O Espírito de
Profecia:
Orientações para a
Igreja Remanescente
Organizado por Renato Stencel, diretor do Centro White, 2013
Ellen G. White e o
vegetarianismo:
ela praticava o que pregava?
Roger W. Coon
Ex-servidor do White Estate e ExProfessor da Andrews University
Renato Stencel (org.) 2013
Canright, o ex-adventista
• Pregador ex-adventista, Dudley M. Canright,
escreveu que Ellen G. White “proibiu comer carne,
[...] porém secretamente ela mesma comia carne a
maior parte de sua vida.” Ele também reivindicou ter
visto Tiago e Ellen White comer presunto na própria
sala de jantar da casa deles.
Renato Stencel (org.) 2013
Resposta
• Canright conheceu Tiago White e aceitou o sábado
em 1859.
• É possível que ele tenha visto porco na mesa deles
nos anos iniciais de sua amizade, pois Ellen White
não havia recebido as visões a respeito da ingestão
de carne de porco até o dia 6 de junho de 1863, isto
é, quatro anos depois de Canright haver conhecido a
família White.
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
Dezembro de 1844
Ellen teve sua primeira visão geral aos 17 anos. Ela
estava com pouca saúde e pesava apenas 36 quilos.
Tiago White descreve sua condição:
“Quando [Ellen] teve sua primeira visão, estava doente e
enfraquecida, e seus amigos e médico haviam desistido do caso,
abandonando-a para morrer de tuberculose. [...] Sua condição
nervosa era tal que não podia escrever, e, quando à mesa,
dependia de quem se assentasse a seu lado até mesmo para
transferir, da xícara para o pires, aquilo que iria beber.”
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
Outono de 1848
• Sua primeira visão sobre saúde foi dada no outono
de 1848. A partir de então, absteve-se do uso de chá,
café e tabaco, que haviam sido mostrados como
sendo maléficos.
• Na época em que a primeira mensagem da reforma
de saúde lhe foi dada, Ellen White descreveu-se a si
mesmo como sendo “fraca e débil, sujeita a
frequentes desmaios.”
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
21 de outubro de 1858
• Em 21 de outubro de 1858, ela teve uma visão de
reprovação ao irmão e irmã “A”, por instarem
excessivamente que a abstinência do porco era um
teste de comunhão com a igreja. Porém, nessa visão
não havia qualquer pista de que a abstinência de
carne resultaria numa saúde melhor.
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
6 de junho de 1863
• Sua primeira visão mais extensa da reforma de saúde
e sobre o uso da carne foi dada em 1863. O povo de
Deus apressou-se em abster-se de carne em geral e,
especialmente, da carne suína.
• Ellen White caracterizou essa mensagem de reforma
como “uma grande luz do Senhor”, acrescentando:
“Não busquei essa luz; não estudei a fim de obtê-la;
ela me foi dada pelo Senhor para comunicá-la aos
outros.” (Manuscrito 29, 1897; citado em CRA,
p.493).
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
Antes de 1871
• Ellen White declarou que, na época em que recebeu a
primeira visão sobre a reforma de saúde, “comia muita carne”
(2T, p. 371).
Declaração de 1901:
• “Há mais de trinta anos, eu me encontrava muitas vezes em
grande fraqueza. Muitas orações eram feitas em meu favor.
Pensava-se que o alimento cárneo me daria vitalidade, e
este era, portanto, meu principal artigo de alimentação. [...]
Em vez de adquirir forças, porém, tornei-me cada vez mais
fraca. Desmaiava muitas vezes de exaustão.” (Carta 83, 15
julho 1901; citado em CRA, p. 487).
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
Declaração de 1890
• Havia exceções ocasionais para um padrão habitual
de vegetarianismo. Em 1890, ela declarou “Quando
não me foi possível obter o alimento de que
necessitava, comi um pouco de carne algumas
vezes;” mas “estou ficando cada vez mais
atemorizada de fazê-lo” (Christian Temperance and
Biblie Hygiene, p. 117, 118 (1890); citado em CRA, p.
394)
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Cronologia do ensino e prática de
saúde de EGW
Declaração de 1898
• “A doença nos animais está-se tornando mais e mais
comum, e nossa única segurança agora é deixar a
carne inteiramente de lado.” (Carta 59, 1898); citado
em CRA, p. 412)
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Encontrando dificuldades
Viagens
Como pregadores itinerantes num “movimento
adventista” novo e em crescimento, Tiago e Ellen White
estavam continuamente em viagens. Ellen prossegui
com essa rotina mesmo após a morte do marido, em
1881.
