Etnocentrismo e Relativismo cultural CULTURA Cultura: conhecimento. Cultura: ato de cultivar, germinar. Cultura: produção humana (Antropológico). Engloba toda a produção humana ao logo do processo histórico, sua produção material e imaterial, desde a produção de ferramentas até ideias, crenças, religiões, conhecimentos, costumes e hábitos. A Sociologia pressupõe as diferenças culturais como NATURAIS e importantes ao desenvolvimento das diversas civilizações. TENSÕES NA SUA COMPREENSÃO Nem sempre a cultura foi entendida dessa forma, acreditava-se em teorias evolucionistas. (método comparativo) Existe uma emergência por se DESNATURALIZAR certas ideais do senso comum e ver a DIVERSIDADE E A DIFERENÇA como naturais. Desnaturalizar a realidade significa recusar argumentos que justificam injustiças, resgatando os conteúdos históricos pertinentes. Há necessidade de superar o preconceito, a discriminação, os estigmas, os estereótipos de certos grupos enquadrados como minorias sociais. São alvos de preconceito, principalmente, populações de tecnologia não acidental (sociedades tribais) e comunidades estigmatizadas em todo o planeta. HÁBITOS COTIDIANOS Em alguns países asiáticos, escorpiões e cães são preparados como alimentos, sendo vendidos na rua da mesma forma como estamos habituados aqui a comer um pastel ou pipocas. Assim, o que aqui é exótico, lá não necessariamente é. a pouca vestimenta dos índios e as roupas típicas dos escoceses – o chamado kilt – são vistas com estranheza. O hábito de arrotar após a refeição é um insulto ou um elogio, dependendo da cultura. Da mesma forma, um estrangeiro, ao chegar ao Brasil, vindo de um país qualquer com muita formalidade e impessoalidade no trato, pode, ao ser recepcionado, estranhar a cordialidade e a simpatia com que possivelmente será tratado, mesmo sem ser conhecido. ETNOCENTRISMO Ato de ver, julgar, olhar os hábitos e costumes do outro através dos valores de nossa própria cultura. É colocar uma cultura como superior às outras, a partir de critérios raciais, comparando-se hábitos, crenças, costumes, tecnologia, organização social, entre outros aspectos. É uma postura de senso comum, imediata, sem reflexão prévia, pouco questionada. Trata-se de uma postura preconceituosa que pode resultar em discriminação e até violência. Trata-se de uma avaliação pautada em juízos de valor daquilo que é considerado diferente. EXEMPLOS HOLOCAUSTO LEIS DE NUREMBERG ESCRAVIDÃO APARTHEID LEIS JIM CROW GENOCÍDIO INDÍGENA CONFLITOS ÉTNICOS GUERRAS RELIGIOSAS NEOCOLONIALISMO ATUAÇÃO DOS JESUÍTAS NO BRASIL KU KLUX KLAN NEONAZISTAS Alteridade Em língua portuguesa essa palavra refere-se à capacidade de se colocar no lugar do outro na relação interpessoal (relação com grupos, família, trabalho, lazer), com consideração, identificação e diálogo com o outro, é o ponto de partida para a aceitação das diferenças. Nesse sentido é necessário um olhar humanizado em relação ao outro. Relativismo Postura que defende a superação do olhar estigmatizado, imediatista, acrítico e generalizado. É a superação de estereótipos (modelos préconcebidos) e do superficial. A postura do relativismo foi construída graças a análise de grandes antropólogos como, por exemplo, Levi Strauss e Franz Boas. De acordo com o pensamento de Boas: "Frequentemente me pergunto que vantagens nossa "boa sociedade" possui sobre aquela dos "selvagens" e descubro, quanto mais vejo de seus costumes, que não temos o direito de olhá-los de cima para baixo. Onde nosso povo, poder-se-ia encontrar hospitalidade tão verdadeira quanto aqui... Nós, "pessoas altamente educadas", somos muito piores relativamente falando... Creio que, essa viagem tem para mim uma influência valiosa, ela reside no fortalecimento do ponto de vista da relatividade de toda formação (...)" (BOAS, Franz. Antropologia cultural. Rio de Janeiro, 2004). Consequências das atitudes etnocêntricas. Aculturação: resulta do contato direto ou indireto de culturas. Trata-se de um processo de mudanças provocado pelo contato entre dois ou mais grupos culturalmente distintos. Provoca mudanças em todas as culturas envolvidas, porém, para alguns pensadores, a cultura hegemônica acaba influenciando mais a cultura de menos poder, ocorrendo muitas vezes uma mudança forçada. Marginalidade cultural: fenômeno raro, trata-se a última etapa do processo de aculturação, quando há perda das características originais da cultura. Não conhecem cantos, danças e antigas práticas de caça e pesca. Não conseguem se integrar culturalmente a nenhuma cultura que os cerca. Exemplo: índios Kaingang (Tupã – SP).