dos documentos da Igreja FORMAÇÃO PERMANENTE - CLERO DA PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE MONTES CLAROS 30 de julho a 02 de agosto de 2012 A Identidade e a Espiritualidade do Presbítero no Processo de Mudança de Época – Dois mil anos Pe. Jésus Benedito dos Santos [email protected] 1 Questões 2 Teólogo, Paul Tillich (1965) Não existe um caminho direto entre Deus e o ser humano 3 Uma Identidade em transformação “Aqueles que atravessam os mares mudam seus ares, mas não suas mentes”. Horácio (filósofo da Roma antiga. Nasceu em Venúsia, 65 a.C. e faleceu em Roma no ano 8 a.C). 4 Uma Identidade em transformação “Uma Igreja que não pensa dá o que pensar” (Pe. Zezinho). O mesmo podemos dizer do presbítero católico: um presbítero católico que não pensa dá o que falar. Dá para falar da mesmice que nos empobrece, da banalização do sagrado que nos seculariza, das acrobacias litúrgicas que nos estressam, do autoritarismo que nos deixa sozinhos, da perda de credibilidade entre nós e do povo para conosco, do neoclericalismo como uma forma de autoafirmação 5 Novos discursos "Talvez seja esta a razão por que não encontres a paz; o excesso de palavras.(...) as coisas têm, a meu ver, mais valor do que as palavras. O gesto da sua mão me importa mais do que as suas opiniões. Não é nos seus discursos e nas suas ideias que se me depara a sua grandeza, senão unicamente nos seus atos e na sua vida." Hermann Hesse (1877-1963) foi um escritor alemão, que em 1923 naturalizou-se suíço. 6 O problema da dentidade “Quem diz as pessoas ser o Filho do Homem? (Mt 16,13). Esta é um pergunta fundamental para todos os seres humanos: saber quem se é, e saber como os outros estão lhe compreendendo 7 O problema da dentidade Não basta somente ter consciência de “quem se é”, mas é necessário ter consciência de como os outros também estão lhe enxergando. É isto que Jesus fez. Que possamos hoje ter a coragem de fazer esta pergunta: Quem é quem diz “os outros” ser o Presbítero Católico? E quem foram os presbíteros católicos durante os 2000 anos de Cristianismo? 8 Identidade e espiritualidade presbiteral A espiritualidade tem uma ligação profunda com a identidade. Para clarear essa questão vamos tomar duas passagens da Palavra de Deus. A primeiro está em Mt 11, 2-6 e a outra em Jo 1, 6-19. 9 Mt 11, 2-6 ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?”’ (Mt 11,2s). E Jesus responde: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim! 10 Jo 1,6-19 João Batista interrogado quem ele seria nega ser Elias, ou qualquer outro profeta, renunciando a entrar na forma instituição para permanecer livre e fiel à missão de precursor verdadeiro do Messias, que vem de forma transgressora e contrária à expectativa oficial. Por isso ele declara: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplanai o caminho do Senhor”. 11 Espiritualidade e identidade Ém ambos os textos vemos uma espiritualidade que leva a estar a serviço de Deus e da libertação do povo. Nossas ações dão testemunho da espiritualidade que nutrimos e, por conseguinte, diz quem somos. 12 Colocando a questão da identidade e da espiritualidade Quem não sabe quem é não pode ajudar os outros a serem. 13 Espiritualidade Questão marcante na vida presbiteral é a espiritualidade. Espiritualidade significa qualidade fecunda do Espírito, seguimento de Jesus Cristo, abertura ao sopro de vida de Deus que impulsiona a viver e orientar o projeto de vida em relação à comunhão conosco mesmo, com os outro e com Deus, sob a ação do Espírito Santo. É esse encanto com Deus que transforma toda a vida do presbítero. 14 Espiritualidade A Espiritualidade do presbítero católico está profundamente relacionada à experiência da celebração da Palavra e da Eucaristia com o povo de Deus. 15 Vivência da identidade Estamos numa mundo em evolução. Essa evolução tem consequências para a construção da Identidade. Manter inalterada a identidade é impossível. O possível é manter alguma aparência de inalterabilidade, por algum tempo, como resultado de muito esforço para conservar uma condição prévia, para manter a mesmice. Assim, o ser humano se transforma inevitavelmente, é inevitável a mudança e consequentemente o será o personagem encarnado. Existe uma evolução simultânea entre a construção da identidade e a evolução da sociedade 16 35 Vivência da identidade Possibilidades de estruturação da identidade 1. Pré-convencional 2. Convencional 3. Pós-convencional Às vezes não chegamos à maturidade presbiteral, outras vezes, vivemos uma identidade préconvencional, convencional e não conseguimos ser pós-convencional (ser nós mesmos). 