Profª. MSc. Náhyma R. Aragão Oliveira ● Estudo das principais matrizes de identidade e poder presentes na história do Brasil desde a colonização até a atualidade, elencando os principais acontecimentos e seus desdobramentos na formação, na produção e reprodução da nação brasileira e seus elementos para a contemporaneidade. ● A disciplina Formação Social, Histórica e Política do Brasil, procura fornecer aos alunos os elementos necessários à compreensão do processo de colonização no Brasil, a crítica do sistema colonial, o movimento de independência e as transformações econômicas da primeira metade do Século XIX são colocadas como momento de transição para uma nova caracterização da economia brasileira. Partindo do período colonial até os nossos dias, proporciona ao estudante uma visão histórica, econômica, social e política dos processos de formação e transformação da sociedade brasileira. Torna-se necessária com o apoio de literatura especializada, a compreensão dos determinantes fundamentais do Brasil Contemporâneo, através das questões relacionadas à construção da nação e da cidadania, às etapas dos processos de desenvolvimento econômico, político e social e aos processos de reprodução das relações sociais que dão permanência e continuidade as formas de dominação e subordinação. Unidade I – As particularidades do processo de formação da sociedade brasileira: pressupostos econômicos e políticos da colonização; Unidade II – A formação social brasileira no século XIX: continuidades e rupturas; Unidade III – A formação social brasileira no século XX; Unidade IV – Reflexões sobre o Brasil contemporâneo; FAORO, Raymundo. Os donos do poder. Vols. 1 e 2. – 10 ed. – São Paulo: Editora Globo- Publifolha – (Grandes nomes do pensamento brasileiro), 2000. FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. Cia Ed. Nacional. 1987. PRADO JUNIOR, Caio. Historia econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, Circulo do Livro, 2004. ● Oficial 1 – Avaliação (10 questões) ● Parcial 1 – Exercícios ● Oficial 2 – Avaliação (10 questões) ● Parcial 2 – Exercícios ● Os motivos do pioneirismo português: - Localização Geográfica; - Rápida centralização política; - Avançados conhecimentos tecnológicos; - Prática mercantilista; ● Em agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencê-lo pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada entre 1.200 e 1.500 homens. Seu comando foi confiado a um fidalgo de 33 anos, chamado Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico. ● A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de março de1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimônia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa - cerca de 60 mil pessoas - foi convocada para assistir a ela, o que era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente. ● Rumo ao Ocidente, a frota chegou às ilhas Canárias cinco dias depois da partida e dirigiu-se para o arquipélago de Cabo Verde, onde uma nau desapareceu no mar. Após tentar em vão encontrá-la, o comandante decidiu seguir a viagem. Cruzou a linha do Equador a 9 de abril, seguindo uma rota para o sudoeste que avançava nessa direção, comparativamente ao caminho seguido por Vasco da Gama. No entardecer do dia 22 de abril, ancorou em frente a um monte, batizado de Pascoal, no magnífico cenário do litoral Sul do atual estado de Bahia. Antes de continuar a viagem para a Índia, os navegantes permaneceriam ali até o dia 2 de maio, tomando posse da terra, "em nome de d. Manuel I e de Jesus Cristo". ● Assim, a chegada de Cabral ao Brasil é dois anos posterior à de Duarte Pacheco. Além disso, o atual território brasileiro já era habitado desde tempos pré-históricos. Cinco milhões de índios espalhavam-se particularmente ao longo do litoral, em1500. Por isso é preciso relativizar a idéia de que ocorreu um descobrimento a 22 de abril. Na verdade, a data marca a tomada de posse das terras brasileiras pelo reino de Portugal, o que significa a integração do país no contexto da história européia e global. ● Durante muitos anos, um outro aspecto da viagem de Cabral provocou polêmica: a chegada dos portugueses ao Brasil teria ocorrido devido ao acaso? Atualmente, à luz dos fatos conhecidos, a teoria da intencionalidade já conta com o aval da ciência. Em primeiro lugar, porque D. Manuel já estava informado a respeito da viagem de Duarte Pacheco e da chegada de Colombo ao Caribe, bem como recebera informações da viagem de Vasco da Gama, que observara indícios de terra firme ao passar ao largo da costa brasileira a caminho da Índia.Além disso, vários outros elementos concorrem para aumentar as probabilidades da hipótese de Cabral ter outra missão a realizar no Atlântico, antes de seguir para o oceano Índico. Entre outros, podemos citar: 1) as instruções confidenciais transmitidas pelo rei ao capitão-mor da armada, que jamais se tornaram conhecidas; 2) a permanência da frota na terra por uma semana, demora que não se justificaria caso o único objetivo de Cabral fosse atingir rapidamente Calicute; 3) o grande interesse demonstrado em conquistar a simpatia dos indígenas brasileiros. A esquadra de Cabral deixou no Brasil dois degredados, com o objetivo de aprender a língua dos índios e recolher informações sobre o seu modo de vida. ● Características da colônia de povoamento: Produção destinada ao mercado interno. Existência de trabalho assalariado Predominio de pequenas propriedades agricolas. Ex.: é o tipo de colonização que aconteceu no Norte e Centro das Treze Colônias Britânicas ● Características da colônia de exploração: Trabalho escravo. Produção destinada ao mercado externo E predomínio de grandes propriedades onde existe a monocultura. ( Produção de apenas um genero alimenticio que tinha alto valor no mercado) Ex.: Brasil. ● A sociedade do Antigo Regime é um reflexo de um sistema de valores (religiosos e sociais) e se caracteriza pela: - Heterogeneidade da sociedade; - Pluralismo das ordens; - Hierarquia e multiplicidade das leis; • Ordens: - Clero (1ª Ordem) – Rezar, ensinar; - Nobreza (2ª Ordem) – Defesa, Julgar; - Povo (3ª Ordem) – Trabalhar; ● Os 30 primeiros anos após o “descobrimento do Brasil” não houve uma efetiva colonização portuguesa na América. Esta fase, é chamada de précolonial, porque durante três décadas, o Brasil foi relegado a um plano secundário, devido a falta de lucro, uma vez que, nesse momento, Estado e burguesia portuguesa estavam mais interessados na África e na Ásia, em que os lucros eram imediatos com o comércio das especiarias asiáticas e dos produtos africanos, como o ouro, o marfim além do escravo negro, enquanto os lucros conseguidos com a extração do pau-brasil eram insignificantes se comparados com os afro-asiáticos. ● Período marcado pelo extrativismo vegetal do pau-brasil (p/ fabricação de tinturas para tecidos), mão-de-obra indígena baseada no escambo (troca de serviço/mercadoria por outra mercadoria), criação de algumas feitorias (depósitos de pau-brasil) e envio de algumas expedições exploradoras e guarda-costeiras. 1501: expedição de reconhecimento (toponímica) . • 1502: arrendamento da exploração do pau-brasil - Exploração feita sob a forma de escambo ; - Instalação de feitorias no litoral; • 1504: 1as notícias de contrabando • 1516 e 1526: expedições guarda-costeiras comandadas por Cristóvão Jacques: - Evitar a perda do território; ● Porém, as coisas mudaram um pouco, no final da década de 1520, Portugal via uma dupla necessidade de iniciar a colonização no Brasil. Por um lado, o reino passava por sérios problemas financeiros com a perda do monopólio do comércio das especiarias asiáticas. Por outro lado, a crescente presença estrangeira, notadamente francesa, no nosso litoral, ameaçava a posse portuguesa no novo mundo. ● Motivo político: - Presença de contrabandistas franceses ⇒ medo de perder o Brasil ● Motivos econômicos: - Decadência do comércio oriental ⇒gastos elevados monopólio do comércio asiático e africano) - Má administração da economia - Expectativa de encontrar ouro tal qual os espanhóis (perda do * A religião forneceu a base ideológica da conquista, assumindo uma importância crucial, a cristianização e o papel missionário, a conversão dos povos nativos, que encobriu , com subterfúgios, as atrocidades cometidas em nome da fé. ● O governo português enviou ao Brasil em 1530, a primeira expedição colonizadora, sob comando de Martim Afonso de Sousa. Essa expedição visava povoar a terra, defende-la, organizar sua administração e sistematizar a exploração econômica; enfim, colonizar. ● Martim Afonso de Sousa, trouxe as primeiras mudas de cana-de-açúcar na região de são Vicente (SP) - produto que representará o primeiro grande momento da economia colonial - promovendo a instalação do primeiro engenho do Brasil (Engenho do Governador) e dando condições para fundação em 1532 de São Vicente, primeiro núcleo populacional do Brasil. • 1530: expedição “colonizadora” de Martim Afonso de Sousa Objetivos: - Punir os franceses; - Explorar o rio Amazonas; - Fundar um forte em São Vicente; - Explorar o rio da Prata; - Funda a vila de São Vicente onde, mais tarde, constrói-se o 1º engenho; ● Pode-se ainda avaliar a importância de sua expedição, sabendo que foram principalmente os seus resultados o que provavelmente levou o rei de Portugal D. João III ao plano de subdividir o Brasil em donatárias, primeiro passo para sua colonização regular. Essas donatárias ou capitanias hereditárias representam o primeiro projeto político-administrativo para colonização do Brasil, reproduzindo, com algumas diferenças, o sistema já experimentado pelo governo português em suas ilhas no Atlântico africano. Pacto colonial: Produtos manufaturados METRÓPOLE <---------- COLÔNIA Matéria - Prima • Produção exclusiva de gêneros complementares à economia metropolitana • Proibição de fábricas na colônia ● Em 1534, Dom João III cria o Sistema de capitanias hereditárias que visava transferir para a iniciativa privada as despesas da colonização, mas mantendo-se assim participação da Coroa nos lucros da colonização. ● A Capitanias eram grandes lotes de terra que iam desde o litoral brasileiro até o meridiano de Tordesilhas, foram 14 capitanias criadas sob a direção de um donatário, cada uma, que instituía: Direção da capitania num caráter vitalício e hereditário, podendo apenas vendela à coroa. Eram concedidos poderes amplos aos donatários (políticos, administrativos, judiciários, fiscais e militares). No entanto arcavam com todas as despesas da capitania, inclusive sua defesa militar e tendo ainda que entregar obrigatoriamente parte dos lucros à Coroa. ● A Coroa concedia a propriedade das terras aos donatários, mas apenas os direitos de governo sobre esta. Não constituía um bom negócio essa concessão, pois existiam 14 capitanias, mas apenas 12 donatários. Regulamentação: Carta de Doação: regulamentava os aspectos político administrativos, ou seja, estabelecia os quais os poderes governamentais eram concedidos ao donatário. Foral: detalhes fiscais do sistema, onde estabelecia que se pagava à coroa os impostos relativos à exploração do subsolo, extração de madeira e exploração da pesca. Pagava-se ao donatário os impostos relativos à exploração do solo (agricultura) e dos rios (navegação fluvial, engenhos movidos à água, etc.). ● O sistema apresentou resultados pouco favoráveis, sendo que apresentaram sucesso apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente. A capitania de Pernambuco progrediu graças ao êxito da produção de açúcar, e a capitania de São Vicente, embora não tenha falido, manteve um baixo nível de rentabilidade econômica, volta para uma produção mais de subsistência do que para abastecer o mercado externo. As demais capitanias faliram ou sequer foram ocupadas. Paulatinamente, foram retomadas as capitanias pela coroa, instituindo o Governo Geral. ● A capitania da Bahia foi retomada pela Coroa, onde foi escolhida para sede do Governo. Nela o primeiro Governador Tomé de Souza fundou a cidade de Salvador, onde estabeleceu a capital da colônia. O Governo geral surgiu porque: - Fracassou o sistema de capitanias; - Necessidade de melhor proteger a colônia contra possíveis ataques estrangeiros; - Portugal tendia cada vez mais a centralizar o poder.; ● O primeiro Governador geral recebeu um documento chamado Regimento, no qual estabelecia os poderes concedidos a ele. Com vistas ao assentamento definitivo dos colonos, os governadores gerais incentivaram a implantação de engenhos promoveram o aglutinamento dos índios junto aos povoados e vilas, estabeleceram feiras regulares, combaterem o comércio ilegal do pau-brasil, e organizaram e garantiriam as rendas da coroa. Foram criados inúmeros cargos para auxiliar o governador-geral, tais como: ouvidor - mor (justiça), provedor - mor (finanças) e capitão-mor (defesa). ● Tomé de Sousa (1549-1553) Fundou o primeiro bispado do Brasil e a primeira cidade – Salvador – para ser a capital da colônia; incentivou a pecuária e trouxe vários jesuítas para catequizar os indígenas; ● Duarte da Costa (1553-1557) Durante seu governo os franceses invadiram o Rio de Janeiro em 1555 o trouxeram o padre Jose de Anchieta que fundou o colégio de São Paulo e enfrentou inúmeras revoltas indígenas ( Confederação dos Tamoios); ● Mem de Sá (1558-1572) Expulsou os franceses do Rio de Janeiro, conseguiu derrotar os indígenas, trouxe os primeiros escravos africanos para trabalhar no lugar dos indígenas; ● Açúcar foi o produto escolhido em que se basearia a colonização devido: - A cana se adaptada bem ao solo do litoral brasileiro; - Produto conhecido na Europa; - Portugal já tinha experiência nessa produção nos canaviais da Ilha da Madeira e Açores; ● Tradicionalmente a sociedade açucareira é conhecida como: - Latifúndio (Plantation) - Exportação - Monocultura - Escravista - Patriarcalista Mas, não significa dizer que não existiram excessões: - A criação de gado; - Fumo; - Algodão; - negros libertos, mestiços, brancos pobres; ● Os Franceses que se fixaram na costa brasileira, conseguiram conquistar, com um tratamento amistoso, a simpatia e o auxílio dos índios tanto para o corte de paubrasil, como na luta contra os portugueses. Liderados por Nicolau Duran de Villegaignom, os franceses invadiram e conquistaram parte da atual cidade do Rio de Janeiro, em 1555, nela pretendiam fundar uma colônia de exploração econômica e, ao mesmo tempo, fugir das guerras religiosas da Europa. Se instalaram nas Vilas de Sergipe, Paranapuã (atual Ilha do Governador), Uruçu-mirim (Flamengo) e em Laje, denominando essa área de França Antártica. ● O inimigo comum (portugueses) aproximou os franceses dos índios, que se agruparam e formando a Confederação dos Tamoios. Os Portugueses reagiram, sob as ordens do Governador Geral Mem de Sá, procurando o apoio dos Jesuítas, dos colonos e do pedido de reforços a Portugal. Em 1563, foi enviada ao Brasil uma expedição comandada por Estácio de Sá, paralelamente, Mem de Sá conseguiu o apoio do Arariboia, chefe dos índios Temiminós. Finalmente, nesse mesmo ano, os Jesuítas Manoel de Nóbrega e José de Anchieta negociaram com os Tamoios, conseguindo uma trégua para o conflito, que ficou conhecido. ● Em 1578, a morte de D. Sebastião I de Portugal, sem deixar herdeiros diretos, acarretou uma crise dinástica que conduziu à união dos tronos espanhol e português,1580, na figura do rei Filipe II da Espanha. ● A união das coroas ibéricas teve consequências importantes para o Brasil. ● Por um lado, tornou sem efeito a linha divisória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, o que estimulou a penetração dos português em direção ao interior, no sul do Brasil e na Amazônia. ● Por outro lado, trouxe problemas para os domínios portugueses, uma vez que ao se aliar com a Espanha, Portugal herdou os inimigos espanhóis. ● Dentre esses adversários estava a Holanda, em guerra com a Espanha para ter reconhecida sua independência. ● A União Ibérica rompera, além disso, os laços comerciais entre portugueses e holandeses, que finaciaram a montagem de muitos engenhos coloniais no nordeste brasileiro e distruíam o açúcar aqui produzido. ● Os holandeses viram-se estimulados a empreender a conquista das zonas de produção açucareira no Brasil. ● A primeira tentativa dos holandeses para conquistar terras brasileiras ocorreu em 1624, na Bahia. A campanha foi organizada e financiada pela Companhia das Índias Ocidentais, que recebera o monopólio por 24 anos de navegação, comércio, transportes e conquista de todas as terras da costa atlântica situadas na América e na África. ● A força holandesa chegou a cidade de Salvador com 26 navios, centenas de canhões e mais de 26 mil homens. ● As forças portuguesas nada puderam fazer frente aos invasores, pois não tinha tropas suficientes para detê-los. ● Em 1625, porém, uma esquadra luso-espanhola bem armad, enviada pelo rei da Espanha, retomou o Brasil. ● Em 1630, uma armada holandesa ocupou Olinda e Recife. Contudo, os invasores ficaram isolados nos núcleos urbanos, devido à resistência dos portugueses liderados pelo governador Matias de Albuquerque. Ele organizou suas defesas numa elevação próxima das áreas invadidas, dificultando por cinco anos a penetração dos holandeses no interior. ● Entre 1632 e 1635, com reforços vindos da Europa e com a ajuda de moradores da terra(Calabar),os flamengos conquistaram pontos chaves consolidando a ocupação de Pernambuco. ● O conde João Maurício de