Principais Doenças da Cana de
Açúcar
Doenças causadas por fungos
Destacam-se a ferrugem e o carvão.
- Podridão Abacaxi (Ceratocystis paradoxa),
- Mancha amarela (Mycovellosiella koepkey),
- Mancha ocular (Bipolaris sacchari),
- Podridão vermelha (Glomerella tucumanensis),
- Podridão de Fusarium
- Pokkah-Boeng
(Fusarium
moniliforme
Fusarium subglutinans ),
- Podridões de raízes (Complexos de Pythium)
-Podridão de Marasmius (Marasmius sacchari)
e
Ferrugem
Agente causal: Puccinia melanocephala
- Encontra-se disseminada em todas as regiões
produtoras no .
Brasil: novembro de 1986
Sintomas:
- Presença de pústulas na página inferior da folha
de
coloração
amarelada
a
marrom-escuro,
medindo de 2 a 7 mm de comprimento por 1 mm
de largura; formação de esporos subepidérmicos
com ruptura da epiderme para sua liberação.
Variedades muito suscetíveis: pústulas agrupam-
se, formando placas de tecido necrosado;
- Plantas
muito
atacadas
têm
crescimento
retardado com folhas queimadas e sem brilho.
Sintomas da ferrugem: são bem mais claros nas
primeiras etapas de crescimento, sendo bem mais
lento ao final da epidemia, quando as plantas
atingem
maior
grau
de
maturação
e
desenvolvimento.
Máxima suscetibilidade das plantas: ocorre no
estádio juvenil (3 a 6 meses).
Maturidade: é normalmente acompanhada da
recuperação dos sintomas, caracterizando em
muitas variedades o que se denomina resistência
da planta adulta.
Controle: uso de variedades resistentes.
Carvão
Agente causal: Ustilago scitaminea
Ocorrência generalizada no Brasil, desde a sua
primeira constatação em 1946 no Estado de São
Paulo.
OBS: Na região centro-sul do Brasil, com o
aumento da área de plantio com a cultura, após o
programa de incentivo à produção de álcool, o
fungo U. scitaminea teve condições ótimas para
disseminação e provocou altos índices de infecção,
principalmente, sobre a variedade NA56-79,
resultando em sua restrição ao plantio.
Danos:
- são variáveis, mas podem causar perdas de até
100% em variedades suscetíveis.
- incidem tanto na redução da produção como na
perda de qualidade do caldo.
Sintoma:
-Caracteriza-se pela emergência de um chicote, que
consiste em uma modificação do meristema apical
do colmo, induzida pelo fungo, com tamanho
variável, de alguns centímetros a mais de 1 m de
comprimento.
Chicote: é composto por parte do tecido da planta
e parte do tecido do fungo contendo milhões de
esporos.
Plantas doentes: antes de emitirem o chicote, têm
o ângulo de inserção das folhas mais agudo, limbo
foliar estreito e curto, colmos mais finos que o
normal e touceiras com superbrotamento.
Ocasionalmente:
produzir
algumas
sintomas
variedades
atípicos
como
podem
galhas,
proliferação de gemas e vassoura-de-bruxa
- Surgem em plantas com 2-4 meses de idade, com
o pico ocorrendo quando as plantas estão com 6-7
meses de idade.
Podridão abacaxi
Agente causal: Ceratocystis paradoxa
Brasil o patógeno é normalmente encontrado na
sua forma assexual, Thielaviopsis paradoxa.
- Está presente em praticamente todas as regiões
onde a cana-de-açúcar é cultivada.
- Afeta de forma significativa a brotação inicial, o
desenvolvimento e o vigor dos brotos.
- Áreas problemáticas apresentam muitas falhas,
ficando com aspecto irregular exigindo em alguns
casos o replantio (bastante onerosa) e ao menor
desenvolvimento das plantas.
- Quando a brotação inicial é prejudicada,
prejuízos ocorrem em todos os cortes do canavial.
Thielaviopsis paradoxa está presente no solo, onde
pode sobreviver em restos de cultura e infectar a
cana-de-açúcar logo após o plantio, através de
cortes ou ferimentos.
- Isto é particularmente importante nesta cultura,
pois as mudas de cana-de-açúcar são cortadas em
pedaços menores (toletes ou rebolos) no plantio,
oferecendo portas de entrada para o patógeno.
OBS: Essa situação é mais grave nos plantios
mecanizados,
pois
as
mudas
colhidas
mecanicamente apresentam mais ferimentos do
que as obtidas pelo corte manual.
Sintomas
Sintomas
iniciais:
encharcamento
e
o
avermelhamento dos tecidos internos dos toletes
ou rebolos; a podridão avança até que todo o
tecido fique recoberto por uma massa negra de
esporos.
- Fermentação dos toletes ou rebolos, que passam
a exalar um odor agradável e característico de
abacaxi.
