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O câncer do endométrio no
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consultório do ginecologista
Como diagnosticar e quais exames são
importantes no estadiamento.
Etelvino S. Trindade
09 – Novembro 2012
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Declaro não ter relações financeiras com:
- nenhum produto comercial,
- nenhuma empresa química e farmacêutica;
Presto consultoria para o MS/INCA.
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RASTREAMENTO
 A baixa prevalência na população (5:1.000 mulheres acima de 45
anos) torna o rastreamento populacional ineficiente.
Dowdy SC, Mariani A, Lurain JR. Uterine cancer. In: Berek JS (ed). Berek & Novak’s gynecology. Fifteenth edition. Wolters
Kluwer, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia. 2012.
 O ACOG e a Sociedade de Ginecologia Oncológica dos EUA não
recomendam rastreamento para o carcinoma endometrial.
American Cancer Society guidelines for the early detection of cancer. J Clin 2001; 51:38-75; quiz 77-80; erratum 51:150.
ACOG Committee Opinion. Routine cancer screening. Obstet Gynecol 2006; 108:1611-3.
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RASTREAMENTO EM PACIENTES DE ALTO RISCO
 Pacientes com alto risco devem ser rastreadas.
 Somente metade delas terão câncer.
 Guideline da American Cancer Society – Mulheres que devem ser rastreadas:
a) na menopausa em uso de terapêutica estrogênica sem progestínicos,
b) com história familiar de câncer cólon-retal não polipose,
c) apresentando sangramento anormal na perimenopausa,
d) anovulatórias crônicas e,
e) obesas com sangramento anormal.
Smith RA, Cokkinides V, von Eschenbach AC et al. American Cancer Society guidelines for the early detection of cancer.
Cancer J. Clin 2002; 52:8-22.
Hacker NF, Friedlander M. Uterine cancer. In: Berek JS, Hacker NF (ed). Berek & Hacker’s gynecologic oncology.
Philadelphia. Fifth edition. Wolters Kluwer, Lippincott Williams & Wilkins. 2010.
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RASTREAMENTO EM PACIENTES DE ALTO RISCO
Fatores de Risco
Risco relativo
Idade avançada
4% a 8%
Brancas
2%
Status socioeconômico elevado
1,3%
História familiar de Ca. Endométrio
2%
Diabetes mellitus
3%
Colecistopatia calculosa
3,7%
Hipertensão arterial
1,5%
RT pélvica anterior
8%
Reposição hormonal
7% a 12%
Menarca precoce/menopausa tardia
10%
Nuliparidade
2% a 3%
Anovulação
ND
Tumores produtores de estrogênios
ND
Tamoxifeno
ND
Chu CS, Lin LL, Rubin S. Cancer of the utrerine body. In: De Vita VT, Lawrence TS,
Rosenberg SA (ed). Cancer principles and practice of oncology. Eighth edition.
Philadelphia. Lipppincott Williams & Wilkinsons, 2008.
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COMO DIAGNOSTICAR

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
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

Clínica
A maioria ocorre na 6ª e 7ª décadas da vida – Média aos 63 anos;
75% ocorre após os 50 anos de idade;
20% a 25% têm adenocarcinoma antes da menopausa.
5% têm adenocarcinoma antes do 40 anos.
90% das mulheres com câncer têm sangramento vaginal ou alguma
descarga como sintoma único;
Muitas mulheres reconhecem estar com problema de saúde e
procuram médico dentro de 3 meses do aparecimento do sinal;
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR
Clínica
 Algumas mulheres queixam de pressão pélvica ou desconforto;
 Mulheres mais idosas podem ter estenose do canal cervical – Não
apresentam sangramento e podem ter hematometra ou piometra
que extravasa como descarga purulenta;
 Menos de 5% das mulheres diagnosticadas com carcinoma de
endométrio são assintomáticas.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR

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
Diagnóstico
Na menopausa todo sangramento deve ser pesquisado, embora
somente 20% dos casos sejam devidos a neoplasia.