17 Identidade e espiritualidade presbiteral na mudança de época A tendência de todo ser humano, ao buscar uma identidade e espiritualidade é escolher aquela que lhe permita sentir-se mais confortável ou simplesmente confirmar suas visões de mundo, de valores e de Deus. 18 Identidade e Espiritualidade presbiteral na mudança de época A identidade e espiritualidade que acompanha o presbítero católico está ligada a cosmovisão de Deus, Igreja, ser humano e mundo da qual ele partilha. A lógica é que cada cosmovisão constitui, até certo ponto, uma “camisa de força”, da qual é difícil escapar, não mudando facilmente. E quando uma identidade e espiritualidade já não satisfaz, leva tempo para surgir outra melhor. 19 Construção da identidade e espiritualidade presbiteral Cada indivíduo tem um referencial para construir sua identidade, isto é, um referencial sobre o qual a vida toda do indivíduo deve ser “superordenada” que é Cristo, mas para a configuração da identidade final há uma alteração feita pelo indivíduo, de modo a formar um todo coeso de sua identidade – interiorização e internalização. 20 Visão psicossocial Segundo um ditado popular escolásticos: “o que quer que seja recebido é recebido de acordo com a maneira ou a natureza do receptor”. Nossas percepções podem, portanto, ser sistematicamente distorcidas por nossas expectativas. Nossos conceitos e crenças podem distorcer a possibilidade de mudanças, como foi até a época de Copérnico, com relação à percepção do sol. 21 Visão psicossocial Nossa estrutura psicológica é resistente as mudanças. Tudo o que não se ajusta as nossas expectativas e é inexplicável, pelo menos em tese, no começo, nossa tendência é rejeitar, como fizeram com Jesus: “por acaso pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1,46); ou usamos argumentos como do autor do livro do Eclesiastes: “O que foi, será, o que se fez, se tornará fazer, nada há de novo debaixo do sol” (Ecl. 1,9)). Falta-nos a ousadia do apocalipse: “eis que faço nova todas às coisas” (Ap. 21,5). 22 Ideia de presbítero Temos a imagem de presbítero fixada para nós como de “uma figura masculina, um homem austero, alguém que vive uma fraternidade exemplar e uma proximidade maior de Deus, pessoa realizada e feliz, alguém que foi escolhido por Deus e encontrou o sentido de vida 23 Visão psicossocial Podemos falar do tradicional modo de pensar a Identidade do presbítero católico, que ao pensá-lo, o vemos como um homem de batina, celibatário, rezando a oração do breviário, a missa em latim, os idênticos ritos sacramentais, a autoridade inquestionável. Tudo parece reforçar tal imagem. Pensar um presbítero fora deste referencial parece muito difícil. 24 Visão psicossocial O presbítero tridentino emergiu como culto e intelectualmente bem formado no meio das massas com pouco acesso às fontes do saber. Assim, sobretudo no campo, a voz do presbítero sobressaía culturalmente, de modo que sua palavra pesava mais. 25 Atualidade do tema Na pós-modernidade novos temas passam a ser tratados como: gênero, sexualidade, identidade, poder, etnia, raça, multiculturalismo, religião, saúde, ecologia, descentralizando as instâncias geradoras de sentido – É o biopoder espalhado por toda rede social. 26 Questão Quem é o Presbítero Católico? 27 Construção da identidade presbiteral A identidade presbiteral ainda se constrói dentro de uma grande narrativa da identidade. Dentro desta grande narrativa a imitação dos santos ainda é muito forte. 28 Função social do presbítero Qual foi, qual está sendo e qual deve ser a função social do presbítero católico? 29 Função social do presbítero Perguntar pela função social do presbítero é perguntar pela sua razão de ser e o significado de sua ação na sociedade 30 Função social do presbítero I-III - anúncio das novidades da mensagem trazida por Jesus Cristo (At, 2,14-41; 3,11-26). atendimento dos doentes, dos pobres, das viúvas, das famílias enlutadas (At 3, 1-10; 6,1-7; 9,32-43; 2Cor 8,19); denúncia do poder escravizador, tanto da religião judaica quanto do poder civil (At, 6-7,54); celebrações de batizados (At 8,26-40; 10,44-48); fundação de comunidades e viagens missionárias (At 11, 1921; 16,11-15; 18,1-11) 19,8-10). 