Manejo: medidas que estimulem a brotação rápida
das gemas ou que protejam os ferimentos por onde
T. paradoxa penetra.
Escolha da época de plantio:
- Quando
a
cana-de-açúcar
é
plantada
em
condições de altas temperaturas e com adequada
umidade do solo, dificilmente a doença causará
danos significativos.
EX: no Estado de São Paulo, o plantio realizado a
partir da segunda quinzena de setembro até o mês
de abril é suficiente para evitar a podridão abacaxi.
Fungicida: ingrediente ativo piraclostrobina e as
misturas
azoxistrobina
+
ciproconazol
e
azoxistrobina + fluodioxonil + metalaxil-M são
registrados para este fim.
Preparo de solo: reduz a compactação e elimina os
torrões, fornecendo melhores condições para a
brotação das gemas.
Plantios muito profundos: podem provocar
atrasos na brotação, favorecendo a ação do
patógeno sobre as mudas; assim, em condições
favoráveis à doença, recomenda-se o plantio mais
raso.
- Uso de variedades resistentes
- Utilização de gemas da parte superior do colmo,
pois gemas mais jovens (ápice do colmo) tendem
a brotar mais rapidamente que as mais velhas
(base do colmo);
- Minimizar os ferimentos nas mudas, reduzindo
as portas de entrada para o fungo;
- Plantios em maiores densidades de gemas por
metro.
Mancha amarela
Agente causal: Mycovellosiella koepkei
No Brasil, predomina na zona litorânea chuvosa do
Nordeste e na região da Bacia Amazônica.
Folhas
mais
velhas:
manchas
vermelho-
amareladas, irregulares e de tamanho variado.
As manchas localizam-se em uma das faces das
folhas e na face oposta desenvolvem-se manchas
cloróticas (brancas ou amareladas), visíveis contra
a luz.
Ambientes favoráveis: as manchas podem cobrir
quase toda a folha, que fica com aspecto
aveludado e cinza.
-
Altas
doses
de
nitrogênio
desenvolvimento da doença
favorecem
o
Mancha ocular
Agente causal: Bipolaris sacchari
- É mais freqüente no Estado de Santa Catarina,
vale do Rio Itajaí, na região norte do Paraná e,
apenas ocasionalmente, no Estado de São Paulo.
Sintoma mais típico:
- Folhas: na forma de numerosas manchas
redondas, o que evidencia morte do tecido
vegetal.
- Essas manchas são, inicialmente, pardas e, mais
tarde, tornam-se marrom-avermelhadas.
- O tamanho das lesões varia de 0,5 a três
centímetros e em variedades muito suscetíveis
podem aparecer estrias de até 60 centímetros.
Condições favoráveis: a mancha ocular atinge as
folhas novas do ponteiro, causando a morte dos
tecidos jovens, do colmo imaturo e até da touceira
jovem.
- Pode causar queda de germinação.
Controle: uso de variedades resistentes.
OBS: Deve-se evitar o excesso de nitrogênio na
adubação
em
plantio
de
variedades
suscetíveis nas margens de lagos, rios e baixadas,
onde o ar frio e a neblina acumulam-se durante o
inverno.
OBS: aplicação exagerada de vinhoto nas áreas de
reforma de canaviais pode favorecer a doença.
PODRIDÃO VERMELHA
Agente causal:- Glomerella tucumanensis (Speg.) -
na fase perfeita.
- (Colletotrichum falcatum Went)- fase imperfeita.
- Ocorre inversão de sacarose.
- Perda de 50 a 70% da sacarose de colmos
atacados simultaneamente pelo fungo e pela broca
da cana (Diatraea saccharalis).
Sintomas
Germinação do tolete: causa a morte das gemas e
redução na germinação.
Colmos: o patógeno causa, internamente, uma
podridão vermelha que dá nome à doença.
Nervura central das folhas: aparecem lesões
vermelhas que mais tarde ficam com o centro mais
claro.
-O tamanho das lesões é variável, mas em folhas
velhas pode atingir toda a extensão da nervura.
- Variedades suscetíveis: as lesões aprofundam-se
na nervura.
-Os
sintomas
podem
deficiência de potássio.
ser
confundidos
com
Variedades altamente suscetíveis: à medida que a
planta se desenvolve e amadurece, as folhas do
palmito amarelecem e paralisam o crescimento.
Bainhas das folhas de cor palha: ficam com a
superfície recoberta de pontuações negras, que
correspondem a frutificações do fungo.
Região nodal: aparecem áreas necrosadas, de
bordos definidos, que evoluem rapidamente até a
completa necrose do entrenó que passa a exibir
coloração pardo-escura e acérvulos do fungo.
- Internamente, nos colmos, surgem bandas
transversais brancas que caracterizam a podridão
vermelha.
- Solos secos, raízes e colo da planta são atacados
e exibem podridão seca semelhante aos colmos.
Controle
- uso de variedades resistentes.