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Encontrando dificuldades
As viagens no século 19 eram desprovidas dos
confortos e conveniências de hoje. Mesmo que
houvessem alimentos saudáveis disponíveis, os White
não podiam pagar por eles. Dentro dessas
circunstâncias, era difícil, e às vezes impossível, seguir
uma dieta vegetariana estrita, particularmente quando
dois tipos de situações relacionadas eram levadas em
conta: a hospitalidade dos irmãos que os recebiam e
lugares visitados onde eram necessários a caça e pesca
para sobrevivência.
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Encontrando dificuldades
A pobreza fez o vegetarianismo difícil, e até mesmo
impossível para alguns Adventistas do Sétimo Dia no
século 19. No Natal de 1878, os White convidaram uma
família adventista pobre para juntar-se a eles no
desjejum, em sua residência em Denison, Texas. Ellen
White então escreveu “Eu não vejo há anos tanta
pobreza como eu tenho visto desde que vim para o
Texas.” (Carta 63, 26 de dezembro de 1878).
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Encontrando dificuldades
• Certas ocasiões novas cozinheiras que não sabiam
preparar refeições vegetarianas eram contratadas
por Ellen White e a família tinha que comer o que a
nova cozinheira sabia preparar até que ela
aprendesse, e isso provavelmente incluía carne.
• Tiago White relata que a “Irmã White não era
cozinheira” ainda assim ela ensinava suas cozinheiras
a dieta vegetariana, mas logo elas casavam e saíam
do trabalho.
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Encontrando dificuldades
• Outra situação em que Ellen White abandonava uma
padrão vegetariano de alimentação era em casos de
emergências médicas. Em uma carta a seu filho,
William, ela menciona uma exceção:
“Seu pai e eu temos largado o leite, creme, manteiga,
açúcar e carne totalmente desde que viemos à Califórnia
[...] Seu pai comprou carne uma vez para May [Wallying]
enquanto ela estava doente, mas nem um centavo foi
gasto em carne desde então.” (Carta 12, 15 de fevereiro de
1874).
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A reunião campal de Brighton
• Enquanto Ellen White estava em uma reunião campal em
Brighton, em janeiro de 1894, teve uma impressionante
convicção de, que dali em diante, a carne não deveria
fazer parte de sua alimentação sob qualquer
circunstância.
• Evidência subsequente mostrará que ela cumpriu esse
voto. Em 1908, sete anos antes de sua morte, aos 87
anos, Ellen White declarou: “Faz muitos anos que eu não
tenho carne na minha mesa em casa” (Carta 50 [5 de
fevereiro], 1908; citado em CRA, p. 492).
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Peixe
Até pelo menos 1876, Ellen White fazia distinção entre
a carne e o peixe como alimento. Isso fica claro em sua
correspondência. Em 1876, escreveu a seu marido que
estava viajando:
“Não temos comido um pingo de carne em casa desde que
você partiu e muito antes de sua partida. Algumas vezes
temos comido salmão.” (Carta 13, 14 de abril de 1876)
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Cautela quanto ao Peixe
• “Em muitas localidades, até mesmo peixe é
prejudicial e não deve ser usado. Isso acontece
especialmente nos locais em que os peixes entram
em contato com o esgoto das grandes cidades...
Esses peixes que compartilham com as sujeiras do
esgoto podem passar para águas distantes do esgoto,
e serem pegos em localidades onde a água é pura e
fresca; mas por causa da drenagem prejudicial onde
eles se alimentaram, não é seguro ingeri-los” (Carta
76, 6 de junho de 1895).