Nassau chegou ao Recife, em princípios de 1637, para administrar o território conquistado. ● Encontrou a produção açucareira em total desorganização, graças à retirada de inúmeros proprietários rurais para a Bahia, à destruição de engenhos e canaviais e, em especial às fugas de escravos. ● Assim, os primeiros anos de administração de Nassau foram dedicados à reconstrução da economia açucareira. Para tal, ele mandou conceder empréstimos para a aquisição dos engenhos abandonados e reconstrução dos destruídos. ● Esta iniciativa fez com que boa parte dos senhores de engenho estabelecesse vínculos cordiais com os invasores. ● O desempenho militar de Maurício de Nassau foi bastante expressivo: ocupou Alagoas e tomou o forte português, que defendia a costa do Ceará, embora fracassasse num ataque a Salvador em 1638. ● Para contornar as sucessivas crises de abastecimento, Nassau obrigou os proprietários de terras a cultivar mandioca, na proporção do número de pessoas que teriam de alimentar dentro de seus engenhos. ● Também instituiu um regime de liberdade relativa no comércio para os moradores das capitanias conquistadas que tivessem capital investido em engenhos. ● E procurou, com habilidade, conciliar os interesses da população muito heterogênea que convivia no Recife: colonos nascidos no território, portugueses, holandeses, franceses e ingleses, católicos, calvinistas e judeus, índios e escravos. ● Em 1640, chegaram ao Brasil notícias da Restauração portuguesa. Esse fato alterou completamente a situação dos holandeses na colônia, uma vez que Portugal, em guerra com a Espanha, passou a buscar uma aliança com a Holanda. ● Nassau, entretanto, continuou sua campanha militar, com a conquista de Sergipe e a invasão do Maranhão. ● No início de 1644, o conde entrou em choque com a Companhia das Índias Ocidentais, que o acusava de administrar a colônia de uma forma muito pessoal. E, Nassau foi demitido e voltou para a Europa no mesmo ano. ● Esse episódio encerrou o período da expansão holandesa no Brasil. Ao mesmo tempo, irrompeu a chamada Insurreição Pernambucana, que levaria a rendição e a retirada dos holandeses em 1654. ● Em Dezembro de 1640, após a vitória na Guerra de Restauração contra a Espanha, a proclamação de D. João, Duque de Bragança como rei de Portugal pôs fim a sessenta anos de domínio espanhol. ● Portugal se encontrava abalado pelas perdas sofridas durante a União Ibérica. Neste momento, o governo português achou por bem assinar um acordo com a Holanda reconhecendo o domínio flamengo nas regiões conquistas na África e no Brasil. ● Ao mesmo tempo, porém, a produção açucareira brasileira enfrentou uma série de dificuldades devido à queda dos preços do produto na Europa e à diminuição da safra.Tal conjutura abalou as relações da Companhia das Índias Ocidentais com os senhores de engenho. ● De um lado, estavam os produtos pressionados pela cobrança das dívidas atrasadas; de outro, estavam os credores exigindo receber a qualquer custo. ● Em 1645, eclodi a insurreição pernambucana, motivada pelos interesses dos proprietários rurais: alguns queriam fugir das dívidas com os holandeses, enquanto outros, refugiados na Bahia, tentavam reaver suas propriedades. ● As primeiras conquistas dos revoltosos, a tomada no interior de Pernambuco. Posteriormente, os holandeses foram expulsos de Alagoas e Sergipe. ● Revolta dos Beckman Ano: 1684 Local: Maranhão – São Luís Causa e Objetivo: A Companhia do Comércio do Maranhão não estava agradando os colonos: eles traziam um número insuficiente de escravos e cobravam caro por eles. Também adulteravam preços e medidas e seus produtos eram de má qualidade. A população então passou a se sentir roubada com isso e organizou essa revolta com o objetivo de acabar com a Companhia e expulsar os jesuítas da cidade, além de assumir o governo de São Luís. Líderes: Manuel e Tomás. Conseqüências: Os objetivos propostos pela revolta foram cumpridos, mas quando o movimento tentou se estender para Belém, foi facilmente controlado pelas tropas reais, comandadas por Gomes de Freire de Andrada e fracassou. Tomás foi preso e seu irmão Manuel, condenado à morte. O Colégio dos Jesuítas e a Companhia do Comércio do Maranhão foram reabertos, mas aos poucos, este último devido a sua ineficiência, foi se extinguindo. Ou seja, a revolta não foi bem sucedida, mas pelo menos, a Companhia que tanto não satisfazia as necessidades da população acabou fechando devido à sua própria incapacidade. ● Revolta dos Palmares Ano: 1695 Local: Serra da Barriga – Alagoas. Causa e Objetivo: Foi um conflito moderno símbolo brasileiro da resistência do africano à escravatura. Os escravos fugitivo tornaram-se ameaças aos grandes latifundiarios por cada vez outros escravos erradicavam-se. Foram atacado pelas forças do bandeirante e, mesmo experientes na guerra de extermínio, tiveram grandes dificuldades em vencer as táticas dos quilombolas, mais elaboradas que a dos indígenas com quem haviam tido contato. Adicionalmente, tiveram problemas para contornar a inimizade surgida com os colonos da região, vítimas de saques dos bandeirantes em diversas ocasiões. Líderes: Zumbi Conseqüências: A cabeça de Zumbi foi cortada e conduzida para Recife, onde foi exposta em praça pública, no alto de um mastro, para servir de exemplo a outros escravos. ● Revolta dos Emboabas Ano: 1708 a 1709 Local: região das Minas Gerais Causa e Objetivo: Logo depois da descoberta do ouro, começaram os conflitos. Os paulistas, que haviam encontrado primeiro, achavam que tinham o direito exclusivo sobre elas. Mas os forasteiros (portugueses, baianos e pernambucanos) também tinham interesses nessa nova descoberta. Eles foram chamados de emboabas. Ou seja, o objetivo era conquistar as minas de ouro das Gerais. Líderes: Manuel Nunes Viana e Borba Gato Conseqüências: Dado o início dos conflitos, os emboabas foram conquistando muitas vitórias, pois eram mais ricos. Os paulistas foram recuando até chegar perto de um rio, nas proximidades de São João Del Rei. Lá foram cercados pelos forasteiros e acabaram firmando um acordo de paz: os paulistas se rendiam e os portugueses lhes davam liberdade. Os paulistas, sem outra alternativa, se renderam, mas os emboabas, não cumpriram sua parte e mataram todos os inimigos, na região que viria a ser conhecida como Capão da Traição. Após os conflitos, a Coroa Portuguesa tentou pacificar a região, criando a Capitania de São Paulo e das Minas de Ouro e nomeando um novo governador. Já os paulistas, depois do episódio, abandonaram a região das Gerais e acabaram descobrindo novas jazidas em Goiás e Mato Grosso. ● Revolta dos Mascates Ano: 1710 a 1711 Local: Pernambuco – Recife Causa e Objetivo: Foi um conflito entre Olinda e Recife. Na época, os senhores de engenho de Olinda, estavam em má situação econômica, pois as Antilhas holandesas haviam aberto concorrência com a produção açucareira do Nordeste. Assim, para cobrir suas despesas, esses senhores criaram uma dívida com os comerciantes de Recife, fazendo surgir uma rivalidade entre esses povoados. Olinda não pretendia acertar o que devia com os mascates, como haviam sido apelidados depreciativamente os recifenses. Esses últimos lutavam por sua autonomia política, já que eram administrados por uma câmara de Olinda. Na verdade, essa luta pela autonomia de Recife tinha o interesse de executar as dívidas com os senhores de Olinda. Essa disputa de interesses adquiriu ainda um caráter nativista, pois a aristocracia olindense era de origem pernambucana e os imigrantes portugueses. No ano de 1770, a Coroa portuguesa apoiou os mascates elevando Recife à condição de vila independente de Olinda. Esse foi o estopim para o início do conflito. Líderes: Bernardo Vieira, Leonardo Bezerra Cavalcanti Conseqüências: Os senhores de engenho olindenses não concordaram com a independência dos mascates e invadiram Recife, destruindo o pelourinho (símbolo de autonomia recém-conquistada). Os portugueses reagiram, e o conflito continuou. Depois, Portugal interveio, querendo conciliar os dois lados, mas mesmo assim, os mascates de Recife se beneficiaram, mantendo sua independência e tornando-se política e economicamente mais importantes do que Olinda. ● Na segunda metade do século XVII, em razão do declínio do comércio de açúrcar no mercado europeu, a Coroa portuguesa estimulou as buscas de metais e pedras preciosas em terras brasileiras, através de expedições conhecidas como entradas e bandeiras. ● Podemos chamar de entradas as experdições oficiais organizadas pelas autoridades, que partiam sempre de um ponto do litoral com o objetivo de explorar o interior, apresar os índios destinados à escravidão e procurar minas. ● E, de bandeiras, as expedições armadas e organizadas por particulares de São Paulo, partindo para o sertão em busca de índios para escraviza-los (bandeiras de apresamento ou sertanismo de contrato) e pedras e metais preciosas. ● As primeiras notícias de achados de ouro no grande sertão brasileiro surgiram posteriormente a 1697, na administração de Artur Sá Meneses, governador do Rio de Janeiro, a partir daí, foi muito grande o número de minas descobertas pelo inusitado afã dos bandeirantes. Povoações surgiram, do dia para a noite, em torno dos sítios das lavras, transformandose em um curto espaço de tempo de dez anos de lugares longínquos e inóspitos em movimentadas cidades. ● Era, portanto, necessário uma vigilante atenção das autoridades, que assegurasse os privilégios da Coroa na exploração de veeiros de ouro, coibisse transações ilegais, animasse a sua colheita e que facilitasse a ação fiscal, e adotasse, finalmente, medidas práticas para o incremento e polícia das lavras. Estes propósitos, dão origem ao regimento de 19 de abril de 1702 que, completando, ou, em partes explicado por outras leis, estabelece as novas formas e técnicas da mineração, vigorando sem mudanças essenciais, durante toda a fase em que a vida econômica do Brasil é dominada pela atividade mineradora. ● O novo sistema alterou, por sua vez, substancialmente, a legislação anterior, desaparecendo a figura do antigo Provedor ou tem este modificado suas atribuições, passando a ser o Superintendente das minas, o responsável de interpretar e executar a lei, punindo os delitos, escolhendo funcionários competentes, entre outras funções. Para auxiliá-lo, surge o Guarda-mor, supervisionando e regulando as repartições das datas minerais. Estabeleceu-se também, que a saída de todo o ouro da mina só aconteceria após registro da transação em livro próprio e pagamento do quinto correspondente e outras providências menores. ● Pode se afirmar, que com o aumento da população e a abertura de novas estradas para o interior, a fiscalização se tornou cada vez mais difícil, ao contrário, é claro dos contrabandos, que encontrou as maiores facilidades. A tentação para o comércio ilícito do ouro era grande, uma vez que, ele tinha no comércio, um valor maior do que aquele que lhe era atribuído pelo governo e, assim, o contrabando lucrava não só o ágio do preço como também os 20% do quinto. ● É nesse sentido, que na administração de D. João V foram feitas inúmeras tentativas para combater os descaminhos do ouro, sendo criados vários modos de arrecadação do quinto. Entre as principais estão: a centralização da fundição do ouro em um estabelecimento oficial (a casa de fundição), a proibição da saída do ouro em pó para fora do distrito; a capitação (imposto cobrado diretamente sobre as pessoas que trabalham nas minas), as avencas (por quantidade certa, que se repartiria pelas câmaras responsáveis, e estas cobravam dos munícipes), derrama (distribuir a diferença do quinto estabelecido entre os moradores, quando houvesse falta). ● A atividade mineradora foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste para a regiao mineira cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, pois essa era a cidade de mais fácil acesso à região mineradora. ● A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e a formação de uma sociedade mais flexível, permitindo, por vezes, a mobilidade social. Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se da açucareira por seu comportamento urbano, menos aristocrático e pela camada socialmente dominante que era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas. ● A novidade foi o surgimento de um grupo social intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades e pelos faiscadores, aventureiros e biscateiros (homens livres pobres brancos, mestiços e negros libertos). ● Em 1750, representou um marco importante para o Brasil do século XVIII, a ascensão de D. José I e do Marquês de Pombal como Iº ministro. ● O período pombalino, como é conhecido, modificou o curso da política colonial portuguesa. ● Houve uma estreita intervenção do Estado nos mecanismos comerciais e fiscais, no regalismo (doutrina que defendia a ingerência do chefe de Estado em questões religiosas.), na administração sobre os índios e no controle do ensino dos jesuítas. No plano administrativo predominou uma orientação centralizadora. Houve a expulsão dos jesuítas (para impedir que as missões transformassem num centro de poder autônomo das ordens religiosas.) ● Em 1777, o poderoso ministro deixou o governo português sob várias acusações de arbitrariedade. Entretanto sua atuação energica continuaram, na maior parte, em vigor. ● O movimento insurrecional abortado em 1789 em Minas Gerais foi um levante de natureza iluminista, de vasta repercussão política, liderado por homens considerados “notáveis”. ● Estopim: a cobraça da derrama (100 arrobas dos quintos atrasados.) ● Era a elite colonial (mineradores, fazendeiros, padres, funcionários públicos, advogados e militares de alta patente. Dentre eles destacaram-se: Cláudio Manoel da Costa,Tomás Antônio Gonzaga e Tiradentes. ● Era plano dos conjurados instaurar o movimento de separação da Capitania de Minas Gerais no mesmo dia em que fosse decretada a derrama. O plano seria instalado um governo republicano unitário, extinguir o monopólio estatal sobre a extração diamantina, conceder anistia sobre as dívidas da fazenda real, separar igreja do estado, criar universidade em Vila Rica, abolir a escravidão. ● Dentre as pessoas estava Joaquim Silvério Reis, que denunciou os conspiradores em troca de perdão de suas dívidas. A partir dai, começaram as prisões em Minas e no RJ e a abertura da devassa, inquérito. ● Onze foram sentenciados a morte, mas somente Tiradentes foi executado. ● ● Em janeiro de 1808, Portugal estava preste a ser invadido pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, o príncipe regente de Portugal, D. João, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses. ● Nos quatorze navios, além da família real, vieram centenas de funcionários, criados, assessores e pessoas ligadas à corte portuguesa. Trouxeram também muito dinheiro, obras de arte, documentos, livros, bens pessoais e outros objetos de valor. ● Após uma forte tempestade, alguns navios foram parar em Salvador e outros na cidade do Rio de Janeiro. Em março de 1808, a corte portuguesa foi instalada no Rio de Janeiro. Muitos moradores, sob ordem de D. João, foram despejados para que os imóveis fossem usados pelos funcionários do governo. Este fato gerou, num primeiro momento, muita insatisfação e transtorno na população da capital brasileira. ● No ano de 1818, a mãe de D. João, D. Maria I, faleceu e D. João tornou-se rei. Passou a ser chamado de D. João VI, rei do Reino Unido a Portugal e Algarves. ● Uma das principais medidas tomadas por D. João foi abrir o comércio brasileiro aos países amigos de Portugal. A principal beneficiada com a medida foi à Inglaterra, que passou a ter vantagens comerciais e dominar o comércio com o Brasil. Os produtos ingleses chegavam ao Brasil com impostos de 15%, enquanto de outros países deveriam pagar 24%. Este privilégio fez com que nosso país fosse inundado por produtos ingleses. Esta medida acabou prejudicando o desenvolvimento da indústria brasileira. ● D. João adotou várias medidas econômicas que favoreceram o desenvolvimento brasileiro. Entre as principais, podemos citar: estímulo ao estabelecimento de indústrias no Brasil, construção de estradas, cancelamento da lei que não permitia a criação de fábricas no Brasil, reformas em portos, criação do Banco do Brasil e instalação da Junta de Comércio. ● Do ponto de vista cultural, o Brasil também saiu ganhando com algumas medidas tomadas por D. João. O rei trouxe a Missão Francesa para o Brasil, estimulando o desenvolvimento das artes em nosso país. Criou o Museu Nacional, a Biblioteca Real, a Escola Real de Artes e o Observatório Astronômico. Vários cursos foram criados (agricultura, cirurgia, química, desenho técnico, etc.) nos estados da Bahia e Rio de Janeiro. ● Os franceses ficaram em Portugal durante poucos meses, pois o exército inglês conseguiu derrotar as tropas de Napoleão. O povo português passou a exigir o retorno do rei que se encontrava no Brasil. Em 1820, ocorreu a Revolução do Porto, sendo que os revolucionários vitoriosos passaram a exigir o retorno de D. João VI para Portugal e a aprovação de uma Constituição. Pressionado pelos portugueses, D. João VI resolveu voltar para Portugal, em abril de 1821. Deixou em seu lugar, no Brasil, o filho D. Pedro como príncipe regente. Pouco tempo depois, D. Pedro tornou-se imperador, após o processo de Independência do Brasil (7 de setembro de 1822). ● Entre as mudanças que ocorreram com