A idade é o maior fator de risco independente para a hiperplasia
atípica e o adenocarcinoma.
Acima de 70 anos o OR é 9,1.
Se houver diagnóstico de hiperplasia atípica o OR sobe para 16.
Se a idade for acima de 70 anos a chance de haver adenocarcinoma é
de 50%.
Se houver associação com nuliparidade e diabetes sobe para 87%.
Feldman S, Cook EF, Harlow BL, Berkowitz RS. Predicting endometrial cancer amnog older women who present with
abnormal vaginal bleeding. Gynecol Oncol 1995; 56:376.
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COMO DIAGNOSTICAR
Diagnóstico
 O exame físico é fundamental – o sangramento pode ser de origem
não endometrial: câncer de vulva, vagina e colo ulcerados são
evidentes.
 Sangramento por trauma em vagina atrófica chega a 15% de todos
os casos de sangramentos na menopausa – mesmo nesses casos é
necessário descartar sangramento proveniente do endométrio.
 Mioma não deve ser aceito como causa de sangramento uterino em
mulher após a menopausa.
Hacker NF, Friedlander M. Uterine cancer. In: Berek JS (ed). Berek & Novak’s gynecology. Fifteenth edition. Wolters
Kluwer, Lippincott Williams & Wilkins. Philadelphia. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR
Causas e frequências de sangramento uterino após a menopausa
Causas
Porcentagem
Atrofia endometrial
60% a 80%
Terapia estrogênica
15% a 25%
Polipo endometrial
2% a 12%
Hiperplasia endometrial
5% a 10%
Câncer endometrial
10%
In: Berek JS (ed). Berek & Novak’s gynecology. Fifteenth edition. Wolters Kluwer, Lippincott Williams &
Wilkins,Philadelphia. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR
Diagnóstico
 Muitos casos de adenocarcinoma não são diagnosticados no período
perimenopáusico porque o médico considera o sangramento anormal
como componente desse período.
 O esperado nesse período é sangramento decrescente em quantidade
e aumentando no espaçamento.
 Qualquer outro tipo de sangramento deve ser mantido sob
observação e eventualmente ser pesquisado.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR




Diagnóstico
Historicamente a curetagem uterina é o método para diagnóstico
definitivo.
Atualmente muitos têm realizado biopsia no consultório, evitando a
internação e anestesia.
A colpocitologia estará alterada em um terço até metade dos casos.
A obtenção da citologia intrauterina provou ter quantidade de
células suficientes para diagnóstico, porém o método de coleta é
inadequado.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Papanicolaou
 Para rastreamento não é adequado – Só 30% a 50% das pacientes
com câncer do endométrio apresentam alteração no exame.
Zucker PK, Kasdon EJ, Feldestein MI. He validity of Pap smear parameters as predictors of endometrial pathology In
menopausal women. Cancer 1985; 56:2256-63.
Dowdy SC, Mariani A, Lurain JR. Uterine cancer. In: Berek JS (ed). Berek & Novak’s gynecology. Fifteenth edition. Wolters
Kluwer, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia. 2012.
 Aproximadamente 50% das pacientes com câncer endometrial têm
células malignas no exame colpocitológico.
Gusberg SB, Milano C. Detection of endometrial carcinoma and its precursor. Cancer 1981; 47:1173-9.
 Esses casos costumam ser de doença mais avançada.
Du Beshter B, Warshal DP, Angel C et al. Endometrial carcinoma: the relevance of cervical cytology. Obstet Gynecol 1991;
77:458-62.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Encontro de células endometriais no Papanicolaou
 Há controvérsias sobre o significado.
 Estudo - 93 mulheres que recebiam reposição hormonal na
menopausa, assintomáticas – 18 (19%) tiveram alterações: polipo (6),
hiperplasias (10) e câncer endometrial (1).
Montz FJ. Significance of “normal” endometrial cells in cervical cytology form asymptomatic postmenopausal women
receiving hormone replacement therapy. Gynecol Oncol 2001; 81:33-9.
