2º Encontro da Rede de Atendimeno de Goiás
Comunidade Terapêutica e
Grupos de Apoio
Sonis Henrique Rezende Batista
Advogado
• Membro da Comissão de Direito do 3º Setor da OAB/GO
• Coordenador Social da Instituição OSGER
• Secretário Adjunto do Fórum Goiano de
Enfrentamento ao Crack e outras Drogas
UM PEQUENO RETROSPECTO:
 Fórum Goiano de Enfrentamento ao Crack e outras
Drogas - 2010;
 Eixo de Reabilitação, Reinserção Social e
Comunidades Terapêuticas – 30 reuniões;
 Mais de 80 CT’s cadastradas;
 CT’s se conhecendo e trocando experiências;
 Curso FEBRACT;
Criação da Associação das Comunidades
Terapêuticas (SGCT).
“A ampla diversidade de programas, dificulta a
avaliação geral da modalidade Comunidade
Terapêutica, acentuando a necessidade de se
definir elementos essenciais do modelo e do
método da Comunidade Terapêutica”.
George De Leon
Conceituação Construtiva de Comunidade
Terapêutica do Modelo Psicossocial
“Ambiente residencial protegido, técnica e
eticamente orientado, cujo principal instrumento
terapêutico é a convivência entre os pares. Seu
objetivo é recuperar os internos resgatando sua
cidadania, buscando sua reabilitação física e
psicológica, e a reinserção social. Nela deve haver
uma participação ativa dos internos na própria
terapia e, dentro de limites, no governo da
Comunidade”.
FEBRACT, 2004
São algumas de suas características
A aceitação voluntária do programa;
A intensa e constante comunicação entre todos os
membros;
O enfoque na pessoa como um todo, dando-se ênfase a
ela e não à droga;
A coesão interna sustentada por um sentimento de
solidariedade fraterna e pela aceitação de valores morais;
Não às drogas, aos contatos sexuais e à violência.
O que é uma Comunidade Terapêutica
Modelo de tratamento residencial;
 A organização dentro da Comunidade Terapêutica
assemelha-se à organização familiar;
 O residente poderá desligar-se da Comunidade
Terapêutica quando assim o desejar;
 A participação ativa dos internos na própria terapia e a
comunicação e interação livre entre todos;
 O ambiente deve se aproximar, o mais possível da
realidade externa, para facilitar a reinserção social.
O que é uma Comunidade Terapêutica
Meio altamente estruturado;
 Limites precisos;
 Funções e papéis bem definidos;
 Clima de alta tensão afetiva;
 Afetos controlados.
Normas Técnicas
 RESOLUÇÃO ANVISA - RDC Nº 29, DE 30 DE JUNHO DE 2011
Dispõe sobre os requisitos de segurança sanitária para o
funcionamento de instituições que prestem serviços de atenção a
pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou
dependência de substâncias psicoativas.
 PORTARIA Nº 131, DE 26 DE JANEIRO DE 2012
Institui incentivo financeiro de custeio destinado aos Estados,
Municípios e ao Distrito Federal para apoio ao custeio de Serviços
de Atenção em Regime Residencial, incluídas as Comunidades
Terapêuticas, voltados para pessoas com necessidades decorrentes
do uso de álcool, crack e outras drogas, no âmbito da Rede de
Atenção Psicossocial.
A COMUNIDADE TERAPÊUTICA E SEUS
VALORES
Cada Comunidade Terapêutica dá ênfase a valores
distintos (mais atenção à disciplina, ou ao trabalho, à
linguagem dos grupos de mútua-ajuda etc.), que podem
variar de uma para outra, mas alguns são comuns a todas:
AMOR RESPONSÁVEL – é o amor com limites, que não
permite a falta de respeito, às normas da “família”. Leva o
residente a pedir ajuda, quando necessita a não ocultar
seus sentimentos, a se abrir, a participar.
A COMUNIDADE TERAPÊUTICA E SEUS
VALORES
HONESTIDADE – caminha de mãos dadas com o amor
responsável, é entendida como honestidade consigo e com os
outros.
RESPONSABILIDADE – ser responsável não porque o exijam,
mas porque decide sê-lo por si mesmo, pois a irresponsabilidade
pode afetar à si e aos demais.
SOLIDARIEDADE – ajuda quem necessita, pois quando precisou
recebeu ajuda.
VALORES ESPIRITUAIS – é a esperança em um mundo melhor, é
crer em um Poder Supremo. Não imposição de um credo religioso.