a vinda da Família Real para o Brasil destacamse: - A fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808; - A criação da Imprensa Régia e a autorização para o funcionamento de tipografias e a publicação de jornais também em 1808; - A criação da Academia Real Militar (1810); - A abertura de algumas escolas, entre as quais duas de Medicina – uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro; - A instalação de uma fábrica de pólvora e de indústrias de ferro em Minas Gerais e em São Paulo; - Em 1814, no Congresso de Viena o Brasil torna-se Reino Unido de Portugal e Algarves. - A vinda da Missão Artística Francesa em 1816, e a fundação da Academia de BelasArtes; - A mudança de denominação das unidades territoriais, que deixaram de se chamar "capitanias" e passaram a denominar-se de "províncias" (1821); - A criação da Biblioteca Real (1810), do Jardim Botânico (1811) e do Museu Real (1818), mais tarde Museu Nacional. ● Para compreender o processo de independência precisamos partir do projeto recolonizador das Cortes, pois foi por causa dele que se definiram vários grupos. O "partido português" era inteiramente a favor. O "partido brasileiro" e os liberais radicais eram contra, mas divergiam quanto aos objetivos a serem atingidos. ● Para o "partido brasileiro" o ideal era a criação de uma monarquia dual, para preservar a autonomia administrativa e a liberdade de comércio. A intransigência das Cortes fez, no entanto, esse partido inclinar-se pela emancipação, mas sem alterar a ordem social e os seus privilégios. Os liberais radicais formavam um agrupamento potencialmente revolucionário e estavam mais próximos das camadas populares urbanas. Alguns deles eram republicanos e, em seu conjunto, eram o grupo mais receptivo às mudanças mais profundas e democráticas da sociedade. ● Com a Revolução Liberal dos Portos em Portugal (uma aspiração da burguesia e militares) que além de exigir a volta da Família Real tinha planos de recolonização para o Brasil, a corte real retorna a Portugal em 1820. ● A situação do Brasil permaneceu indefinida ao longo de todo o ano de 1821. Mas, em 9 de dezembro, um fato novo começou a modificar o cenário. Nesse dia chegaram ao Rio de Janeiro os decretos das Cortes que ordenavam: a abolição da regência e o imediato retorno de D. Pedro a Portugal; a obediência das províncias a Lisboa e não mais ao Rio de Janeiro; a extinção dos tribunais do Rio de Janeiro. ● D. Pedro aparentemente resignado, começou a fazer os preparativos para o seu regresso. Entretanto essa decisão das Cortes gerou uma onda de inquietação muito grande. Os funcionários públicos estavam ameaçados de perder seus empregos com o fim das repartições em que trabalhavam. ● O "partido brasileiro" ficou alarmado com a recolonização iminente, mas também com a possibilidade de uma explosão revolucionária incontrolável. Essa nova situação favoreceu a polarização: de um lado o "partido português" que defendia a recolonização, e, de outro, o "partido brasileiro" e os liberais radicais, que passaram a agir abertamente pela independência. No Rio de Janeiro organizou-se o Clube da Resistência, liderado por José Joaquim da Rocha, que começou a luta pela permanência do príncipe. A tática consistia em conquistar D. Pedro para a causa da independência e conseguir também a adesão das províncias. ● Primeiro, foi feita uma sondagem junto ao príncipe, que se mostrou receptivo à idéia. São Paulo para obter a adesão à causa emancipacionista, com resultados positivos. No Rio de Janeiro foi elaborada uma representação (com coleta de assinaturas, cerca de 8.000) em que documento foi entregue a D. Pedro no dia 9 de janeiro de 1822, por José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara do Rio de Janeiro. Em resposta, o príncipe decidiu desobedecer às ordens das Cortes e permanecer no Brasil: era o Fico. ● Em maio de 1822, a cisão entre D. Pedro e as Cortes aprofundou-se ainda mais: o regente determinou que qualquer decreto das Cortes só poderia ser executado mediante o "Cumpra-se" assinado por ele. Na prática, isso significava conferir plena soberania ao Brasil. Essa medida teve imediato apoio: a 13 de maio, o Senado da Câmara do Rio de Janeiro conferiu ao príncipe regente o título de Defensor Perpétuo do Brasil. ● Enquanto isso, os liberais radicais mantinham-se ativos. Por iniciativa de Gonçalves Ledo e outros, uma representação foi dirigida a D. Pedro para expor a convivência de se convocar uma Assembléia Constituinte. O príncipe acatou a sugestão e decretou a sua convocação em junho de 1822. José Bonifácio resistiu à idéia de convocar uma Constituinte, mas foi obrigado a aceitá-la. procurou, entretanto, descaracterizá-la, propondo eleição indireta, que acabou prevalecendo contra a vontade dos liberais radicais, que defendiam a eleição direta. ● Embora os conservadores tenham obtido o controle da situação e o texto da convocação da Constituinte apresentasse declarações favoráveis à permanência da união entre Brasil e Portugal, as Cortes insistiam: o príncipe deveria retornar imediatamente. ● Em 7 de setembro de 1822, impedido pelas circunstância, D. Pedro rompeu definitivamente os laços de união política com Portugal. Culminou, dessa forma, o longo processo de emancipação, iniciado em 1808 com a vinda da família real. ● A 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi aclamado e em 1º. de dezembro do mesmo ano tornou-se o primeiro imperador do Brasil. ● A emancipação política do Brasil não trouxe nenhuma alteração na secular estrutura social. A enorme população de escravos e de homens livres não proprietários, dispersa pelo Brasil e distante dos principais centros, permaneceu absolutamente indiferente à independência. ● Entretanto, nos centros urbanos do sul, a massa popular aderiu, em várias ocasiões, a os impulsos revolucionários, mas foi prontamente esmagada por José Bonifácio. ● A Independência do Brasil foi contestada em território brasileiro por tropas do Exército Português, especialmente nas regiões onde, por razões estratégicas, elas se concentravam, a saber, nas então Províncias Cisplatina, da Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará (Guerra da Independência do Brasil). A Independência foi oficialmente reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido somente em 1825. ● No dia 3 de maio de 1823, a Assembléia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil iniciou sua legislatura com o intento de realizar a primeira Constituição Política do país. ● No mesmo dia, D. Pedro I discursou para os deputados reunidos, deixando clara a razão de ter afirmado durante sua coroação no final do ano anterior que a Constituição deveria ser digna do Brasil e de si. ● D. Pedro lembrou aos deputados em seu discurso que a Constituição deveria impedir eventuais abusos não somente por parte do monarca, mas também por parte da classe política e da própria população. Para tanto, seria necessário evitar implantar no país leis que na prática seriam desrespeitadas. A Assembléia num primeiro momento se prontificou a aceitar o pedido do Imperador, mas alguns deputados se sentiram incomodados com o discurso de D. Pedro. ● O esboço da Constituição de 1823 foi escrito por Antônio Carlos de Andrada, que sofreu forte influência das Cartas francesa e norueguesa.Em seguida foi remetido a Constituinte, onde os deputados iniciaram os trabalhos para a realização da carta. Existiam diversas diferenças entre o projeto de 1823 e a posterior Constituição de 1824. Na questão do federalismo, era centralizadora, pois dividia o país em comarcas, que são divisões meramente judiciais e não administrativas.As qualificações para eleitor eram muito mais restritivas que a Carta de 1824. Definia também que seriam considerados cidadãos brasileiros somente os homens livres no Brasil, e não os escravos que eventualmente viessem a serem libertados, diferentemente da Constituição de 1824. ● Era prevista a separação dos três poderes, sendo o Executivo delegado ao Imperador, mas a responsabilidade por seus atos recairia sobre os ministros de Estado. A Constituinte optou também pela inclusão do veto suspensivo por parte do Imperador (assim como a de 1824), que poderia inclusive vetar se assim o desejasse o próprio projeto de Constituição. Entretanto, mudanças nos rumos políticos levaram os deputados a proporem tornar o monarca uma figura meramente simbólica, completamente subordinado à Assembleia. Este fato, seguido pela aprovação de um projeto em 12 de junho de 1823 pelo qual as leis criadas pelo órgão dispensariam a sanção do Monarca levou D. Pedro I a entrar em choque com a Constituinte. ● Por trás da disputa entre o Imperador e a Assembléia, havia uma outra, mais profunda e que foi a real causa da dissolução da Constituinte. Desde o início dos trabalhos legislativos os liberais federalistas tinham como principal intuito derrubar o ministério presidido por José Bonifácio a qualquer custo e se vingar pelas perseguições que sofreram durante a Bonifácia ocorrida no ano anterior. Os portugueses absolutistas, por outro lado, viram seus interesses feridos quando José Bonifácio emitiu os decretos de 12 de novembro de 1822 e 11 de dezembro de 1822, onde no primeiro eliminava os privilégios dos lusitanos e no segundo seqüestrava os bens, mercadorias e imóveis pertencentes aos mesmos que tivessem apoiado Portugal durante a independência brasileira. Apesar das diferenças, os portugueses e os liberais se aliaram com o objetivo de retirar do poder o inimigo comum. ● As duas facções aliadas arregimentaram os amigos íntimos do Imperador para o seu lado, que logo trataram de envenenar a amizade do monarca com o seu grande amigo, José Bonifácio. Vendo a maior parte da Assembléia abertamente descontente com o Ministério Andrada e influenciado por seus amigos, que se identificavam com os interesses dos portugueses, D. Pedro I demitiu os ministros de Estado.Iniciou-se então uma guerra de ataques entre os jornais do país, que defendiam uma ou outra facção política. ● A aliança entre os liberais e portugueses foi efêmera. Logo que o Ministério Andrada foi demitido, os dois grupos voltaram-se um contra o outro. Para o monarca qualquer relação com os liberais seria inadmissível, pois sabia muito bem de suas intenções em transformá-lo numa figura meramente decorativa. Os ataques contra os portugueses em geral e até mesmo contra D. Pedro por parte dos jornais e deputados a favor dos Andradas levou o Imperador a se aproximar dos portugueses. ● A crise tornou-se ainda mais séria quando um episódio que normalmente seria completamente ignorado acabou por ser utilizado para fins políticos. Um boticário nascido no Brasil, que também praticava o jornalismo, sofreu agressões físicas por parte de dois oficiais lusitanos que erroneamente acreditavam que ele tivesse sido o autor de artigo injurioso. Os Andradas aproveitaram a oportunidade para alegar que a agressão sofrida pelo boticário fora na realidade um atentado contra a honra do Brasil e do povo brasileiro. Antônio Carlos de Andrada e Martim Francisco de Andrada foram levados sobre os ombros de uma multidão e seguiu-se uma onda de xenofobia antilusitana que acirrou ainda mais os ânimos. ● A tudo D. Pedro assistiu da janela do Paço Imperial que se encontrava ao lado da "Cadeia Velha", nome do local onde estava se realizando a Constituinte. O Imperador ordenou que o Exército se preparasse para um conflito. ● D. Pedro I detinha a fidelidade da oficialidade, que se sentira agredida pelos insultos direcionados a si e ao Imperador pelos jornais aliados aos Andradas e exigia uma punição aos mesmos. Os deputados demonstraram apreensão e exigiram respostas sobre a razão da reunião de tropas em São Cristóvão. O ministro do Império, Francisco Vilela Barbosa, representando o governo, dirigiu-se a Assembléia demandando que se processassem os irmãos Andradas pelos supostos abusos que cometeram. ● Os deputados reunidos debateram sobre a proposta do governo e permaneceram em sessão durante a madrugada. Mas no dia seguinte quando Vilela Barbosa retornou a Assembléia para dar explicações sobre a reunião das tropas, alguns deputados gritaram exigindo que D. Pedro I fosse declarado "fora-da-lei". O Imperador ao saber disto, antes mesmo que o ministro do Império retornasse da Assembléia, assinou o decreto dissolvendo a Constituinte. ● Os portugueses propuseram a D. Pedro I que enviasse os irmãos Andradas para Portugal pois lá muito provavelmente seriam condenados a morte por suas participações na independência brasileira. Pediram apenas o seu consentimento. "Não! Não consinto porque é uma perfídia [deslealdade]", respondeu o monarca. Apesar da apreensão de D. Pedro I quanto a possibilidade de se tornar uma figura nula no governo do país e sua demonstração de descontentamento, não foi a razão principal do fechamento da Constituinte. ● Os deputados deveriam ter se reunido para elaborarem uma Constituição para o país e debater seus artigos. Contudo, perderamse em disputas pelo poder e somente para defender seus próprios interesses levaram a capital do Império à beira da anarquia. Este não foi o fim dos deputados, entretanto. Da Constituinte saíram 33 senadores, 28 ministros de Estado, 18 presidentes de província, 7 membros do primeiro conselho de Estado e 4 regentes do Império. ● D. Pedro I então, em 1824, promulga a primeira Constituição do Brasil, ela vai ser outorgada, isto é, imposta, decreta o voto censitário, com quatro poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador (controla todos os outros poderes). A igreja continua subordinada ao Estado (Padroado – nomeações de padres e bispos – e Beneplácito – qualquer ordem do papa teria que passar pelas mãos do imperador.) ● O governo de D. Pedro I é marcado por uma grave crise econômica, primeiramente com a dívida externa (para Portugal reconhecer a Independência). Há uma renovação dos Tratados de 1810 o que gera uma diminuição das exportações causando uma revolta da elite e aumenta a miséria do povo. ● O nordeste além de viver na miséria por causa da seca, não aceitou a constituição promulgada. Resolveram, então, fazer a separação. A revolta ocorrida em Pernambuco e que se denominou "Confederação do Equador", contou com o apoio dos federalistas de outras províncias do nordeste brasileiro mas foi rapidamente debelada ainda no início de 1824. O fato de ter ocorrido justamente enquanto o Império ainda estava em guerra pela independência contra Portugal, dificultando o esforço bélico, em conjunto com a destruição e mortes causadas pelos revoltosos, impediu qualquer possibilidade de entendimento com os mesmos. ● Queriam implantar ideais republicanos. ● D. Pedro I estava decidido a impor a ordem ao país e comentou: "O que estavam a ● exigir os insultos de Pernambuco? Certamente um castigo, e um castigo tal que sirva de exemplo para o futuro". Ainda assim tiveram direito ao devido processo legal que teve como duração cerca de seis meses. Os revoltosos sofreram penas diversas, mas Caneca e outros companheiros foram sentenciados a morte. A revolta teve por conseqüência aproximar ainda mais o Imperador dos portugueses, pois aquele passou a enxergar os federalistas com total desconfiança. ● Para conter, D. Pedro I aumenta a dívida externa. ● A região onde se situa atualmente o Uruguai foi inicialmente colonizada por Portugal, em 1679. Os portugueses fundaram a Vila de Sacramento, e por quase cem anos a região permaneceu praticamente em suas mãos. Esta colônia mais ao sul da América portuguesa era importante, pois, controlando o estuário do Prata seria possível manter a comunicação com os regiões interiores que hoje formam o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (preocupação esta que os brasileiros iriam herdar e que viria a resultar mais tarde na Guerra do Paraguai). Em 1817 toda a região, denominada Banda Oriental (da região do Prata), foi reconquistada pelos portugueses por ordem de D. João VI e renomeada Cisplatina (que significa literalmente "este lado do Prata"). Esta província era povoada tanto por castelhanos, como por portugueses e também por seus descendentes, resultando numa amálgama cultural que dificultava o surgimento de uma identidade própria para seus habitantes. ● A província aceitou fazer parte do Império do Brasil, inclusive enviando deputados para a Constituinte de 1823 (e antes mesmo para as Cortes em 1822). Contudo, trinta e dois nativos da província liderados por Juan Antonio Lavalleja revoltaram-se contra o Brasil e declaram a união da Cisplatina com as Províncias Unidas do Rio da Prata (futura Argentina). Tal insurreição fora possível graças à colaboração material e financeira por parte das Províncias Unidas. Tal atentado contra a soberania brasileira por parte de uma nação estrangeira foi revidada por uma declaração formal de guerra em 10 de dezembro de 1825. ● D. Pedro se viu numa situação delicada, pois os políticos ao invés de colaborarem com o esforço de guerra para defender os interesses da nação, faziam justamente o contrário, por interesses pessoais e políticos. Dificultavam o envio de ajuda material e financeira para as tropas no teatro de guerra ao recusarem os pedidos do Executivo. As províncias também não enviavam voluntários suficientes e assim a guerra se estendeu em prejuízo do Império, que se via em graves dificuldades financeiras. ● O Imperador partiu para o teatro de operações para tentar resolver o problema por si só, visto que não conseguia o apoio