 Estudo – 790 citologias: 639 na premenopausa e 154 na menopausa:
- 6 casos de adenocarcinoma do endométrio (3 na premenopausa).
Browne TJ, Genest DR, Cibas ES. The clinical significance of benign-appearing endometrial cells on a Papanicolaou test in
women 40 years or older. Am J Clin Pathol 2005; 124:834-7.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Encontro de células endometriais no Papanicolaou
 Na mulher antes da menopausa a presença de células endometriais
normais raramente se associa a patologia endometrial, não sendo
necessário avaliar.
Beal HN, Stone J, Beckman MJ et al. Endometrial cells identified in cervical cytology in women > 40 years of age: criteria
for appropriate endometrial evaluation. Am J Obstet Gynecol 2007; 196:568 e 1-5; discussion 568 e 5-6
 O guideline Bethesda recomenda que a presença de células endometriais no
esfregaço deve ser encaminhada para pesquisa.
 Estudo com citologia em base líquida:
- 2,1% das citologias em mulheres assintomáticas na premenopausa
tinham patologia endometrial significativa.
Maroney JW, Zahn CM, Heaton RB et al. Normal endometrial cells in liquid-based cervical cytology specimens in women
aged 40 or older. Gynecol Oncol 2007; 105:672-76.
.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Citologia endometrial
 Não tem sensibilidade nem especificidade no rastreamento populacional.
Dowdy SC, Mariani A, Lurain JR. Uterine cancer. In: Berek JS (ed). Berek & Novak’s gynecology. Fifteenth edition. Wolters
Kluwer, Lippincott Williams & Wilkins,Philadelphia. 2012.
 Estudo – Citologia endometrial em base líquida – N = 98:
Acurácia = 93.5% - Sensibilidade = 92% - Especificidade = 95% VPP = 73% - VPN = 99%.
 Todos carcinomas foram detectados.
 Conclusão: O exame pode ser considerado como primeira abordagem
diagnóstica, principalmente se associado ao US transvaginal.
Remondi C, Sesti F, Bonanno E et al. Diagnostic accuracy of liquid-based endometrial cytology in the evaluation of
endometrial pathology in postmenopausal women. Cytopathlogy 2012; doi 10.111?cyt 12013. [Epub ahead of print].
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
 A ultrassonografia é ferramenta diagnóstica na avaliação de
sangramento anormal na mulher, especialmente na menopausa.
 Muitos estudos demonstraram que se o endométrio for delgado não
há necessidade de diagnóstico histológico porque é atrófico.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
 Estudo – 205 mulheres com sangramento na menopausa:
- Média de espessura = 17,7 mm.
- 18 tinham adenocarcinoma – Nenhum caso com espessamento endometrial
de até 8 mm.
- Com cutt-of de 5 mm não houve nenhum falso-negativo.
 Com medida de 5 mm o VPP foi de 87%, especificidade de 96% e sensibilidade
de 100% para identificação de anormalidades endometriais.
 Conclusão: o uso do US pode evitar uma grande quantidade de biopsias
endometriais com economia de custos e menos desconforto para
as pacientes.
Granberg S, Wikland M, Karlson B, et al. Endometrial thickness as measured by endovaginal ultrasound for identifying
endometrial abnormality. Am J Obstet Gynecol 1991; 164:47.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
Estudo – Custoefetividade do diagnóstico inicial de sangramento uterino
anormal na menopausa.
 Modelo levou em conta as ferramentas utilizadas na maioria dos serviços:
- 12 estratégias diagnósticas para realização de biopsias,
- US com cut-of de 4/5 mm de espessamento e
- Histeroscopia.
 Comparando com nenhuma investigação inicial, o diagnóstico usando cut-of
de 5 mm pela US foi o mais barato.
Clark T, Barton P, Coomarasamy A, Gupta J, Khan K. Investigating postmenopausal bleeding for endometrial cancer: costeffectiveness of initial diagnostic strategies. BJOG 2006; 113:502-10.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
Estudo – custo-efetividade do diagnóstico inicial de sangramento uterino
anormal na menopausa.