31 Função social do presbítero III-XIX – (monges) – Acento sobre o espiritual – defesa dos valores cristãos e combate do mal, criação de instituições de caráter assistencialista aos pobres e apoio aos doentes, criação de ordens mendicantes, criação de grupos de resistência e de punição (inquisição) 32 Função social do presbítero A partir do século XIX, com a doutrina social da Igreja Católica inicia-se uma nova era de revisão e estruturação da função social do presbítero católico, sobretudo com acento no social e político, que vai culminar no Concílio Vaticano II 33 Concílio Vaticano II O Concílio Vaticano II, novo Pentecostes, provocou uma revolução copernicana no seio da Igreja e nas relações com o mundo contemporâneo, suscitando novas possibilidades de metamorfoses e emancipações para o presbitero católico. 34 Função social do presbítero A fisionomia da função social que daí vai se formando é de um presbítero católico que se lança no diálogo com o mundo como um meio privilegiado de evangelização. Sobre o eixo Povo de Deus, Igreja comunhão e participação 35 Função social do presbítero A partir do século XXI percebe-se que vem sendo gerados alguns questionamentos da função social do presbítero católico delineado pelo Concílio Vaticano II 36 Função social do presbítero No século XXI percebe-se que vai delineando nova função social do presbítero católico, agora como aquele que ajuda as pessoas a discernirem, sistematizar e organizar, à luz do Espírito de Deus, o conteúdo da mensagem cristã, da palavra de Deus e da moral em razão da felicidade e a segurança, sobretudo momentânea. O desafio para o novo presbítero católico trabalhar nesta nova fase é de ser capaz de transformar o antigo em novo, sendo criativos e inovadores. 37 Função social do presbítero Tais questionamentos nascem, sobretudo, a partir dos avanços dos meios de comunicação social e informação e do surgimento de uma nova geração que se prima por ser menos “conteudista”, tendo um senso crítico mais aguçado, com acento na felicidade, na atualização, na novidade, na estética, no prazer, no entretenimento, sem muito compromisso social e voltado para a segurança, à liberdade e à personalização. 38 Visão psicossocial Segundo Bauman (2004, p. 22), sociólogo polonês, os clássicos da sociologia como Durkheim, Weber, Simmel não problematizaram a identidade em sua época, porque a “identidade” não se destacava em meio às preocupações de sua época, mas para a nossa sociedade, um século mais tarde, existe uma “centralidade do problema da identidade”. 27 39 A Identidade e a Espiritualidade do Presbítero no Processo de Mudança de Época A maior de todas as mudanças que tem impulsionado todas as outras é a do ser humano. O ser humano descobriu a autonomia do universo e, com isso, sua própria autonomia. Este é o maior sinal dos tempos. 40 Visão histórica da construção da identidade e espiritualidade presbiteral Teilhard de Chardin (18811955) - ‘nada é inteligível fora de seu lugar histórico’ não existe nada mais esclarecedor para as pessoas do que um passeio pela história 41 Visão histórica da construção da identidade e espiritualidade presbiteral A identidade e a espiritualidade presbiteral sofreram diversos embates (cristológicos – escatológicos – eclesiológicos, culturais) ao longo da história. Por isso é possível perceber: fechamentos, aberturas, profetismos, avanços e retrocessos 42 Objetivo das buscas Resgatar o “mito fundante”. Por isso caminha desde o despojamento até ao resgate ou inclusão de valores e sentidos (humildade, proféticos, litúrgicos, sacros, sociais, “autonomia”), na tentativa de responder aos desafios de cada época, passando, assim, por metamorfoses e emancipações profundas – Mas nunca faltou gente ávida desse papel ou insatisfeita com esse papel – Hoje temos o presbítero emblemático 43 A imagem do padre muda, porque o mundo muda e a situaçao histórica em que ele está inserido também muda. A imagem do padre está ligada simultaneamente à existência histórica da Igreja, à cristologia e à eclesiologia e, também, às transformações sociais, políticas, econômica, tecnológicas e culturais (Cardeal Aloísio Lorscheider) 44 Visão geral Visão funcional e estrutural Martirialitas (I-III) Regalitas (IV) Magisterialistas (V-XV) Sacerdotalistas (XVI) Religiosas Humanitária e institucional (XIX ...) 