dos políticos. Iniciou sua viagem em 29 de novembro de 1826, em seguida desembarcou na província de Santa Catarina e realizou um longo percurso por terra por mais de quatrocentos quilômetros a cavalo até atingir Porto Alegre, na província do Rio Grande do Sul em 7 de dezembro do mesmo ano. D. Pedro encontrou o Exército brasileiro desmoralizado, sem recursos e sem qualquer perspectiva de tomar iniciativa. Imediatamente demitiu os oficiais incompetentes e corruptos, e reorganizou as tropas, assim como a administração civil e militar. Não teve como ficar muito tempo, pois ao receber a notícia do falecimento de Leopoldina, retornou ao Rio de Janeiro no início de 1827. ● Ao chegar na capital do Império, encontrou mais dificuldade em lidar com os liberais federalistas. Estes atacavam, através dos jornais e por discursos na Assembleia, os imigrantes europeus que chegavam ao país para estabelecer suas moradias. Vários deles foram recrutados para a guerra e eram atacados nas ruas por escravos incentivados por seus senhores, ligados aos liberais. Revoltados com o tratamento recebido no Brasil, os estrangeiros que haviam sido recrutados e contratados como mercenários entraram em negociações secretas com o governo argentino para trocarem de lado. Em contrapartida, os estrangeiros receberiam a província de Santa Catarina para lá se instalarem como país independente, enquanto o Rio Grande do Sul seria anexado pelas Províncias Unidas. ● Para facilitar esta ação, os soldados estrangeiros iriam rebelar-se no Rio de Janeiro e raptariam D. Pedro, levando-o para Buenos Aires, onde lá seria forçado a aceitar as exigências dos argentinos e estrangeiros. A revolta foi precipitada pela punição injusta de um militar alemão por um oficial brasileiro ocorrida em 9 de junho de 1828. Isabel Lustosa afirma que o estrangeiro recebeu cerca de 230 chibatadas e então seus companheiros se rebelaram. Sérgio Corrêa da Costa alega que o militar não chegou a ser punido fisicamente graças à intervenção de um outro oficial brasileiro. Contudo, as tropas estrangeiras se revoltaram, e após vários combates na cidade do Rio de Janeiro, foram derrotadas por tropas leais ao Imperador e por vários civis brasileiros. Centenas de pessoas de ambos os lados morreram devido aos confrontos armados. ● O tratado de paz entre o Brasil e as Províncias Unidas veio logo após, em 28 de agosto de 1828, ao preço da perda da província Cisplatina (que se tornou o Uruguai), mais de 30 milhões de dólares em gastos e 8 mil brasileiros mortos. D. Pedro teve sua imagem abalada profundamente pelo término do conflito que custou vidas e recursos desnecessariamente e foi culpado pelo desmembramento do território. Por sua vez, o Imperador percebeu claramente que não poderia confiar nos liberais federalistas, que mais uma vez causaram mortes que poderia ter sido evitadas graças à defesa de seus próprios interesses em detrimento dos da Nação (a semelhança do que ocorreu na Confederação do Equador que foi iniciada durante a Guerra da Independência). A Guerra da Cisplatina teve um papel importante na abdicação de D. Pedro, ao colaborar com o aumento do seu desprestígio. ● Os problemas do Imperador agravaram-se a partir de 1825, quando, no plano interno, fracassavam as forças brasileiras na Campanha Cisplatina (1825 - 1827). O Imperador chegou a ir ao Rio Grande do Sul, a fim de participar pessoalmente da campanha, no final de 1826. A notícia da morte da Imperatriz Leopoldina obrigou-o a mudar os planos e retornar ao Rio de Janeiro. ● Além da perda da província da Cisplatina (em 1828), e dos constantes atritos com a Assembléia, a vida privada do Imperador também contribuía para o desgaste de sua imagem. Era notório seu relacionamento com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos. O romance teve início em 1822 e durou até o segundo casamento de D. Pedro I, em 1829, com Amélia de Beauharnais, duquesa de Leuchtenberg. O marquês de Barbacena, encarregado de encontrar uma noiva para o Imperador que atendesse às exigências de nobreza, formosura, virtude e educação, enfrentara humilhantes recusas por parte de várias casas reais européias que viam com horror o relacionamento do Imperador com a Marquesa de Santos,e o sofrimento que este causara na Imperatriz Leopoldina. ● Tudo isso, ao lado das dificuldades financeiras, provocaram o protesto das elites brasileiras. Apesar da renúncia, sua relação com os assuntos internos de Portugal o tornaram cada vez mais impopular no Brasil. O constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, em 1830, fez o Imperador sofrer oposição dos liberais e ocasionar uma reação popular, levando-o a abdicar, em favor do filho D. Pedro II (que tinha apenas cinco anos de idade), em 7 de abril de 1831. ● Com a abdicação de D. Pedro I (1831), seu filho, Pedro de Alcântara de apenas 5 anos de idade herdou o trono, sem possibilidade de governar instaurou-se no Brasil a ordem regencial, período marcado pela forte instabilidade e disputa política pelo fortalecimento de três grupos políticos mais importantes: os liberais moderados, os liberais exaltados e os restauradores. ● Os moderados representavam a facção que defendiam irrestritamente o poder monárquico e a manutenção da estrutura política centralizada. Já os exaltados acreditavam que a ordem política deveria ser revisada no sentido de dar maior autonomia às províncias. Alguns outros integrantes desse mesmo grupo chegavam a cogitar a adoção do sistema republicano. Por fim, havia os restauradores, que acreditavam no retorno de Dom Pedro I ao poder. E nem mesmo com a morte de D. Pedro I (1834) reduziu a agitação política. Essa desordem política gerou inúmeras agitações sociais e intranqüilidade nas províncias. ● Principais medidas: - Reforma liberal: limitação ao Poder Moderador; - Criação da Guarda Nacional; - Ocorreu na região do Pará. - A denominação Cabanagem remete ao tipo de habitação da população ribeirinha, constituída por mestiços, escravos libertos e indígenas. - Principais líderes: o padre João Batista Gonçalves Campos e o jornalista Vicente Ferreira Lavor Papagaio. - Caracterizado por ser um movimento popular (participação dos negros, índios, mestiços e elementos da classe média). - Cansados da miséria em que viviam e a irrelevância política á qual a província foi relegada após a independência, tomaram a cidade de Belém. - A elite preocupada chama a Guarda Nacional que sufoca o movimento, quase 40 mil mortos. - Não tinham uma ideologia. - Movimento ocorrido no interior do Maranhão. - Principais líderes: Raimundo Gomes, Manoel Francisco Gomes e o negro Cosme Bento de Chagas. - O nome da revolta se dá pelo apelido de um dos líderes, o artesão Manoel Francisco Gomes, conhecido como Balaio. - Lutavam contra a miséria, fome, falta de justiça. - Trouxe uma inovação: um dos líderes, o negro Cosme Bento, se uniu com 3 mil escravos quilombolas, tomaram o poder na cidade de Caxias. - A elite preocupada com o movimento chamou a Guarda Nacional se destacando Luis Alves de Lima e Silva, que o destrói, ganhando como prêmio o título de Barão e o direito de governar a cidade de Caxias. - A revolta ocorreu na região da Bahia. - O nome do movimento se dá pelo nome do seu principal líder Francisco Sabino Vieira. - Caracterizado por ser um movimento da classe média e queriam separar a Bahia, a Republica Bahiense, do Brasil até D. Pedro II se tornar imperador. - A Guarda Nacional acaba com a revolta, e por ser de classe média e concedida aos seus líderes a anistia. - O líder, Sabino, é mandado para Mato Grosso e morre de uma doença local. - Ocorreu na cidade de Salvador, Bahia. O termo “malê” deriva do "imale" designando o muçulmano. Essa revolta também é conhecida com a revolta dos escravos de Alá. Os escravos africanos das etnias hauçá e nagô, de religião islâmica não queriam tomar o poder, mas sim libertar os demais escravos africanos da região e matar todos os proprietários destes escravos. - Propunham o fim do catolicismo. - A Guarda Nacional acaba com a revolta. - Pela primeira vez os brancos acharam melhor acabar com a entrada de negros, somada com as pressões do governo inglês foi criada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz proibindo o tráfico negreiro no Brasil. - Revolta ocorreu no Rio Grande do Sul. - O nome do movimento é uma associação feita os sul-riograndenses vinculados ao Partido Liberal, oposicionistas e radicais ao governo central, destacando-se os chamados jurujubas, conhecidos como farrapos. - Principais líderes: Bento Gonçalves, General Neto, Onofre Pires, Lucas de Oliveira, Vicente da Fontoura, Pedro Boticário, Davi Canabarro, Vicente Ferrer de Almeida, José Mariano de Mattos, além de receber inspiração ideológica de italianos carbonários refugiados, como o cientista Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti, além de Giuseppe Garibaldi. - Movimento caracterizado por ser da elite, de todos as revoltas regenciais foi a que teve a duração mais longa, dez anos. - Queria a autonomia provincial. - O estopim para a revolta foi o governo elevar os preços dos impostos sobre a charque para facilitar o comércio com os países da Bacia Platina. - A elite patrocinou a revolta com a ajuda do povo e dos escravos (iludidos com a promessa de se abolir a escravidão nesta região). - Com a chegada de Joseph Garibalde eles tomaram o Rio Grande do Sul e transformaram em república do Piratini em que o presidente era Bento Gonçalves. - A revolta se alastra para Santa Catarina, e com ajuda de Davi Canabarro se torna a República Juliana em que o presidente era o Davi Canabarro. - Por ser um movimento elitista, o governo não conseguiu conter, - Através de estratégias geopolíticas e econômicas o governo manda o Duque de Caxias fazer acordos, dá anistia aos líderes, abaixou os impostos da charque e os negros que participaram da revolta ganhara a carta de alforria. ● Na tentativa de solucionar os problemas, foi apontado como alternativa a antecipação da maioridade do novo imperador (o conhecido “golpe da maioridade”), e assim no dia 23/07/1840, por meio de uma medida conconstitucional, D. Pedro de Alcântara, com apenas 14 anos assume o trono. ● Com a ascensão de D. Pedro II, se iniciou o período de paz política e centralização do poder. ● D. Pedro II nasceu no Palácio de São Cristóvão (Quinta da Boa Vista), Rio de Janeiro-RJ, a 2 de dezembro de 1825 e faleceu em Paris, a 5 de dezembro de 1891. Filho de D. Pedro I e sua mulher, a Imperatriz Leopoldina, recebeu na pia batismal o nome de Pedro de Alcântara João Carlos Salvador Bebiano Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Gonzaga. ● O Brasil tenta copiar e se tornar parlamentarista (no qual o 1º ministro governa e o rei/imperador é mera figura decorativa) mas ocorreu ao contrário, devido ao poder moderador em que D. Pedro II escolhia o primeiro ministro, ora moderados, ora exaltados – dependendo da ocasião e conjuntura política, percebendo assim a capacidade política do imperador - o Parlamentarismo ás avessas - ● Controlou-se as insurreições em todo o país (a última é a Revolta praeira); ● O Brasil começa a se destacar na exportação do café, o chamado ouro verde. ● Inicia-se também o desenvolvimento através da urbanização, ferrovias, portos, industrialização (grande representante Mauã); ● Mas como tudo que parecia tão sólido se desmanchou-se no ar ??? – O movimento abolicionista – ● ● ● ● ● Até o século XVIII, a Inglaterra, principal potência mundial do período, obteve altos lucros com o comércio do trafico negreiro, mas com a 1ª Revolução Industrial e sua industrialização, passaram a defender o fim da escravidão tendo como intuito ampliar os mercados consumidores para os seus produtos manufaturados. *Oficialmente, as pressões de Londres contra a escravatura voltaram-se para o Brasil em 1810, ano que D. João VI comprometeu-se com o governo britânico a abolir a escravidão nas suas colônias. *Apesar da dependência econômica e política em relação a UK, D. João VI prolongou a solução imediata p/ a questão escravocrata, que continuou no governo de seu filho D. Pedro I e mesmo na regência. *Em 1845 o parlamento britânico aprovou uma lei que tornava legal o apresamento dos navios negreiros de qualquer nacionalidade pela sua marinha, encerrando definitivamente esta questão com a lei Eusébio de Queiroz em 1850, proibindo o trafico negreiro de vez. *Mas por volta de 1850, o oeste paulista tornou-se o maior e mais moderno centro da produção do café (devido ao clima propicio e plantation), porém, a mentalidade escravocrata ainda estava enraizada em boa parte dos barões de café. ● Então, o governo tinha que solucionar tanto o problema da opinião publica (ingleses e abolicionistas brasileiros) e suprir a mão de obra para os grandes cafeicultores (o motor da economia brasileira). ● Entre as medidas tomas foram a promulgações de várias leis para amenizar a escravatura (Lei do Ventre livre – 1871, Lei Do Sexagenário – 1885); ● Houve o tráfico interprovincial (solucionando temporariamente) e depois a iniciativa da utilização da mão de obra imigrante, inúmeras famílias belgas, Suíça, alemãs, italianas vieram para o Brasil na intenção de melhores condições de vida - desemprego, unificação Italiana e alemã – através do sistema de parceria - o fazendeiros pagavam as despesas das viagens, manutenção e manutenção e instalação desses migrantes como adiantamento e os colonos pagariam em pequenas quantias as dividas – não deu certo esses sistema devido ao endividamento do trabalhador e evasão. ● O governo não conseguiu manter por muito tempo a escravatura, aprovando a Lei Áurea em 13/05/1888, abolindo e escravidão no Brasil. ● Porém, com a abolição, o governo se viu sem o apoio dos cafeeiros que rapidamente aderiram o movimento republicano deixando o governo a própria sorte. - O ideal Republicano – ● Ao longo do século XIX, as estruturas políticas e administrativa do Império não estava ● imune a críticas, mas tais criticas eram acompanhadas por propostas de reformas que deviam, no entanto, ser conduzidas pelo próprio estado imperial, de modo que a superação do regime não estava colocada em pauta com o seu ideário liberal (emancipação política e a destruição das instituições políticas tradicionais). Mas, a partir de 1870, a validade e legitimidade da Monarquia Constitucional são posta em xeque (fraudes e limitações eleitorais, as ingerências do poder moderador - a excessiva centralização política e os privilégios da tradicional elite) com a fundação do Clube Republicano e do jornal "A República" e o lançamento do "Manifesto Republicano", que mesmo desprovido de um programa nacionalmente uniforme e homogêneo, vai encontrar algumas províncias – principalmente, SP – não apenas as condições políticas, mas sobretudo, econômicas, para a organização de uma frente de oposição à ordem imperial, que duraria quase duas décadas, e contribuíram para minar as bases monarquistas. ● O Partido Republicano apresentava duas correntes: os evolucionistas, liderados por Quintino Bocaiúva, que defendiam a via pacífica para atingir o poder; os revolucionários, sob a liderança de Silva Jardim, que pregavam a revolução e a participação popular. ● A liberdade individual passou a ser uma questão bastante significativa, aderindo o ideal abolicionista em sua causa. ● O movimento de 15 de novembro foi conduzido pelos evolucionistas. Entre os republicanos militares, as ideias de Augusto Comte foram muito difundidas - trata-se do positivismo, cujo lema era "Ordem e progresso"principalmente por Benjamin Constant, que na sua visão o único que levaria essa ordem e progresso era o exercito, sendo necessário uni-lo, então atraiu Deodoro (inimigo do Visconde de Ouro Preto (1º ministro) manipulando – o para derrubar o ministério, mas por trás caia D. Pedro II. – A questão religiosa – ● O Papa Leão XIII, proíbe a maçonaria, na Bula Syllabus, ou seja, não poderia haver nenhuma relações de católicos e irmandades com os maçons, e os maçons não poderia frequentar a Igreja; ● Porém, D. Pedro II não dá o Beneplácito para essa Bula e prevê penas para os padres e bispos que adotarem e cumprirem essa medida; Vale destacar que no Brasil ainda existia o chamado Padroado – era tratado entre a Igreja Católica e os Reinos de Portugal e de Espanha em que a Igreja delegava aos monarcas destes reinos ibéricos a administração e organização da Igreja Católica em seus domínios. O rei tinha autoridade para construir igrejas, nomear os padres e os bispos. ● E, muitos afirmam, que D. Pedro II, era católico e maçon, dai não aceitar tais ordens. ● A aplicação da bula Syllabus, sem a autorização do imperador, gerou um conflito entre a Igreja e o Trono. Os bispos de Olinda e de Recife, descumprem a ordem do Estado ao perseguirem maçons e são presos e condenados, posteriormente absolvidos, o que faz com que a Igreja passe a colocar o povo contra o Estado, contra D. Pedro II; – A questão militar – ● Durante o Segundo Reinado, o Brasil se envolveu em conflitos armados com países fronteiriços da região Platina, formada pela Argentina, Uruguai e Paraguai. Naquela época, a região Platina era muito povoada e importante economicamente em razão do intenso comércio local. Foram os interesses econômicos brasileiros que levaram o governo imperial as guerras. ● No de 1851, teve-se início a Guerra contra Oribe e Rosas. Esse conflito armado envolveu a Argentina e o Uruguai (países que pertenceu ao Brasil até 1828). Em 1851, Oribe, líder do