Veede ca esse he vosso emmijgo!: A cavalaria tardo-medieval e o caso de Bertrand du Guesclin Bolsista: Lucas Domakoski Cordeiro Iniciação Científica PIBIC/CNPq 2012 - 2013 Orientadora: Prof.ª Dra. Marcella Lopes Guimarães Bertrand Du Guesclin (1320 – 1380), cavaleiro que ascendeu da pequena nobreza bretã ao posto de segundo homem mais importante do Reino de França em 1370, viveu um contexto de mudanças em relação aos períodos anteriores no que concerne às posturas assumidas pela cavalaria e admitidas pela sociedade da época. A metodologia utilizada para o trabalho contemplou 3 etapas: a relação da trajetória e do perfil do cavaleiro, mapeados a partir da Crônica de Dom Fernando, do cronista português Fernão Lopes, e da Crônica de Dom Pedro I de Castela, de Pero Lopez de Ayala, o estudo dos paradigmas da cavalaria da época e lançamento de hipóteses para responder ao questionamento: qual era o lugar da cavalaria no tardo-medievo? Fontes: LOPES, Fernão. Crônica de Dom Fernando. Livraria Civilização: Lisboa, 1984; AYALA, Pero Lopez de. Canciller Ayala: Cronicas. Ediciones Fe: 1943. Apoio: NEMED/UFPR No que diz respeito ao retrato de Bertrand feito por Ayala e Fernão Lopes, percebe-se um cavaleiro que age de acordo com padrões bem específicos, condizentes com o seu contexto. Apesar de todo o discurso de legitimação empregado por Ayala, ressaltando as virtudes cavaleirescas de Bertrand, os atos do cavaleiro revelam um guerreiro que age tanto com sagacidade quanto com astúcia nas armas, tendo reconhecida habilidade na arte da guerra. As conclusões extraídas do trabalho com as fontes e apoio da bibliografia permitem afirmar que os tempos vividos pelo cavaleiro eram diferenciados. Apesar de sua representação manter a mesma roupagem, Bertrand é um fruto de seu tempo, o cavaleiro possível e esperado para o século XIV, “(...) tempos que elevaram a importância das atitudes”.