45 Visão social e histórica 46 Mudança De fato, não é a essência do presbiterato que muda nos diferentes tempos e regiões, mas os modos nos quais ele se desvela, as maneiras nas quais é interpretado e compreendido e, consequentemente, como é criado e recriado ao longo da evolução histórica da Igreja Católica e, porque não, da história da humanidade. 47 Mudança A memória necessita da repetição, mas os novos enunciados são expressos de modo a se ajustarem acusticamente as reflexões, a ação do pensamento, as necessidades e compreensões dos tempos e regiões, sendo a unidade substituída pela multiplicidade, no qual o múltiplo tende a dominar sobre o uno. 48 Mudança A sabedoria, na questão da discussão da identidade e espiritualidade presbiteral, está em saber ver o todo, compreender a multiplicidade, envolvendo-se na unidade e incluir as diferenças. Mas como entender e fazer isso na vida presbiteral? 49 50 Modelos emergentes Europeus 51 Modelos emergentes – Italianos 52 Modelos emergentes na América Latina 53 Modelos emergentes no Brasil Presbítero “servidor do Povo de Deus”, “irmão entre os irmãos Presbítero Pastor Imagem de Jesus Cristo Sumo e Eterno Sacerdote, Cabeça, Mestre, Esposo e Pastor. 54 Visão da construção histórica da identidade presbiteral no Brasil 55 Transformações do Presbítero brasileiro 19601970 Busca da identidade. O que dizes de ti mesmo? Padre, quem és? 56 Transformações do Presbítero brasileiro 1970-1980 Ministro da síntese – Presbítero, o que fazes? Onde te colocas? 57 Transformações do Presbítero brasileiro 1980-1990 Espiritualidade presbiteral Presbítero, como vives? O que sustenta teu ministério? 58 Transformações do Presbítero brasileiro 19902000 Sinal sacramental do Cristo Cabeça, Pastor, Servo e Esposo da Igreja - Presbítero, qual o sentido de tua vida e missão? De quem és sinal? 59 Transformações do Presbítero brasileiro 2000 ... Busca de maior realização, emoção, devoção, estética - Sobressaindo os modismos litúrgicos, o poder e o personalismo - presbítero, com quem caminhas, com a Instituição ou com o Povo? Como ser presbítero neste mundo de incertezas, inseguranças, múltiplos valores, subjetividade, democracia e inclusão social? 60 Transformações do Presbítero brasileiro 2000 ... No personalismo presbiteral existe a tendência à privilegiar somente aquilo que lhe interessa, aceitar comente aquilo que está de acordo com sua própria “linha” eclesial, o presbítero ser ele mesmo, não reconhecendo o outro – o único parâmetro de ação é aquilo que brota de suas consciências 61 Personalismo Segundo von Balthasar, “os clérigos colocam a sua pessoa no lugar de sua missão e procuram compensar o fato que perderam a própria missão, aumentando sua própria importância” 62 1840 - Início de uma maior organização dos presbíteros diocesanos Até meados de 1980 – ordens religiosas Até 1827 monopólio da vida intelectual do país Temos entre os presbíteros concubinato, fazendeiros, etc. Até 1823 – nas 20 legislaturas - temos 200 presbíteros deputados e 8 presbíteros senadores Até 1888 – temos presbíteros que tiveram escravos 63 A evangelização, tarefa básica dos presbíteros, muitas vezes se deu em meio à violência contra os índios e escravos africanos e os nascidos de descendentes mestiços, acontecendo num clima de medo do fim do mundo. 64 Outro dado que se insere neste quadro um pouco “obscuro” do presbítero diocesano é a baixa formação intelectual. 65 500 anos de evangelização No Brasil, para ser presbítero, não era possível ser mestiço, índio ou escravo, mas sim ter pele branca. 66 500 anos de evangelização Primeira metamorfose Tornar-se um presbitério mais diocesano e virtuoso Isso parece que só se torna mais visível a partir de 1840 com a tentativa de alguns bispos em romanizar a Igreja do Brasil. 67 500 anos de evangelização Segunda grande metamorfose Ser brasileiro e diocesano - Em 1970 havia 5.040 presbíteros diocesanos e 8.052 religiosos, passando para 8.938 diocesanos em 2000 e 7.579 religiosos. Em 1970, 7.650 presbíteros brasileiros e 5.535 estrangeiros e, em 2000, 13.309 brasileiros e 3.201 estrangeiros. 