Partido Blanco tomou o poder no Uruguai, e com o apoio de Rosas, ditador argentino, bloqueou o porto de Montevidéu prejudicando o comércio brasileiro na bacia Platina. ● As tropas brasileiras comandadas pelo então conde de Caxias aliaram-se às tropas lideradas por políticos rivais a Oribe e Rosas. O Brasil venceu a guerra em 1852. ● Em 1864, ocorre a Guerra contra Aguirre, líder do Partido Blanco e governante do Uruguai. A guerra começou depois que os uruguaios promoveram várias invasões ao Rio Grande do Sul para roubarem gado dos fazendeiros gaúchos. ● O governo imperial organizou tropas que ficaram sob o comando do vicealmirante Tamandaré e do marechal Mena Barreto. Com o apoio de tropas comandadas por opositores políticos do governo de Aguirre, o Brasil consegui depô-lo e transferir o governo ao líder do Partido Colorado, Venâncio Flores. ● Mas, o conflito armado mais longo e violento foi a Guerra contra o Paraguai, ou a Guerra da Tríplice aliança – Paraguai Vs Brasil, Argentina e Uruguai (1864 a 1870). *Quando o ditador nacionalista Francisco Solano López chegou ao poder, colocou em prática uma política expansionista que pretendia ampliar o território do Paraguai, tomando terras do Brasil, Argentina e Uruguai, o chamado "Grande Paraguai, e obter saída para o Oceano atlântico, através dos rios da Bacia do prata. A guerra teve início com a criação de inúmeros obstáculos impostos às embarcações brasileiras que se dirigiam a Mato Grosso através da capital paraguaia. ● Visando a província de Mato Grosso, o ditador paraguaio aproveitou-se da fraca defesa brasileira naquela região para invadi-la e conquistá-la. Fez isso sem grandes dificuldades e, após esta batalha, sentiu-se motivado a dar continuidade à expansão, seu próximo alvo foi o Rio Grande do Sul, mas, para atingi-lo, necessitava passar pela Argentina. ● Decididos a não mais serem ameaçados e dominados pelo ditador Solano Lopes, Argentina, Brasil e Uruguai uniram-se para lutar contra o Paraguai. A partir daí, os três países juntos, detiveram o Paraguai, que foi vencido na batalha naval de Riachuelo e também na luta de Uruguaiana. ● Esta guerra durou seis anos; contudo, já no terceiro ano, o Brasil via-se em grandes dificuldades com a organização de sua tropa, pois além do inimigo, os soldados brasileiros tinham que lutar contra o falta de alimentos, de comunicação e ainda contra as epidemias que os derrotavam na maioria das vezes. Diante deste quadro, Caxias foi chamado para liderar o exército brasileiro. Sob seu comando, a tropa foi reorganizada e conquistou várias vitórias até chegar em Assunção no ano de 1869. Apesar de seu grande êxito, a última batalha foi liderada pelo Conde D`Eu (genro de D. Pedro II). Por fim, no ano de 1870, a guerra chega ao seu final com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora. ● O soldo da guerra foi trágico para os paraguaios, pequenos proprietários foram expropriados de suas terras e a grande maioria da população economicamente ativa do país morreu durante a guerra e o país entrou num colapso. Para os países da Tríplice Aliança também foram prejudicados, pois a contratação de empréstimos acabou prejudicando a economia desses países, principalmente do Brasil. ● Com o fim da Guerra, o exército tomou consciência de sua importância, literalmente, os soldados tinham sido os salvadores da pátria, e começaram a reivindicar melhorias. ● Contudo, D. Pedro II, não deu a devida importância aos militares, uma vez que, a “menina de seus olhos” era a marinha. Os oficiais continuaram ganhando pouco, além, do pouco prestígio social ou do poder político. Nessas circunstancias, nos quartéis, o poder civil passou a ser questionado. ● No Piauí e no Rio Grande do Sul, respectivamente, os coronéis Cunha Matos e Sena Madureira atacaram o ministro da Guerra, Alfredo Chaves, um civil. Estava aberta uma série de desentendimentos com o governo. ● O Império puniu com a prisão os dois coronéis, lembrando que, de acordo com a Constituição, a participação na política interna do Brasil não era um dever do Exército. Em 1887, depois de outros atritos entre os militares e o Ministério da Guerra, foi fundado o Clube Militar, uma entidade que passou a funcionar como órgão político e porta-voz da categoria. Para a sua presidência, elegeu-se uma das maiores lideranças militares do país: o marechal Deodoro da Fonseca. ● Na queda de braço do coronel Sena Madureira com o ministro da Guerra, Deodoro tinha ficado ao lado do coronel. Desde então, passou a ser cortejado tanto pelos oficiais insatisfeitos com a monarquia, quanto pelos republicanos. Como militar, efetivamente não aprovava as atitudes do governo em relação aos militares. ● Outro problema, era quem iria suceder o trono, já que, a herdeira, princesa Isabel, era casado com um francês, Conde D’ eu, o que era motivo de descontentamento, não queriam entregar o país nas mãos de um estrangeiro. ● Era manhã, uma sexta-feira, 15 de Novembro, no campo da Aclamação (local de tradição festiva, conhecido como Sant’ana) na cidade do Rio de Janeiro, Deodoro montado em seu cavalo consuma a deposição do último gabinete de ministros do Império, chefiado por Visconde de Ouro Preto, com quem tinha antigas rusgas, que se refugiaram no Quartel - general do exercito desde de véspera, quando se tornaram crescente os boatos do “conspiração”; ● Deve ser ressaltado, que não houve por parte das tropas no interior do quartel, maior e bem mais estruturada, resistência para a deposição; ● Ao mesmo tempo na câmara, os vereadores aguardavam e finalmente as 3 horas da tarde, se proclama a república, e em seguida se constitui um governo provisório chefiados por Deodoro, até que se convocassem eleições e elaborassem a nova constituição. “(…) Como diabo é que eles fizeram isto, sem que ninguém desse pela coisa? Refletia Paulo. Podia ter sido mais turbulento. Conspiração houve, decerto, mas uma barricada não faria mal. Seja como for, venceu-se a campanha. O que é preciso é não deixar esfriar o ferro, batê-lo sempre, e renová-lo. Deodoro é uma bela figura. Dizem que a entrada do marechal no quartel, e a saída, puxando os batalhões, foram esplêndidas. Talvez fáceis demais; é que o regime estava podre e caiu por si... Enquanto a cabeça de Paulo ia formulando essas ideias, a de Pedro ia pensando o contrário; chamava o movimento um crime. — Um crime e um disparate, além de ingratidão; o imperador devia ter pegado os principais cabeças e mandá-los executar. Infelizmente, as tropas iam com eles. Mas nem tudo acabou. Isto é fogo de palha; daqui a pouco está apagado, e o que antes era torna a ser. Eu acharei duzentos rapazes bons e prontos, e desfaremos esta caranguejola. A aparência é que dá um ar de solidez, mas isto é nada. Hão de ver que o imperador não sai daqui, e, ainda que não queira, há de governar; ou governará a filha, e, na falta dela, o neto. Também ele ficou menino e governou. Amanhã é tempo; por ora tudo são flores. Há ainda um punhado de homens ... (…)” Machado de Assis, 1904. ● Pode se atribuir o caráter confuso da ação dos militares, bem como espanto da população que acreditava estar vendo somente a deposição de um ministério. Mas, Porque? ● Deodoro não proclamou a república propriamente, e as suas ações do dia 15/11 foram improvisadas, o que indicava a insegurança e fragilidade do novo regime. ● Foi só na Câmara, o lugar aonde realmente ocorreu a proclamação ou melhor, o efetivo anuncio. Por isso, é válido considerar que a população acompanhou o desfile militar, saudou a tropa e alguns se incorporaram a marcha, mas poderiam não estar entendendo. ● Pelas controvérsias entre os próprios republicanos, para uns – o povo esteve aquém e assistiram “bestializados” – para outros – o povo entendeu o que acontecia e saudou o movimento com vivas e tranquilidade. ● Logo após ser proclamada a república, foram enviados telegramas para as províncias brasileira avisando o acontecido, logo formaram-se governos provisórios em nível estadual e municipal, sem muitos problemas. ● Enquanto cai o ministérios e eram dadas vivas a república, o imperador, D. Pedro II, se localizava no palácio de Petrópolis, e recebia um telegrama, enviado pelo Visconde de Ouro Preto, o chamando a corte imediatamente. Partiu rapidamente, chegou a tarde e foi direito ao Paço Imperial, no centro da cidade. D. Pedro, foi então informado do acontecido, recebeu as demissões conjuntas do seu ministério, e não foi procurado por nenhum membro do novo regime instalado. ● Só no dia 16/11, que recebeu o comunicado oficial do governo provisório solicitando sua saída no prazo de 24 hs. O imperador deixou o Brasil por volta das 3hs da madrugada do dia 17/11, como forma de evitar aglomerações e qualquer tipo de reivindicações da população. A sua bagagem era composta somente com objetos indispensáveis, os bens da Coroa seria arrolados a posteriore. Tudo feito com muita atenção aos detalhes e também muita pressa. ● A imediata retirada da família imperial, exigida pelo governo provisório da República, é um bom indício dos cuidados e dos temores que se tinha com a segurança do novo regime. ● Na verdade os republicanos sabiam que não existia nenhuma garantia de estabilidade política ao novo regime, e que um dos focos prováveis de reação, seriam dos monarquistas descontentes e os adeptos que pudessem ganhar. ● O rápido afastamento físico de D. Pedro II, era o sinal da radical ruptura que se desejava realizar com tudo o que ele representava. Sem D. Pedro II no Brasil, seria menos custoso um movimento restaurador, embora, não fosse garantia. ● O exílio do Imperador era uma medida necessária e mesmo fundamental do ponto de vista simbólico, mas insuficiente do ponto de vista estritamente político. Esse cuidado ainda se prolongou por algum tempo, o que explica os pedidos de revogação do banimento da família real e do repatriamento dos restos mortais do casal de imperadores, só efetuado em 1921, nos preparativos do centenário. ● Criou-se símbolos para essa república precisavam de novos heróis (Tiradentes, Duque de Caxias), nova bandeira – a positivista (ordem e progresso), uma nova denominação oficial para o país (República Federativa dos Estados Unidos do Brasil), mudanças nos órgãos administrativos, associação da república ao “bem comum” (em detrimento dos interesses privadas - nobreza – Imperador). ● Os primeiros dias, meses e anos da república foram, portanto, marcados pela incerteza política e por muitas disputas, que não só se opunham os monarquistas e republicano, como dividiam os próprios republicanos, já que, discordavam quando se tratava de desenhar o que seria o novo regime e como ele deveria funcionar na prática. ● O governo provisório durou 15 meses, e suas preocupações giram em torno das questões federativas, especialmente com a manutenção da ordem pública. ● Predominaram três grupos políticos: - Históricos -> Republicanos que desde de 1870 defendiam seus ideários; - Adesistas -> Republicanos que aderiam de “undécima hora”, os chamados “16/11” – eram muito desdenhados; - Monarquistas -> conservados monarquistas que retornaram ao poder legislativo; Medidas 1ª Fase: ● Separação do Estado da Igreja (mudando costumes – a cobrança de um registro civil de nascimento, casamento, atestado de óbito, secularização dos cemitérios; ● Formação de uma assembleia constituinte coma a americana; ● Forma de governo Presidencialismo; ● Federativismo, todos os Estados tem autonomia política e administrativa; ● Três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. Cai por terra o poder moderador; ● Sistema representativo, quem teria domínio político seriam os Estados com mais poderosos economicamente (SP/RJ/MG); ● Cidadão -> maior de 21, sexo masculino, alfabetizado. ● As eleições para presidente seriam diretas, com exceto a 1ª. - Duas chapas foram compostas: 1ª Deodoro (Presidente) e Eduardo Wandenkolk (Vice); 2ª Prudente de Moraes (Presidente) e Floriano Peixoto (Vice) ● No dia 24/02/1891, é promulgada a constituição ● Na economia Rui Barbosa (então ministro) lança um plano para investir na industrialização facilitando os créditos (empréstimos) mas tal facilitação incentivou a criação de inúmeras empresas fantasmas gerando um enorme prejuízo para a economia brasileira, pois, os ricos compraram ações de empresas falsas e ficaram pobres do dia falindo a bolsa de SP). Além, da emissão de dinheiro gerou uma hiper-inflação (Encilhamento). 2ª Fase: ● Deodoro não aguenta críticas fecha o congresso nacional e declara estado de sítio cancelou a liberdade individual, com isso consegui mais inimigos. ● Além da Iª Revolução da Armada (A marinha se rebela – aconteceu no RJ – exigiam a renúncia de Deodoro e apontaram canhões p/ a Capital ● Deodoro, ele renúncia e Floriano Peixoto assume o poder – havia na constituição, o artigo 42º: que se o presidente renunciasse, o vice assumiria se o presidente tivesse dois anos de mandato. ● Mas, Floriano apoiado pelos cafeeiros passa por cima das leis e assume a lei. – Oposição – 13 Generais por ser legalista (seguir a constituição) escreve um manifesto ao Floriano, que lê e os aposenta (afastando a oposição). ● A IIª Revolução da Armada, que ocorreu no RJ e tinha como líder Custódio de Melo, querendo a renúncia de Floriano (por ter ferido a constituição), mas, Floriano disse que iria receber a bala, dito e feito, o exercito controlou a revolução. Muitos morreram, outros foram para o Rio Grande do Sul (estava ocorrendo a Revolução Federalista (Governo – Júlio Castilho –> Floriano Vs Marogatos) – que vai se unir com os fugitivos da Armada para fazer oposição ao Floriano - que não se preocupa em acabar com a revolução. ● 1894 – Floriano abra para as eleições ganhando Prudente de Moraes (Civil, rico, fazendeiro do Oeste Paulista) marcando um novo período da república no Brasil – A República das Oligarquias. ● Governo marcado pela agitação política, pela perda de apoio do Partido Republicano e pela oposição Florianista. ● Reestabeleceu relações com Portugal, incentivou a imigração Japonesa. ● Movimento Messiânico (crença de um grupo de pessoas em um ● ● ● ● ● líder político - religioso) - Líder: Antonio Conselheiro (o sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão). Conselheiro discordava de algumas mudanças implementadas pela República, fome, miséria. O que desagradou os fazendeiros, porque a população começou a seguir Conselheiro em busca da terra prometida – fundando no Arraial de Belo Monte (+ ou – 25 mil). Acusaram Conselheiro de ser contra a República. Foram enviadas 5 expedições na tentativa de destruir Canudos. (só com a morte de Conselheiro que o movimento fica fraco). É documentada por Euclides Cunha – a mando do governo para abalar a imagem do movimento mas Euclides ficou encantado e aderiu o movimento. ● Tem como característica a sustentação da oligarquia através da política do Café- com - leite. ● A política dos Governadores que era troca de favores entre as oligarquias estaduais (coronéis) e o governo federal. ● Estruturou-se oficialmente durante o governo do presidente Campos Sales (1898-1902). De acordo com a mesma, São Paulo, indicado como maior produtor de café do país, e Minas Gerais, maior produtor de leite no país, uniriam suas forças políticas e econômicas para controlar o cenário político brasileiro através de um revezamento de presidentes no poder. Assim, ora seria um paulista e ora seria um mineiro. ● Durante um longo período se revezaram na presidência políticos oriundos do Partido Republicano Paulista ou do Partido Republicano Mineiro, ambos controlavam as eleições, tinham o maior numero na bancada no Congresso Nacional e o maior curral eleitoral. Suas articulações faziam com que contasse com o apoio de elites de outras províncias do país. ● Para garantir o resultado das eleições da maneira desejada pelos articuladores da Política do Café com Leite eram utilizadas ferramentas como o coronelismo, o voto de cabresto e a política dos governadores. Naquela época o voto não era secreto e os coronéis de cada região controlavam em quem as pessoas iriam votar. Os coronéis davam seu apoio aos governadores, que apoiavam o presidente e ambos permitiam a continuidade do poder dos coronéis. Assim se formava um governo oligárquico, no qual só tinham acesso ao poder os que faziam parte do grupo dominante. ● Proprietários de terras; ● Industriais (Delmiro Gouveia - Recife); ● Comercial (Pedro Celestino - MT); ● Padres (Padre Cícero); ● Principal preocupação de seu governo foi o projeto de urbanização e saneamento básico – (RJ). ● Não teve preocupação de manter a política do Café -com - leite. ● Nomeia Oswaldo Cruz como ministro da saúde (médico brasileiro conhecido e estudado em Paris), para combater a febre amarela e outras epidemias – contratando os “matas-mosquitos” levando a vacinação obrigatória. ● Muitas pessoas começaram a morrer com a vacinação gerando revolta da população mais pobre (RJ). ● Incentivou a criação de ferrovias e a expedição Rondon. ● A crise mundial que começou nos EUA em 1929, atingiu o Brasil em cheio. De cada 100 libras, que o Brasil que o Brasil ganhava exportando, 70 vinham da venda de café para o estrangeiro. Em outras, palavras, o café representava 70% das exportações do Brasil, mas com a crise de 29, o preço internacional do café despencou. A economia brasileira afundou num mar tão negro que parecia feito café. Muitos fazendeiros faliram, muitos empresários se arruinaram. ● Pois, naquele momento terrível de crise econômica, o