Podridão de Fusarium e Pokkah-Boeng –
Gibberella fujikuroi (Sawada) Wollenw. (Fusariuin
moniliforme Sheldon), Gibberella subglutinans
(Edwards) Nelson, Toussoun, & Marasas (Fusarium
subglutinans Wollenw. & Reinking)
Sintomas
- Como o fungo já pode estar presente no
embrião das sementes e crescer juntamente com
a planta, a manifestação dos sintomas vai
depender do estádio vegetativo do hospedeiro.
Embrião da semente: esta pode apresentar mau
desenvolvimento do sistema radicular, perda de
vigor, podridão de raízes e colo e “damping-off”
nas caixas de semeadura, em reboleira.
Toletes ou gemas: submetidos ao tratamento
térmico podem exibir sintomas de enfezamento,
podridão de raízes e falhas na germinação.
- Os tecidos adjacentes ao orifício sofrem inversão
de sacarose, apresentam coloração vermelhoescura, quase negra, recobrindo alguns milímetros
dos tecidos da cavidade ou se estendendo a
maiores profundidades do entrenó, no caso de
variedades suscetíveis.
- Através dos feixes vasculares, podem atingir
vários entrenós acima e abaixo do orifício da broca
( feixe vascular apresenta-se descolorido).
OBS: Quando os colmos são submetidos a seca
prolongada, que causa a morte de tecido do
entrenó, os sintomas agravam-se e a tendência do
fungo é destruir um volume muito maior do colmo.
Pokkah-boeng é um termo javanês que significa
“deformações do topo” da cana-de-açúcar.
Estas deformações podem ser divididas em três
estádios de acordo com sua intensidade:
Estádio 1 - somente as folhas apresentam-se com
áreas cloróticas, avermelhadas ou necróticas,
estriadas ou não, com ou sem enrugamento e
fendilhamento do limbo foliar.
A lâmina do limbo pode sofrer encurtamento
drástico, tornando a folha eriçada e pontiaguda;
Estádio 2 - as deformações são mais drásticas,
havendo necrose maior das folhas, que penetra
pelo palmito e atinge o colmo, causando
rachaduras transversais;
Estádio 3 - as lesões estendem-se por todo o
palmito, causando podridão seca do topo e
brotação intensiva das gemas terminais do colmo.
Controle
-Uso de variedades tolerantes ao fungo, pois a
maioria delas são portadoras sem sintomas.
- Fungicidas é eficiente para a eliminação dos
esporos superficiais e proteção dos toletes na fase
inicial de germinação.
PODRIDÕES DE RAÍZES - Complexos de Pythium
spp.
- Solos argilosos, sujeitos a encharcamento, as
podridões de raízes podem ser fatores limitantes da
produção.
Sintomas
- Falhas
na
germinação,
perfilhamento,
baixo
crescimento
vigor,
mau
irregular,
enrolamento das folhas e são arrancadas com
facilidade.
- As
raízes
novas
apresentam
extremidade
avermelhada, tendendo, mais tarde, para pardo e
as lesões podem ocorrer em qualquer local das
raízes.
- Na fase adiantada da podridão, as pontas das
raízes
ficam
encharcadas
e
moles
com
ramificações logo acima da lesão.
- Em ataques muito severos não ocorre a
formação de raízes secundárias e as plantas
enfezadas morrem nos períodos de estiagem.
Controle
- uso de variedades resistentes
OBS: No Brasil, há pouca informação sobre a
resistência das variedades de cana-de-açúcar às
podridões de raízes.
PODRIDÃO DE MARASMIUS
Agente causal: Marasmius sacchari Wakker
- Causar a morte das touceiras infectadas e
provocando a necessidade de reforma do canavial
após 2 a3 cortes.
Sintomas
- Crescimento de micélio branco, filamentoso, nas
bainhas basais que se soldam entre si e com o
colmo, produzindo nestes o escurecimento e
morte dos tecidos da região nodal abaixo da linha
do solo.
- As necroses do colmo são pardas, envolvendo
toda a região dos primórdios de raízes que são
destruídas.
- O crescimento da planta é paralisado e as folhas
mostram
numerosas
manchas
necróticas
avermelhadas e uniformes semelhantes às de
deficiência de magnésio.
- Internamente, na base dos colmos, observa-se
podridão profunda, estendendo-se por todo o
interior dos estolões sob o solo.
- No
período
de
chuvas,
o
fungo
tem
desenvolvimento acelerado, levando a planta ou
colmo à morte.
- Alguns dias ou meses após a brotação da cana,
na
base
dos
colmos
apodrecidos,
surgem
basidiocarpos brancos do fungo.
- Colmos afetados com mais de 1 metro de
comprimento tombam e apodrecem.
- As touceiras infectadas após a colheita não
sobrevivem à seca, mesmo que consigam brotar
com as primeiras chuvas do verão.
Controle
- Recomendam-se correções de acidez e adubações
adequadas
para
permitir
um
enraizamento
profundo e aumentar o vigor das plantas.
- O uso de variedades resistentes.
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Principais Doneças da cana de açúcar