68 69 Estatística mundial - 2009 No mundo, existem 410.593 presbíteros 275.542 pertencentes ao clero diocesano – 135.051 religiosos – Crescimento 1,4% 70 Estatística no Brasil 71 500 anos de evangelização 72 500 anos de evangelização 73 500 anos de evangelização 74 500 anos de evangelização 75 Possivelmente, no imaginário da maioria das pessoas ainda existe a ideia de que o presbítero seja íntegro, portador de grande estabilidade psicofísica e psicoemocional, modelo de virtudes, respeitado e buscado pelas famílias como referência moral e religiosa. Mas, ao contrário dessa imagem idílica, o que as pesquisas mostram é que um quarto dos presbíteros de hoje são pessoas estressadas, provando que não são super-homens; enfrentam problemas diversos. 76 Centro de Pesquisa da Opinião Nacional da Universidade de Chicago Funções que apresentam maior senso de realizações: primeiro lugar, os presbíteros (87%), seguidos dos bombeiros (78%), administradores educacionais, pintores e escultores, professores, escritores e professores de educação especial (60%). 77 Presbíteros estressados (Pe. Edênio Valle) Entre um grupo de 1600 profissionais, os presbíteros e as freiras estão em primeiro lugar, seguidos por policiais, executivos, motoristas e atendentes de telemarketing de todo o país. 78 Visão da função social do Presbítero Católico 34% 67% 83% INFLUENCIA NA VIDA COMUNIDADE - ‘padre, vigário ou pastor’. Em seguida vinham o médico, o professor, o membro do Conselho Local, o membro do Parlamentar – A religião é o que mais influencia na construção da identidade BEM DA COMUNIDADE - ‘vigário, padre ou pastor’ - médico, professor, membro de Conselho local, membro Parlamentar REALIZA UM TRABALHO ÚTIL – ‘vigário, padre ou pastor’ - dizem que ele é sincero 90% (mesmo 70% dos que não têm religião dizem que o clero é sincero)”. 79 A mudança época é o maior desafio a ser atualmente enfrentado (n°27-28) Para responder à mudança de época assistimos o delineamento do surgimento de três grandes modos de ser presbítero católico, os quais querem transmitir toda a riqueza do cristianismo, porém, acabam apresentando apenas facetas do cristianismo. 80 Modelos de presbíteros para responder à mudança de época VISIBILIDADE – Prima-se pela emoção, a devoção, o estético, o liturgismo, o poder e o personalismo – na maioria das vezes, esse modelo traz uma abordagem conservadora, tradicionalista, geralmente imbuída de muito emocionalismo e devocionismo – o discurso se desloca da cura – moralismo – devocionismo – Esse está em alta 81 Modelos de presbíteros para responder à mudança de época CLÁSSICO – Prima-se pela doutrina, obediência, tradição, sacramentalização, vida dos santos. Na maioira das vezes esse modelo apresenta uma dificuldade em aceitar os avanços e transformações do mundo, apresentando uma tendência mais formlista, conservadora e coteúdista. Esse é um modelo no qual se enquadram a maioria dos presbíteros 82 Modelos de presbíteros para responder à mudança de época CENÁRIO ECLESIAL – Dois tipos de presbíteros: os que realmente tem uma proposta séria de diálodo com o mundo de hoje e para isso se preparam e os que querem simplesmente reproduzir-se como “presbíteros”, isto é, dotado de um “poder instituicional” – Para esse segundo grupo, basta ser presbítero e atual em alguma paróquia – são apenas funcionários 83 Modelos de presbíteros para responder à mudança de época NOVO PRESBÍTERO – sob a mística do cuidado, compreende que a identidade e espiritualidade é um processo dinâmico, busca compreender a modernidade, se abre para uma melhor qualificação, toma consciência do sagrado e da sua missão (Lc 4, 18-21), está aberto à luz do Espírito Santo (At, 2,4; 20,28), apresentando uma identidade e espiritualidade mais profética, bíblica, eucarística, fraterna, ecumênica, apostólica, orante, encarnatória e centrada na misericórdia 84 Sartre (1905-1980) “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”, ou ainda; "O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós." 85 Sartre A escolha da profissão representa o momento central do desenvolvimento da personalidade. Quando um indivíduo escolhe uma profissão, ele decide, na realidade, ‘tornar-se’ ou frustrar as tendências fundamentais, que se referem à atualização de sua personalidade. 86 Questões 87