pacto entre mineiros e paulistas foi rompido. O presidente Washington Luís, do PRP (Partido Republicano Paulista), quando chegou perto das eleições, ele se negou a apoiar um candidato mineiro, indicando Júlio Prestes. ● Em resposta, os mineiros do PRM se juntaram à oligarquia gaúcha (a terceira mais forte do país) e formaram a Aliança Liberal para lançar a candidatura de Getúlio Vargas à presidência. ● A formalização da Aliança Liberal foi feita em 20 de setembro de 1929, numa convenção dos estados e partidos oposicionistas, no Rio de Janeiro, presidida por Antônio Carlos de Andrada, lançando os candidatos da Aliança Liberal às eleições presidenciais: Getúlio Dorneles Vargas para presidente da República e João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, presidente da Paraíba, para a vice-presidência da República. ● A candidatura de Getúlio Vargas era apoiada pela Aliança Liberal, uma união política das oligarquias mineira, gaúcha e paraibana, somada ao partido Democrático de São Paulo. ● Getúlio Vargas era filho de general e fazendeiro do Rio Grande do Sul, foi militar, advogado e até mesmo ministro de Washington Luís. Portanto, um homem ligado ás oligarquias. ● Em dezembro de 1929, formalizou-se um acordo, no qual Getúlio Vargas comprometia-se a aceitar os resultados das eleições e, em caso de derrota da Aliança Liberal, se comprometia a apoiar Júlio Prestes. Em troca, Washington Luís comprometia-se a não ajudar a oposição gaúcha a Getúlio, a qual praticamente não existia, pois Getúlio unira o Rio Grande do Sul. ● Houve acusações de fraude eleitoral, de ambas as partes, como sempre houve, em todas as eleições brasileiras desde o Império do Brasil. A Aliança Liberal recusou-se a aceitar o resultado das urnas. A Aliança Liberal denunciou que os deputados e senadores, eleitos em 1º de março de 1930, não obtiveram o reconhecimento dos mandatos na Comissão de Verificação de Poderes do Congresso Nacional do Brasil. ● A partir da recusa da maioria dos políticos e tenentes da Aliança Liberal de aceitar o resultado das urnas, iniciou-se uma conspiração, com base no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, com a intenção de não permitir que Júlio Prestes assumisse a presidência, o que deveria ocorrer em 15 de novembro. No nordeste do Brasil, o tenente Juarez Távora, que havia fugido da prisão em janeiro de 1930, organizava, na clandestinidade, a revolução. ● Em 1 de junho, Getúlio lança um manifesto acusando irregularidades nas eleições de 1 de março, porém não clama por revolução. ● Em 7 de setembro de 1930, o movimento revolucionário tem um novo impulso. Neste dia, Antônio Carlos passa o governo de Minas Gerais a Olegário Maciel, sendo que este era muito mais decidido a fazer uma revolução do que Antônio Carlos. O Presidente Olegário foi o único presidente de estado a continuar no cargo após a revolução de 1930. ● Em 25 de setembro de 1930, foi determinado, pelo comando revolucionário, que a revolução começaria em 3 de outubro, as 17:00 horas. O início da revolução já havia sido adiado várias vezes, devido às hesitações e indecisões dos revolucionários. ● Desta vez não houve adiamentos. Em 3 de outubro de 1930, no período da tarde, em Porto Alegre, iniciou-se a Revolução de 1930, com a tomada do quartel-general da 3ª Região Militar. Ataque este comandado por Osvaldo Aranha e Flores da Cunha. Neste ataque aconteceram as primeiras mortes da revolução de 1930. ● Um fato demonstra a importância que Getúlio Vargas dava à Revolução: neste dia 3 de outubro, precisamente, ele começou a escrever o diário, o qual encerrou em 1942. No início do diário, Getúlio registra que o comandante da 3ª Região Militar, General Gil Dias de Almeida, pouco antes de ter seu quartel-general atacado, disse a Getúlio que queimaria sua biblioteca se Minas Gerais entrasse em um processo revolucionário. Washington Luís também jamais conseguiu acreditar que Minas Gerais fizesse uma revolução. ● Às 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a Junta Militar Provisória passou o poder, no Palácio do Catete, a Getúlio Vargas, (que vestia farda militar pela última vez na vida), encerrando a chamada República Velha. No discurso de posse, Getúlio estabelece 17 metas a serem cumpridas pelo Governo Provisório. ● Na mesma hora, no centro da cidade do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930. ● Getúlio tornou-se Chefe do Governo Provisório com amplos poderes. ● No dia 11 de novembro de 1930 foi baixado o decreto nº 19.398 que instituiu e regulamentou o funcionamento do Governo Provisório. Este decreto: Suspendeu as garantias constitucionais da Constituição de 1891, exceto o habeas corpus para crimes comuns. ● Confirmava a dissolução do Congresso Nacional do Brasil dos congressos estaduais e das câmaras municipais. Os deputados, senadores e presidentes de estados, eleitos em 1930, nunca chegaram a tomar posse dos seus mandatos. Confirmava também todos os atos da Junta Militar Provisória. ● Autorizou Getúlio a nomear e exonerar, a seu livre critério, interventores para os governos estaduais, na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930. ● Excluía de apreciação judicial os atos do Governo Provisório e os atos dos interventores federais nos estados. Assim, nenhum ato e nenhum decreto do Governo Provisório e dos interventores podia ser contestado na justiça brasileira. ● A atuação dos interventores federais nos estados era disciplinada, no Governo Provisório, pelo "Código dos Interventores", nome pelo qual ficou conhecido o decreto nº 20.348, de 29 de agosto de 1931 que instituiu "conselhos consultivos nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios e estabelece normas, sobre a administração local". ● Os oficiais das forças armadas que permaneceram fiéis ao governo deposto, tiveram suas carreiras abortadas, sendo colocados, por decreto, na reserva militar. ● Durante o governo provisório, Getúlio Vargas deu início à modernização do Estado brasileiro. ● Em 18 de novembro de 1930, criou,através do decreto nº 19.408, a Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) ● Em 15 de dezembro de 1930, pelo decreto nº 19.488, reduz o número de feriados nacionais de doze para seis. ● Em 1931, criou o Correio Aéreo Militar, depois denominado Correio Aéreo Nacional e o Departamento de Aviação Civil. ● Em 11 de abril de 1931, o decreto nº 19.851 disciplina o ensino superior no Brasil dando preferência para o ensino superior ministrado em universidades. ● Em 16 de maio de 1931, pelo decreto nº 20.003, é criado o Conselho Nacional do Café, substituído, em 10 de fevereiro de 1933, pelo Departamento Nacional do Café, através do decreto nº 22.452. ● Em 1 de outubro de 1931, pelo decreto nº 20.466, é estabelecido pela primeira vez o horário de verão no Brasil. ● Em 26 de dezembro de 1931, criou, por meio do decreto nº 20.859, Departamento de Correios e Telégrafos, atual ECT. ● Em 21 de março de 1932, instituiu, através do decreto nº 21.175, a carteira de trabalho, ou carteira profissional. ● Em 22 de março de 1932, através do decreto nº 21.186, foi garantida, aos trabalhadores do comércio, a jornada de trabalho de 8 horas diárias e 48 horas semanais. ● Em 4 de maio de 1932, através do decreto nº 21.364, essa duração da jornada de trabalho foi estendida aos trabalhadores da indústria. ● Em 1 de junho de 1933, através do decreto nº 22.789, criou o Instituto Nacional do Açúcar e do Álcool. ● Em 23 de janeiro de 1934, pelo decreto nº 23.793, criou o Código Florestal (vigente até 1965). ● Em 6 de julho de 1934, através do decreto nº 24.609, criou o Instituto Nacional de Estatística, atual IBGE. ● Em 10 de julho de 1934, pelo decreto nº 24.643, instituiu o Código das Águas, que com alterações, ainda está em vigor, segundo a Casa Civil da Presidência da República. Este código foi muito criticado por Monteiro Lobato que o considera restritivo quanto à lavra de petróleo. ● Realizaram-se seguidas e grandes queimas de café, de 1931 até 1943, em um total estimado entre 50 a 70 milhões de sacas, em Santos, e em outros portos, para a valorização do preço do café, o qual tinha caído muito durante a Grande Depressão de 1929. O total de sacas de café queimadas equivalia a 4 anos da produção nacional. ● Em 9 de julho de 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista em São Paulo estendendo-se até o dia 2 de outubro de 1932. ● O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se na Frente Única, chamada "Frente Única por São Paulo Unido, em 16 de fevereiro de 1932, para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório", a nomeação de um político "civil e paulista" para ser o interventor federal em São Paulo, e exigir também a promulgação de uma nova constituição. O episódio da "Frente Única por São Paulo Unido" acabou sendo a última vez, na história de São Paulo, que as forças políticas paulistas marcharam unidas. ● Getúlio Vargas havia revogado, em 1930, as garantias constitucionais da Constituição de 1891 e governava através de decretos. ● O estopim da revolta paulista foram as mortes de cinco estudantes paulistas, assassinados no centro de São Paulo, por partidários de Getúlio Vargas, em 23 de maio de 1932. ● Surgiu em seguida um movimento de oposição que ficou conhecido como MMDC, iniciais dos nomes dos estudantes mortos naquele dia 23 de maio: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Orlando de Oliveira Alvarenga, alvejado também em 23 de maio, faleceu em 12 de agosto de 1932. O dia 23 de maio é festejado em São Paulo como o "dia do soldado constitucionalista". ● As tropas do Governo Provisório que combateram São Paulo foram comandadas pelo general Pedro Aurélio de Góis Monteiro. Minas Gerais, com poucas exceções como Artur Bernardes, apoiou o "Governo Provisório" e combateu São Paulo. ● Iniciado em 9 de julho, a revolução constitucionalista se estendeu até 2 de outubro de 1932, quando foi derrotado militarmente. O término da revolução constitucionalista marcou o início de um período de democratização do Brasil. Em 3 de maio de 1933, foram realizadas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, quando as mulheres votaram pela primeira vez no Brasil em eleições nacionais. O voto feminino já havia sido instituído no Rio Grande do Norte, em 1928. Nesta eleição, graças à criação da Justiça Eleitoral, as fraudes deixaram de ser rotina nas eleições brasileiras. ● Terminada a Revolução de 1932, Getúlio Vargas se reconcilia com São Paulo e, depois de várias negociações políticas, nomeia um civil e paulista que apoiara a Revolução de 1930 para interventor em São Paulo, Armando de Sales Oliveira. ● Nesta constituinte participou pela primeira vez uma mulher deputada, Carlota Pereira de Queirós, que curiosamente representava o estado derrotado em 1930: São Paulo, e houve a presença de deputados eleitos pelos sindicatos: os deputados classistas. ● Foram mantidos fora de apreciação judicial todos os atos do Governo Provisório e os dos interventores nos estados. Foram anistiados todos os civis e militares que praticaram crimes políticos até a data da promulgação da constituição de 1934. ● O novo mandato presidencial de Getúlio iniciou no dia 20 de julho de 1934, quando tomou posse no Congresso Nacional, jurando a nova constituição. Getúlio deveria governar até 3 de maio de 1938. Não havia, na constituição de 1934, a figura do vice-presidente. ● Os estados fizeram, depois, suas constituições, e muitos interventores se tornaram governadores, eleitos pelas assembleias legislativas, o que significou uma ampla vitória, nos estados, dos partidários de Getúlio. Foi sancionada, em 4 de abril de 1935, a Lei nº 38, que definia os crimes contra a ordem política e social, que possibilitou maior rigor no combate à subversão da ordem pública. Ficou conhecida como Lei de Segurança Nacional. ● Neste período de governo de Getúlio, cresceu muito a radicalização político-ideológica no Brasil, especialmente entre a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, liderada por Plínio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento dominado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), pró-soviético. ● Neste período de governo de Getúlio, cresceu muito a radicalização político-ideológica no Brasil, especialmente entre a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, liderada por Plínio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento dominado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), pró-soviético. ● O fechamento da ANL, através de decreto nº 229 de 11 de julho de 1935, determinado por Getúlio Vargas, bem como a prisão de alguns dos partidários, precipitaram as conspirações que levaram à Intentona Comunista em 24 de novembro de 1935 no nordeste do Brasil e a 27 de novembro de 1935 na capital federal Rio de Janeiro. O movimento revolucionário ocorreu em várias cidades brasileiras. ● O Estado Novo foi instalado, segundo o preâmbulo da Constituição de 1937, como a única alternativa de se combater o comunismo no Brasil: ● Houve, então, repressão rigorosa ao comunismo, amparada pela Lei de Segurança Nacional, durante todo o Estado Novo, não ocorrendo mais nenhum movimento revolucionário do tipo da "Intentona Comunista" ocorrida em 1935. Não houve, no entanto, criação de um "Polícia Política" como aquela que existiu no Estado Novo português, a PVDE, não existindo ainda uma polícia federal no Brasil, e as polícias estaduais mantiveram-se sob o comando dos interventores federais nos estados. Na vida civil, manteve-se em vigor o código civil de 1916 e um novo código penal, mais liberal, foi adotado durante o Estado Novo. ● A mais forte crítica a essa repressão se refere a torturas ocorridas na Chefatura de Polícia da cidade do Rio de Janeiro, durante a gestão de Filinto Müller (19331942), e se generalize as acusações, por alguns críticos do Estado Novo, como tendo ocorrido tortura em todo o Brasil, embora nenhum estudo afirme que Getúlio tinha conhecimento das torturas ou ordenasse as torturas que ocorreram na Chefatura de Polícia da cidade do Rio de Janeiro durante o Estado Novo. ● A relação que a ditadura varguista estabelecia com a sociedade era de controle e vigilância. Foi instituído o sindicato oficial, filiado ao Ministério do Trabalho, e abolida a liberdade de organização sindical. As relações entre trabalhadores e patrões ficavam assim sob controle do Estado, em que prevalecia a lógica conciliatória e o esvaziamento dos conflitos. A visão por trás disso era de que o Estado devia organizar a sociedade, e não o contrário. Em contrapartida às restrições à organização dos trabalhadores, Getúlio implementou uma série de leis trabalhistas, culminando com a edição da Consolidação das Leis do Trabalho, em 1943, que garantiu importantes direitos e atendeu antigas reivindicações do movimento operário. Isso projetou a imagem de Vargas como "o pai dos pobres". ● A Segunda Guerra Mundial, deflagrada em 1939, pôs em disputa a doutrina fascista e nazista contra a doutrina da liberal-democracia. Apesar da simpatia de Vargas pela Alemanha e pela Itália, as circunstâncias da guerra, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, levaram o Brasil a combater ao lado dos Aliados. Com a derrota de Hitler em 1945, o mundo foi tomado pelas idéias democráticas e o regime autoritário brasileiro já não podia se manter. ● Getúlio Vargas foi deposto pelos militares em 29 de outubro de 1945, sob o comando de Góes Monteiro, um dos homens diretamente envolvidos no golpe de 1937. Eurico Gaspar Dutra (1946 – 1951) ● Após a queda de Vargas, em outubro de 1945, realizam-se eleições vencendo Dutra (candidato do Partido Social Democrático – PSD). No plano da política economia, Dutra adotou inicialmente a livre exportação de produtos industrializados, abre o mercado brasileiro para os artigos de fabricação estrangeira. Resultado: Inflação, desemprego, aumento no custo de vida, salários permaneciam congelados (arrocho p/ atrair capital estrangeiro). Protesto, os trabalhadores saíram as ruas, greves. ● Aproximação com o bloco capitalista (EUA), para tal rompe com URSS, fecha o PCB (passa a agir na clandestinidade). Buream Americano (dominação cultural dos EUA.) Plano Salte – Saúde, alimentação, transporte e energia (criação de construção de indústrias, ferrovias, usinas (empresas multinacionais). ● A política de Dutra foi tornando-se impopular, o seu partido não apoiou a sua nova candidatura, lançando Vargas Vs Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN). ● Vargas continuava a ser o pai dos pobres, muito popular, ganhando as eleições. Vargas (1951 - 1954) ● Ao assumir novamente o governo, Vargas decide manter sua política nacionalista, rumo a industrialização. Ex: Petrobrás (“Petróleo é nosso”) e Eletrobrás (“energia é nossa”). ● Cria a lei anti-truste (todas as empresas deveriam pagar impostos). ● Cria BNDES (banco de credito p/ manter empresas brasileiras) comprando briga com o capital estrangeiro. ● Tenta as tensões sociais, nomeando Jango p/ ministro dando aumento nos salários de 100% o que gera oposição ferrenha pois adotava medidas que desagradavam a elite -> UDN – Carlos Lacerda (jornalista da Tribuna da imprensa – e estrangeiros, sendo acusado de tentar implantar uma “república sindicalista” no Brasil. ● Nesse momento de crise estoura o estopim – O atentado da Rua dos Toneleiros – Na noite de 05/08/1954, Carlos Lacerda (UDN) sofre um atentado ao à bala quando voltava para sua casa na