VIVÊNCIAS
FRANCISCANAS
DO SAGRADO NA
EXPRESSÃO TEXTUAL E
MUSICAL
Por
Grisiê de M.Gründling
Maria Elisa B. Pfeifer
O POETA DIANTE DE DEUS
JORGE DE LIMA
Senhor Jesus, o século está pobre.
Onde é que vou buscar poesia?
Devo despir-me de todos os mantos,
os belos mantos que o mundo me deu.
Devo despir o manto da poesia.
Devo despir o manto mais puro.
Senhor Jesus, o século está doente,
o século está rico, o século está gordo.
Devo despir-me do que é belo,
devo despir-me da poesia,
devo despir-me do manto mais puro
que o tempo me deu, que a vida me dá.
Quero leveza no vosso caminho.
Até o que é belo me pesa nos ombros,
até a poesia acima do mundo,
acima do tempo, acima da vida,
me esmaga na terra, me prende nas coisas.
Eu quero uma voz mais forte que o poema,
mais forte que o inferno, mais dura que a morte:
eu quero uma força mais perto de Vós.
Eu quero despir-me da voz e dos olhos,
dos outros sentidos, das outras prisões,
não posso Senhor : o tempo está doente.
Os gritos da terra, dos homens sofrendo
me prendem, me puxam me daí Vossa mão.
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Pretende-se, com este trabalho, fazer
dialogar o que defende Espírito Santo, quanto à
conquista ou o retorno ao sagrado na sala de
aula, e as constatações de Goldstein e Fichtner,
com vistas à percepção de que o professor e o
aluno podem aproximar-se por intermédio do
ritmo, do som, da palavra, haja vista ambos
serem elementos sagrados que fazem parte da
vida de ambos, desde seus primeiros
momentos.
Assim, através de práticas dialéticas entre a
infância pretérita do professor e o momento
presente do aluno, buscam-se estratégias as
quais, acredita-se, poderão proporcionar o viver
e o reviver; o visitar e o revisitar; o pensar e o
repensar; o organizar e o reorganizar de
experiências e o sagrado (re)nascer a cada dia.
O RITMO DAS PALAVRAS
HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO,
O CACHIMBO É DE BARRO,
BATE NO JARRO,
O JARRO É DE OURO BATE NO TOURO,
O TOURO É VALENTE, BATE NA GENTE,
A GENTE É FRACO, CAI NO BURACO
O BURACO É FUNDO, ACABOU-SE O MUNDO.
O PATO TIRA RETRATO
O PATO GANHOU SAPATO.
FOI LOGO TIRAR RETRATO.
O MACACO RETRATISTA
ERA MESMO UM GRANDE ARTISTA.
DISSE AO PATO: NÃO SE MEXA
PARA DEPOIS NÃO TER QUEIXA”.
E O PATO, DURO E SEM GRAÇA
COMO SE FOSSE DE MASSA!
“OLHE PRA CÁ DIREITINHO:
VAI SAIR UM PASSARINHO”.
O PASSARINHO SAIU,
BICHO ASSIM NUNCA SE VIU.
COM TRÊS PENAS NO TOPETE
E NO RABO APENAS SETE.
Mário Quintana
O VIOLÃO E O VILÃO
HAVIA A VIOLA DA VILA,
A VIOLA E O VIOLÃO.
DO VILÃO ERA A VIOLA,
E DA OLÍVIA O VIOLÃO.
O VIOLÃO DA OLÍVIA DAVA
VIDA À VILA, À VILA DELA.
O VIOLÃO DUVIDAVA
DA VIDA, DA VIOLA E DELA.
NÃO VIVE OLÍVIA NA VILA,
NA VILA NEM NA VIOLA.
O VILÃO LEVOU-LHE A VIDA,
LEVANDO O VIOLÃO DELA.
NO VALE, A VILA DE OLÍVIA VELA A VIDA
NO SEU VIOLÃO VIVIDA
E POR UM VILÃO LEVADA.
VIDA DE OLÍVIA - LEVADA
POR UM VIOLÃO VIOLENTO.
VIOLETA VIOLADA
PELA VIOLA DO VENTO.
CECÍLIA MEIRELES
Referências Bibliográficas
• WEIGEL , Anna Maria Gonçalves. Brincando de Música: Porto Alegre, RS:Kuarup,1988
• MARZULLO, Eliane. Musicalização nas Escolas: Petrópolis ,RJ : Vozes, 2009.
• HAPPÉ, Robert. A Consciência é a Reposta- São Paulo: Talento, 1997.
• CAVALCANTI, Raíssa. O Retorno do Sagrado: reconciliação entre a ciência e a espiritualidade. São Paulo: Cultrix, 2005.
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• DUFRENNE, Mikel. O poético. Globo: Porto Alegre, 1969.
• ESPÍRITO SANTO, Ruy C. do. O Renascimento do Sagrado Na Educação. Vozes: São Paulo, 2008.
• FICHTNER. Marília P. A leitura de textos poéticos e a representação de um mundo que balança, mas não cai. In: AGUIAR,
Vera T. (Org.). Territórios de leitura – da leitura aos leitores. Cultura Acadêmica: São Paulo, 2006.
• GOLDSTEIN, Norma. Versos, sons, ritmos. Ática: São Paulo, 2005.
• ALMEIDA, Elisabeth C.; DUARTE, Patrícia M. Consciência Fonológica. Revinter: rio de Janeiro, 2003.
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3. Expressão Textual e Musical - Colégio Franciscano Sant`Anna