 O custo da biopsia inicial ou US utilizando cut-of de 4 mm foi mais caro que
US com cut-of de 5 mm.
 O uso de combinação de métodos ou de histeroscopia no diagnóstico inicial
não foi custo efetivo.
 Conclusão: mulher que apresenta sangramento endometrial pela primeira vez
na menopausa deveria ser submetida a US ou a biopsia ambulatorial.
Clark T, Barton P, Coomarasamy A, Gupta J, Khan K. Investigating postmenopausal bleeding for endometrial cancer: costeffectiveness of initial diagnostic strategies. BJOG 2006; 113:502-10.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
 Ocorre diagnóstico de adenocarcinoma em endométrio com espessura menor
que 5 mm.
 Estudo de revisão – 52 pacientes que tiveram diagnóstico de adenocarcinoma
seroso papilar, de células claras e de alto grau:
- 34 (65%) tinham espessura endometrial de 5 mm ou mais;
- 9 (17%) tiveram o endométrio indistinto (muito fino).
- Mulheres com endométrio não espessado apresentaram outras
anormalidades como fluido intracavitário, massa miometrial e útero
aumentado de volume.
Wang J, Wieslander C, Hansen G, Cass I, Vasilev S, Holschneider CH. Thin endometrial echo complex on ultrasound does
not reliably exclude type 2 endometrial cancers. Gynecol Oncol 2006; 101:120-7.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
 O Comitê de Práticas Ginecológicas do ACOG emitiu opinião sobre o
papel da US transvaginal na avaliação do sangramento uterino na
menopausa.
 Conclusão – a) essas mulheres podem ser avaliadas inicialmente por
US transvaginal ou por biopsia ambulatorial,
b) em espessura endometrial < ou = a 4 mm não é
necessário realizar biopsia.
American College of Obstetricians and Gynecologists. The role of transvaginal ultrasonography in the evaluation of
postmenopausal bleeding. ACOG Committee Opinion No.440. Obstet Gynecol 2009; 114:409.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – US transvaginal
 Consenso da Sociedade Americana de Radiologistas em US
transvaginal como abordagem inicial de pacientes com sangramento
uterino na menopausa.
 Limite de espessura do endométrio = 5 mm.
 Estudos para diminuir o limite para 4 mm:
- não houve aumento da sensibilidade,
- houve piora na especificidade pelo acréscimo de falsos positivos.
Wiswanathan NA, Buttin BM, Kennedy AM. Oncodiagnosis panel: 2006. Ovarian, cervical, and endometrial cancer.
Radiographics 2008; 28:287-307.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Histeroscopia
 Comparado com biopsia endometrial ambulatorial o exame detecta
hiperplasia e carcinoma com sensibilidade de 100%.
 O método é aplicável para pacientes que têm risco aumentado e
sangram ou para as que têm US alterado.
 Não se presta para rastreamento, mesmo em pacientes de alto risco.
Lécuru F, le Frère Belda MA, Bats AS et al. Performance of office hysteroscopy and endometrial biopsy for detecting
endometrial disease in women at risk of human non-polyposis colon cancer: a prospective study. Int J Gynecol Cancer
2008; 18:1326-31.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Histeroscopia
 Vantagens:
a) Avalia a extensão da doença,
b) Realiza a biopsia sob visão direta,
c) Diagnostica miomas e polipos,
d) Realiza procedimentos ambulatoriais,
e) Permite avaliação do canal cervical,
 O risco de disseminação do câncer pelo líquido injetado na cavidade
uterina não foi evidenciado.
Obermair O, Geramou M, Gücer F et al. Impact of hysteroscopy on disease free survival in clinically stage I endometrial
cancer patients. Int J Gynecol Cancer 2000; 10:275-9.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
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COMO DIAGNOSTICAR

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Exames – Histeroscopia
Análise de 65 estudos de histeroscopia diagnóstica – N total > que 26.000
exames.
Todos por sangramento anormal na menopausa e antes da menopausa.