Toneleiros, em Copacabana, Lacerda escapou ferido no pé, mas morre o major da aeronáutica Rubens Vaz que o acompanhava. ● O crime provocou uma crise de grandes proporções, no jornal, Lacerda acusa Vargas, e comprovando no inquérito que era Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Vargas, o anjo negro. ● A partir de então, as pressões militares para que Vargas, renunciasse se tornaram insuportáveis, e Vargas se suicida com um tiro no peito em 24/08/1954. ● A notícia da morte de Vargas provocou grandes comoção popular, levando a população às ruas das grandes cidades para protestar contra os inimigos do presidente. ● O poder passa para as mãos do vice Café Filho, ele cumpre a constituição abrindo para as eleições – Os vencedores JK e Jango – revoga a lei anti-truste, mas por motivos de saúde teve que se afastar sendo substituído por Carlos Luz, presidente da câmara deputado, circulavam pelo país rumores de golpe militar. Mas antes que o golpe ocorresse o ministro da guerra Henrique Lott ocupou militarmente o RJ e obrigou a depor Luz e assumiu Nereu Ramos (PSD) cumprindo as eleições e JK acupa a presidência em 1956. JK (1956 - 1960) ● JK tem como proposta “50 em 5” (Plano de metas em cinco setores: Energia, Transporte, Alimentação, Indústria e Educação) – sendo o desenvolvimentismo baseado no capital estrangeiro – os conhecidos anos dourados. ● Criação da nova Capital – Brasília. ● Surge o movimento artístico Bossa Nova – Tom Jobim, Vinicius de Moraes (Eu sei que vou te amar, Garota de Ipanema, pela luz dos olhos seus), Nara Leão, João Gilberto – e o Cinema Novo. ● No final do seu houve um aumento da dívida externa, inflação, concentração de renda, disparidade entre as regiões. ● Lança a campanha eleitoral Jânio Quadros (UDN) Vs Henrique Teixeira Lott (coligação PSD – PTD), vencendo Jânio e Jango, assumindo em 31/01/1961. Jânio Quadros (1961) ● O símbolo de Jânio Quadros era uma vassoura (iria varrer a corrupção no país) moralizaria o país. Sua política interna era orientação conservadora, procurou diminuir os gastos do governo e conter a inflação, congelou os salários – o que deixou descontentes os sindicatos e os trabalhadores. ● Se perdeu em sua moralização proibindo briga de galo, lança perfume, biquíni, anticoncepcional). ● Na política externa, aproximou-se da URSS, condecorou Che Guevara, a ordem do cruzeiro do sul, desagradando à UDN e os grupos conservadores gerando denúncias. ● No dia 25/08/1961, alegando “forças terríveis contra ele” renuncia. João Goulart (1961 - 1964) ● No momento em que Jânio Quadros abandonava o poder, o vice Jango, estava na china. ● Ele era muito ligado ainda a figura de Vargas e Jk e muitos setores queria impedir-lo de assumir a presidência. Mas o congresso nacional, cuja maioria era formada pelo partido PSD e PTB se pronunciou a favor de Jango, como determinava a constituição. ● No Rio Grande do Sul, o governador Brizola (PTB) cunhado de Jango, ameaçava resistir, caso ele não chegasse a assumir, o país estava a beira de uma guerra civil. ● O congresso aprova uma emenda na constituição pelo qual o parlamentarismo seria adotado. Os opositores aceitaram e Jango tomo posse em 07/09/61 e contornou a ameaça de guerra. ● Mas Jango, queria restituir o poder, e em Julho de 62, o movimento sindical de todo o pais, liderados pelo Comando Geral de Greve geral no Brasil. ● E sob pressão, o congresso nacional decide marcar um plebiscito em 63, que dá a vitoria ao presidencialismo. Com a restauração de seus poderes, a maior preocupação de Jango era com as desigualdades sociais existentes no país. ● Inicia-se no dia 1º/5/62, as reformas de base cujo objetivo era mudar a distribuição de renda, e favorecer as classe mais pobres. Além da reforma agrária, estava em seus planos outras reformas, como a eleitoral, tributária. ● A oposição dificultou a aprovação de suas propostas e em 64, Jango resolveu não esperar mais e realizar as reformas por meios de decretos, uma dessas manifestações é o comício geral, 64. Castelo Branco (1964 - 1967) ● Jango caiu em 31/03/1964, o poder passou para as mãos de uma junta de militares, formada por três altos comandantes das forças armadas. ● Logo no dia 09/04, a junta militar decretou o Ato Institucional nº 1 (AI-1), que suprimiu vitalicidade e estabilidade em cargos públicos estabelecidas pela ● Constituição, o presidente passava a ter o direito de cassar mandatos e suspender direitos políticos por 10 anos de qualquer cidadão e de propor emenda à Constituição e declarar estado de sítio. ● Dois dias depois, o congresso elegeu o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco para a presidencia da República. ● O regime militar que passou a ser vigorado a partir desta data era baseado na política de fortalecimento do poder Executivo e na ideia de "segurança nacional". Para tanto foram criados novos órgãos governamentais, como o SNI (Serviço Nacional de Informação). ● Marechal Castello Branco alegava ter como principal proposta impedir o avanço do comunismo e da corrupção e recuperar a credibilidade internacional do Brasil. O governo iniciou esta política com uma ação que foi denominada de "operação limpeza", que teve início com os inquéritos policiais-militares, as prisões, as suspensões de direitos políticos e as cassações de mandatos de vários cidadãos, entre eles João Goulart, Leonel Brizola, Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros. ● Sindicatos e federações operárias sofreram intervenções e foram extintas as ligas camponesas e todas as organizações que defendiam as reformas de base do governo anterior. As perseguições e as prisões se multiplicaram. Foram presos líderes sindicais, líderes operários, líderes religiosos, estudantes, professores, camponeses e militares acusados de subversão. ● Em 1965 houve eleições para governadores em 11 Estados brasileiros e em cinco deles, o governo foi derrotado pela oposição, descontentes com o resultado, o general Costa e Silva e outros militares da linha dura pressionaram Castelo Branco e este decretou o AI-2, extinguindo os partidos políticos. Estabeleceu-se também, eleições indiretas para presidente e instituiu o sistema bipartidario, só poderia existir dois partidos ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). ● Em 66, Castelo Branco cedeu mais uma vez á linha dura e promulgou o AI-3, o novo dispositivo estabelecia eleições indiretas para governadores e determinava que os prefeitos das capitais fossem nomeados pelos governadores. Em outubro, o congresso elegeu o general Costa e Silva, para presidente. ● Em janeiro de 1967, o Congresso Nacional, que estava fechado desde outubro de 1966, foi reaberto apenas para aprovar a nova Constituição por determinação do AI-4. ● Na área econômica, o governo lançou mão de um plano de combate a inflação e de recuperação econômica chamado Paeg (Plano de Ação Econômica do Governo), que visava garantir aos empresários nacionais e estrangeiros o aumento dos seus lucros para que eles investissem mais capital no Brasil. ● O governo assumiu o pleno controle da economia, reduziu o crédito bancário, aumentou os impostos e iniciou a prática da redução dos salários, que ficou conhecida como política de arrocho salarial. Foi instituído o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) que substituiu a garantia da estabilidade no emprego e a unificação dos institutos de aposentadoria e pensões com a criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social). Costa e Silva (1967 - 1969) ● O período de seu governo foi marcado por forte agitação política, com importantes movimentos populares e políticos de oposição cujo intuito era a redemocratização, anistia, eleições diretas para presidente e uma nova constituinte. ● Os protestos populares foram intensificados em 1968, com manifestações estudantis pelas ruas, jovens gritavam "abaixo a ditadura". Alguns meses depois, a polícia militar reprimiu duramente as manifestações estudantis no RJ, greves de trabalhadores em MG e SP. como resposta às críticas, Costa e Silva instituiu o polêmico AI-5 (13/12/1965), por ele, o presidente voltava a ter poderes para extinguir mandatos, suspender direitos políticos e fechar temporariamente o congresso nacional, indicar governadores e prefeitos. ● Com o AI-5, terminou, assim, com o total endurecimento do regime. Colocados na ilegalidade muitos dos líderes estudantis, e de militantes da esquerda se juntam e formam duas principais coligações: ALN (Aliança Libertadora Nacional) e o MR-8 (Movimento Revolucionário de 8/10). ● Em 1969, o General Costa e Silva foi afastado do governo por motivos de saúde. Em condições normais, deveria ser substituído pelo vice, o civil Pedro Aleixo, mas os ministros militares impediram sua posse, formando-se então, uma junta militar integrada pelos ministros da guerra, marinha e aeronáutica. Mas, com o seqüestro do embaixador norte-americano no Brasil por um grupo de guerrilha formado por militantes do MR-8. Em outubro de 69, o congresso nacional é reaberto ás pressas e elegeu o novo presidente Emílio Garrastazu Médici. Médici (1969 - 1974) ● Em 30 de outubro de 1969, Médici assume a presidência. No seu governo houve o conhecido "milagre brasileiro", que representou uma significativa melhora na economia brasileira, nesse período, as exportações cresceram, houve o aumento do PIB (Produto Interno Bruto), estabilização da inflação em índices inferiores a 20%, aumento da produção industrial, melhora dos níveis de emprego e do mercado interno. ● O crescimento geral da economia, e da indústria automobilística em especial, gerava novo empregos, possibilitava o desenvolvimento de outros setores econômicos e aumentava a arrecadação do Estado através dos impostos. O comércio exterior cresceu em níveis recordes e a produção industrial cada vez mais ganhava espaço nos mercados mundiais. O Brasil tornava-se uma potência econômica do mundo. Mas, a outra face do "milagre" é a exclusão social, a pobreza, o arrocho salarial. ● Esta fase é considerado o auge da repressão. ● No final do governo Médici já se fazia sentir a falência do "milagre econômico", que entrou em derrocada a partir de 1973, juntamente com a crise internacional do petróleo. A falta e o aumento do preço desse produto deu início a uma crise de energia no Brasil. Nessa época, o país importava 80% do combustível que consumia. ● Em outubro de 73, as nações árabes integrantes da organização dos países exportadores de petróleo (Opep) aumentaram fortemente o preço internacional do petróleo, essa alta atingiu em cheio o Brasil, que importava mais de 80% do petróleo consumido no país. Geisel (1974 - 1978) ● Com Geisel, a linha dura havia sida afastada do governo, mas mantinha muito de seu poder. ● Geisel enfrentou o fim da chamado "milagre brasileiro", com a redução do crescimento econômico, a alta da inflação, a diminuição do volume de capitais externos disponíveis levou á alta de juros de dinheiro emprestado ao Brasil pelos bancos internacionais, além do continuo empréstimos para construir novas fábricas. ● Para superar esse quadro desfavorável, agravado pela vitória expressiva da oposição nas eleições parlamentares de 1974, apresentou seu projeto de abertura política "lenta, gradual e segura com vistas à reimplantação do sistema democrático no país". Num processo gradual, o governo permitiu a realização, em 1974, da propaganda eleitoral pela primeira vez desde a instituição do AI-5 (Ato Institucional número 5). ● Os candidatos do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido da oposição, à Câmara dos Deputados e ao Senado obtiveram vitória nos principais Estados do país, aumentando consideravelmente a bancada oposicionista nos dois órgãos governamentais. Em reação a isso, o governo suspendeu o congresso e decretou o pacote de abril, um conjunto de medidas destinadas a impedir que a oposição conquistassem mais espaços. ● Em maio de 1978, foi registrada a primeira greve de operários metalúrgicos desde 1964, em São Bernardo do Campo, São Paulo, sob a liderança do presidente do sindicato da categoria, Luís Inácio Lula da Silva. ● No segundo semestre de 1977, quando os rumos da abertura ainda eram incertos, a linha dura tentou lançar seu próprio candidato á sucessão presidencial, Geisel viu na candidatura do General Sylvio Frota uma ameaça e o afastou, indicando o nome de Figueiredo, que seria eleito indiretamente. Pouco depois, o congresso revogou o AI-5 e suspendeu a censura a imprensa. Figueiredo (1979 – 1985) ● Eleito de forma indireta em 10/78, Figueiredo tomou posse prometendo continuar a política de abertura iniciada por Geisel (lenta e gradual). ● Dois dias antes de sua posse, cerca de 180 mil metalúrgicos do ABCD haviam entrado em greve reivindicando 78%de aumento do salarial. Mas, a reação de Figueiredo diante da greve não foi das mais democráticas, além de decretar intervenção nos sindicatos envolvidos, destituiu seus dirigentes, Lula entre eles. Dois meses depois, entretanto, o governo voltou atrás, suspendendo a intervenção, e os grevistas conquistaram 63% de aumento salarial. ● A greve do ABCD paulista foi o ponto de partida para paralisações do trabalho em todo país. Ao longo de 79, cerca de 3,2 milhoes de trabalhadores dos mais diversos setores fizeram greve. Nem todas essas paralisações foram bem-sucedidas. ● Enquanto isso, crescia em todo país o movimento por uma anistia "ampla, geral e irrestida" que pusesse fim ás perseguições por motivos políticos. Em resposta a essa pressão da sociedade, em 08/79 o congresso nacional aprovou a lei de anistia proposta pelo governo, nos meses seguintes voltaram políticos exilados e os últimos presos políticos eram postos em liberdade. ● Mas, com medo da oposição chegasse ao poder, o governo aprovou a nova lei organcia dos partidos, a nova lei, extinguiu o bipartidarismo (ARENA e MDB) e criou o pluripartidarismo, esperava com isso fragmentar o MDB em diversos partidos menores e fragéis. ● Assim, entre 1979 e 1980, a Arena se transformou em PDS (partido democrático social), PMDB (partido democratico brasileiro), surge o PT, PTB (partido trabalhista brasileiro) e PDT (partido demoocrático trabalhista). ● Em 1980, foram restabelecidas eleições diretas para governador e para a totalidade do senado, mas manteve-se, a eleição indireta para presidente. ● Entretanto, apesar da abertura política houve medidas de repressão como na greve de 04/1980, cerca de 330 metalúrgicos do ABCD e de mais 15 cidades do interior de SP entraram em greve, dessa fez o governo foi mais duro na repressão do que na anterior. Além de não aceitar o dialogo com os grevistas, dispersou manifestações de rua com gás lacrimogeo, decretou nova intervenção nos sindicatos do ABCD e prendeu seus lideres, entre eles LULA. ● O governo via-se, assim entre dois fogos. De um lado, sociedade e seus diversos grupos organizados pressionavam pela democracia. Do outro, os militares que atuavam nos órgãos de segurança e repressão que fazia de tudo para obstruir a tímida abertura - ex: os atentados terroristas. Pra piorar, havia a crise economica, iniciada em 1973 com a crise do petroleo e cada vez mais grave. Em 1978, último ano do governo geisel, a inflação tinha chegado a 40% ao ano. Em 1980, a casa de 110% e em 1984, 224%. ● Desemprego, insegurança social, carestia, aumento no preço dos generos alimentícios e dos aluguéis. Tudo isso provocava insatisfação e revolta entre a população. Desse modo, o regime militar já não tinha como justificar sua existencia e a sociedade tinha pressa em ver restauradas as liberdades democráticas. ● Em 1983, o PT deu inicio a uma campanha por eleições diretas para presidente, as diretas já. Dante PMDB, em 03/1983, apresentou na camara projeto de emenda á constituição restabelecendo as eleições diretas. ● A campanha das diretas-já logo se transformaria na maior mobilização popular, mas isso não sensibilizou os políticos do governo que derrotou na câmara o projeto. ● A derrota do projeto frustou a população. Com a crise, diversos politicos abandonaram o PSD e formaram a FL (frente liberal). Surgia assim uma corrente política capaz de de desiquilibrar a sucessão de Figueiredo. O novo bloco lançou a candidatura de Trancredo Neves e para vice José Sarney. Trancredo venceu a dispusta e desse modo, a ditadura foi derrotada no jogo eleitoral que ela própria tinha criado para impedir o avanço das forças de oposição. Sarney (1985 – 1989) ● Algumas semanas antes de tomar posse, Tancredo Neves adoeceu e precisou ser hospitalizada. Uma vez no hospital a doença se agravou e acabou falecendo em 1985. ● A morte de Tancredo, entretanto, deu um novo rumo aos acontecimentos. Homem da ditadura, Sarney tornou-se responsável pela condução do país na difícil transição do regime autoritário para a democracia. ● O saldo da ditadura era penoso: inflação de mais de 200% ao ano, uma dívida externa de 100 bilhões de dólares, concentração de renda, pobreza. Além disso, o terror exercido pelo Estado durante anos havia deixado marcas profundas: pessoas desaparecidas, famílias enlutadas e uma quantidade de leis e dispositivos autoritários. ● Procurando sepultar essa herança, em 85, o congresso adotou uma série de medidas democráticas, entre elas: restabelecimento de eleições diretas para presidente, a extensão do direito de votos aos analfabetos e a legalização de organização de esquerda (ex. PCB). ● Sarney criou o Ministério da Reforma Agrária, com o objetivo de diminuir as tensões no campo, provocadas