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Conceito de vegetarianismo
• Para Ellen White, o termo vegetarianismo era aplicado
àqueles que se abstinham de comer alimento cárneo,
mas que não eram necessariamente abstêmios totais. E
quanto
ao
termo
princípio,
Ellen
White
frequentemente o usava em seus escritos em conexão
com a reforma da saúde. Em 1904, aos 76 anos, ela
relatou que estava experimentando uma saúde melhor
que “nos dias de sua juventude”, e atribuiu essa
melhora aos “princípios de reforma da saúde” (MS 50,
1904; citado em CRA, p. 482)
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Equilíbrio
Ellen White não era extremista. Usava de equilíbrio e
sabedoria em tudo, inclusive na alimentação. Em um
artigo publicado em 1894, pela Youth’s Instructor, ela
declarou:
“O regime cárneo não é o mais são, todavia, eu não
tomaria a atitude de que ele deva ser rejeitado por
toda pessoa. Os que têm fracos órgãos digestivos,
podem muitas vezes comer carne, quando não lhes é
possível ingerir verduras, frutas e mingaus” (Youth’s
Instructor, 31 de maio de 1894; citado em CRA,
p.394, 395).
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Equilíbrio
“Eu nunca senti que fosse meu dever dizer que
ninguém deveria comer carne sob qualquer
circunstância. Dizer isso [...] seria levar o assunto a
extremos. Eu nunca senti que fosse meu dever fazer
afirmações generalizadas” (Carta 76, 6 de junho de
1895)
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No entanto, Ellen White não é o nosso
exemplo
Ellen White não apenas rejeitava a ideia de ser o
exemplo para os membros da Igreja, mas também não
desejava ser um modelo para os membros de sua
família imediata:
“Não me ponho como critério para eles. Deixo cada um seguir
suas ideias quanto ao que é melhor para si. Não obrigo a
consciência de outros pela minha. Uma pessoa não pode ser
critério para outros em questão de comida. Impossível é fazer
uma regra para ser seguida por todos.” – Carta 127, 18 de
janeiro de 1904; citado em CRA, p. 491).
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Palestra de Ellen White em Battle
Creek em 1901
“[Ellen White falando:] A irmã White não usou carne em sua casa [...]
por muitos anos. E essa é a [base] da reforma de saúde [de algumas
pessoas]: ‘Veja, eu lhe disse a irmã White não come carne. Assim, não
quero que você coma carne, pois a irmã White não come.’ [...] Se
vocês não tiverem uma convicção melhor – isto é, se vocês não
comerem carne porque a irmã White não come – se eu sou a
autoridade, eu não daria um centavo pela reforma de saúde de
vocês. O que quero é que cada um de vocês esteja em sua dignidade
individual diante de Deus. [...] ‘Se alguém destruir o santuário de Deus,
Deus o destruirá.’ Agora eu quero que vocês pensem nessas coisas, e
não tomem como critério a qualquer ser humano.” (Manuscrito 43a,
1901, p. 13.)
Renato Stencel (org.) 2013
Perspectiva histórica
• Ellen White precisa ser considerada no contexto de sua
época. Muitas conveniências de casa que nós temos,
eram desconhecidas em sua época.
• Ellen White nunca tirou produtos cárneos como artigo de
alimento de ninguém até que houvesse primeiro um
substituto nutricional disponível (CBV, p. 316, 317).
• Portanto, havia maior justificativa, devido à maior
necessidade, para as pessoas em seus dias comer carne
do que para a maioria de nós em nossos dias.
Renato Stencel (org.) 2013
Conclusão
• Ellen White teve que encarar acusações contra sua
integridade durante sua vida. Semelhantes acusações
contra ela em nossos dias não são nem novidade
nem impressionantes, ao examinarmos os fatos.
Pouco tempo após a virada do século ela foi acusada
de hipocrisia. Tais acusações, porém, são
injustificáveis e não procedem.
Renato Stencel (org.) 2013
Conclusão
• Para obter o entendimento próprio das acusações contra
a integridade de Ellen White, deve-se observá-las na
perspectiva dos objetivos e metodologia que serão
empregados por Satanás nesses últimos dias, assim como
revelados a Ellen White em 1890. Ela declarou que
Satanás tentaria destruir-lhe a credibilidade e criar um
ódio “satânico” contra seus escritos (1ME, p. 48)
• As acusações de falta de integridade em Ellen White, até
onde a pesquisa tem nos revelado, são tão infundadas e
desprovidas de base hoje como o eram enquanto ela
vivia.
Renato Stencel (org.) 2013
Fonte
Espírito de Profecia:
Orientações para a
Igreja Remanescente
Pág. 171-186.
Centro de Pesquisas Ellen G. White
Organizador: Renato Stencel
Abril de 2013
Renato Stencel (org.) 2013
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PPT - Centro de Pesquisas Ellen G. White