Atividades Terapêuticas
LABORTERAPIA: Terapia através do trabalho,
objetivando promover o crescimento pessoal e a
socialização do residente (manutenção, limpeza,
horta, animais, almoxarifado, cozinha, etc...)
ARTE: Formas de expressão
ESPORTE: Valorização da atividade física
Atividades Terapêuticas
TERAPIAS DE APOIO
– Reunião Geral
– Reunião Matinal
– Grupos de Sentimento
– Grupos de Confronto
– Psicoterapia de Grupo
– Terapia Ocupacional (atividade lúdico-terapêutica)
BASE ATRAVÉS DO ESTUDO E INTERIORIZAÇÃO
DOS 12 PASSOS DO N.A.
Atividades Terapêuticas
ESPIRITUALIDADE: Sem imposição de crenças
religiosas e ideológicas.
Objetivos do Processo Terapêutico
Abstinência;
 Aceitação dos Limites;
 Conscientização;
 Mudanças: novos padrões de Comportamento e
Pensamento;
 Novo Estilo de Vida;
 Crescimento Pessoal.
Condições Básicas para que o Processo
Terapêutico ocorra
Autoresponsabilidade;
 Comunicação Direta;
 Ouvir Atentamente;
 Amor Sincero;
 Arriscar-se;
 Feedback;
 Confidencialidade.
REINSERÇÃO SOCIAL
 É uma das etapas mais difíceis ao longo do caminho
para a recuperação;
 É quando o residente sairá de um meio protegido para
o mundo externo;
 Ao longo do tratamento o residente deverá ser
orientado através da prevenção da recaída para
enfrentar família, trabalho, relacionamento social,
afetivo, etc.
Novos desafios das CTs
Mundo globalizado produz mudanças em grande velocidade
e põe a CT frente a dois desafios interconectados:
1º ) Responder às mudanças sem perder sua essência e
resguardar seus valores fundamentais.
2º ) Respeitar as diferenças e individualidades de seus
assistidos em um contexto uniforme e globalizado.
3º) Para as CTs, agrupar-se e trabalhar em rede deixa de ser
uma opção e passa a ser uma necessidade. Integração,
através do intercâmbio e da multiplicação da informação.
GRUPOS DE APOIO
A ajuda-mútua é um dos mais significativos movimentos sociais
contemporâneos e simultaneamente um processo de ajuda interpessoal
em grande expansão na atualidade.
Como movimento social, assenta no respeito pela diversidade das
pessoas, acredita nas capacidades individuais e da comunidade, na
voluntariedade dos não-profissionais, pretende o fortalecimento
das suas potencialidades e identifica ou cria os recursos para apoiar as
pessoas em necessidade (Rappaport, 1990).
É um partilhar da situação de vida através da qual se identificam e
fundamenta-se na vivência subjetiva dos problemas de cada um dos
membros, isto é, no conhecimento da experiência (Borkman, 1991).
É a partir deste conteúdo que cada grupo constrói a sua própria filosofia
e o seu próprio programa de ajuda. As pessoas, reunidas nestas
pequenas organizações locais, são capazes de desenvolver uma
variedade de interações e apoios adequados às necessidades e às
circunstâncias específicas.
Grupos de Apoio
A base de toda proposta dos grupos de ajuda mútua é a
reflexão, estudos e orientações para uma vida saudável. É
o apoio para a busca da promoção da união da família,
reestruturação e reintegração social do indivíduo.
A cada reunião poderá ter testemunhos e o compartilhar de
vidas e experiências na luta contra a dependência, notas e
informações científicas sobre as mais variadas substâncias
psicoativas lícitas e ilícitas, bem como todo ensinamento
sadio que busque ajudar, recuperar, apoiar e promover um
estilo de vida saudável, tanto aos dependentes como para
seus familiares.
Também há momentos de espiritualidade.
CARACTERÍSTICAS DA AJUDA MÚTUA
 PARTILHA
 CONHECIMENTO DA EXPERIÊNCIA
 COMPANHEIRISMO
 FLEXIBILIDADE
 ESPONTANEIDADE
 HETEROGENEIDADE
 PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA E FLUIDA
 SUPORTE CONTINUADO E PERMANENTE
GRUPOS DE APOIO
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NA – Narcóticos Anônimos
AA – Alcóolicos Anônimos
Nar-Anon
Amor Exigente
AJA com Jesus
Maçonaria contra as drogas
Grupos religiosos
Agradeço a atenção!
“Para que juntos possamos fazer aquilo
que sozinho eu não consigo”
Sonis Henrique Rezende Batista
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- Palestra CT e Grupo Saude Mental