pela extrema concentração da propriedade da terra nas mãos dos latifundiários. ● Em contrapartida, conservou alguns dispositivos do regime militar, como a lei de segurança nacional e SNI (Serviço Nacional de Informações). ● Em 11/86, ocorreram eleições para o congresso Nacional, para elaborar e votar uma nova constituição. A nova constituição foi promulgada em 10/88. Trazia algumas inovações importantes, principalmente no que se refere aos direitos de cidadania. Um de seus artigos definia “como direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção a maternidade e a infância e a assistência aos desamparados. ● No plano econômico, as coisas não iam nada bem, em 84, ainda sob o governo Figueiredo, a inflação chegava a 224% ao ano. Para combatê-la em 86, Sarney decretou um conjunto de medidas conhecido como plano cruzado. O plano cruzado congelou preços e aluguéis e substituiu a antiga moeda – o cruzeiro – por uma nova – por uma nova, o cruzado. ● O Plano Cruzado extinguiu a inflação da noite para o dia, como numa passe de mágica. Os preços dos gêneros de primeira necessidade foram tabelados e as camadas mais pobres da população puderam respirar aliviadas. ● Sentindo-se prejudicados com o congelamento, os comerciantes começaram a retirar os produtos das lojas para forçar o aumento dos preços, os fazendeiros se negavam a vender suas cabeças de gado pela mesma razão. A indústria e o comércio passaram a cobrar ágio – preço além da tabela – sobre as mercadorias. Resultado: após as eleições, a inflação voltou a explodir. ● Novas tentativas de debelar a inflação foram feitas com o plano Bresser e Verão. Da mesma forma que o plano cruzado nenhum deles conseguiu atingir seu objetivo. Muitas pessoas reagiram à vertiginosa alta do custo de vida com greves, saques a supermercados e outras manifestações de protesto. ● Em 1989, realizou-se a primeira eleição direta para presidente em 29 anos. A eleição se deu em dois turnos. O primeiro foi disputado por 22 candidatos. No segundo restaram Fernando Collor de Mello (exgovernador de Alagoas – apoiava-se numa agremiação recém-criada o PRN) e Lula (um dos fundadores do PT). ● De um lado, Collor propunha a modernização do país por meio da privatização das empresas estatais e da abertura da economia para o mercado externo. Do outro lado, Lula defendia grandes transformações sociais, a começar pela por uma ampla reforma agrária e uma melhor distribuição de renda. Nas urnas, Collor vence. Collor (1990 – 1992) ● Primeiro presidente civil brasileiro eleito por voto direto desde 1960. Collor, exgovernador de Alagoas, político jovem e com amplo apoio das forças conservadoras, tinha como promessas da campanha estão a moralização da política e o fim da inflação. Para as elites, ofereceu a modernização econômica do país consoante a receita do neoliberalismo. Prometeu a redução do papel do Estado, a eliminação dos controles burocráticos da política econômica, a abertura da economia e o apoio às empresas brasileiras para se tornarem mais eficientes e competitivas perante a concorrência externa. ● Empossado em 03/90, Collor anunciou um plano para extinguir a inflação com “um só tiro”. Entre as medidas adotadas estavam o congelamento dos preços e salários, o retorno do cruzeiro e o bloqueio por 18 meses de contas bancárias e de cadernetas de poupanças. ● Os planos de modernização econômica e de reforma administrativa são bem recebidos, em geral. As elites políticas e empresariais apoiaram a desregulamentação da economia e a redução da intervenção estatal no setor. A inflação foi detida por algum tempo, mas retornou rapidamente. ● O plano Collor, como ficou conhecido, provocou a recessão, diminuição nas atividades industriais e desemprego. ● Em meados de 91, começaram a surgir rumores sobre o envolvimento do governo Collor com esquemas de corrupção e tráfico de influências. Até a primeira-dama, Rosane Collor, dirigente da LBA, foi acusada de malversação do dinheiro público e de favorecimento ilícito a seus familiares. Esses rumores foram confirmados pelo seu irmão Pedro Collor, segundo ele, o elo entre o presidente e esses esquemas de corrupção era o empresário Paulo César Farias, o PC, tesoureiro da campanha presidencial de Collor. A essa denúncia se somaram outras, diariamente publicadas pela imprensa. A resposta da população foi sair ás ruas em grandes manifestações para exigir o afastamento – impeachment ou impedimento – de Collor da presidência. ● Por alguns meses, ao longo de 92, renasceu o espírito das Diretas-Já, com gigantescos comícios e passeatas nas grandes cidades brasileiras. Um dos pontos altos dessa campanha foi a presença dos caras-pintadas, moças e rapazes mobilizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e que adotaram a prática de pintar o rosto com cores alegres. ● Pressionados por essas manifestações, o congresso deu início ao processo de impeachment. Em 12/1992, Collor renunciou à presidência, antes que o processo fosse concluído. Com o afastamento de Collor, assumiu a presidência o vice Itamar Franco, político do PMDB de Minas Gerais. Itamar Franco (1992 – 1994) ● Itamar Franco assumiu a presidência após o Impeachment de Fernando Collor de Mello de forma interina entre outubro e dezembro de 92, e em caráter definitivo em 29 de dezembro de 1992. O Brasil vivia um dos momentos mais difíceis de sua história: recessão prolongada, inflação aguda e crônica, desemprego, etc. Em meio a todos esses problemas e o recém Impeachment de Fernando Collor de Mello, os brasileiros se encontravam em uma situação de descrença geral nas instituições e de baixa auto-estima. ● O novo presidente se concentrou em arrumar o cenário que encontrara. Itamar procurou realizar uma gestão transparente, algo tão almejado pela sociedade brasileira. Para fazer uma gestão tranqüila, sem turbulências, procurou o apoio de partidos mais à esquerda. Em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição, o governo fez um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. O povo decidiu manter tudo como estava: escolheu a República (66% contra 10% da Monarquia) e o Presidencialismo (55% contra 25% do Parlamentarismo). O Governo Federal criou uma CPI para investigar denúncias de corrupção envolvendo irregularidades no orçamento da União. A CPI desvelou esquema de corrupção que ficou conhecido como o caso dos "anões do orçamento", uma referência a parlamentares, ministros e ex-ministros e governadores estaduais. Durante os trabalhos da CPI, o país ficou ameaçado de paralisia do processo legislativo. Houve até mesmo rumores de conspirações militares diante da crise parlamentar. ● ● Sua gestão ficou conhecida pela aplicação do plano de um novo pacote antiinflacionário: o Plano Real, posto em prática pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. ● Ao contrário dos anteriores, o plano real não pretendia acabar com a inflação do dia para a noite. Sua principal medida foi a criação do Unidade Real de Valor (URV), uma espécie de moeda paralela, a ser aplicada a todos os preços juntamente com o cruzeiro. Havia uma diferença entre as duas moedas: o valor de uma URV era igual a um dólar e não variava, enquanto o cruzeiro sofria desvalorização todos os dias, devido a inflação. Dessa forma, os preços se alteravam em relação ao cruzeiro, mas permaneciam estáveis em relação a URV. ● Em julho de 1994, a URV foi transformada em moeda de verdade com o nome real. Os preços pararam de aumentar. O cruzeiro deixou de existir e a inflação foi controlada. ● O controle da inflação e a estabilidade de moeda projetaram o nome de Fernando Henrique, tornando-o conhecido em todo o país. Aproveitando o momento favorável, o PSDB, grupo político ao qual estava vinculado, lançou seu nome á sucessão presidencial. ● Em apoio o sua candidatura, formou-se uma aliança de vários partidos, entre os quais o PMDB e PFL. Seu principal oponente era Lula. FHC vence as eleições ainda no 1º turno. FHC (1995 – 1998) ● Empossado na presidência no dia 1º de Janeiro de 1995, FHC retomou certos aspectos da política de Collor, como o programa de privatização das empresas estatais, a redução dos gastos públicos e a abertura da economia para o mercado externo. ● Dessa forma, FHC congelou os salários do funcionalismo público, reduziu programas sociais, com o objetivo de cortar as despesas do governo, e promoveu a venda de mais de 50 empresas (Volta Redonda), a Companhia Vale do Rio Doce e o sistema brasileiro de telefonia (Telebras). ● Procurando estimular o comércio externo do país, reduziu os impostos sobre exportações. Esses impostos representavam uma proteção par empresas nacionais que não podiam competir com os preços dos produtos importados. Com sua redução ou eliminação, muitas indústrias quebraram ou foram vendidas a grupos estrangeiros. ● Além disso, o governo fixou altas taxas de juros com o objetivo de estimular a entrada de dinheiro em dólares. Entretanto, essa política promoveu a vinda tanto de capitais na forma de investimentos diretos quanto de capitais especulativos no mercado financeiro. ● Um dos efeitos mais graves dessa política foi a diminuição do ritmo de crescimento da economia. De fato, durante o primeiro mandato de FHC, o PBI apresentou taxas de crescimento cada vez mais baixas. Outra conseqüência foi a demissão de trabalhadores pelas empresas em dificuldade, como resultado, o número de desempregados passou de 1,6 milhões de 1989 para 6 milhões em 1998, último ano do primeiro governo FHC. ● Esses problemas agravaram as dificuldades da maioria da população trabalhadora. Enquanto nas cidades crescia o desemprego e o número de pessoas sem-teto, no campo explodiam conflitos entre o MST. ● Em 1997, o congresso nacional aprovou emenda à constituição que permitia a reeleição do presidente da República, governadores e prefeitos para um mandato consecutivo. Essa foi vitória particular de FHC, que trabalhou pela emenda durante quase todo o seu primeiro governo. ● Com a aprovação da emenda, FHC pôde ser reeleito presidente da república nas eleições de 1998, derrotando mais uma vez Lula. Lula (2002 – 2010) ● Em sua quarta tentativa para o cargo presidencial, Lula (PT), derrota o candidato do PSDB e ex-ministro da Saúde José Serra, no segundo turno. ● A gestão Lula iniciou dando segmento à política econômica do governo anterior, FHC. Na economia que se encontrava em "debandada" à época. Para tanto, nomeou Henrique Meirelles, deputado federal eleito pelo PSDB de Goiás em 2002, para a direção do Banco Central do Brasil dando um forte sinal para o mercado de que não haveria mudanças bruscas na política econômica no governo Lula. Nomeou o médico sanitarista e exprefeito de Ribeirão Preto, Antônio Palocci, pertencente aos quadros do PT, como Ministro da Fazenda. ● O Governo Lula caracterizou-se pela baixa inflação, redução do desemprego e constantes recordes da balança comercial. Promoveu o incentivo às exportações, à diversificação dos investimentos feitos pelo BNDES, estimulou o micro-crédito e ampliou os investimentos na agricultura familiar através do PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar). ● Nos oito anos do Governo Lula, a taxa de inflação oficial do País, representada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em sete oportunidades dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A exceção ficou por conta justamente do primeiro ano da gestão, em 2003, quando o IPCA, mesmo mostrando uma alta menor, de 9,30%, ante a taxa de 12,53% de 2002, ficou acima da meta ajustada de 8,5% anunciada pelo Banco Central. ● O desempenho superou o do governo anterior, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que mostrou expansão média do PIB de 2,3% ao ano. O número médio dos oito anos ficou, porém, abaixo da média de crescimento da economia brasileira do período republicano, de 4,55%, e colocou o Governo Lula na 19ª posição em ranking de 29 presidentes, conforme estudo do economista Reinaldo Gonçalves, professor da UFRJ. Quando se divide o período por dois mandatos, a média foi de 3,5%, no primeiro (2003-2006), e de 4,5%, no segundo (2007-2010). ● A queda na taxa de desemprego e a diminuição da informalidade foram também marcas importantes do Governo Lula no campo econômico. De acordo com o IBGE, em dezembro de 2010, a taxa de desemprego atingiu 5,3% da PEA, o que representou o menor resultado da série histórica, iniciada em 2002 pelo instituto. ● O desemprego médio do último ano do Governo Lula foi de 6,7%, também o menor da série histórica. Em 2009, essa mesma taxa era de 8,9%. O salário mínimo passou, em oito anos, de 200 para 510 reais (aumento de 155%).O aumento deflacionado foi no total de 54% do valor. ● Durante a gestão de Lula, a liquidação do pagamento das dívidas com o FMI contraídas em governos anteriores foram antecipadas, fato criticado por economistas por se tratar de dívida com juros baixos. Mas esta ação resultou em melhor prestígio internacional e maior atenção do mercado financeiro para investir no Brasil. A dívida externa brasileira, no entanto, continuou alta: era de US$ 214,93 bilhões no ano de 2003, e em dezembro de 2010, a estava em US$ 255,664 bilhões. ● Graças às políticas e ações feitas pelo governo Lula, além da manutenção de políticas de governos anteriores, o Brasil sofreu pouco com a crise, e isso foi reconhecido internacionalmente por outros países. ● O governo Lula também se caracteriza pelo fim do ciclo de privatizações das empresas estatais. Um dos pontos controversos das privatizações ocorridas no governo anterior foi a venda da companhia Vale do Rio Doce, a um valor menor que o lucro obtido no primeiro ano de gestão dos novos donos. Sob direção privada e sem influência direta do governo, a empresa veio a se tornar uma das mais competitivas do mundo, mas foi feito às custas, principalmente, do aumento da exploração das reservas de minério, do preço de seus produtos finais e de uma administração com melhor competência técnica. ● O Programa Fome Zero foi a principal plataforma eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. Nessa campanha eleitoral, ele pregava a eliminação da fome no Brasil. O programa Fome Zero começou como uma tentativa do Presidente da República de mobilizar as massas em favor dos pobres em estado de extrema miséria ainda muito presente no Brasil. O programa fez com que os olhos dos governos internacionais se voltassem para o Brasil, sendo Luiz Inácio muito elogiado em seus primeiros discursos internacionais. ● A partir de 2004, o governo Lula enfrentou crises políticas, que atingiram seu grande desempenho em julho de 2005 quando denunciaram o esquema de compra de votos de deputados no Congresso e o financiamento de campanhas por "Caixa 2". Conhecido como o "Escândalo do Mensalão", foi o momento mais crítico da gestão Luiz Inácio Lula da Silva e considerado o pior escândalo de seu governo. ● Até o final do primeiro mandato de Lula, outras denúncias de escândalos foram sendo descobertas, como o caso da quebra de sigilo de um caseiro pelo do estado, que levou a demissão do ministro Antonio Palocci, além de a tentativa de compra de um dossiê por parte de agentes da campanha do PT de São Paulo. ● No segundo mandato de Lula, pode-se detectar que alguns serviços públicos brasileiros vêm deixando a desejar em relação ao que eram no passado, como por exemplo os Correios, antigamente um símbolo de eficiência. A situação das agências reguladoras de serviços públicos, como a Anac, que cuida da Aviação Civil, têm tido seguidos problemas, o que vem causando deficiências na qualidade do serviço aeroviário brasileiro. Dilma (2010 - ...) ● É a primeira vez que uma mulher assumiu o poder no Brasil no posto mais importante do país. Se inicia com a posse de Dilma Vana Rousseff à presidência, em 1 de janeiro de 2011, em sua primeira tentativa de chegar ao cargo presidencial, após derrotar o candidato do PSDB, José Serra, nas eleições de 2010, no segundo turno. ● Sua estada na presidência está prevista até o dia 1 de janeiro de 2015, podendo se estender por mais quatro anos, caso se candidate novamente e consiga se reeleger na eleição de 2014. ● Logo nos primeiros meses de mandato, o Governo Dilma começou com o desafio de manter a inflação controlada. Apesar de ainda ter ficado dentro da meta do CMN, de 4,5%, com tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo, o IPCA de 2010 (último ano do governo anterior) registrou alta acumulada de 5,91% e foi o maior desde 2004. Como medida inicial para evitar que a inflação chegasse a níveis desconfortáveis para o cumprimento da meta de 2011 estabelecida pelo CMN, o Governo Dilma promoveu o aumento da taxa de juros. ● Ao contrário do que foi falado em sua campanha Dilma cortou gastos com investimentos e as despesas com salários,custeio da máquina pública e da rotina do governo subiram. ● O Governo Dilma começou a gestão da política externa com algumas mudanças de posição em relação ao governo anterior. Uma delas foi relacionada às questões dos direitos humanos do Irã, já que no governo anterior o representante do país na ONU se abstinha de votar a favor de sanções. Dilma deixou claro que estaria disposta a mudar o padrão de votação do Brasil em resoluções que tratassem das violações aos direitos humanos no país do Oriente Médio. ● Nos primeiros meses de governo, Dilma contrariou a vontade de setores do próprio partido de regular a imprensa e declarou que "a imprensa livre é imprescindível para a democracia".