Usado o resultado histológico positivo como aferidor do diagnóstico
histeroscópico.
72% de concordâncias – O diagnóstico histológico negativo reduziu a
probabilidade de erro a 0,6%.
Acurácia foi maior em pacientes menopausadas.
Conclusão: histeroscopia tem alta acurácia e deveria ser utilizada no
diagnóstico do adenocarcinoma do endométrio em todas as pacientes com
sangramento uterino anormal e suspeito .
Clark TJ, Voit D, Gupta JK, et al. Accuracy of hysteroscopy in the diagnosis of endometrial cancer and hyperplasia: a
systematic quantitative review. JAMA 2002; 288:1610-9.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Biópsia ambulatorial
 A biópsia do endométrio é aceitável como primeiro passo na
avaliação da paciente com sangramento uterino anormal ou na
suspeita de neoplasia endometrial.
Chambers JT, Chambers SK. Endometrial samplig: When? Where? Why? With what? Clin Obstet Gynecol 1992; 35:28-39.
 A acurácia da biópsia realizada em ambulatório por qualquer método
é acima de 90% quando comparada com os encontros obtidos com a
curetagem uterina e a histeroscopia.
Dijkuizen FPHIJ, Mol BWJ, BrohmannHAM et al. The accuracy of endometrial sampling inthe diagnosisof patients with
endometrial carcinoma and hyperplasia: a meta-analysis. Cancer 2000; 89:1765-72.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Biópsia ambulatorial
 Pode ser realizada com diversos aparelhos: Pipelle, Gyno sampler,
aspirador Vabra e curetas pequenas (Novak, Kevorkian).
 Causam desconforto para a paciente.
 Em 8% das vezes não é possível obter material devido estenose do
canal cervical – 18% após os 70 anos.
Koss LG, Schreider K, Oberlander SG et al. Screening of asymptomatic women for endometrial cancer. Obstet Gynecol
1981; 57:681-91.
 Em meta-análise Pipelle foi considerado o melhor instrumento.
DijKhuizen FPH, Mol BWJ, Brolmann HAM et al. The accuracy of endometrial sampling in the diagnosis of a patients with
endometrial carcinoma and hyperplasia. Cancer 2000; 89:1765-72.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Biópsia ambulatorial
 A curetagem tem acurácia maior que Pipelle no diagnóstico do grau
do tumor.
 Está demonstrado que que o laudo final histológico da peça
operatória é 18% maior comparado com o laudo em espécime obtido
por Pipelle e 9% maior em relação a curetagem semiótica.
 Em paciente sintomática com biopsia ambulatorial negativa é
impositivo continuar a pesquisa (curetagem/histeroscopia).
Leitao Jr MM, et al. Comparison of D&C and office endometrial biopsy accuracy in patients with FIGO grade endometrial
adenocarcinoma. Gynecol Oncol 2009; 113:105.
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COMO DIAGNOSTICAR
Exames – Biópsia ambulatorial
 Em decorrência de ser possível diagnosticar adenocarcinoma em
consultório com biopsia muitos serviços, nos EUA, preferem seu uso
como primeiro passo diagnóstico.
 Como há cerca de 10% de resultados falsos negativos em pacientes
sintomáticas a continuação da pesquisa é impositiva.
 Diagnóstico de hiperplasia na biopsia não dispensa continuação da
pesquisa na paciente sintomática.
Obermair O, Geramou M, Gücer F et al. Impact of hysteroscopy on disease free survival in clinically stage I endometrial
cancer patients. Int J Gynecol Cancer 2000; 10:275-9.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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COMO DIAGNOSTICAR
Mulheres em uso de tamoxifeno
 Tamoxifeno aumenta o risco de câncer endometrial em 3 a 4 vezes.
Fisher B, Constantino JP, Redmond CK et al. Endometrial cancer in tamoxifen-treated breast cancer patients: findings
from the National Surgical Adjuvant Breast and Bowel Project B-14. J Natl Cancer Inst 1994; 86:527-37.
 Foi demonstrado que mesmo utilizando cut-of de 9 mm para
espessamento endometrial como VPP a presença de câncer foi
somente de 1,4%.
 O uso de US em pacientes sob tratamento com tamoxifeno não é
adequado porque tem baixa especificidade e baixo VPP.
Fung MFK, Reid A, Faught W et al. Prospective longitudinal study of ultrasound screening for endometrial abnormalities
in women with breast cancer receiving tamoxifen. Gynecol Oncol 2003; 91:154-9.
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COMO DIAGNOSTICAR

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Mulheres em uso de tamoxifeno
Os valores de US não são aplicáveis.
O endométrio dessas mulheres é consideravelmente mais espessado
que nas não usuárias do fármaco.
A avaliação histológica do endométrio mostra atrofia (maioria).
Estudo – 103 mulheres assintomáticas na menopausa: 51 usavam
tamoxifeno vs 52 controles. Realizado US, histeroscopia e histologia.
Grupo tamoxifeno – 84% tinham espessamento endometrial > que 5
mm versus 19% nas não usuárias.
Lahti E, Blanco G, Kauppila A et al. Endometrial changes in postmenopausal breast cancer patients receiving tamoxifen.
Obstet Gynecol 1993; 81:660-4..
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COMO DIAGNOSTICAR
Mulheres em uso de tamoxifeno
 Grupo tamoxifeno – 28% das histeroscopias demonstraram atrofia
endometrial versus 87% no grupo controle.
 Grupo tamoxifeno – A histologia mostrou 60% de endométrio atrófico versus
79% nos controles.
 A grande diferença entre os grupos foi o encontro de polipos em 18% das
usuárias de tamoxifeno versus nenhum caso nas não usuárias.
Lahti E, Blanco G, Kauppila A et al. Endometrial changes in postmenopausal breast cancer patients receiving tamoxifen.
Obstet Gynecol 1993; 81:660-4.
 Os estudos posteriores mostraram que espessamentos relatados no
exame US de até 40 mm não é espessamento endometrial, mas o miométrio
proximal subjacente.
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COMO DIAGNOSTICAR
Mulheres em uso de tamoxifeno
 Não se beneficiam do rastreamento com US transvaginal nem com biopsia
ambulatorial.
Gerber B, Krause A, Heiner M et al. Effects of adjuvant tamoxifen in postmenopausal women with breast cancer: a
prospective long-term study using transvaginal ultrasound. J Clin Oncol 2000; 18:3459-70.
Barakat RR, Gilewski TA, Almadrones L et al. Effect of adjuvant tamoxifen on the endometrium in women with breast
cancer: a prospective study using office endometrial biopsy.J Clin Oncol 2000; 18:3459-63.
 Devem ser informadas do aumento de risco para câncer de endométrio.
 Qualquer sangramento (mesmo spot) deve ser investigado.
 Em estudo retrospectivo todos os casos de mulheres em uso de tamoxifeno,
somente nas que apresentaram sangramento foi detectado câncer.
Assikis VJ, Neven P, Jordan VC et al. A realistic clinical perspective on tamoxifen and endometrial carcinogenesis. Eur J
Cancer 1996; 32ª:1464-76.
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EXAMES IMPORTANTES PARA ESTADIAMENTO
 Foi avaliado o US em comparação com a RM para avaliar invasão
miometrial.
 Os achados não foram conclusivos.
Gordon AN, Fleischer AC, Dudley BS, et al. Preoperative assessment of myometrial invasion of endometrial
adenocarcinoma by ultrasound and MRI. Gynecol Oncol 1989; 34:175.
 A RM é mais sensível que US-3D para medir invasão profunda,
enquanto o US-3D tem melhor especificidade.
Saarelainen SK, Kööbi L, Järvenpää R et al. The preoperative assessment of deep myometrial invasion by threedimensional ultrasound versus MRI in endometrial carcinoma. Acta Obstet Gynecol Scand 2012; 91:983-90.
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EXAMES IMPORTANTES PARA ESTADIAMENTO
 A exclusão do comprometimento do canal cervical pela histeroscopia
é mais confiável que a RM e a US.
 A RM é considerada a técnica mais segura para avaliar o
envolvimento do canal.
 Assim, no preoperatório, a histeroscopia e a RM podem ser usadas
no estadiamento e planejamento da estratégia cirúrgica mais correta.
Cicinelli E, Marinaccio M, Barba B et al. Reliability of diagnostic fluid hysteroscopy in the assessment of cervical invasion
by endometrial carcinoma: a comparative study with transvaginal sonography and MRI. Gynecol Oncol 2008; 111:55-61.
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EXAMES IMPORTANTES PARA ESTADIAMENTO
 US tem 73% de acurácia diagnóstica para medir invasão do
miométrio com sensibilidade de 62% e especificidade de 79%.
 O exame macroscópico intraoperatório da peça tem acurácia de
82,6%.
 A US, assim como o exame macroscópico da peça são simples,
rápidos e seguros para predizer invasão miometrial em pacientes de
baixo risco para metástase linfonodal.
Berretta R, Merisio C, Piantelli G et al. Preoperative transvaginal ultrasonography and intraoperative gross examination
for assessing myometrial invasion by endometrial cancer. J Ultrasound Med 2008; 27:349-55.
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EXAMES IMPORTANTES PARA ESTADIAMENTO
 TC não oferece contraste tecidual satisfatório impossibilitando o
estudo adequado da lesão endometrial, principalmente quando
pequena.
Nalaboff KM. Pallerito JS, Bem-Levi E. Imaging the endometrium: disease and normal variants. Radiographics 2001;
21:1409-24.
 RM tem alta resolução e excelente contraste tecidual que permite
estadiamento locorregional e abdominal global no câncer do
endométrio.
Lee EJ, Byun JY, Kim BS et al. Staging of early endometrial carcinoma: assessment with T2-weighted and godaliniumenhanced T1-weighted MR imaging. Radiographics 1999; 19:937-45.
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EXAMES IMPORTANTES PARA ESTADIAMENTO
 Estudos mostram que a US pode diagnosticar invasão miometrial em
75% dos casos.
 Parece que essa conclusão é prematura, sendo preferível avaliar a
invasão miometrial intraoperatoriamente, em corte de congelação.
Creasman WT, Miller DS. Adenocarcinoma od the uterine corpus. In: Di Saia PJ, Creasman WT (ed). Clinical gynecologic
oncology. Eighth edition. Elsevier Saunders. 2012.
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RESUMO
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Não se faz rastreamento populacional para carcinoma endometrial;
Mulher de alto risco deve ser rastreada;
Qualquer sangramento na menopausa deve ser pesquisado;
Sangramento anormal na perimenopausa exige acompanhamento e
se persistente ou se a mulher for de alto risco implica em ser
pesquisado;
 Colpocitologia não se presta para diagnóstico, mas a presença de
células endometriais em esfregaço implica em rastreamento
endometrial;
 Citologia endometrial não tem custo benefício; se positiva não
elimina a necessidade da biopsia e nem substitui a US;
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RESUMO
 US ou biopsia ambulatorial são as abordagens mais aceitas, quando
se inicia a pesquisa diagnóstica;
 Biopsia ambulatorial negativa implica em continuar a pesquisa;
 Curetagem uterina é o método tradicional para obtenção de material
para diagnóstico;
 Histeroscopia é padrão ouro na pesquisa por permitir biopsia
dirigida, realizar diagnósticos de outras patologias e ter menor perda
diagnóstica de câncer;
 Mulher que usa tamoxifeno não deve ser pesquisada , exceto se
apresentar sangramento uterino;
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RESUMO
 US tem sido estudado para estadiamento preoperatório – invasão
miometrial – ainda é pesquisa;
 Histeroscopia tem aplicação em estadiamento para avaliação do
comprometimento do canal cervical – ainda não é utilizado
rotineiramente com essa finalidade exclusiva;
 RM tem a melhor indicação no estadiamento preoperatório com
intuito de planejamento terapêutico.
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